Ronda da noite

Ronda da noite Patrick Modiano




Resenhas - Ronda da noite


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Biblioteca Álvaro Guerra 23/01/2024

O ventre de Paris é uma selva listrada de néons multicoloridos ao seu redor , caixotes de legumes derrubados e sombras que carregam gigantescos pedaços de búfalo .Alguns rostos macilentos e atrevidamente maquiados surgem por um momento e logo desaparecem .De agora em diante tudo é possível .Você será recrutado para as mais sórdidas tarefas antes que acertem definitivamente suas contas .

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788532501578
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Daniel Andrade 12/12/2022

Confuso, mas ok.
Gostei mais de Dora Bruder. Confesso que, em alguns momentos, eu estava completamente perdido na sequência temporal ou de quem era quem. Depois, da página 80 até o final, ficou bem mais razoável o entendimento. Livro bem ok, provavelmente será relido em alguns anos e provavelmente gostarei mais.
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Mauro.Carvalho 26/01/2022

Invadindo a psiquê de um agente duplo
Nesta obra, Patrick Modiano nos transporta ao tempo da invasão da Alemanha Nazista à França, dando vida a um agente duplo, apenas nomeado durante o livro por pseudônimos, infiltrado na Resistência e na Gestapo.
O início do livro é um pouco mais complicado de compreender, mas o avançar da história vai nos situando quanto ao estado de coisas, à relação entre as personagens e o comportamento do protagonista.
As fraquezas morais, o caráter suscetível e certa indiferença tornam o agente uma figura desprezível, mas também enigmática. O peso da traição toda hora o corrói, mas ao mesmo tempo o enreda.
Um livro excelente! Muito recomendado!
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Bruno Paccini 20/06/2020

Engata no final
Confesso que achei meio complicado a primeira metade do livro , mas quando ele passa a se concentrar muito mais na história do personagem principal que nos nomes e fatos isolados dos personagens, o livro se torna o que se espera de
Modiano: Uma obra prima.
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Mario Miranda 06/12/2019

Dentre todos os livros que li do Modiano, este talvez tenha sido um dos menos interessantes, o que não desqualificada a obra, mas enaltece toda a bibliografia já realizada pelo autor.

Modiano trabalha com um dos tópicos mais sensíveis aos Franceses: o período da ocupação Nazista e a relação dos Colaboracionistas. Um jovem Parisiense - um alguém - decide inicialmente apoiar um grupo de colaboracionistas composto pela escória da sociedade francesas - toxicômanos, funcionários públicos demitidos, ex-criminosos - intencionando ganhar dinheiro. Sem adentrar psicologicamente no ideal de ser colaboracionista, o personagem é apenas um mercador que busca o lucro independente do sentido do seu trabalho.

Sua última missa é envolver-se em um grupo da Resistência que objetiva realizar atentados contra Colaboracionistas. Cada grupo oferece a ele, como missão, espionar o outro lado. E nesta situação de Dupla-Espionagem, o personagem personifica valores Travestidos, Hermafroditas, sem ter plena certeza de qual dos dois lados ele apoiará. Este homem-duplo decide, por fim, unir os seus dois lados e uma derradeira ação sua.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br
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Julio.Argibay 26/10/2017

Ronda
Um dos primeiros livros do autor. Eh um pequeno conto, abarrotado de personagens. A trama eh desenvolvida na Franca, antes da Guerra. Vale a pena ler.
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Higor 25/05/2016

O voo da mariposa suicida
Patrick Modiano é um autor difícil de ser lido, apesar de toda a aparente simplicidade abordada em seus livros, e ler 'Ronda da Noite' foi um grande desafio, ainda mais levando em consideração o fato de esse ter sido o terceiro dele que li.

As conhecidas caminhadas por Paris estão aqui, assim como os devaneios quase que desenfreados e as lembranças da França na Segunda Guerra Mundial, mas a maneira como o autor trabalha com o costumeiro enredo em 'Ronda da Noite' causa muito estranhamento, e não é uma boa porta de entrada para quem irá lê-lo pela primeira vez.

Temos um personagem não nomeado (a questão da identidade) que vive em tempos de caos, pois a França não é mais considerada Cidade-Luz (a França da 2ª Guerra Mundial). Nosso protagonista vive imerso em pensamentos e devaneios (as memórias do passado), questionando o porque de sua vida não ter dado certo, ou tê-lo levado até onde se encontra (a moral, também trabalhava pelo autor, como sempre). Seria mais livro incrível e simples, porém poderoso, se não fosse pela técnica inicial.

Nas 60 primeiras páginas todas as informações são jogadas ao leitor, sejam elas pensamentos, nomes de personagens ou lugares, ou então o tempo, se presente ou passado. Absorvemos todas as informações, mas não sabemos o que fazer com elas. Eu particularmente reli as 60 páginas duas vezes para tentar me localizar, mesmo sabendo que essa era a intenção do autor. Um leitor menos experiente ou impaciente certamente abandona o livro nessas páginas.

Mas as respostas vêm? O leitor vai descobrindo aqui que o protogonista tem codinomes (a mesma questão da identidade), assim como nos apresenta a sangrenta, pobre e suja Paris (a mesma França da 2ª Guerra Mundial). Os pensamentos e devaneios (as memórias do passado) explicam muita coisa e trazem frescor e alívio ao leitor, que não se encontra mais perdido, diferente do personagem, que se questiona aqui e ali como é ser um traidor, um alcaguete, como ele mesmo se denomina (a mesma moral).

'Ronda da noite', por conta da própria construção de enredo e tamanho, não é o tipo de livro que permite saber muita coisa, até porque faltam poucas páginas e ainda não chegamos a tudo o que é revelado na sinopse. Vagamente falando, é sensato dizer apenas que o livro fala sobre um homem que trabalha ao mesmo para a Gestapo e para a Resistência, durante a Segunda Guerra. Um plot incrível!

Enfim, parece que o livro é dividido em duas partes, uma ruim e confusa - e enganosamente necessária - enquanto a outra é fluida, limpa, serena até. Um livro de Modiano que leriamos e identificaríamos de longe, sem sequer consultar o nome do autor na capa. A técnica usada pelo autor, embora com boa intenção, não foi muito agradável, nem sufocante no bom sentido ou que atiça a curiosidade do leitor. Pelo contrário: entedia, cansa, chateia.

Quando as coisas são esclarecidas, o leitor fica, sim, chocado, não por conta do bom mistério, mas por conta da satisfação em saber que as páginas ruins passaram e que, mesmo com pouco mais de 30 páginas, enfim entenderemos a confusão inteira. E as 30 páginas serão poucas para satisfazer o leitor que encarou outras 60 esperando mais coisas.

Modiano já escreveu outros livros com o conhecido mistério sem precisar ser difícil, confuso e incompreendido, e, embora 'Ronda da Noite' seja um bom livro, não é o melhor, muito menos o primeiro a ser lido por quem quer conhecer o autor. Talvez a última obra, quem sabe. 'Dora Bruder', principalmente, e 'Para você não se perder no bairro', por exemplo, são muito bons, que mexem com o leitor e faz querê-lo correr para a livraria e comprar mais um livro de Modiano.

Mas com este não. Com este livro, o seu segundo publicado, Patrick Modiano mostra que é o bom autor que eu conheço, mas com ideias que precisam (talvez foram) lapidadas para encontrar a escrita ideal que eu apreciei. A fórmula, o enredo, o esqueleto está lá, como em todos os livros, o que mudou foi a técnica. Simples assim.

Esta resenha faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: http://leiturasedesafios.blogspot.com
Rose 01/10/2019minha estante
Que bom que li sua resenha, pois estava prestes a abandonar a leitura. Tenho Dora Bruder também e, agora que li sua resenha, deveria ter começado por ele... enfim.... estou apenas nas primeiras 53 páginas. Abraços.




CARLINHOS 07/02/2016

Ronda da Noite
Eu não gostei! Não aprecio este
Tipo de escrita em que as idéias são colocadas como se fosse tudo que viesse à cabeça sem fazer tanto ou qualquer sentido. Mas para quem gosta...
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Renata (@renatac.arruda) 02/07/2015

Ronda da Noite
Durante a primeira metade da novela, a narração é quase em fluxo de consciência, o que se encaixa perfeitamente na atmosfera onírica de Ronda da Noite, mas não proporciona nenhuma base para o leitor se firmar, fazendo com que o leitor se sinta confuso e demore a entender a trama. Uma vez que esta é compreendida, o leitor consegue perceber a inteligência com que Modiano engedrou seus disfarces, usando a repetição como um dos recursos da sua prosa fluida e em vez de tentar desenvolver o protagonista, fez com que o próprio se revele mais e mais conforme a trama avança.

Continue lendo no Prosa Espontânea:

http://www.prosaespontanea.blogspot.com.br/2015/06/ronda-da-noite-patrick-modiano.html
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 02/07/2015

Denso e incômodo, mas recompensador
Segunda Guerra Mundial. Ocupada pelos nazistas, Paris é mórbida, sombria; é este o cenário em que um jovem sujeito se arrisca em um jogo que já sabe perdido: trabalha para a Gestapo e para a Resistência, simultaneamente.

Casas abandonadas, as pessoas deixavam Paris – já longe de ser a Cidade Luz de outrora. Pessoas estranhas, lugares também estranhos, luxos em contraste gritante com os tempos difíceis de guerra. Literalmente jogado neste ambiente, ao leitor tudo parece confuso e de compreensão dificultosa no início. Assim, meio que sem se dar conta, nosso narrador-protagonista acaba por colaborar com os gangsteres da Gestapo francesa denunciando pessoal da Resistência, enquanto participa da convivência – regada a bailes e bebidas caríssimas e exclusivas – na casa abandonada que o grupo tomou para si.

Contudo, também sem muito prever, ele vai parar no interior da O.C.S. (Organização dos Cavaleiros da Sombra), um grupo de sonhadores, idealistas que viriam a se tornar membros da Resistência. Infiltrado em ambos os grupos, ele faz o transporte de informações exatas e valiosas.

Sabemos muito pouco dele. Mergulhando em flashbacks, as coisas vão adquirindo algo – ainda que pouco – de nitidez e começamos a compreender a situação em que ele se encontra. Apelidado de Swing Troubadour por um dos grupos e de Princesa de Lamballe por outro, ao longo das páginas ele assume que, mais que um agente duplo, é na verdade um agente triplo: trabalha para os dois lados e para nenhum. É indiferente a praticamente tudo, uma vez que a dor o tomou por completo. “Menino de futuro”, pensa bastante na mãe que, a tal altura, já havia deixado a cidade e partido para Lausanne.

À parte as lacunas, nos vemos diante do ser humano por trás disso tudo. Circulando num Bentley por uma Paris esvaziada e sem cor, os bolsos cheios de dinheiro, o narrador sabe que seu fim se aproxima – chega mesmo a se perguntar como será seu assassinato. E, comparando-se a Judas, não espera por uma absolvição ilusória. O tom é sempre de uma decadência vertiginosa; o foco reside na dualidade: a consciência versus a indiferença perante o momento e a situação vivida. Ao mesmo tempo, a vida dupla lhe causa dor, sofre pela traição e confere a si próprio a vocação para as atividades suspeitas.

Escrito com maestria, não demora muito para nos percebermos diante de uma diminuta (no tamanho) obra-prima. Porém aviso que a leitura não se faz de maneira assim tão simples: como disse há pouco, leva umas boas páginas até nos situarmos e embalar-nos pelo ritmo da trama. O processo todo é recompensador: além de testemunharmos uma Paris diferente, escura – as descrições da cidade ocupada são de uma beleza triste –, ficamos um bom tempo com os resquícios da carga psicológica do protagonista.

Pertencente à “Trilogia da Ocupação”, composta por dois outros títulos não lançados por aqui, Ronda da Noite é denso e difícil de ler sem experimentar certo incômodo. Desesperançoso, o livro aponta a incerteza quanto àquilo que alguém pode vir a ser, e, com melancolia e culpa, lembra a todo instante um destino ao qual não há possibilidade nem vontade de se escapar.

LEIA PORQUE...
Abrir um livro de Patrick Modiano (Nobel de Literatura 2014) é uma experiência singular. No caso de Ronda da Noite, vale pela temática (Segunda Guerra, ocupação) e pela dimensão humana, tão individual e específica, da situação narrada.

É interessante mencionar também que o livro foi inspirado na história real dos colaboracionistas Henri Lafont e Pierre Bonny.

DA EXPERIÊNCIA...
Não é um livro fácil, fato; mas devo dizer que fui conquistada por esse peso, pela densidade da trama, e também desafiada pela percepção algo confusa do início (a sensação nas primeiras páginas é bem essa de “cair de paraquedas”).

FEZ PENSAR EM...
“Swing Troubadour”, de Charles Trenet, canção cujos trechos se espalham durante todo o livro.


site: http://livrolab.blogspot.com
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Lina DC 15/04/2015

É incrível como alguns autores conseguem em poucas palavras colocar tanta força e significado em seu texto. "Ronda da Noite" faz parte da chamada “Trilogia da Ocupação”, composta ainda pelos romances La Place de l’Étoile (1968) e Les Boulevards de Ceinture (1972). A história se passa na França durante a Segunda Guerra Mundial, onde um jovem narrador anônimo conta como é a sua vida de agente duplo. Ser informante da Gestapo da Resistência. Segundo o narrador, ele se vê encurralado nesse papel e começa a divagar sobre sua culpa e tenta apaziguá-la ao ter dois protegidos: Coco Lacour e Esmeralda.
Durante toda a leitura, temos uma visão bem caricaturada dos personagens. O senhor Philibert, o Khédive e tantos outros, apresentam características exaltadas, como seus gostos caros e dispendiosos, as orgias e a falta de preocupação com o sofrimento da população.
Essas caricaturas representam uma boa parte da sociedade da época, o que leva ao leitor a uma grande reflexão da condição humana.

"O disco para. Eles se espalham sobre os divãs, as almofadas, as poltronas. Méthode abre uma garrafa de conhaque. Os irmãos Chapochinikoff saem da sala e reaparecem, com bandejas carregadas de copos. Lussatz enche-os até a boca. "Brindemos, caros amigos", propões Hayakawa." (p. 12)


site: http://www.viajenaleitura.com.br/
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spoiler visualizar
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Descontrolados 03/04/2015

Arrebatadoramente amargo!
Arrebatadoramente amargo! É assim que posso definir o que o leitor encontrará nas 122 páginas deste, que foi o segundo livro da carreira do escritor francês Patrick Modiano. Quando publicado em 1969, Ronda da Noite causou certo burburinho por ter personagens inspirados em pessoas reais, especialmente os agentes da Gestapo, Henri Lafont e Pierre Bonny, aqui representados pelos personagens Khédive e Philibert.

Ambientado no período da Segunda Guerra Mundial, Modiano remete o leitor à França, ocupada pelos nazistas. Sob os olhos do protagonista, que permanece anônimo praticamente até o final da trama, somos levados pelas ruas de Paris, testemunhando um cenário obscuro e caótico, tomado por personagens da mais baixa camada da imoralidade: golpistas, aproveitadores, punguistas, assassinos e prostitutas.

O protagonista é um jovem fraco e egoísta, sem grandes convicções. No entanto, quando se vê na função de agente duplo, agindo como informante da Resistência e da Gestapo, se sente moralmente e mentalmente abalado, passando a questionar qual era de fato seu papel neste jogo de gato e rato: herói ou traidor? Vítima ou carrasco? Como válvula de escape e em busca de redenção, ele canaliza seu instinto protetor à dois excêntricos personagens: Coco Lacour e Esmeralda, um idoso cego e uma criança abandonada, que surgem e desaparecem na trama durante os devaneios morais protagonizados pelo narrador.

O texto é marcado pela ambiguidade, com longos parágrafos, sem divisão de capítulos e com uma narrativa não linear, que se alterna entre a terceira, segunda e primeira pessoas, com passado e presente se mesclando, sem que se tenha certeza acerca do futuro do narrador, que tanto pode ser um sobrevivente, como um protagonista de uma história fictícia. No início, essas transições podem causar estranheza ao leitor, especialmente nos momentos em que a própria narrativa é atropelada pela mudança de perspectiva.

Uma característica interessante desta obra de Patrick Modiano são os interlúdios musicais, presentes ao longo de toda a narrativa. Por vezes, músicas francesas e alemãs da época, como “Swing Troubadour” (Charles Trenet) e “Nur nicht aus Liebe Weinen” (Zarah Leander), se inserem em meio a narrativa como co-protagonistas do caótico cenário que o protagonista anônimo nos apresenta.

Ronda da Noite faz parte da chamada “Trilogia da Ocupação”, composta ainda pelos romances La Place de l’Étoile (1968) e Les Boulevards de Ceinture (1972). Recomendo, assim como Flávio Izhaki (carioca, autor de “Amanhã não tem Ninguém” e que assina o posfácio desta edição), que leiam o livro de uma só vez, preferencialmente, em uma noite escura e silenciosa, tendo como companhia apenas a luz de uma luminária de mesa ou uma lanterna, para ampliar sua experiência de imersão no cenário caótico, sombrio e degradante que Patrick Modiano nos proporciona nesta narrativa estupenda!

Para finalizar, irei parafrasear a velha canção de Charles Trenet, que ficou impressa em minha mente durante e após a leitura de Ronda da Noite:

Tudo acabou, não mais passeios
Nem primaveras, Swing Troubadour

site: http://programadescontrolados.com.br/?resenhas=resenha-ronda-da-noite-de-patrick-modiano
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