Tamirez | @resenhandosonhos 12/08/2016A CaçadaQuando eu li o primeiro livro fiquei bem empolgada porque acabei curtindo muito a história, já pra esse segundo fiquei super feliz em descobrir que a autora era a Maggie Stiefvater, quem eu mantenho em alta estime pela Saga dos Corvos, uma das fantasias contemporâneas que mais gosto. E, é claro que ela não decepcionou e trouxe um livro no mesmo nível do primeiro.
Essa história começa em um ponto complicado. É bem claro ver o quanto Abeke sente que há hostilidade pela parte dos colegas, principalmente de Meilin, mas ela fez uma escolha em entrar para os Casacos Verdes e vai enfrentar o que vier, inclusive todas as indiretas ou todas as vezes que ela for deixada na mão ou desacreditada por ser uma “traidora”. Aqui, parece que a vantagem da garota é que ela já tinha sido deixada de lado antes pelo pai, então ela sabe muito bem como se comportar nessa situação e mantém a cabeça erguida.
Meilin por outro lado está um pé no saco nesse livro. A prepotência e o senso se superioridade sobem a cabeça da jovem em alguns momentos, gerando comportamentos ruins ou frases embaraçosas. Connor e Rollan mantém com a mesma personalidade e dificuldades em se encontrar. O primeiro estava acostumado a servir e agora precisa liderar, enquanto o segundo nunca esteve preso a nada e agora tem um dever muito maior que ele e ainda acima da compreensão.
Mesmo assim, acho que os dois são os protagonistas mais interessantes, o que é estranho, já que seria mais fácil que eu me relacionasse com as personagens femininas. Mas não é o que acontece. Rollan é ainda mais especial pra mim, pois ele parece ser o único a realmente ver as coisas com mais clareza. Como ele não é completamente leal a nada e cresceu muito sozinho, ele é capaz de avaliar as opção e seguir o caminho que parecer mais lógico, do que simplesmente seguir por dever ou crença.
“Nós somos nossos próprios concorrentes.”
A junção desses quatro jovens e a sua saída ao lado de Tarik e Finn, um misterioso personagem inserido nesse livro, vai ao mesmo tempo gerar tensão e algumas risadas. Eles sabem que há algo muito poderoso que eles precisam enfrentar e que os desafios são muitos, mas até que a relação se consolide entre eles, é quase como um jogo de alfinetadas.
Enquanto isso no outro núcleo, Devin foi trazido de volta logo no primeiro capítulo já para revelar qual é o plano do inimigo e o que é esse outro líquido misterioso chamado bile, que é capaz de ligar um jovem a um animal de forma forçada. Essa inserção, apesar de curta no começo do livro serve pra situar muito bem o leitor no background de uma história que começa a surgir por trás e também apresenta as novas ameaças que ele podem encontrar a frente, como também mais detalhes sobre a cultura que permeia esse mundo.
Enquanto o primeiro livro foi para situar e apresentar os personagens, esse é uma busca constante por respostas. Encontrar as outras feras e pegar seus amuletos é a única forma de ter vantagem, só que os outros também sabem disso e seguem pelo caminho.
A Caçada é um livro de aventura que continua a história das quatro crianças que foram tiradas de suas casas, receberam o dom do vínculo e que se viram em meio a uma guerra que nenhuma delas imaginou que estivesse vindo. E tudo isso também pode ser acompanhado pelo jogo, que assim como menciona no primeiro, está disponível através de um código que vem junto com o livro para que o leitor possa acessar, criar seu espírito animal e entrar nessa outra realidade.
O livro tem menos de 200 páginas e é uma leitura rápida e fluída para qualquer idade, desde o leitor mais novo que pode encontrar aqui uma opção de leitura atrelada a um jogo para mergulhar no mundo dos livros, como aqueles como eu que apenas são curiosos e gostam de navegar por todos os cenários fantásticos possíveis, sejam eles adultos ou mais juvenis.
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