Julio Inhasz 12/06/2018Once a Witch de Carolyn MacCulloughAssim que nasceu, foi profetizado que Tamsin Greene seria a maior bruxa de todas as gerações de sua família. Aos oito anos de idade é quando seu “talento” — assim como o de todos os bruxos da família — deveria aparecer. Contudo, aos dezessete anos, seus poderes ainda não surgiram e ela é considerada a anormal da família, vivendo na sombra de sua irmã mais velha Rowena. Quando um homem misterioso aparece procurando um antigo relógio de família que está desaparecido há anos, Tamsin aceita ajudá-lo na tentativa de mostrar que ela também pode ser útil nos negócios dos Greene. Ela pede ajuda de seu amigo de infância — Gabriel, que tem o “telento” de encontrar qualquer coisa — e se vê imersa em segredos e em uma busca através do tempo que mudará sua vida.
Esse livro estava encostado na minha estante desde 2010. Foi um dos primeiros livros que comprei em inglês, e na época que comecei a leitura percebi que eu não sabia o suficiente do idioma para me aventurar a lê-lo. O que fez meu eu de 14 anos extremamente frustrado, já que eu estava muito empolgado para ler a história da Tamsin e achava que meu inglês era ótimo. Uma história de bruxas à la Charmed e com uma capa incrível que eu precisaria esperar para descobrir, e que no fim acabou sendo esquecida por alguns anos.
O enredo principal de Once a Witch vai girar em torno de uma batalha travada durante séculos entre a família Greene e a família Knight, representação do bem e do mal respectivamente. Tamsin vai cair de paraquedas nesse conflito todo e terá que tomar grandes decisões, as quais ela nunca foi preparada para tomar. A descoberta de seu “talento” único é uma das coisas que mais me motivaram durante a leitura, assim como a busca pelas pistas da história da família dela.
A ideia da autora foi ótima, mas ao longo do livro teve muita coisa que não foi muito bem desenvolvida e explicada. Talvez seja porque a narrativa é em primeira pessoa e a própria personagem não sabe muito do que está acontecendo ao seu redor, mas há muitos aspectos que poderiam ter sido abordados de uma maneira melhor pela autora. O ritmo do livro é muito rápido, as coisas já começam a acontecer logo no início e apesar de em um primeiro momento eu não ter gostado, acho que no fim foi o que mais me fez gostar de Once a Witch.
A relação entre a Tamsin e o restante dos personagens é muito mal construída. Ela estuda em um internato em Nova York enquanto sua família mora em uma cidadezinha pacata, e a única personagem que ela vai ter contato no lado mais “normal” da sua vida é uma garota chamada Agatha, a qual vai ter um pequeno papel nas decisões dos capítulos finais. Gabriel, seu par romântico, aparece do nada como apenas um mecanismo de assistência para a personagem — já que é ele que tem o dom de voltar no tempo para encontrar o que a Tamsin precisa —, e o romance é algo que me pareceu colocado de última hora entre os personagens.
Rowena é quase desconstruída de personalidade. Tudo o que sabemos é que ela está noiva e que a irmã e ela tem uma pequena rivalidade entre si, deixando mais claro ainda que em Once a Witch o único personagem importante é a Tamsin. Até o vilão da história é raso, e foi nesse ponto que acabei decidindo que não lerei o segundo volume intitulado Always a Witch.
Foi uma leitura muito decepcionante, cheia de falhas, e que não me incitou a ler a continuação para saber o real desfecho disso tudo. Com tantos pontos negativos, é bom salientar que eu não desgostei do livro e que me entretive o suficiente. O livro também me fez perceber o quanto meu inglês evoluiu, e me deixou com uma sensação de superação por finalmente ter conseguido terminá-lo.
site:
http://julioinhasz.wordpress.com