Pecar e Perdoar

Pecar e Perdoar Leandro Karnal




Resenhas - Pecar e Perdoar


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yurigreen 09/12/2015

Que ensinamentos um ateu pode retirar da bíblia?
A bíblia e as religiões judaico-cristãs tem muito a nos ensinar, negar essa realidade é optar pela miopia moral. Karnal, majestoso pela retórica, exibe em Pecar e perdoar o contexto histórico e simbólico de vários trechos e passagens bíblicas, equiparando-as com os sete pecados capitais e suas virtudes respectivamente opostas, em uma narrativa poética e bem referenciada como é de se esperar do professor da Unicamp.
O livro me fisgou pela forma romanceada que o autor descreve as diversas personagens bíblicas e do entorno religioso católico – como santos e santas – sempre mostrando seus adjetivos de forma ímpar, diferente do que vemos nas literaturas religiosas. Salomão, Noé, Jó, Caim, Adão, São Francisco, Santo Antão e tantos outros são apresentados por Karnal de forma demasiado humanas. Falhos e fadados ao pecado como qualquer um que já caminhou nesta terra, seja rei ou plebeu.
Relacionar os pecados com as passagens dos livros bíblicos e os andares do inferno girone de Dante são outra sacada incrível que o texto nos fornece. Munido de sua ironia clássica, Leandro Karnal toca em nossas feridas mais profundas, exemplificando nossos atos de ira, preguiça, a vergonha pela inveja e a preferida de Lúcifer, a sempre presente vaidade, coeva mesmo nos mais nobres homens e evangelistas, da qual somente Cristo se manteve imaculado com relação a ela e a qualquer outra forma de pecado.
Apesar de homogêneo em qualidade, a coluna vertebral do livro é justamente o que reside em seu nome: Falhar e se redimir. Todo pecado merece perdão? Será meu o papel de algoz para condenar o ato hediondo? Sou mais feliz se perdoo sempre ou me torno tolo? Estas e outras reflexões são tratadas nas 200 páginas da obra que, ainda que modesta em tamanho, não tem menos profundidade que qualquer clássico literário. Após esta leitura e somado as diversas horas ganhas assistindo aos videos de Karnal posso inferir com total certeza que o autor se fez um grande influente nas veredas que sigo pelo entendimento da religião e sua importância na construção da sociedade ocidental, fomentando em mim um profundo respeito e admiração pela teologia de forma ainda não apreciada por um curioso inveterado como eu.
Desejo a todos uma ótima leitura, sobretudo a indicação vai para os meus amigos ateus, céticos, humanistas e agnósticos, que muitas vezes inflamados pelo desejo de criticar e subjulgar a fé alheia, optaram por olhar somente um lado da moeda. Que a tolerância ativa seja a nossa clemência pela ignorância daqueles que ainda não descobriram o caminho da iluminação, seja pela Luz de Edson ou pela de Cristo.

Ariana.Cunha 24/08/2016minha estante
A sua "resenha" me fez ter a certeza de que quero ler essa obra!!! Parabéns pelo texto!!!


Ariana.Cunha 24/08/2016minha estante
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yurigreen 25/07/2017minha estante
Obrigado Ariana.Cunha =]


Denise Ximenes 02/09/2020minha estante
Parabéns pela resenha. O livro é tudo isso mesmo!


Denise Ximenes 02/09/2020minha estante
Karnal nos leva a reflexões importantes para a vida.




Arya4 20/08/2021

Karnal sempre maravilhoso.
"O tema da experiência religiosa é parte da minha pesquisa e da minha vida de professor. Mas imaginava que um livro com os verbos perdoar e pecar cairia em um buraco negro ingrato. Os religiosos seriam atraídos, mas vendo que o autor não é um deles, recuariam. Os não religiosos seriam rechaçados pelos verbos. Seria um livro para ninguém."

Pecar e Perdoar é um livro denso. Pesado . Que machuca,mas acima de tudo,verdadeiro. A identificação com o descrito nesse livro é inevitável. Não é um livro sobre religião. Tampouco é um livro sobre um ateu que fala sobre religião. Karnal destrinça a bíblia e a usa como material de estudo. Nada nesse livro é superficial. E se te algo te ofender nesse livro,só mostra o quanto a verdade te incomoda.

"O orgulho é uma opção que gera todas as outras opções. Uma mãe abnegada (nem sempre isso é um pleonasmo) que em uma crise econômica decide abrir mão do seu pão para que seu filho coma, uma mulher que ignora o anseio da fome pelo amor maternal, é um ser capaz de um amor extremo. Porém, no fundo dessa alma materna, existe o orgulho de ter feito isso, de ser boa mãe, de se dedicar ao outro mais do que a si. A certeza de que é um ser maravilhoso talvez alimente mais do que o pão ao qual ela renunciou."

Karnal sempre é maravilhoso. Recomendo a leitura de todos os livros dele.
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Valbilandia 09/12/2021

Excelente!
Que leitura fascinante! Há muito o que aprender sobre si mesmo, pensamentos, comportamentos, motivações. Se reconhecer pecador e falho, nos ensina a olhar as pessoas com um pouco mais de misericórdia. Recomendo a leitura.
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Fabio.Nunes 17/07/2023

Pecados... só há pecados
Pecar e perdoar: deus e o homem na história - Leandro Karnal
Editora: Harper Collins, 2017.

Terceiro livro do clube de leitura Karnal/Prioli.
Tá aí uma boa leitura para quem curte refletir sobre as ideias de pecado e virtude.
Um texto fluido, recheado do conhecido humor ácido e irônico do autor, que nos leva a uma viagem pelos sete pecados capitais, atualizados para os tempos atuais, e sobre a ideia de perdão.
Com excelentes reflexões sobre o pecado, o narcisismo, a vaidade, os novos objetos de fé do mundo contemporâneo, o autor não sugere o exaurimento dos temas apresentados e - ainda que seja ateu - mostra notável sensibilidade com as pessoas que possuem verdadeira fé.
Fica mais uma dica de leitura para quem se interessa pelo tema.
Deixo aqui algumas citações interessantes:
"Há algo de profundamente vaidoso na virtude."
"No nosso século, tempo de autoajuda, de estímulo ao positivo e ao orgulho de si, em época de reforço dos narcisos pelo ensino totalmente lúdico e pais culpados, se Jesus fizesse a mesma pergunta, talvez tivesse chovido uma saraivada de pedras sobre a pobre mulher".
"Perdoar é só reconhecer a humanidade do pecador, nunca é uma defesa do pecado."
"Perdoar não é dizer, "eu sou melhor", mas afirmar que também é humano. Por não ser melhor é que posso dar o perdão. Por achar que, em circunstâncias similares, posso fazer o mesmo ou pior, eu abomino aquele ato, mas dou meu perdão."
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Erika 17/11/2015

Um guia de bordo
Na minha defesa de ser livre de pecados, resta-me a vaidade; ninguém escapa deles!
"Pintar fora da linha é dizer que sou mais forte do que a linha. Borrar é ousar. Ousar é viver como individuo. Nosso século, mais luciferino do que qualquer outro, ama a ousadia e a transgressão!"
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Gustavo.Morsch 27/11/2023

Pensando a nossa cultura
A leitura de Leandro Karnal é leve, porém não menos crítica. O olhar de historiador e a capacidade de organizar as ideias são memoráveis.
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Sally.Rosalin 20/11/2015

Pecar e perdoar
Leandro Karnal, historiador e professor da UNICAMP, propõe em seu livro "Percar e perdoar: Deus e o homem na História" analisar as ideias judaicas, cristãs e islâmicas de pecado, afinal elas embasam quase todo comportamento moderno, inclusive dos não religiosos. Junto a ideia de pecado, também analisa o perdão jurídico e outros traços do Ocidente que nasceram e cresceram à sombra de estruturas religiosas. Ainda que ateu, afirma não ser um texto antirreligioso e não propõe atacar e nem defender nenhuma fé. Trata-se da experiência humana no desvio da norma e no restabelecimento da confiança. Vale ressaltar que o livro é um resumo de suas palestras presentes no canal virtual (Youtube) do projeto que ele foi mentor, Café Filosófico. Em todos os capítulos, o autor se utiliza de textos, personagens bíblicos, locais do Inferno de Dante (já que ele trabalha os sete pecados capitais) e do Purgatório.
Resumo dos capítulos:
Capítulo 1- o prazer de normar e o afã de pecar: narrativa do primeiro pecado, compartilhada pelo cristianismo e judaísmo, apresentando os tributos divinos de misericórdia e justiça. O jogo duplo do pecador e do moralista; a vitória farisaica das instituições religiosas: regras, penitências e aparências; o pecado como escolha e o seu inverso, a obediência imediata (Noé e Abraão); análise de personagens bíblicos: Caim, Noé, Cam e Davi.
Capítulo 2- as formas da infração aos códigos: a religião como uma forma de ordem; regras inseridas em um contexto histórico; o erro do anacronismo ao cobrar que um texto bíblico fale com a nossa voz; a questão da ausência de verdades atemporais, acima de momentos históricos, já muitos dos nossos valores são moldados pela Bíblia; a apropriação da mesma, ainda que endereçada a um tempo e à uma sociedade, por outros homens de outra época; o orgulho e a queda de Lúcifer; Antão e São Francisco de Assis.
Capítulo 03: o pecado envergonhado. Aqui Karnal trata da inveja, o que para ele é ter dor pela felicidade alheia. Para análise do tema, a parábola do filho pródigo (Novo Testamento), onde o irmão mais velho inveja seu irmão mais novo. A lição do texto é sobre perdão e a misericórdia que devem sobrepujar a regra, mas também aponta a inveja por trás da falsa virtude comportamental.
Capítulo 04 - Sexo, comida e o império do prazer: o controle corporal é de muito modos, o maior esforço da moral e da religião. A luxúria é o pecado da transgressão sexual, ressaltando que religiões morais como Cristianismo, Judaísmo e Islamismo estabeleceram um enorme código sobre o corpo. O autor analisa Paulo de Tarso, por se tratar do autor que mais escreveu sobre o tema. Já a gula, comer em excesso e sem fome, foi condenada por vários religiosos. Vale lembrar que a igreja cristã surgiu em meio onde as refeições tinham um grande significado. O autor descreve os centros culinários religiosos e os comportamentos religiosos de abstenção alimentar.

Capítulo 05 - O excesso e a falta, irritadiços, avarentos e preguiçosos: o autor confessa ser um irritado, no inferno de Dante, estaria no Quinto círculo, dos iracundos. Analisando o Sermão da Montanha (sobre os pacificadores) e sobre a atitude de Jesus no templo (com os cambistas), o autor de forma religiosa diferencia a ira (eu/ego) da fúria santa. Sobre a avareza, interessante a afirmação em ser ela idolatria. Já para preguiça, seu desenvolvimento de conceito desde acédia até a melancolia contemporânea medicalizada.

Capítulo 06 - Setenta vezes sete: os pecados são muitos, o perdão um só. Claro que historicamente, religiões criaram indulgências, tribunais, penitências etc. Mas, a consciência do erro é a condição do perdão. Análise do salmo 130, da oração Pai-Nosso e da mulher adúltera.

Capítulo 07 - Perdão grande e perdão pequeno, da Cruz Às cruzes: nesse capítulo o autor aborda os perdões do cotidiano, àqueles atos que nos irritam, mas por suas persistências se tornam no futuro causador da necessidade de um perdão maior. Citando sobre os chatos, o capítulo ficou muito chato.

Capítulo 08 - Novo pecados e novos perdões: hoje a preguiça virou procrastinação, a gula é enaltecida, aliás o cuidado exagerado com o corpo virou idolatria e assim por diante. De santos medievais a empreendedores, do paraíso divino ao sucesso financeiro e pessoal.

Capítulo 09 - Oremos: seria Karnal ateu? Fiquei em dúvida. Capítulo poético. Acredito que ele faz a oração contemplativa, desconfio. (risos)

Conclusão - Teria Leandro perdoado sua amiga citada no início do livro? Ótimas reflexões sobre o perdão. Não no viés religioso, mas humano.

Indico. As palestras no Youtube (que tem mais conteúdo que o livro) e o livro. Ambos contam com o sarcasmo do autor e inteligência.
Joel Domingos 13/09/2016minha estante
Sally, o único pecado que vejo em sua resenha é a avaliação do livro (1 estrela). No mais parabéns pela síntese.


Mobula Birostris 14/03/2017minha estante
realmente a nota não condiz com a resenha




Joao 03/05/2021

Melhorar como pessoa
Não é somente um livro que aborda e nos mostra os pecados, é muito mais que isso. Leandro Karnal, o belo escritor e historiador que é, consegue nos mostrar não só passagens bíblicas, mas inúmeros fatos extras. Um livro esplêndido, faz-nos melhorar como pessoas, fazendo com que nos enxerguemos não mais por fora como o século XXI pede a todo momento, porém para o nosso interno. O intuito dele não é somente mostrar quais são os pecados e suas histórias, consiste também em nos fazer melhores como seres humanos, desempenhando um papel extraordinário para que consigamos nos conhecer melhor e saber onde estamos pecando.
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Káh 24/05/2020

Deus e o homem na história
Ótimo livro para entender como se dá o homem religioso na construção da história. É algo inegável que o nosso mundo é permeado de costumes e crenças religiosas, inclusive para quem não é religioso.
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Luiz111 28/12/2023

Você já foi realmente ofendido?
Leandro Karnal é historiador e bastante conhecido nas redes sociais. Neste livro ele traz alguns questionamento interessantes sobre (como o título sugere) pecar e perdoar. Tem uma reflexão interessante sobre uma passagem bem conhecida da Bíblia: a Parábola do Filho Pródigo. A reflexão é a partir do ponto de vista do filho que ficou, do que seguiu as regras: não gostou porque o pai aceitou o irmão de volta. Surge a dúvida: será que o moralista tem ódio do devasso porque tem inveja dele? e assim o persegue porque não suporta ver ele bem?

"Sem a transgressão, não teriam surgido Abraão, Moisés, os Salmos de Davi, as profecias de Isaías e a própria figura de Jesus. Nenhum apóstolo teria despontado e nenhum santo teria surgido. Sem a argila do pecado, o edifício imponente do plano divino seria reduzido à choupana de Adão. O pecado, como já foi dito, humanizou-nos, mas também despertou a história. Sei que é difícil para alguém que tem fé, mas deveríamos reconhecer que somos filhos de Deus e do Diabo."
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Martony.Demes 15/05/2023

Um breve e interessante livro de Karnal sobre reflexões acerca de religião, pecar e perdoar. Eu já vi alguns vídeos dele tratando sobre alguns temas que ele aborda no livro! Então o livro serviu de reforço para tudo que já assim. É um compêndio com todos os ensinamentos relacionados ao tempo sobre os quais Karnal costuma tratar em suas palestras, videos no YT e outros mais!

Interessante livro!
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Jrdncst 17/01/2022

Surpreendente.
?Debaixo da ponte dos amores pode correr um rio de ressentimentos.?

Segunda vez que li um livro do Karnal, e fui, mais uma vez, surpreendida positivamente.

É muito importante ressaltar que o livro aborda assuntos que ultrapassam a perspectiva religiosa, que são, sem sombra de dúvidas, muito edificantes para todos nós.

Afirmo que foi uma leitura muito construtiva e que me proporcionou uma reflexão sobre o meu comportamento.

Super recomendo.
:)
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Simone Bruxelas 16/05/2021

Interessante!
Pecar e perdoar, começa no judaísmo, cristianismo, e é um tema atual. É interessante a ligação que karnal faz entre a Bíblia com a história, mostrando seu conhecimento sobre os dois assuntos através de seus pontos de vista conciliatórios e críticos.

O fato de ser ateu, o deixa mais livre para colocar suas opiniões em certas passagens, sem se sentir pressionado. Com seu humor ácido e fino, que já conhecemos através da internet, ele nos trouxe um livro fluido com uma linguagem abordável e leve, uma grande material que nos ajuda a mergulhar no fundo de nossa personalidade e encontrar pontos que devemos nos questionar.
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Drica.Barros 24/11/2023

Excelente leitura
Eu sou religiosa e ele, não.
Foi muito bom conhecer ensinamentos da Bíblia sob a ótica de um ateu.
O livro é de fácil leitura e prende muito a atenção. Me peguei acordando de madrugada e lendo.
Livro pra ler mais de uma vez e descobrir cada vez mais suas nuances. Adorei.
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Ronnayse 16/08/2023

A partir de uma experiência própria, Karnal começa escrever Pecar e Perdoar.
Ao longo do texto ele nos apresenta diversas colocações em que são consideradas pecados. Mas o que vem a ser pecado? Quem define o que é pecado? O texto bíblico é utilizado pelo autor para ajudar nessa análise e mostra que, na sociedade atual, essa dualidade de pecar e perdoar é baseada em tradições religiosas. Mas até essas tradições podem trazer interpretações diferentes pois cada um traduz a leitura a partir de si, da sua experiência no mundo.
Por que temos que perdoar? Perdoamos a nós mesmos? Aos outros? Ambos? Por que por muito tempo - e ainda hoje - alguma pessoas veem o perdão como uma fraqueza? "Há mas fulano perdoa todo mundo", "Fulano tem facilidade em perdoar", "Fulano é um tolo, perdoa tudo". O que vem a ser o perdão e qual a importância do perdão?

Pecar e Perdoar é um livro muito interessante de ler, muitas vezes até irônico, engraçado...
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