Até o Fim da Queda

Até o Fim da Queda Ivan Mizanzuk




Resenhas - Até o fim da queda


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Renan 15/01/2015

Até o fim da queda
“Até o Fim da Queda” fala a respeito de Daniel Farias, um escritor de livros de terror que decide trabalhar em uma obra de ficção baseado em fatos reais, no caso, o suicídio de sete jovens em nome de um ritual macabro em 1993. A obra de Farias, intitulada “A Irmandade do Dragão”, tornou-se um best-seller e é taxada responsável por uma onda de suicídios, assustando uns e atiçando a curiosidade de outros.

O enredo da obra de Mizanzuk é bastante curioso, no sentido de despertar a curiosidade. E a forma que o texto é escrito apenas estimula o leitor a continuar. Ivan foge de diálogos, descrições de cenas realistas, e nenhuma outra forma de narrativa convencional. O que se lê são notícias, entrevistas, cartas, gravações e até mesmo a seção de comentários de um site. Não vemos muitos cenários ao longo das 228 páginas que compõem a história, onde o leitor deve literalmente montar a linha do tempo dos acontecimentos na sua cabeça.

Além da narrativa original, Mizanzuk editou o livro de uma forma que, como o próprio já disse em um programa, perde-se muito da obra se não for apreciado na forma de livro. No colofão, listam-se seis tipos gráficos diferentes (“Torne o mundo mais bonito e use mais tipografias legais também”), que são muito bem usados para orientar o leitor sobre “o que está sendo lido”, apresentando os diversos recortes em formatações distintas.

“Até o Fim da Queda” não é um livro padrão. Apesar da temática de anjos, demônios e magia ter sido muito desgastada nos últimos anos, com diversas obras de literatura fantástica e obras para o público young-adult, além de seriados e filmes que também exploram o mesmo assunto, Mizanzuk fez um livro de estreia competente e que cumpre muito bem ao que se propõe: conduzir o leitor pelos mistérios (literalmente) da Irmandade do Dragão de uma forma deliciosamente agradável e tenebrosa.
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Fabiana 23/05/2020

Um clone de Raphael Montes
Desde a temática (o suicídio coletivo de um grupo de jovens), até o desfecho, há muito em comum com a obra do autor carioca, porém sem o dinamismo que RM consegue dar aos seus livros.
Li uma amostra e me interessei, mas descobri que o livro inteiro parecia aquela amostra, num looping eterno.
Vale pelas ilustrações, que tentam dar um toque de realismo e narrativa jornalística.
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eduardo souza 31/01/2015

O demônio tem muitas faces. Ivan Mizanzuk também.
“Até o fim da queda” não é uma leitura convencional; não poderia ser, vindo de um bacharel em Design, mestre em ciências da religião, doutorado de tecnologia com ênfase em Design a caminho. Você é jogado no universo do escritor Daniel Farias, que conversa sobre o lançamento de seu último livro, que levou muitos jovens ao suicídio. Mas não só nesse universo.

A narrativa de Ivan é multifacetada, multivocal; constituída por recortes e fluxos de diálogos, cartas, documentos, ilustrações, notícias, comentários de sites. Essa, parece, é uma característica de sua visão de mundo e do nosso século: é necessário atenção para juntar as partes difusas de uma realidade caótica. As várias linguagens e meios de nos envolver na narrativa é, para mim, o ponto forte desse romance; o autor-designer tratou com muito cuidado o projeto gráfico do livro, também uma ferramenta de storytelling.

Toda essa contemporaneidade não exclui os dilemas humanos, interpretados pela lente do misticismo (na melhor acepção da palavra) que atravessa eras, por personagens que—se não são— poderiam existir em várias épocas da história. Ele parece entender bem o mindset de cada um sem cair em clichês. Por exemplo, ao falar da Idade Média: quem vivia naquela época, possuía crenças religiosas que fundavam a realidade; aquilo era real, por mais ingênuo que pareça quando olhamos a distância de séculos.

O que está nas entrelinhas o tempo inteiro é o autor. Talvez por ouvir a alguns anos o seu podcast e lhe conhecer—como dizer que conheço alguém que apenas ouço?—, acho possível entrever-lhe nos falando em todas as vozes, com o véu de todos os personagens. Isso faz do livro, em alguns trechos, bem didático, que seria uma crítica plausível—inclusive uma que ele próprio faz a filmes.

Ainda assim, nada é claro, nada é óbvio. Ele nos dá o que gosta de ter: o leitor tem um papel fundamental no que é o livro. O inefável está sempre rondando a narrativa, sempre nos tornando mais humanos, sempre nos levando, de novo e de novo, à queda.


site: https://animusmundus.wordpress.com/
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Pablopelleg 30/07/2015

Muito bom
Puta que pariu! Que livro fenomenal. O trabalho de pesquisa do autor e o uso de imagens e referências reais (tanto da história medieval quanto do próprio satanismo e das religiões ocultistas em si) criam uma imersão incrível na história. Por vários momentos me peguei acreditando nos fatos presentes no livro justamente por parecerem algo que poderia ter acontecido de fato e virem acompanhado de referências que eu já conhecia do assunto e que de fato são reais. O livro é ótimo. Se você gosta de literatura de terror ou suspense e se interessa por ocultismo e coisa do tipo, esse é o livro pra você. No mais, recomendo a todos.
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Sandman 09/01/2015

Um belo livro para uma agradável leitura
Inicialmente, o livro encanta pela parte gráfica. Um livro lindo, com uma ótima diagramação e tipografia que, além de bem escolhida, torna a leitura ainda mais agradável. As páginas pretas iniciais cada capítulo, e outras intercaladas durante as demais, adicionam um charme ao livro, algo que falta nos livros atuais, de forma geral.

Sobre a história, nota-se que a preocupação está centrada nos assuntos relacionados à religião cristã em si (Deus, anjos, demônios e afins), com um aspecto mais investigativo. Dessa forma, crê-se que não deva ser visto como um livro de suspense/terror em si, que não o deixará inquieto, amedrontado, mas apreensivo, fará pensar, refletir e se interessar mais pela sua história e sua temática. Principalmente aqueles que possuem um interesse ligado à religião, aos Deuses, anjos e demônios. Nota-se um grande conhecimento do autor sobre o tema abordado, não só pelas pesquisas realizadas, mas pela percepção de que realmente tem apreço, gosta e se diverte ao escrever o livro. A narrativa é dinâmica, com duas histórias em momentos diferentes sendo contadas simultaneamente e amarradas à principal. A escrita é muito bem elaborada, a forma escolhida para contar sua história é excelente, deixando-a dinâmica e resultando em um livro gostoso de se ler.

O livro não é a maravilha do mundo da literatura, sejamos honestos, entretanto é um ótimo livro. Não espere ler algo que irá te deixar maluco ou algo do gênero, mas sim com uma narrativa gostosa de se ler, com um bom ritmo e contada de uma forma dinâmica. Vale ressaltar que é o primeiro livro de Mizanzuk, que, por sinal, começa muito bem nesta área. Assim, certamente recomendo a leitura e aguardo novos livros do autor.
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Raphael Maia 29/12/2014

Não me assustou, mas me deixou interessado
Ouvindo o booktrailer, achei que a intenção do livro era prender pela tensão e terror. Se essa interpretação estiver correta, não funcionou comigo!
O que me pegou foi outra coisa, se não achei a história instigante tão menos a achei arrastada, o livro é “rápido” e permeando a história encontrei o verdadeiro ouro, a trama apresenta vários conceitos “reais” que com certeza vão me render mais algum tempo de pesquisa, pois me deixaram bastante interessado. Além disso, o livro “se perde” em divagações/ argumentações filosóficas que eu achei agradavelmente cínicas.
Tem outra coisa também... O livro é gostoso de ler, saca?
O papel é bom, não sei nada de tipografia, nem sei se tipografia é o termo correto nesse caso, mas cada pagina é uma surpresa, fotos, mudança de fontes, inversão de cores, são usadas para marcar as diferentes formas que ou autor usou para nos contar a historia, de forma que não sei se o livro é realmente curto ou se foi essa variedade gráfica que deixou a leitura rápida e fácil.

site: http://tarrasquearqueiro.blogspot.com.br/
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Thello 18/01/2015

Um tipo de 'Rei de Amarelo' do século XXI
O livro já começou me conquistando por falar sobre ocultismo, demônios e magos de uma forma nem um pouco piegas ou exageradamente floreada, lembrando muito Neil Gaiman.
Pela narrativa em conjunto, o livro consegue passar um clima do 'Rei de Amarelo', atualizado para o século XXI.

Diferentes diálogos e momentos são passados de forma quase cinematográfica no texto, tornando a leitura extremamente frenética (li no caminho BHZ - CGN - GYN - BSB - BHZ).
Ajudando a criar e sustentar esse ritmo, o projeto gráfico passa - com requintes de poesia concreta - todas as nuances narrativas, nos deixando confusos quando é necessário e nos brindando com uma explicação certeira logo na página ao lado de um fragmento mais enigmático.

Nunca li Valêncio Xavier mas se o Ivan diz se inspirar nele, estou louco pra beber mais dessa fonte e ir atrás de mais autores que tenham esse ritmo rápido e também autores que conseguem, em meio a uma história densa, colocar um pseudo-Olavão meta criticando sua própria obra.

Alguns pequenos erros de edição passaram desapercebidos mas não estragam a leitura de modo geral. Aconselho muito a leitura e já quero um novo livro, Danie---ops.. Ivan
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dakallia 07/12/2023

Ideia interessante que faltou uma execução melhor
Tenho que admitir que é bem diferente e atrativo o jeito que a história é contada, de forma não linear e por meio de recortes de diversos tipos

pena que parece que o livro vai chegar em algum lugar, vc lê e vai ligando os pontos, mas no fim parece que não chega a lugar nenhum, passa o sentimento de inacabado

o livro inteiro constrói uma narrativa, mas chegando no final não é mt desenvolvida
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Bruno.Souza 19/02/2023

Incompleto
Foi essa a sensação que fiquei depois que li esse livro. Ele aborda uma espécie de seita que nasce no século 16 e tem impactos até os dias atuais e mais, já que se passa um pouco à frente no futuro. O enredo é ótimo, mas a forma como foi contado achei que pecou demais. Uma coisa que achei muito interessante é o livro ser ambientar 3 narrativas simultâneas ao redor do mesmo assunto. Deu um dinamismo interessante que me fez conseguir terminar o livro. Mas ele foi bastante arrastado. Infelizmente, não recomendaria.
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Caholly 11/09/2020

Muito bom
Muito interessante essa forma de narrativa. Já conheço Ivan dos podcast. Quis ler enquanto aguardo o Caso Evandro, e foi uma experiência muito boa. Espero que cada vez mais novos escritores se aventurem assim!
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dlfonseca 18/01/2015

Conteúdo excepcional aliado a estrutura impecável
"Até o Fim da Queda" me impressionou muito. A estrutura literária seguida por Ivan Mizanzuk segue a linha criativa de Valêncio Xavier, dando um ritmo incrível para a história. O livro narra a publicação de uma obra sobre um grupo ocultista, conhecido como "A Irmandade do Dragão", através de fragmentos como: entrevistas, matérias de jornais, comentários na internet e gravações, aumentando ainda mais o suspense da trama.

Sou fã do Ivan a alguns anos, acompanho-o no AntiCast e fiquei impressionado com esse livro principalmente por ser sua primeira obra literária e já apresentar características complexas de um autor experiente.
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Cicera Evila 05/04/2020

Um bom livro para ler na quarentena
Romance fragmentado que conta uma história relativamente simples, porém não menos intrigante.
O mérito é todo do autor por saber conduzir o enredo, além de saber deixar lacunas a fim de deixar o leitor completá-las.
Um livro muito inteligente, sofisticado como poucos, sem pecar pelo excesso encontrado em muitos livros do mesmo gênero.
Enfim, um bom livro para ler na quarentena.
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PorEssasPáginas 14/05/2015

Um quebra-cabeça em forma de livro. Brilhante e genial!
Desde que esse livro foi lançado pela Editora Draco no início do ano, eu estava doida para ler. É claro que A Pilha não me abandona, então fui deixando, deixando… Até que um dia peguei o e-book determinada e comecei a ler. E descobri que deveria tê-lo lido antes. Devorei-o. Perturbador e angustiante, Até o Fim da Queda é uma pérola rara do mais puro horror e precisa ser lido imediatamente.

O primeiro fato notável nesse livro é a sua narração: ela alterna entre recortes de jornais (muito realistas e imersivos), relatos em carta de um Frei ao que parece da Idade Média, vídeos do depoimento de uma testemunha de um grupo de rituais satânicos (e parecem vídeos mesmo, apesar de escritos) e, finalmente, a transcrição de uma entrevista com o escritor do livro (não o Ivan Mizanzuk, mas sim o escritor do livro dentro do livro). Espera, eu explico: Até o Fim da Queda utiliza um recurso que eu admiro muito, mas que acho difícil de fazer – a metalinguagem. Ou seja: esse é um livro que fala sobre outro livro.

A trama gira em torno de um ritual satânico no qual sete jovens se suicidaram – fato “verídico” no livro. Com base nisso, esse escritor, Daniel, fez um livro de ficção sobre o fato, narrando a história do ponto de vista de um dos jovens que morreram. Até o Fim da Queda se baseia nesse livro para mostrar toda a repercussão que a obra teve no cenário nacional (várias pessoas começaram a se matar após a leitura). Junto a isso, temos pedaços da composição do tal livro, relatos do escritor e os tais vídeos e cartas do Frei, que Daniel utilizou para escrever a obra.

“Porque eu existo. Sou inevitável.”

Confuso? Um pouco, talvez. Mas Até o Fim da Queda é mesmo um livro para pensar. Mais quebra-cabeça que história, a trama conduz o leitor como num jogo – e você é apenas mais uma peça nesse intrincado tabuleiro. Confesso que no início fiquei um pouco irritada e com mais vontade de ler o livro dentro do livro do que o que estava lendo; mas, à medida que a trama avança e as coisas começam a tomar forma e sentido, eu me vi perturbada, horrorizada, tensa, como não ficava há muito tempo em uma leitura. Ivan Mizanzuk, com muita habilidade, consegue despertar sentimentos e até mesmo reações físicas – juro que em algumas partes o coração disparou e fiquei arrepiada de verdade. Só escritores com muito talento conseguem arrancar essas sensações de um leitor.

É verdade que lá pelos 80% do livro eu saquei o final. Mas isso me atrapalhou? Nem um pouco. Quando descobri que estava certa em minhas suspeitas, só achei o livro ainda mais genial. E vamos concordar: 80% significa que ele me enganou por bastante tempo. O final foi fantástico e coroou um livro brilhante.

“Não há história de terror mais terrível do que a vida.”

Li em e-book, mas mesmo no formato digital foi possível perceber que a Editora Draco se esmerou na edição do livro. A revisão está impecável e todo o livro é preenchido por recortes de jornais fidedignos, imagens e pinturas. Tudo isso faz o leitor realmente imergir na história e tomá-la como real. Sabe aquela sensação que temos ao assistir um “filme baseado em fatos reais”? Bem, o livro passa exatamente isso, e muito se deve ao capricho da edição. Achei muito interessante e inteligente que o autor utilizou fotos de leitores que se dispuseram a colaborar com o livro (e depois ele os citou, todos, nas notas finais). Incrível!

Se eu vou ler mais Ivan Mizanzuk agora? Leio até sua lista de compras e recados em papel de pão depois desse livro.

site: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-ate-o-fim-da-queda
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Jeferson 02/08/2016

Até o Fim da Queda
Até o fim da queda é o título do primeiro livro do brasileiro Ivan Mizanzuk, professor universitário, graduado em designe gráfico, mestre em Ciências da Religião pela PUC-SP. Mizanzuk também é o host do podcast "AntiCast e do "Projeto Humanos". Toda a especialização do autor em ciências da religião deram embasamento e suprimento para a redação deste "livro de terror" ( o próprio autor não afirma com certeza sobre o teor do livro. Nas palavras dele, constante no posfácio do livro, "Eu não sei se fiz exatamente terror. Deve ser, porque eu falo bastante de demônios. Mas isso pode ser questionado.)
Realizado pela editora Draco, o livro contém 244 páginas organizadas em 4 capítulos. Um livro de fácil assimilação e leitura rápida e fluida apesar da sua estrutura e design. O relato sobre a peculiar estrutura do livro e a impressão da leitura encontrará mais sentido depois que o leitor desta resenha se inteirar sobre a sinopse do livro.
A história contada com Mizanzuk tem início relatando que em 1993 sete jovens cometem suicídio juntos, as investigações policiais levam a crer que todos aqueles jovens cometeram suicídio em um macabro ritual de satanismo ou qualquer outro culto, entretanto as investigações não encontram responsáveis ou culpados, dá-se por encerrada toda a atividade investigativa e o macabro acontecimento inconclusivamente.
Anos depois do suicídio coletivo, conhecido popularmente no enredo como suicídio de 93, o escritor Daniel Farias (personagem principal do livro), realiza uma profunda pesquisa, e usando a linguagem da ficção, remonta a história do suicídio explicando que todos cometeram o suicídio para que o "Dragão" renascesse, eles faziam parte da "Irmandade do Dragão", uma seita satânica. O livro resultado da pesquisa leva o título de A Irmandade do Dragão.
Segundo Daniel a irmandade existe de fato a mais de 500 anos e possui um grande número de adeptos pelo mundo todo, é uma sociedade secreta nunca antes relevada, que se norteiam pelas Cartas apócrifas de Frei Marcos, o fugido, um Padre Inquisidor espanhol do século XVI, que negou a igreja e fundou essa irmandade depois de atuar num caso de possessão demoníaca em um vilarejo próximo a Sevilha.
O livro de Daniel Farias alcança o topo dos livros mais vendidos, e jovens leitores cometem suicídio enquanto o lêem. O que leva a Igreja Católica e outras a proibirem a leitura e as vendas do livro de Daniel aumentarem exponencialmente.
Todo o enredo do livro gira entorno destes fatores acima descritos. O que diferencia o livro de Ivan Mizanzuk dos demais livros do tipo, é a estrutura e organização do livro. Apesar de ter início, meio e fim, o livro não é uma narrativa simples, é sim recortes de matérias em jornais e sites de notícia, cartas do Frei Marcos, uma gravação em fita K7, e transcrições de sonhos, tudo isso costurado por uma longa entrevista dada pelo escritor (Daniel Farias).
Esta é a genialidade do livro, a intenção do autor é permitir que o leitor sinta-se um pesquisador que vai desvendando o enredo de acordo com a análise dos fatos que lhes são expostos, é quase como se o leitor estivesse pesquisando o tema, e no fim descobrisse o que há por trás de todo o mistério. Esta forma pouco comum nos livros, torna a leitura muito interessante e rápida, o leitor nunca se sente saciado até descobrir tudo que os próximos fatos trazem.
Os recursos de designe, como a diagramação em formato de manchete de jornal, a troca da fonte nas entrevistas e nas cartas, tudo conspira para o entendimento do leitor. É fácil compreender o fluxo da história, de tal forma que o final é totalmente previsível. Cabe ainda um adendo à grande sacada de Ivan Mizanzuk em pedir aos seus seguidores nas redes sociais fotos suas para serem usadas no livro, ou seja, todas as imagens dos suicidas que aparece no livro são de pessoas reais, que cederam a sua imagem para a produção do livro.
O livro ainda conta com um posfácio que como o próprio título sugere, entrega todo o jogo, o autor revela o que é mundo real e o que é fantasia na sua estória, conta um pouco sobre o processo de desenvolvimento do livro e de uma maneira bastante descontraída se apresenta.
Quanto ao gênero terror, tenho que concordar com Mizanzuk, é de se questionar, apesar da proliferação de demônios. Sentir medo ou não dependerá da entrega do leitor ao livro (e a hora em que a leitura está sendo feita). Mas um fato é inegável, o leitor que não conhece muito sobre o ocultismo e a cultura cristã do século XVI aprenderá um tanto, e o que conhece mais o tema se deliciará, o livro possui referências como "O Martelo das Bruxas", o caso das Freiras de Lundu, pactos escritos e assinados por demônios além de ilustrações macabras.
Vale a leitura não só pelo enredo que é muito atraente, mas também pela forma como o livro é concebido e apresentado ao leitor.
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GabMedeiiros 02/07/2017

Prepare-se para abrir sua mente!!
Olá pessoal, tudo bom com vocês? Eu sou a Amanda, irmã da Gabi, e hoje vim aqui falar sobre a obra do professor, jornalista, podcaster e escritor Ivan Mizanzuk, Até o Fim da Queda, Editora Draco. Por ser ouvinte do Anticast (se tem um conselho que posso dar pra vida de vocês é: ouçam esse podcast, gente, é maravilhoso e mudou muito a minha visão de mundo) sou um pouco suspeita pra falar, mas bora lá.
O livro já começa meio punk: investigações sobre um suicídio coletivo ocorrido nos anos 90 que possivelmente decorreu-se da realização de um ritual satânico. O texto foi escrito em formato bem diferentão, há como plano principal uma entrevista na TV aberta onde o escritor fictício Daniel Farias responde à repórter Miriam sobre seu livro A Irmandade do Dragão, uma ficção baseada em fatos reais que explora o episódio ocorrido. Entre a entrevista são inseridos fragmentos do diário de um Frei da Idade Média contando sua experiência em identificar se havia ou não um caso de exorcismo em um vilarejo, bem como áudios de conversas com Euclides da Rocha, membro de uma sociedade secreta, trechos de notícias em websites e por aí vai.
Eu particularmente achei muito envolvente as cartas que descreviam a relação que fora construída entre o Frei Marcos com a Isabel, a camponesa que supostamente estaria possuída. Nessa parte em especial consegui identificar uma certa poesia, assim como na parte onde os sonhos são descritos, a linguagem que o autor utilizou foi muito bem desenvolvida e me cativou bastante, principalmente por ter me visto com frequência submetida a um exercício de interpretação.
O livro traz uma interessante reflexão acerca da nossa relação com o que é ?bem? e ?mal?, propondo pensamentos nada convencionais que não posso aprofundar muito aqui se não estarei cometendo o famigerado spoiler. Mas o que posso dizer com certeza é que a obra nos transporta para um universo onde magia, demônios e até vampiros são possíveis, o que é extremamente perturbador se você parar analisar como uma hipótese real. Algumas das sociedades secretas abordadas em seu conteúdo realmente existiram (ou existem), e se você se deixar levar, pode se ver mergulhado em um mundo de conspirações, querendo saber cada vez mais e mais sobre tudo o que acontecem nas sombras.
Algumas partes ficaram um pouco abstratas para mim, talvez não li com atenção o suficiente, apesar da leitura ser bem fácil, ou talvez eu só não tenha capacidade intelectual para pegar toda a sua significância menos escancarada mesmo rs mas isso me fez sentir falta de ter uma outra visão dos acontecimentos, possivelmente porque a história é bem viciante então você se pega pensando o que será que aconteceu ali. Parecia que eu estava espiando tudo aquilo pela frestinha da porta, dando uma sensação de que aquilo não deveria ser visto, e a gente adora umas paradas meio proibidinhas né se é que me entende.
Brincadeiras à parte, acredito que a maior missão desse livro é a de desconstruir a polarização de opiniões, algo que infelizmente vem ganhando força nos últimos anos, pois ele apresenta diversos pontos de vista e você se vê concordando com todos e não sabendo escolher um lado. Por isso, eu dou meus parabéns, e recomendo fortemente que vocês o leiam. Um beijo!
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