Boca do inferno

Boca do inferno Otto Lara Resende




Resenhas - Boca do Inferno


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Navi.Azuos 24/04/2020

É A Boca Do Inferno Mesmo
Não se enganem! Crianças podem ser boas e podem ser más; crianças podem sofrer abusos e podem cometer abusos. Em a boca do inferno, criança não é sinônimo de felicidade, tranquilidade e etc. Otto Lara aborda um lado sombrio e que nos faz ter, para algumas destas histórias, muito estômago para as lerem.
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Jessé 08/04/2021

E a inocência se esvai...
Esse livro é um compilado de contos sobre a infância, porém aborda assuntos e temas que são tabus, como abuso sexual, suicídio, automutilação, assassinato, etc.
A escrita é bastante objetiva, porém carregada de significados. Ao final de cada conto o leitor fica com um gosto amargo na boca e com a impressão de que o mundo é pior do que imaginamos.
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Pedróviz 19/11/2020

Bem interessante.
A Boca do Inferno, de Otto Lara Resende, é um livro de contos sobre a infância. Ou sobre o lado sombrio da infância, digamos. Bem interessante. Várias facetas, vários enfoques da fragilidade da alma infantil.

Quatro estrelas e meia.
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jota 11/02/2023

ÓTIMO: o interior mineiro nunca foi tão pouco bucólico, triste e violento como aqui; daí que muitos se surpreenderão com esses contos, uma obra singular de nossa literatura
Lido entre 06 e 10 de fevereiro de 2023.

Otto Lara Resende (1922-1992), mineiro de São João del Rei, passou grande parte da vida no Rio de Janeiro, onde faleceu. Além de escritor também foi jornalista e seu círculo de amizades na cidade incluía vários intelectuais, como Vinícius de Moraes, Fernando Sabino e Nelson Rodrigues, os mais próximos. O último o homenageou com uma peça de teatro, “Otto Lara Resende ou Bonitinha Mas Ordinária”, a partir de uma conhecida frase do próprio Otto, “O mineiro só é solidário no câncer.”, que definiria com amargor a essência do ser humano. Um amargor que perpassa todos os contos desse livro notável, Boca do Inferno.

Os textos de Otto e Nelson têm várias coisas em comum, são essencialmente dramáticos e seus personagens parecem estar quase sempre à beira do abismo, prontos para nele se jogarem ou serem jogados pelos outros. Mesmo que sejam crianças, como ocorre aqui, um livro protagonizado por pré-adolescentes, sobretudo garotos. Também penso que as histórias de Otto dialogariam bastante com várias narrativas do paranaense Dalton Trevisan e até mesmo com o clima de certos trechos do livro de outro mineiro conhecido, Lúcio Cardoso, autor do magistral Crônica da Casa Assassinada.

Bem, antes disso tudo me vir à mente, e eu quase nem me lembrava mais, precisei pesquisar, havia lido apenas dois contos de Otto, presentes em Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século, seleção de Italo Moriconi, Gato Gato Gato e O Elo Partido, que agora, depois de Boca do Inferno, fiquei tentado a reler, pois passados mais de 20 anos da publicação da Editora Objetiva (li a edição de 2001), certamente irão me parecer inéditos e formidáveis.

Boca do Inferno é um livro não muito extenso (tem menos de 200 páginas), traz apenas sete histórias – mas aqui a qualidade da escrita supera de longe a quantidade de contos e páginas – e um enorme posfácio do poeta, editor e professor de literatura brasileira da USP, Augusto Massi, “Narrador de Tocaia”. Enorme porque é mesmo grande, tem muitas páginas, muita informação, e também porque recoloca Otto Lara Resende no seu devido lugar na história da literatura brasileira: ao lado de nossos maiores autores do século XX. E olhe que OLR nem publicou tantos livros assim.

Dedicou-se mais ao jornalismo, à crônica melhor dizendo; publicou 508 delas na Folha de São Paulo entre 01/05/1991 e 21/12/1992, segundo Massi em artigo na própria FSP. Ele, além de resumir as sete histórias de Otto também as explica, deixa claro que sua literatura, especialmente Boca do Inferno, por ter sido uma obra incompreendida e duramente criticada por muita gente durante muito tempo, teve parte nisso. O final de alguns contos – OLR sabia como terminar brilhantemente uma história – deixa o leitor não propriamente escandalizado, mas perplexo, chocado, ainda hoje. Imagine-se então em 1957, ano do lançamento do livro, tempo em que o Brasil tinha enorme população rural, poucas universidades, bibliotecas, livrarias e meios de comunicação, catolicismo tradicional etc. Assim, a Minas Gerais de OLR, o interior dos tempos de sua infância e depois, torna-se um lugar sombrio para o leitor. Até mesmo macabro por vezes...

A violência dos adultos – mas não apenas deles, como se pode ver em O Porão – contra as crianças (às vezes igualmente contra os animais, especialmente gatos) está presente em quase todos os contos e ela pode ser também psicológica, não apenas física, como ocorre com a garota que protagoniza O Segredo, que já havia sido assediada por dois homens em diferentes ocasiões e vê sua mãe não se incomodar com isso, não acreditar nela. Duas outras boas histórias são protagonizadas por meninas, Namorado Morto e Três Pares de Patins. Mas me pareceu que os melhores contos, os que conseguem prender a atenção do leitor com mais intensidade e mesmo depois do final nos fazem ficar pensando nos protagonistas, no sofrimento excessivo de alguns deles e como reagiram a situações-limite em suas vidas, são os quatro restantes. Filho de Padre, Dois Irmãos, O Porão e O Moinho são histórias magistrais envolvendo religiosidade e ou crueldade sob vários aspectos. O final de cada um é de arrepiar.

Não tenho o talento de Massi ou de outros leitores para conseguir escrever com melhores palavras tudo que me veio pela cabeça (e pelo corpo, especialmente no caso de Dois Irmãos e O Moinho) durante essa leitura. O que ocorreu foi que comecei a me lembrar de outras histórias com personagens infantis, algumas delas lembradas pelo próprio Massi, como a já clássica Infância, de Graciliano Ramos. Lembrei-me também das aventuras e do sofrimento de outro garoto, do livro O Pássaro Pintado, do polonês Jerzy Kosinski, mas o cenário era o da Segunda Guerra Mundial. Certo, é ficção, mas não é apenas isso: não se pode generalizar sempre, dizendo que a infância é o melhor período de nossas vidas. Não para todo mundo: nesses dias fico acompanhando o drama das crianças yanomamis, de seu povo, dos meninos e meninas turcos e sírios atingidos pelo terremoto, suas mães, pais, irmãos... Então melhor parar por aqui.
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Thaís 20/03/2020

Uma palavra: mórbido
Antes de tudo, um conselho: não leia este livro desavisadamente. É um livro de contos com uma temática comum: crianças. Otto Lara Resende foi muito criticado negativamente quando lançou esta coletânea, a tal ponto de impedir novas edições. É um livro difícil, cruel, que vai te fazer querer parar de ler. Ao mesmo tempo é fantasticamente bem escrito, ao ponto de me sentir como se estivesse ao lado do protagonista, sofrendo as dores, medos e ansiedades de cada um. Confesso que não conhecia autor e obra, o que foi para mim um choque do tipo "dor e delícia". Percebi pela escrita que Otto era mineiro, o que despertou em mim sentimentos saudosistas da infância, que ao contrários das personagens, foi bem mais inocente, característica que mantenho, e fica bem claro ao admitir que precisei reler o conto "Três pares de patins" e mesmo assim não consegui entendê-lo, confesso. A nova edição da Companhia das Letras conta com um posfácio completo dessa obra tão controvérsia, que pode até não causar grandes impactos na atualidade, mas ao ser lançado recebeu uma enxurrada de desaprovações. Graças a ele, bem mais explícito que os contos em si, fui capaz de compreender trechos até então, para mim, "inocentes".
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Rachel.Oliveira 18/11/2023

Maravilhoso!
Bem impactante, de fato. Fora alguns milhares de gatilhos pois é bem pesado. Porém, adorei ler esse livro, pois a cada conto, era uma surpresa e uma viagem pela psicanálise da criança. Além disso, o posfácio de Augusto Massi é incrível!! Muito orgulho de ser aluna dele na faculdade, um homem muito competente e apaixonado pelo o que faz!! Ótimas colocações no ensaio.
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Menezes 20/10/2009

Clássico esquecido
Com tantos clássicos no modernismo brasileiro que nãos eriam indubtáveis, ainda sim encontramos alguns livros que não estão no canom e nos perguntamos: Por quê???????!!!!!!!!!!!!!!!!!!Claro que o canom tem que se ater ao apanhado histórico e de influências que um livro exerce sobre o outro. Possivelmente o livro ao lado não exerceu grande influência nas gerações seguinte, isso porque Otto Lara o reescreveu até a morte e só foi publicado integralmente em 1997. Esse é um dos casos de uma obra que tem que ser redescoberta. A idia é bem simples, poém genial. O que aonteceria se depositarmos o universo adulto no mundo infantil? Algo muito próximo da realidade. Os sete contos deste livro não são forçados, são sutilmente tecidos para instalar o choque em seu leitor. Sexo, assassinatos, a vista da morte e do abuso. As crianças de Boca do Inferno estão longe de ter um inocência mítica e estão amis próximas do mal tanto quanto eu ou você.
Fantástio em todos os sentidos.
Caim Ferreira 28/04/2012minha estante
Esse livro é lindo!




Fabi 23/03/2021

Boca do Inferno numa época infernal.
"Se nas tentativas anteriores a Boca do Inferno, o escritor privilegiava a perspectiva do adulto, a partir de agora, haverá deslocamento do ponto de vista. A violência e o desencantamento do mundo irrompem na pequena cidade, no seio da família, no redemoinho da infância.". Augusto Massi

Acredito que o tempo em que se lê tem uma profunda influência em como se assimila essa leitura e em como exercita-se a crítica.

Trata-se de um livro de contos, cujos personagens principais são crianças, que passam pelas mais variadas situações: abusos, mortes, assassinatos, etc. Enfim, um tema ao qual eu já havia sido apresentada anteriormente. Mas o que mudou, então? A época. Ler este livro em um contexto de isolamento, em que muitas crianças se veem em situações análogas é aflitivo. E foi uma experiência muito difícil. Fui testemunha de várias situações criminosas, constrangedoras, que me incomodaram fortemente.

Esteja com mente, corpo e espírito preparados para esta obra; pois ela deixa marcas.
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Amanda3913 31/03/2021

os contos são pequenos mas bem intensos, bem escritos, tem um peso nas palavras que te deixam abalada.
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Lize 05/09/2022

Boca do inferno
Talvez eu tenha um leve trauma desse livro depois que eu li, sim. Mas fazer o que, tive que ler né? Nunca mais toco nesse livro.
Alê | @alexandrejjr 21/10/2022minha estante
Te lembra o que te deixasse com trauma? Fiquei curioso...


Lize 26/10/2022minha estante
Tudo, pq quando vc começa a ler parece uma história "normal", mas aí acontece algo tão inesperado e terrível durante a narrativa que chega a ser traumatizante.


Alê | @alexandrejjr 02/11/2022minha estante
Então é o meu tipo de literatura mesmo. Obrigado pelo retorno, Lize!




Rafael 07/09/2022

O livro mais pertubador e macabro que ja li.
É até dificio dar uma nota para este livro. Apesar de ser muit bem escrito, fluído, com personagens interessantes e intenso, eu não sei se gistei de ter lido.

Otto traz 7 contos neste livro, os quais todos são protagonizados por crianças e simplesmente é um livro assistador.

Não quero dar spoilers da leitura para quem a quiser fazer, mas vá preparado, pois nestas páginas está escrito o pior que o mundo pode oferecer.

A boca do inferno é um abismo, fundo e pertubador, e olhamos bem fundo nele ndurante a leitura, mas ao terminarmos, sentimos o abismo olhando de volta. E esta sensação não vai desaparecer tão fácil.
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Valério 24/07/2014

Cruel
Boca do Inferno é daqueles livros que te embrulham o estômago. Mas que você não consegue parar de ler. Tendo sido escrito há mais de meio século, o autor relutava em republicá-lo, tendo em vista as pesadas críticas sofridas à época da primeira publicação.
Obra primorosa, traz contos que sempre tem como protagonistas crianças. Crianças em seu mais perverso lado. Aflorando o que há de cruel e desprezível.
A miséria é exposta visceralmente.
Aviso: Causa náuseas, indignação, revolta. Assim como boa parte da obra de Nelson Rodrigues. A diferença é que aqui, assim como nas histórias de Vargas Llosa com Fonchito, Lucrécia e Dom Rigoberto, os vilões são crianças.
Leia, assombre-se. A ficção é o melhor lugar para se defrontar com os sentimentos que este livro provoca.
Há uma tendência em termos limites éticos na ficção e não os ter na realidade. Deveria ser o oposto. Em "A boca do Inferno", é.
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Sa | @umadose.de.literatura 24/04/2020

Contos muito pesados
A cada conto meu coração apertava mais, são histórias muito tristes e pesadas que me deixaram com um nó na garganta muitas vezes.
Alê | @alexandrejjr 04/11/2022minha estante
Mas dá pra classificar como "marcante" esse livro, Sabrina?


Sa | @umadose.de.literatura 07/11/2022minha estante
Já faz três anos que li esse livro e às vezes me pego relembrando as cenas dos contos desse livro. Marcante é uma palavra que podemos utilizar para descrevê-lo, com certeza.




Renata 28/03/2021

Boca do Inferno
Contos bastante realistas e que causam um certo desconforto e angústia.
Para alguns pode ativar certos gatilhos.
Particularmente, acho aconselhável sair um pouco da nossa zona de conforto literário e mergulhar numa ficção que dá uma sacudida pra realidade de muitas crianças e adolescentes.
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Clau ð» 17/10/2023

Gostei muito. São contos organizados com o tema infância. Mas se engana quem pensa que é inocente. Cada conto traz uma surpresa, a maioria delas bem triste. A forma como Otto traz é muito peculiar e a escrita dele é linda. Recomendo!
Alê | @alexandrejjr 18/10/2023minha estante
Olha aí! Fico feliz que tenhas gostado, Clau! Eu também achei a coletânea muito interessante. Tens algum conto preferido?


Clau ð» 18/10/2023minha estante
Li por causa dos seus comentários sobre o livro e não me decepcionei. Gostei muito do SEGREDO. Dolorido mas muito bem escrito.




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