Autobiografia: o mundo de ontem

Autobiografia: o mundo de ontem Stefan Zweig




Resenhas - Autobiografia: o mundo de ontem


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Max 17/04/2024

Um homem do mundo...
Nesta obra, espetacular visão de uma vida riquíssima de erudição, amigo e confidente das maiores mentes do século XX, tais como Freud, Dali, Thomas Mann, James Joyce, Strauss, Rodin, alguns que me vieram à mente, são tantos. Sua obra era uma das mais lidas na primeira metade do século passado. Sua capacidade de trabalhar nas mais variadas frentes culturais, sua sensibilidade, correção moral, visão de futuro foi realmente única. Atravessando a primeira grande guerra, e depois a segunda, diante do estrago feito pelo III Reich, em sua terra natal, a Áustria, como judeu exilado no Brasil antecipou sua morte junto com a esposa, como um último gesto de elegância diante da intolerância, que ainda hoje, espantosamente, os chamados "conservadores" pregam, "o nós contra eles".
Fascinante leitura, um deleite!
Fabio.Nunes 17/04/2024minha estante
Tô querendo mto ler esse, Max, mas não sei se o final dessa história vai me deixar bem rsrs


Débora 17/04/2024minha estante
Resenha sempre perfeita, Max!!! Já quero ler esse também!??


Max 17/04/2024minha estante
Obrigado, querida Débora! ?


Max 17/04/2024minha estante
Fábio, não se apegue ao final, o trajeto até ele é o que vale a pena...?


Vania.Cristina 19/04/2024minha estante
To curiosa para conhecer o Zweig. Ver você lendo aqui me deixou ainda mais instigada


Max 19/04/2024minha estante
Fiquei encantado com sua escrita, Vânia, às vezes perdemos o fôlego, ele não...




Paulinha 08/04/2024

Autobiografia do tempo...
A escrita de Zweig é magnífica, a forma como ele consegue encaixar fatos pessoais (que são poucos) com os fatos históricos é surpreendente.
Por mais que o título traga "autobiografia" em seu título, nesse livro Zwieg se preocupa em retratar o mundo de ontem, não a vida dele em si. Claro, há fatos pessoais narrados aqui, mas são muito poucos. A forma como a Primeira Guerra Mundial abalou seu emocional molda toda sua vida depois dela. Quando a Segunda Guerra eclode, o autor já está em uma pilha de nervos, depressivo, porque ele sabe que a história vai se repetir. Há um trecho em que ele está na Inglaterra, quando os ingleses declaram Guerra contra a Alemanha, e vê mulheres olhando as vitrines das lojas despreocupadamente, e logo lhe vem e mente as cenas da Primeira Guerra, em que mulheres magras fazem filas quilométricas para conseguir a ração da semana para sua família.
Um homem atormentado pelo passado, e com saudade do passado anterior a Primeira Guerra.
Zweig conheceu os maiores artistas de seu tempo, escritores, pintores, músicos, cantores, várias personalidades conhecidas e desconhecidas nos são apresentadas.
Temos um panorama da vida europeia antes das guerras, durante elas e entre elas.
Esse livro é maravilhoso, conhecemos nele o passado e fazemos paralelos com o nosso presente, tanta coisa se repete. Evoluímos tecnologicamente, mas no grosso, ainda somos os mesmo que os nossos pais, como diz a maravilhosa música de Elis Regina.
Acho que este é o resumo dessa bela autobiografia, não importa o quanto avancemos em tecnologia, sociedade, filosofia, arte, o ser humano sempre cometerá os mesmos erros. O eco das grandes guerras está cada vez mais ruidoso, o tempo em que vivemos está bem similar ao passado.
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Mel 01/04/2024

Zweig
A escrita de Stefan Zweig não tem paralelo. É maravilhoso ler e sentir cada uma de suas linhas. Em ?O Mundo de Ontem?, traça uma linha histórica juntamente com a história de sua própria vida, nos presenteando com uma autobiografia histórica fascinante! Recomendo fortemente!
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Carolina3036 06/01/2024

Imagina viver na Europa durante, não uma, mas duas grandes guerras mundiais? Pois é, esse foi o caso de Stefan Zweig.
Nesta autobiografia, o autor austríaco descreve a sua vida desde quando tudo começou em Viena até a eclosão da Segunda Guerra Mundial. O seu relato nos permite conhecer a fundo toda a sua trajetória artística, que teve muita influência de seu berço: a Áustria, que na época de infância e adolescência de Zweig vivia seus tempos áureos na arte e era referência para toda a Europa. É um deleite acompanhar o crescimento profissional do autor, desde as suas traduções para outros autores e até o desenvolvimento de óperas para o teatro.
A obra é uma imersão histórica e tanto, afinal, para nós brasileiros que passamos a vida geograficamente tão distantes dessas grandes guerras, como poderíamos imaginar que no início da Primeira Guerra Mundial pairava sobre o Velho continente um ar despreocupado e até de orgulho pela beligerância que se iniciava? O início foi assim, até que os anos de guerra sugaram tudo que a população tinha: liberdade, esperança, comida, e mesmo com o seu fim o rastro de destruição perdurou por anos.
Quando a Segunda Guerra Mundial se aproxima, percebemos que Zweig se apresenta pessimista e passa a usar um vocabulário até mesmo rude em sua autobiografia. Isso porque ele era um pacifista declarado e assistiu de perto as consequências da Primeira Guerra. Além do mais nesta Segunda havia ainda um outro agravante: a proibição de sua existência como judeu pela figura central do conflito, Adolf Hitler. Zweig se viu impedido de realizar o seu trabalho, de transitar livremente e observou até o distanciamento de amigos de longa data por conta de sua origem.
O livro nos faz sentir na Europa do século 20, sendo possível assim apreciar o talento de diversas figuras históricas pertencentes ao continente bem como sentir o poder da destruição de duas das maiores catástrofes provocadas pelo homem.
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Daniel1503 04/12/2023

Obra-prima de um gênio
Autobiografia: o mundo de ontem é uma obra singular escrita pelo renomado autor austríaco Stefan Zweig e publicada postumamente em 1941. O livro é uma imersão profunda na vida, na mente e na história do próprio Zweig, um relato vívido e envolvente de suas experiências, visões de mundo e interações com algumas das figuras mais proeminentes do século XX.

Zweig mergulha em sua infância, revelando detalhes de sua educação em uma Viena cosmopolita e multicultural do final do século XIX. Ele descreve com sensibilidade e riqueza de detalhes os aspectos culturais, sociais e intelectuais que moldaram seu desenvolvimento. A atmosfera da Viena pré-guerra é habilmente transmitida, oferecendo uma visão fascinante de uma época de mudanças e efervescência intelectual.

O relato autobiográfico de Zweig também abrange sua carreira como escritor e intelectual. Ele discute suas motivações, métodos de trabalho e a evolução de suas ideias ao longo do tempo. Além disso, compartilha suas experiências de viagens pelo mundo, suas interações com outros escritores, artistas e líderes políticos, oferecendo perspectivas únicas sobre eventos históricos cruciais, como a Primeira Guerra Mundial e o período entre guerras na Europa.

A narrativa é envolvente e saudosista, cativando o leitor com a sinceridade e a profundidade com que Zweig explora sua própria vida e a sociedade em que viveu. É notável sua habilidade em transmitir emoções, dilemas pessoais e reflexões sobre questões universais como a natureza humana, a política e a cultura.

No entanto, é importante considerar o contexto em que a obra foi escrita. Zweig viveu em um período conturbado da história europeia, testemunhando as convulsões políticas e sociais que levaram ao surgimento do nazismo e da Segunda Guerra Mundial. Sua obra reflete seu desencanto com o rumo dos acontecimentos e sua visão humanista sobre os valores que ele via ameaçados por essas circunstâncias.

O livro não apenas oferece uma visão íntima da vida e da mente de Stefan Zweig, mas também se destaca como um testemunho histórico e uma reflexão sobre as complexidades do século XX. Sua escrita eloquente, combinada com uma profundidade emocional e intelectual, torna este livro uma leitura obrigatória para aqueles interessados na vida e na obra de um dos grandes escritores do século passado.
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Anderson.Oliveira 12/09/2023

Autobiografia: o mundo de ontem: Memórias de um europeu – Stefan Zweig
As guerras têm um poder destruidor, começam de fora para dentro de cada um, com declarações, ameaças, violência, morte. Mas ela nunca para, porque lhe tira a identidade cultural a noção de pertencimento, determina que você é estrangeiro dentro do seu próprio país. Aos poucos, tentam apagar o passado, queimando livros, mas é impossível exterminar os sentimentos que estão além das páginas, o som da música impregnada na memória dos que ainda vivem.
Nessa autobiografia, Stefan Zweig relata a vida na Europa, antes e durante as duas guerras mundiais, sua vida particular, praticamente não é mencionada. Como testemunha dos acontecimentos, o autor conduz o leitor através dos fatos, onde as imagens parecem congeladas, aguardando seu relato, para o leitor poder assistir os capítulos que mudaram a História do mundo.
O desterro marcou profundamente o autor, tornando seu corpo estrangeiro da alma. O sonho de uma identidade europeia, foi enterrado pela guerra. A herança persiste, com fronteiras, passaportes, controle e uma constante reconstrução do Outro.
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Evelin 17/07/2023

Sensacional
Leitura simplesmente sensacional!!!
Conhecer um pouco mais sobre Stefan, ver seu crescimento como intelectual e homem que foi, magnífico.
Apenas leiam
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Carolina2587 23/04/2023

Quantas vidas cabem na existência de uma única pessoa?
Nem mesmo o próprio Zweig sabia responder a essa pergunta. Quantas vidas ele viveu, quantas pessoas ele foi!

Um escritor que nasceu nos áureos tempos da paz e da prosperidade, onde não se esperava que pudesse vir, junto com todo o progresso, uma sombra de guerra no horizonte tão luminoso que enxergavam pela frente. Cresceu e se moldou nesse sistema, aprendendo desde cedo a odiar todas as formas de autoritarismo. Quase sem querer, foi se tornando um escritor célebre. Cosmopolita por natureza, tinha como maior aspiração o ser cidadão da Europa, o que acabou conquistando, junto com as boas graças do mundo, só pra ver a própria vida escorregar (mais de uma vez) por entre os próprios dedos.

Gosto muito de relatos de guerra e história de pessoas que viveram as grandes guerras mundiais. Esse, em específico, acaba sendo um panorama abrangente que nos dá uma boa dimensão do quanto foi perdido. Quantas vidas e existências foram varridas da face da Terra em um piscar de olhos. Quanta cultura e genialidade foi descartada como lixo por conta do puro ódio. E o que deixamos de ser para nos tornar quem somos hoje.

Amós Oz alertou que o nosso tempo estava chegando a um ponto muito perigoso, onde estávamos esquecendo os horrores dos regimes autoritários e víamos essas bandeiras despontando no horizonte novamente. Graças a pessoas como ele e também como Stefan Zweig, temos material riquíssimo para não esquecermos nunca, jamais, em hipótese alguma, o que realmente aconteceu, como e com quais conivências. Esse homem decidido se acostumou a enxergar a perda como a única e verdadeira constante da vida. Perdeu tudo: a pátria, a nacionalidade, a Europa, o posto de escritor, o posto de pessoa humana... Preservando apenas o que aprendeu que realmente importava: a própria história de vida.

Ainda bem que ele teve a grandeza e a generosidade de nos legar essa história, mantida e alimentada com tantos sacrifícios. Temos muitas lições nesse livro. É uma aula de história, um estudo sociológico, um panorama de toda uma geração, um apanhado de como a vida foi e como chegamos onde chegamos. É uma ode incrível às artes e a à cultura, aos grandes mestres, à liberdade e ao pensamento crítico e autônomo. Um retrato do mundo de ontem que ajuda a entender o de hoje e, acima de tudo, a proteger o que temos hoje.

Para ler e reler. Virou dos meus preferidos da vida, com certeza.
Alê | @alexandrejjr 12/05/2023minha estante
Belíssimo texto, Ana Carolina! Agradeço por compartilhá-lo conosco aqui do Skoob.




Cris 26/03/2023

26.03.2023
Adorei conhecer um pouco mais sobre esse grande escritor. Quero ler mais sobre a época em que veio morar no Brasil, pois nessa autobiografia há poucas passagens. Deve ter sido difícil deixar sua pátria, tudo que conquistou, as amizades, a família, pois quando sua mãe faleceu não pode estar junto dela devido às restrições impostas por Hitler.
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Alan kleber 13/02/2023

Um livro escrito por um dos grandes da nossa civilização.
"Algo novo começava, um novo tempo, mas quantos infernos e purgatórios ainda teriam que ser atravessados até se chegar a ele."

"O sol brilhava intensamente. Ao voltar para casa, vi de repente diante de mim a minha própria sombra, assim como via a sombra da outra guerra atrás da atual. Durante todo esse tempo, essa sombra não saiu mais do meu lado, ela envolveu cada um dos meus pensamentos, de dia e de noite; talvez seus contornos escuros também estejam em algumas folhas deste livro. Mas toda sombra é, em última análise, também filha da luz. E só quem conheceu claridade e trevas, guerra e paz, ascensão e decadência viveu de fato."

Na obra-prima, "O mundo de Ontem", Zweig nos lembra de com a vida é preciosa e da importância de viver com paixão e propósito.
Como austríaco, judeu, escritor, humanista e pacifista, Stefan Zweig esteve sempre onde os incontáveis abalos que atingiram seu tempo foram sentidos de maneira mais violenta. Perdeu a Viena de sua juventude para a Primeira Guerra Mundial, a Áustria de sua maturidade para Hitler, a Europa de sempre para a Segunda Guerra. Exilado no Brasil, definitivamente arrancado de tudo o que fora e formara seu mundo, ele faz dessas memórias um retrato lúcido e comovente de uma geração.
Era como se eu estivesse viajando no tempo ao ler essas memórias. O estilo de escrita de Zweig é tão vívido e evocatico; parece que estamos vivendo na mesma época que ele viveu. As histórias contadas por ele no decorrer da leitura levam a um lugar e uma ?poca diferente e mostram a beleza de como era a vida ali. Anos dourados de expressão artistica onde as mulheres começavam a conquistar a liberdade até então inédita e a muito ansiada, as relaç?es entre os sexos começavam a sair do véu da falsidade e da hipocresia que as geraç?es anteriores pseudo-moralistas exigiam.
E veio a guerra e destruiu todo o progresso que estava sendo construído com calma e de maneira ordenada. E o que sobrou foram os escombros daquele mundo de antes.
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Mari 18/01/2023

Irretocável
Iniciei a leitura deste livro com o desejo de aprofundar meus conhecimentos sobre a Europa nos períodos anteriores e imediatamente posteriores as grandes guerras mundiais. Após a conclusão da leitura posso dizer que meus desejos foram satisfeitos e minhas expectativas superadas, encerro essa obra apaixonada pela escrita de Zweig e ansiosa para ler mais do autor. Se trata de um livro envolvente que nos prende do início ao fim. Durante esta trajetória é impossível não traçar paralelos sobre o que estamos lendo e alguns fatos observáveis em nosso cotidiano. Desta forma o livro também me serviu como um alerta, precisamos estar atentos a todos os eventos que nos rodeiam por mais insignificantes que pareçam para que horrores como os vividos pela geração de Zweig não se repitam.
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Marina 08/09/2022

Um bom livro de um grande escritor. Painel sensível de um modo de vida civilizado destruído pelas duas guerras mundiais. Vale a pena lê-lo.
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Samanta 06/07/2022

Que livro fantástico!
"Tão diferente é o meu hoje de qualquer dos meus ontens, minhas ascensões e minhas quedas, que às vezes me parece que vivi não uma única existência, mas várias, inteiramente diferentes entre si. Pois muitas vezes, quando digo, desatento "minha vida", sem querer me questiono: "Qual vida?" A de antes da Guerra Mundial, a de antes da Primeira, a de antes da Segunda ou a vida de hoje?"

Stefan Zweig perdeu a Viena de sua juventude para a Primeira Guerra Mundial, a Áustria de sua maturidade para Hitler, a Europa de sempre para a Segunda Guerra. Exilado no Brasil, definitivamente arrancado de tudo o que fora e formara o seu mundo, ele fez destas memórias um relato lúcido e comovente de uma geração.
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Francisco240 29/04/2022

Que linguagem majestosa
Stefan Zweig, foi um judeu que emigrou de sua terra natal, Hungria, para se salvar do holocausto nazista e desintegração da saúde intelectual que se deteriorava desde a ascenção de Adolf Hitler; tal qual fez com que toda sua obra em língua alemã fosse queimada.
Um relato impressionante de uma juventude de muita leitura e reflexão que foi digna da formação intelectual do homem mais traduzido do mundo na decada de 1930.
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