Resenhas - Um dia das bruxas Nem Um Pouco Épico

MiCandeloro 13/11/2014

Excelente projeto! Ótimos contos!
Um dia das bruxas Nem Um Pouco Épico surgiu de uma ideia tida pela Bell, em que todos os anos, na época de Halloween, escrevia uma história especial sobre o tema. E que tal se, para não deixar a tradição passar em branco, vários autores se juntassem para criar uma antologia de Halloween? Bem, foi exatamente o que acabou acontecendo. E foi assim que nasceu este livrinho, escrito por 13 escritores nacionais, publicados e não publicados, que reuniram as suas histórias e lançaram esta antologia GRATUITAMENTE em ebook.

Fala sério gente, essa parte do "de graça" todo mundo ama, certo? Pois bem, então não durmam no ponto e corram para baixar o seu nas versões PDF, EPUB ou MOBI.

Autores da antologia: Roberta Spindler, Fernanda Nia, Felipe Castilho, Lucas Rocha, Dayse Dantas, Eric Novello, Vitor Castrillo, Babi Dewet, Diego Matioli, Mary C. Muller, Ana Cristina Rodrigues, Bárbara Morais, Dana Martins.

E de onde veio o meu interesse por Um dia das bruxas Nem Um Pouco Épico?? Do fato de que uma das autoras do livro de contos é nada mais, nada menos, do que minha querida amiga Fernanda Nia, criadora das tirinhas do Como eu realmente.

Vocês já estão caducos de saber o quanto admiro essa menina, tanto pessoal, quanto profissionalmente. Então é claro que não podia deixar de prestigiar seu mais novo trabalho publicado, intitulado de A Caçadora.

Neste conto fantástico, conhecemos Helena, uma órfã que foi parar nas mãos de um demônio explorador e violento. Helena, sofrendo os mais diversos tipos de abuso, sabia que sua vida só tinha a piorar, até Cristine aparecer.

Cristine era uma Caçadora da Noite. Saía mundo afora em busca de monstros para matar, libertando, assim, as vítimas que sofriam em suas mãos. E foi deste modo que ambas se conheceram, quando Cristine invadiu o casebre em que Helena estava aprisionada e matou o Seu Alceu.

Mal sabiam ambas que uma história de amizade nasceria ali. Helena, sozinha no mundo, sem ter para onde ir, optou por seguir a caçadora, que se tornou a sua mestre. A jovem órfã idolatrava Cristine, não só por ter sido salva por ela, mas também por desejar no seu âmago ser tão forte e destemida quanto a caçadora.

Helena estava decidida a segui-la onde quer que fosse, e ajudá-la no que fosse preciso, porém, mal sabia ela os segredos que Cristine escondia, que seriam cabais para definir o destino de Helena.

Querem saber o que vai acontecer? Então leiam A Caçadora na antologia Um dia das bruxas Nem Um Pouco Épico!

***

A Caçadora, narrado em primeira pessoa, já começa de maneira eletrizante, com uma atmosfera mágica e segredos no ar. Nia nos presentou com uma história cheia de ação, com um texto meio sombrio, mas ao meu tempo muito bem humorado, e o principal, cheio de pegadas reflexivas, metafóricas e ácidas, sua marca registrada do Como eu realmente.

Adorei identificar as personalidades próprias de cada personagem, que rapidamente se apresentaram na minha mente, e embarcar nas desventuras da caçadora e sua ajudante na tentativa de combater o mal do mundo. Mas o que mais me chamou atenção com certeza foi o final da história. Acho o máximo quando os autores conseguem combinar entretenimento com conteúdo, e nos fazem pensar por meio de indagações éticas e sociais inseridas no próprio enredo.

Nia novamente está de parabéns. A Caçadora é um conto que certamente irá seduzi-los pela sua simplicidade, fluidez no desenrolar da trama, e sensibilidade na contação da história. Super recomendo!

Mas como havia dito antes, este não é o único conto da antologia. Não, não. Além de A Caçadora, escrito por Fernanda Nia, vocês irão encontrar histórias para todos os gostos. Ainda não tive tempo de lê-las, mas vou deixar abaixo a sinopse de cada uma para deixá-los curiosos!

Conheçam os contos da antologia Um dia das bruxas Nem Um Pouco Épico:

MARCADO, de Roberta Spindler:

"Gustavo acordou assustado no meio da madrugada. Seu corpo e cama estavam ensanguentados com sangue que não era seu. Para piorar, encontrou partes humanas estocadas na geladeira. Não possuía nenhuma lembrança daquilo, não sabia o que fazer. Em seu peito, um diabo tatuado sorria de maneira maliciosa. Uma promessa de horror."

A CAÇADORA, de Fernanda Nia:

"Uma órfã acompanha uma misteriosa caçadora de demônios e descobre que as coisas não eram exatamente aquilo que imaginava…"

O QUE SEPARA AS COISAS, de Felipe Castilho:

"É na infância que grande parte de nossa visão sobre o mundo é moldada. Nossos medos e temores, nossos vilões e heróis. Mas, para uma garota muito específica, um morto que se recusa a seguir o caminho do além-vida é a parte menos aterrorizante de seu cotidiano."

LUZES, CÂMERA, AÇÃO!, de Lucas Rocha:

"Ele é só um ator que está fazendo um bico em uma dessas pegadinhas armadas para fazerem as pessoas rirem. Mas a menininha que tem os cabelos escorridos parece muito assustadora para que as coisas continuem sendo normais."

VAMPIRO, de Dayse Dantas:

"O primeiro passo é admitir o problema. O problema é que, apesar de todo mundo fingir o contrário, não existe tolerância para com vampiros na sociedade em que vivemos."

A BIBLIOTECA DO SUSSURO, de Eric Novello:

"Ao participar da tradicional festa de Dia das Bruxas dada por seus avós, uma menina descobre um segredo inestimável escondido entre as prateleiras de um imensa biblioteca."

PARA SEMPRE, de Vitor Castrillo:

"Caio e Marco estão prontos para caçar um aswang na noite de Halloween, mas descobrem que as estratégias do demônio vão muito além de atacá-los e tentar matá-los. Promessas precisarão ser quebradas para que consigam ter sucesso nessa missão."

VISÕES DO ESCURO, de Babi Dewet:

"O que você sonha quando fecha os olhos pra dormir? Algumas pessoas têm pesadelos na noite de Halloween, depois de ver filmes de terror ou quando precisam tirar sangue (não?), mas eu provavelmente vou sonhar com coisas felizes nessa noite. Acontece que eu odeio o escuro e só a menção de apagar as luzes traz à tona memórias de vários sonhos esquisitos. Vou lhe contar um deles. Se você não ler esse conto e não repassá-lo para mais dez pessoas na sua timeline do Twitter, as crianças macabras vão invadir seus sonhos e você vai morrer em dez dias. Não quebre essa corrente."

TODO O CERTO É TORTO, de Diego Matioli:

"Gustavo tem muitas certezas, uma bela namorada e uma amiga para considerar a melhor. Mas ele nem imagina que uma única noite pode alterar seus sentidos e transformar sua vida para sempre, levando consigo tudo o que era certo. No Halloween é sempre mais fácil ver onde realmente habitam os monstros."

TRÊS VEZES LOIRA, de Mary C. Muller:

"O que a loira do banheiro e outros seres naturais fazem quando não se tem o que fazer?"

PESADELOS CONTÍNUOS, de Ana Cristina Rodrigues:

"O Ladrão-de-Sonhos gosta de pesadelos. Porém, quando eles saem do seu controle, precisa tomar medidas desesperadas com resultados imprevisíveis."

DENTRO DO ARMÁRIO, de Bárbara Morais:

"O avô de Lara é preconceituoso, rigoroso, convencido e, acima de tudo, despreza os próprios netos por não agirem como ele quer. Mas num momento de generosidade, vô Tonho lhes dá uma chave de presente para um tesouro… ou para seus piores pesadelos?"

UM ADEUS PROLONGADO, de Dana Martins:

"Como todo ano, Batman se prepara para encontrar com seu maior inimigo. Só que Batman é uma garota, esse inimigo é o passado e ela não tem escolha."

site: http://www.recantodami.com/2014/11/resenha-um-dia-das-bruxas-nem-um-pouco-epico.html

Laís Helena 01/06/2015

Resenha do blog "Sonhos, Imaginação & Fantasia"
Marcado (Roberta Spindler)

No meio da madrugada, um homem desperta em sua cama, coberto de sangue e com uma estranha tatuagem em seu peito: um diabo. Ele não se lembra como adquiriu a tatuagem e nem do motivo de estar sujo de sangue que não é seu.

Esse foi um dos que eu não gostei. Não há nada que incite o leitor, nada que deixe no ambiente um ar de tensão ou medo. Os acontecimentos foram descritos de forma um tanto superficial, de forma que o leitor não é tragado pela história. Além disso, as frases são um pouco longas demais, e encontrei problemas na pontuação.

A Caçadora (Fernanda Nia)

Em um mundo habitado por demônios e diversas outras criaturas sobrenaturais, uma menina é resgatada por uma Caçadora, uma espécie de ser mágico cuja missão é livrar o mundo de criaturas malignas, e passa a viver junto dela caçando demônios.

Com uma narrativa interessante, Fernanda nos apresenta brevemente ao universo do conto, mas não é nada muito extenso, o que se adequou a uma história curta, ao mesmo tempo em que introduz o leitor de maneira satisfatória. Explorou bem os personagens e no final apresentou uma explicação interessante. Apenas faltou mais emoção nas cenas de ação, algo que indicasse para o leitor o que as personagens sentiam durante a execução da cena. Porém, exceto por isso e por alguns leves erros de revisão, foi um bom conto.

O Que Separa as Coisas (Felipe Castilho)

Todas as noites, uma garota via, no corredor perto de seu quarto, o fantasma de um homem que parecia ter se afogado. Ela se amedronta de início, mas aos poucos aprende a deixar de ter medo.

Salvo por alguns pequenos deslizes na revisão, foi muito bem escrito, com uma narrativa fluída; quando me dei conta, já tinha chegado ao seu final. Além disso, ele me impressionou com um final diferente do que eu esperava, dando a entender que nem sempre aquele que pensamos é o verdadeiro monstro. Com isso acabou fugindo um pouco do tema, mas nem por isso o conto deixou de agradar; certamente leria outros textos do autor.

Luzes, Câmera, Ação! (Lucas Rocha)

O protagonista é um ator em busca de ampliar seus contatos e está prestes a atuar em um filme de terror — só para descobrir que os acontecimentos não são tão fictícios assim.

O conto foi bem escrito, com uma narrativa fluída que não demora a envolver o leitor na história. A trama é interessante, mas o final pareceu um pouco apressado; quando o clímax finalmente chega, falta um pouco de emoção, algo que transmitisse ao leitor o que o personagem estava sentindo.

Vampiro (Dayse Dantas)

Esse conto nos apresenta uma situação inusitada, onde os vampiros não são um segredo, mas são estigmatizados pela sociedade.

A construção desse mundo ficou bem interessante, especialmente por a história ser contada pelo ponto de vista de uma vampira em um mundo em que sua espécie sofre preconceito. A narrativa é interessante, como se a protagonista contasse uma história para o leitor, mas não achei o clímax interessante; foi tudo apressado demais, o que acabou prejudicando a história.

A Biblioteca do Sussurro (Eric Novello)

Bia adora o Halloween e, como sempre, a festa será comemorada na casa de seus avós. Porém, esta festa se revela um tanto diferente das anteriores.

Achei a introdução do conto um tanto longa, mas o restante da história é muito interessante. Passa ao leitor uma leve sensação de suspense e mistério e deixa o final em aberto, apenas sugestionando ao leitor o que aconteceu realmente.

Para Sempre (Vitor Castrillo)

Caio pela primeira vez vai ajudar seu namorado Marco a capturar e matar um monstro. Acreditam que seu alvo estará na festa de Halloween, e seu plano de captura a princípio parece simples, mas Caio acaba descobrindo que existe algo mais por trás disso.

As cenas de ação nesse conto foram descritas de maneira um pouco apressada, e acabaram não passando emoção suficiente. Entretanto, o conto não vai por um caminho previsível, o que foi interessante e acabou me agradando.

Visões do Escuro (Babi Dewet)

Os sonhos muitas vezes são agradáveis e representam aquilo que mais desejamos, mas não para a protagonista desse conto. Os sonhos desta são desagradáveis e muitas vezes acabam por se tornar realidade.

Esse conto apresenta um excesso de pontos de exclamação e algumas frases mal elaboradas, dificultando seu entendimento. Porém, a autora conseguiu passar um clima de suspense e tensão, de algo prestes a acontecer. O cenário mutável e confuso foi muito adequado para construir o ambiente de um sonho.

Todo o Certo é Torto (Diego Matioli)

Gustavo vai a uma festa de Halloween com sua namorada, porém, não tem certeza se os convidados são realmente apenas pessoas fantasiadas.

O conto apresenta a narrativa em primeira pessoa no tempo verbal presente. Apesar de eu não gostar muito de histórias narradas no presente, esta foi bem escrita, salvo alguns leves deslizes na revisão, e acabou me envolvendo. O autor soube descrever as cenas e os lugares de maneira a passar para o leitor a confusão sentida pelo personagem, o que acabou dando um ar diferente ao tema.

Três Vezes Loira (Mary C. Müller)

Neste conto vemos duas lendas urbanas, a Loira do Banheiro e a Dama de Vermelho, entediadas com o novo panorama do século XXI: ninguém mais se interessa por lendas urbanas.

O conto está bem escrito e bem revisado, no entanto não gostei. Parece que faltou um pouco de emoção, um pouco de propósito. Os personagens não se transformaram. No entanto, a ideia de monstros estarem sem trabalho no século XXI é interessante, só precisava ser melhor trabalhada.



Pesadelos Contínuos (Ana Cristina Rodrigues)

Este conto é narrado sob o ponto de vista de um onírico, criatura que se alimenta de sonhos, especialmente os mais intensos: os pesadelos. Porém, daquela vez ele errou a dose, e precisou fugir às pressas de um pesadelo antes que o sonhador morresse e o onírico acabasse tendo o mesmo destino. Com a pressa de deixar o pesadelo, acaba indo parar em um mundo que desconhece.

O conto é bem escrito, apresentando um mundo interessante e criaturas igualmente interessantes. Apenas achei que faltou um pouco de emoção na hora do confronto e um pouco de descrição do cenário, mostrando como o personagem estava confuso. Ainda assim, foi interessante ver tudo sob o ponto de vista daquele que causa o terror.

Dentro do Armário (Bárbara Morais)

Lara odeia seu avô, que é um homem preconceituoso e muito conservador, mas ela e seus dois primos não podem deixar de investigar quando recebem de presente uma chave misteriosa.

Esse foi o meu conto favorito. Apesar de longo, a narrativa é tão envolvente que quando vi já tinha terminado. A autora soube dosar os detalhes de maneira que estes criassem a tensão e o mistério necessários ao conto. O clímax não é previsível e é muito interessante e bem construído, e o conto termina deixando algumas pontas soltas, e cabe ao leitor atá-las.

Um Adeus Prolongado (Dana Martins)

Em uma festa de Halloween há 6 anos, Bruciene conheceu um garoto misterioso, fantasiado de fantasma. Depois de 6 anos, Bruciene ainda frequenta as festas, porém, o mistério ainda continua.

O conto deixou uma tensão interessante e um clima de mistério o permeou. O final em aberto ficou interessante, mas o conto algumas vezes confunde um pouco ao pular do presente para o passado toda hora. Devido a isso, foi um dos que menos gostei.

site: http://contosdemisterioeterror.blogspot.com.br/2015/06/resenha46.html

mouemily 14/04/2017

Um Dia Das Bruxas Nem Um Pouco Épico é uma coletânea de contos de terror e histórias que se passam no Halloween - uma premissa um tanto estranha, no mínimo, já que, aqui no Brasil, a festa não é assim tão comemorada (apesar de alguns desses contos agirem como se ela fosse bem comum - será que eu 'tô por fora das festinhas??).

Como toda coletânea de contos de vários autores, gostei mais de algumas histórias do que de outras (dá pra ver o que achei de cada uma no meu status de leitura do goodreads: https://www.goodreads.com/review/show/1969753787) e acabei descobrindo autores novos bem legais, como o Lucas Rocha com sua própria versão macabra das piadinhas de terror tão comuns na tv aberta brasileira, a história de amor / traição do Vitor Castrillo e a versão de uma das minhas lendas urbanas favoritas da Mary C. Müller - além de finalmente ler algo (e amar, diga-se por passagem) da Dayse Dantas e da Bárbara Morais e ler coisinha nova de quem eu já conhecia (oi, Felipe Castilho, oi, Eric Novello).

No geral, curti a leitura rápida e gostei de ler esses autores em específico, que vão desde histórias com fantasmas até homens horríveis e adolescentes corajosos, e fiquei curiosa para ler mais do pessoal que curti :)

Giovanna 27/01/2023

Halloween
Custei um pouco a ler por ser um livro de contos mas valeu MUITO a pena! É muito gostoso ler livro de ?terror? (não aterrorizante) escrito por brasileiros. Me diverti, fiquei ansiosa e sofri
Recomendo demais!