spoiler visualizarAmanda Jucá 18/01/2020
Entre os companheiros: “A Lenda”. Entre os inimigos: “O Diabo”.
Seguindo meu Desafio Literário, contemplando o “Janeiro Branco”, campanha de conscientização sobre a saúde mental, escolhi um livro um tanto polêmico.
Sniper Americano é um livro autobiográfico de Chris Kyle, um soldado americano que entrou para a história como o atirador de elite da Marinha americana, entre os anos de 1999 e 2009, com o recorde de mortes em combate confirmadas, mais de 150.
Em 2015 ganhou uma adaptação para o cinema, estrelada por Bradley Cooper e dirigido por Clint Eastwood. Com 6 indicações ao Oscar (Melhor filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Montagem, Edição de Som, e Mixagem de Som), levou apenas a de Melhor Edição de Som.
O livro aborda a vida e a perspectiva de um soldado que amava o seu trabalho. A tríade “Deus, País, Família”, regeu sua história e gerou conflitos com sua esposa, que acreditava em uma ordem diferente: “Deus, Família, País”. Inclusive, os comentários de Taya, esposa de Chris, faz com que a narrativa não se torne apenas sobre quem está na linha de frente da batalha, mas como as decisões de quem está afetam seus entes queridos.
Li sabendo que seria apenas uma visão pessoal da guerra. A visão de alguém verdadeiramente comprometido com a causa, que acreditava que estava fazendo o certo e sentia que estava desapontando seus companheiros e sua nação quando, por forças maiores, tinha que se retirar do conflito e ir para casa. Toda a parte suja foi deixada de lado e que bom! Morte já é um assunto pesado demais para pensarmos nas demais atrocidades que ocorrem na guerra.
Durante a leitura, discordava muito dos pensamentos de Chris, mas o compreendia. Refletia muito nos significados de “Guerra”, “Paz”, “Amor”, “Família”, “Religião”, “Fanatismo Religioso”, “Intolerância Religiosa”, “Nacionalismo”, “Egoísmo”, “Empatia”, “Humanidade”.
“Mas o que isso tem haver com o ‘Janeiro Branco’? Kyle foi morto em 2013 por um ex-soldado com transtorno de estresse pós-traumático, perturbação mental desenvolvida por após os eventos traumáticos vivenciados pelo assassino durante a guerra. Os sintomas mais comuns desse transtorno são pensamentos, sentimentos ou sonhos perturbadores relacionados com o evento traumático, estresse físico ou psicológico perante a exposição a indícios ou recordações do trauma, esforço para evitar situações que recordem o trauma, alterações na forma de pensar e sentir e aumento da reação de lutar ou fugir.
Esse é um livro que pode agradar muito aqueles com noções extremas sobre Nacionalismo e desagradar bastante os pacifistas. E eu, bem, acho que já li o bastante...
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