Um amor

Um amor Dino Buzzati




Resenhas - Um Amor


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Jessica.valcaci 04/04/2024

Amar verbo intransitivo
Amar é estar em dor constante uma melancolia sem o seu amado e o tempo voa quando estão ao lado, paz calmaria e tranquilidade no saber, encontrei alguém e até na fila do pão sabem que eu encontrei esse alguém, já dizia o Marcelo camelo em o último romance. Bem, mas dito tudo isso o amor aqui em ?um amor? parece ser um eterno jogo melancólico de sedução entre um homem de classe média alta, de meia idade Antônio e Laide, uma Jovem prostituta com um passado bem triste que a faz ser sedutora, irresistível e manipuladora em sua profissão, até a construção e cura de seus bloqueios com o amor de Antônio. Não se enganem o livro não é um romance meloso , bobo ele parece ser a princípio, mas carrega tonalidades melancólicas que fazem ser um texto angustiante em cada página que passamos até fim da História de amor entre esses dois personagens.
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mrajau 17/03/2024

Arte e realidade
Antônio Dorigo, dito um burguês, se envolve com Laide, uma puta. Do encontro pago, a coisa descamba para uma remuneração em que ele almeja comprar não só o corpo, mas a atenção e a alma da sua amada. Se apaixona, ou ao menos se diz apaixonado. Um drama da vida real. Realmente nas relações afetivas tortuosas há esses personagens, gente querendo tirar proveito de gente. Um livro muito bom, com narrativas sobre estados psíquicos que chegam exalar cheiro.
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Carlos588 15/03/2024

"Fogo que parou de arder, nuvem que se fez chuva e que agora se esvaiu, música que chega ao acorde final que outros acordes advenham, cansaço vazio. Solidão"
O que é a obsessão se não idolatria do coração? Se é isto o amor que jamais amemos!

Antônio Dorigo, recluso e sempre distante emocionalmente das mulheres, encontra - próximo de sua velhice - o algoz de sua juventude: aquele pedaço de existência que nunca vivera e, em seu íntimo, jamais poderia deixar de viver antes da morte e que, agora, tendo a oportunidade de vivê-lo, não pode deixar escapar.

Vemos um homem obcecado por Adelaide, uma prostitua de Milão, que passa os dias seguintes de sua vida perguntando-se aonde ela mora, o que faz da vida, com quem sai, o que come, o que bebe, do que desgosta.

Alguém que sempre considerou as mulheres de uma casta quase divina por causa de sua educação conservadora em demasia que tratava o sexo como tabu, como algo desprovido de pudor e recheado de imundície.

Quando, no entanto, descobre que muitas mulheres - outrora tão angelicais - entregavam seus corpos por míseras cinco mil liras, ele não pôde aguentar.

O objeto de sua adoração fora maculado e isso, sem dúvidas, era o maior dos pecados.

Como poderia - pensava ele em sua doentia mente - tais mulheres entregarem-se a tão imundos homens por tão pouco e, quanto a mim, intelectual que sou, rico como sou, aristocrata e burguês socialmente aceito, sequer dirigirem o olhar?

Certamente, Um Amor de Dino Buzzati poderia ser traduzido, em tom musical, por Pretty Woman de Roy Orbinson.

É dessa obsessão, dessa adoração manchada, dessas deusas maculadas, que se trata esse livro.

A loucura, advinda de não poder aceitar se pior do que outros homens e não ter posse sobre as mulheres que se vendem, a ira, a raiva, o medo, a angústia, a tristeza, mas também a juventude, sim, a juventude de um homem nos últimos anos de sua virilidade e que descobre ser inevitável o fracasso de sua conquista sobre o sexo oposto, o ego fragilizado por não ser "macho".

Essa obsessão que é fogo que parou de arder, nuvem que se fez chuva e que agora se esvaiu, música que chega ao acorde final, para citar o autor.

É daquele sentimento que nos faz admirar uma paisagem e pensar na pessoa amada.

É disso que se trata Um Amor: adoração maculada, ego ferido e medo, sobretudo medo, da juventude que logo se encerrará.

Favorito, certamente.
AliJu 15/03/2024minha estante
Lindíssima essa capa!


Carlos588 15/03/2024minha estante
Deveras cara! Tenho um carinho por esse livro porque foi um dos primeiros que peguei na biblioteca da cidade. Infelizmente, não consegui conclui-lo na época e demorei muito para lembrar o nome dele.




Jhol.ramos 25/02/2024

O livro me surpreendeu positivamente! Me trouxe bastante insights sobre as várias facetas do amor, da paixão, da sua obscuridade e sobre tudo, o relato quase autobiográfico do autor sobre o seu próprio processo de ter se apaixonado por uma mulher que trabalhava com os prazeres da noite. Vale muito a pena a leitura.
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Mike Willian 10/07/2023

Bem chatinho.
Foi meu primeiro contato com o autor. Por hora, foi o ultimo também.

O Dino não escreve mal, de forma alguma, estou inclinado a aceitar que eu mesmo é que não tive paciência para apreciar a obra.

A história em si, não prende em nada. Quer dizer, o suspense sim... mas o desenvolvimento é extremamente lento, repetitivo, desinteressante... Tudo gira em torno de Drigo, é narrado em terceira pessoa, mas a imersão na mente do protagonista é angustiante. Drigo já é um homem de meia idade que, por ter bastante dificuldade ao se aproximar das mulheres, opta por satisfazer-se apenas por meios menos ortodoxos e acaba por se apaixonar por uma garota de programa chamada Laide.

Daí em diante meu amigo, é só crise de ciúme, depreciação, divagações, abusos psicológicos e humilhação. Por um lado, acredito que o autor queira que o leitor se compadeça de Drigo, por outro, não faz o menor sentido apiedar-se do pobre protagonista. Não pelo fato do mesmo ter se apaixonado por Laide, mas pela simples questão de que no desenvolvimento da trama, percebermos que tudo gira em torno na realidade é de uma obsessão para com a garota, que por sinal, não tem nada demais. Trata-o como lixo o tempo todo.

O auge da leitura foi um dialogo já pro finzinho, que Drigo tem com uma colega de Laide que se chama Piera, também garota de programa, que pareceu ser a mais sensata de toda a história e ainda assim, como ela mesma diz ao se por a chorar, ser uma desgraçada. rs

Sinto ter absorvido a história, sem ter sido saciado. Nada me foi acrescentado à não ser a sensação de cumprimento com minha programação e meta de leitura. Não é o pior livro do mundo, mas nesse momento julgo ter sido uma leitura extremamente dispensável. Não indicaria.
Mike Willian 11/07/2023minha estante
+ Ontem, discutindo com um amigo a despeito da obra, ele destacou a questão do cenário social da época em que a história foi construída. Achei interessante refletir melhor, porque nunca levo isso em consideração. O livro acabou ganhando alguns pontos pela construção e narrativa. Passei a ver a jornada de Drigo como uma elucidação do sentimento de posse e objetificação da mulher e o percurso trilhado até o discernimento que temos atualmente. Enfim, passei a enxergar a obra com maior "carinho", porém não vou alterar minha avaliação e permaneço sem recomendar. rsrsrs




voandocomlivros 23/01/2023

Buzzati é um autor meticuloso, ele gosta da sinceridade mesclada com a poesia. É assim que ele disseca até o mais inocente dos sentimento, oferecendo ao leitor o que parece ser uma crua exposição do amor, em toda a fragilidade e angústia de suas vãs ilusões, mas também no mistério mágico que contrasta com o tédio, a solidão, e a passagem do tempo.


Ler Buzzati não é apenas ter contato com uma história. Ler Buzzati é um convite a degustação mais plena de sensações que se solidificam em palavras palpáveis. Suas obras vão muito além do enredo, proporcionam vivência, e um olhar interno e reflexivo que causa espanto.


❤ "O amor? É uma maldição que cai sobre nós e à qual é impossível resistir."


"Um amor" trata de um romance pesado e obsessivo onde tudo é ambíguo. A começar pela Milão dos anos 60 que é o pano de fundo da história: resplandecente, vivaz e luxuosa, mas logo se torna cinza, suja e macilenta. Essa figura do duplo também é encontrada entre as personagens principais: Dorigo, um cenógrafo de cinquenta anos ainda sozinho, imerso em seu mundo confortável, calmo e reconfortante, mas que por timidez e inadequação com as mulheres, satisfaz seus apetites sexuais com prostitutas; E Laide, uma jovem garota de programa, ex-bailarina de aparência exuberante, inocente e asseada, com seus caprichos, subterfúgios e inverdades.


"No entanto, também se pode ser criança aos cinquenta, completamente indefeso, confuso e assustado como um menino que se perdeu na escuridão do bosque. A inquietação, a sede, o medo, o abatimento, o ciúme, a impaciência, o desespero. O amor!"


O amor irrompe de forma inesperada e devastadora na vida de Dorigo, destruindo seu equilíbrio e sua dignidade, mas não sua falsa respeitabilidade. As humilhações, suspeitas e tormentos desse sentimento não correspondido perturbam sua existência inerte e pálida, roubam-lhe o sono e a serenidade, mas ao mesmo tempo o fazem sentir-se autenticamente vivo pela primeira vez. Dorigo está perdido em seus sentimentos, e nós, leitores, nos perdemos com ele, nos ressentimos, nos questionamentos e também quebramos a cara (pelo menos comigo foi assim, levei muitos tapas no fim dessa história).



"Um Amor", além de ser um romance, lindamente escrito, sobre um amor desesperado e de mão única (será que todos não são assim?), e por isso ainda mais intenso. É também um presente que Buzzati nos deixou, com um grito, um verdadeiro apelo para que não deixemos nossa vida passar em vão, que possamos aproveitá-la ao máximo, simplesmente VIVENDO!


"Subitamente entendeu o que lhe diziam, entendeu a significação desse mundo visível, diante do qual só se consegue dizer "que lindo!" e algo imenso nos invade a alma. Em toda a sua vida nunca procurou uma explicação para aquilo. Quantas vezes não ficara admirado diante de uma paisagem, de um monumento, de uma praça, de um jardim, do interior de uma igreja, de uma rocha, de uma trilha, de um deserto. Só agora finalmente, descobria o segredo.

Um segredo muito simples: o amor. Tudo o que nos fascina no mundo inanimado, os bosques, as planícies, os rios, as montanhas, os mares, os vales, as estepes, e mais e mais, as cidades, os edifícios, as pedras, ainda mais, o céu, o pôr do sol, as tempestades, e muito mais, a neve, a noite, as estrelas, o vento, todas essas coisas, em si vazias e indiferentes, enchem-se de significado humano porque, sem que o suspeitemos, contêm um pressentimento de amor."


Grande beijo, um ótimo voo a todos e até a próxima!📚

site: https://www.voandocomlivros.com/post/um-amor-resenha
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Margo_livros 17/01/2023

Desvendando o amor
A escrita é única, ímpar, simplesmente poesia pura. Sabe aquelas indicações vindas de outros livros?! Esta foi assim.

Do autor li ?O Deserto dos tártaros? que, aliás, adorei ? a mesma forma de nos levar a presenciar os conflitos, questionamentos, medos, e descobertas inquietantes gerando dor na alma e mágoas.

O enredo é sobre um amor não correspondido, mas em especial como o apaixonado é trato pela sua amada.

É tão intenso que, em certas passagens, a vontade era adentrar no mundo fictício e participar efetivamente da trama.

Trata-se de uma relação conturbada com traição, sentimentos acerbados, dúvidas, ciúmes, ilusões, contudo a paz reina por curto tempo quando poeticamente descobre-se que outra sombra paira sobre os amantes, esta sem margens para ludibriar ou esquivar-se.

????????
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eri 10/01/2023

A primeira vez que leio um livro com a escrita como esta. Fiquei surpreendida em diversos aspectos em relação a este livro, não achei que fosse gostar muito.
Em muitos momentos da leitura senti uma certa raiva do protagonista, por conta da forma que ele pensa em relação as coisas, mas durante a trajetória percebi certa evolução dele.
Incrível como me senti na pele dele durante a leitura e seus pensamentos intrusivos fizeram com que o personagem se torne mais real e palpável.

gostei bastante.
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ary.s 22/12/2022

O melhor livro que li este ano!
Um Amor trás uma narrativa muito vagarosa e reflexiva, o que quase me fez por algumas vezes desistir da leitura, mas o final surpreendente compensa toda essa vagarosidade no desenrolar da história. Dino Buzzati pontuou questões importantes e inesperadas, trazendo a tona as emoções de se apaixonar, desde o cintilar no olhar até o anseio e a dor que a paixão pode trazer. Este livro, cheio de paixão, promiscuidade, vulnerabilidade e intrigas, me mostrou muito sobre o que é amar e como é amar alguém verdadeiramente.
Minha primeira leitura italiana foi inesquecível!
Um Amor é surpreendente e Dino Buzzati foi pontual e necessário.
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Claudio.Berlin 07/07/2022

Uma Grata Surpresa !!
O Amor , de Dino Buzzati,( autor de o deserto dos tártaros foi uma grata surpresa .
Antônio conhece uma prostituta, e inicia uma relação que se transforma em paixão.
Paixão doentia.
O livro se destaca pelo inferno interior de Antônio.
Apaixonado e desconfiado , amor e ódio, sofrimento e prazer .
Um intenso diálogo interior .
Devaneios , mente confusa , um martírio nesse vai e vem do pensamento.
Em determinados trechos ,a situação beira a paranóia .
Antônio é o pior cego
"E de tantas incertezas , surgiam o tormento, a agitação, a agonia "
Nesse amor um comportamento obsessivo.
Para cada lado bom de sentimento de plenitude , há um lado ruim , de sentimento de vazio
Eventualmente longos parágrafos , sem vírgula , ponto ,que representam um pensamento circular e angústia .
Sempre uma expectativa " e se isso , e se aquilo "
Um personagem vivendo um tormento .
Impressionante a facilidade do autor em descrever esse vai e vem de sentimentos, que afinal é a essência do livro .
Um livro muito intenso .
Li em dois dias
Classifiquei com cinco estrelas .
Só não dou mais porque não tem .
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regifreitas 28/06/2022

UM AMOR (Un amore, 1963), Dino Buzzati; tradução Tizziana Giorgini.

Antonio Dorigo é um solitário arquiteto de meia-idade que acaba se apaixonando por Laide, uma jovem prostituta. Essa é a trama básica deste romance. A história em si não é original - A DAMA DAS CAMÉLIAS, de Alexandre Dumas Filho, e LUCÍOLA, do nosso José de Alencar, só para citar dois dos títulos mais conhecidos, já tinham se aventurado por temática semelhante.

Buzzati desenvolve seu enredo explorando, principalmente, as fragilidades emocionais do personagem masculino. Antonio é um profissional conceituado e valorizado dentro da sua área. Emocionalmente, contudo, ele sempre evitou se aventurar em relacionamentos mais profundos. Por não se achar esteticamente atraente, acabou desenvolvendo certa timidez e insegurança, preferindo pagar por companhia feminina. Ao conhecer Laide, com seus vinte anos, Antonio acaba desenvolvendo uma obsessão pela moça, que só faz evidenciar ainda mais suas deficiências emocionais.

Laide é uma incógnita para o protagonista e para o leitor. Astutamente, Buzzati demora a desvelar as reais motivações e interesses da moça. Vista principalmente pelo ponto de vista de Dorigo durante boa parte da obra, ela pode ser facilmente vilanizada num primeiro momento, já que o autor nos deixa tão confusos quanto seu personagem. Mas existem camadas muito mais profundas que Buzzati só vai expor mais para o final da narrativa.

Se a crítica social dá uma valorizada na obra ao final, ela demora muito a acontecer. Tal recurso só demonstra como o autor tinha um material muito limitado para se estender por quase 300 páginas. As situações vividas entre os personagens tornam-se por demais repetitivas.

Uma narrativa curta, um conto ou uma novela, teriam valorizado mais o enredo e a obra.
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Rafa 13/06/2022

Extremamente mediano
O autor escrevia muito bem, isso é inegável. Porém, o livro cai na mesmice muito rápido. Dorigo, o protagonista, é um homem de 50 anos que vive uma vida digna de burguês sem grandes ambições. Seu maior hobby é ir pra cama com mulheres bem mais jovens que ele. A obra acaba se resumindo a isso, ele se apaixona por uma dessas jovens moças, Laide Affonsi, de 20 anos, que pratica balé e tem uma personalidade totalmente "jovial" e desprendida, sempre nos leva a crer que o protagonista não significa nada para a dita cuja.
É uma obra desagradável em diversos aspectos, não existe uma mensagem valiosa em nenhum sentido, apenas uma situação lamentável onde um senhor de meia idade fica se humilhando por uma garota na "flor da idade".
Talvez eu tenha errado em começar Buzzati por esse livro, a maior recomendação sempre é "O deserto dos tártaros". ?
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Sara 30/03/2022

Turbilhão de pensamentos
A narrativa do livro é na velocidade dos turbilhões de pensamentos de uma pessoa apaixonada e que vive o conflito da não correspondência . Daí sentimos o ritmo da leitura, por vezes veloz, fácil, instantânea, por vezes lenta, cheia de questionamentos, com decisões, indecisões, com resoluções que vão e voltam atrás. Que segue em frente e depois se desespera, que alivia, que se desgraça, que se contenta, que se acalma... Que reflete... Cabe td na cabeça de quem ama e também na cabeça de quem tem sentimento de obsessão... mas... Ah... Quem nunca sentiu algo assim?? Essa é a narrativa... O leitor desconfia, já sabe... Mas a gente vai seguindo pq queremos saber onde vai dar. Vale muito a pena ler e sentir mergulho!
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mononoke 11/03/2022

Um Sugardady
Consegui ler com gosto até mais ou menos a metade do livro. Ele realmente escreve muito bem, é prazerosa a leitura por seu uso especial das pontuações, você se sente tão perturbado e "girando" quanto o protagonista, mas depois das primeiras sem páginas tudo se torna algo repetitivo.
Além disso foi incomodo ler tanto sobre uma ideia doentia masculina, o livro todo é passado na visão desse protagonista obsessivo e eu, mulher, me senti bastante desconfortável.
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