O Imoralista

O Imoralista André Gide




Resenhas - O Imoralista


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NaN 17/01/2011

Um Nobel Imoral
Comecei a ler este livro me perguntando porque ele tinha ganho o Nobel de 1947, e quando terminei de ler entendi.
Este foi meu primeiro contato com o francês André Gide, já almejava ler Os Moedeiros Falsos, mas O Imoralista caiu primeiro em minhas mãos.

Miguel reune seus melhores amigos para contar-lhes sua história, do tempo em que eles estiveram distantes. No inicio Miguel está doente, e esta primeira parte do livro não é muito interessante, porém as seguintes nos mostra todas as reflexões sobre suas experiencias sobre a doença, a possivel cura, e tantas outras que se desonrolam com o enredo, focado em seu casamento com Marcelina.
Este é um livro que a todo momento eu tive de fechá-lo para tentar compreender minha própria imoralidade diante dos acontecimentos que a vida nos trás, uma frase memorável é: não se pode ao mesmo tempo ser sincero e parecer sincero. Sem citar a palavra moralidade, toda a narrativa mostra como o homem trata dessa questão.
Outro questionamento interessante é sobre a felicidade e o sentido de viver, a pergunta que o narrador faz à seus colegas e a si mesmo é se um escritor consegue viver enquanto escreve, ou a vida o atrapalha a escrever.

Com uma narrativa que te leva leve e profundamente "O Imoralista" é recheado de filosofia disfarçada no enredo. Válido para aqueles que apreciam um livro que possuí um intuito ou tão somente para quem deseja ler sem compromisso.
Rauro 14/01/2015minha estante
"Gide disse que o diabo desta vida é que entre cem caminhos, temos que escolher apenas um e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove. Pois bem: a literatura é como se você tivesse de renunciar a todos os cem..."
O encontro marcado - Fernando Sabino
http://livroseafins.com/escritor-fernando-sabino/




Gu Vaz 15/01/2023

Como vencer as imposições?
Após superar a tuberculose, Michel procura, em sua vida burguesa e caminhos já traçados, abraçar um lado muitas vezes adormecido, um pleno observador e apreciador daquilo que é visto como repugnante na sociedade francesa da época e até mesmo os dias atuais. Pederastia, homossexualidade, incesto, tudo envolto também numa fascinação pelo "selvagem" que é o estrangeiro, aquela visão do exótico pelos quais os não-europeus são vistos. As constantes viagens refletem um homem cujo espírito não consegue paz, sempre à procura de uma felicidade perpétua e genuína.
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Antonio.Junior 15/01/2022

"Como um Artista e sua Tela."
Escrevo esta resenha ainda extasiado. É indescritível a sensação que permanece conosco ao fim de uma leitura que consegue comunicar-se tão intimamente com o nosso ser. Escrevo também na intenção de tentar fazer justiça ao autor, que infelizmente não tem o reconhecimento que merece em nosso país (pelo menos até o momento, esse ano [2022] sua obra entra em domínio público, espero intimamente que esse cenário mude) e também fazer justiça a este livro, que possui, por aí, opiniões bem divergentes.
Consegui me envolver facilmente com esta leitura logo no primeiro parágrafo. A escrita de Gide é bastante minuciosa e poética, somos presenteados constantemente, durante o romance, com descrições encantadoras, não só de belíssimos, exóticos e selvagens ambientes, mas também belas e não menos selvagens psiques. Poderia muito bem se tratar de um pintor com sua tela. Embora com uma temática tão "pesada", que é a luta interna do homem com seus valores internos, o autor consegue guiar o leitor por seus parágrafos com uma extrema leveza que torna essa leitura tão fugaz (e doce) como a evaporação do primeiro orvalho pela manhã.
É essa leveza do Gide, essas pinceladas sutis do escritor, o que mais me agradou nesse romance. A "Imoralidade" está nas entrelinhas, em muitos momentos me peguei espiando-as tão avidamente quanto as próprias palavras.
Uma experiência transformadora, um bálsamo ao espírito.
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Gerson 21/10/2020

Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote depois de ter ouvido falar tanto da obra de André Gide, mas tirando um ou outro aforismo realmente muito interessante, não percebi no curto romance, parece-me que meio autobiográfico, a genialidade do autor.

Enfim, talvez eu não tenha conseguido perceber tal genialidade no enredo onde o personagem principal parece estar perdido em um conflito existencial do início ao fim e o pior sem nenhum propósito.
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Disotelo 14/04/2021

Quando a Persona Desaba
Já se passaram 15 anos desde a leitura desse livro e eu ainda guardo algo significativo dele.
Temos aqui um protagonista bastante sufocado pela persona, que, diante de situações trágicas, vê a persona desmoronando. Eu vivia um processo semelhante quando o li, por isso mesmo ele foi tão marcante pra mim, nota-se que o autor tem um entendimento profundo desse tipo de experiência psicológica, inclusive, ele mostra os perigos disto e vai até as últimas consequências nesse mostrar, não devemos entender como uma apologia ao comportamento do personagem, mas sim como um alerta "seja você mesmo, mas seja com moderação para não se tornar um monstro"
Fora isso vale dizer que a escrita do Gide é muito boa, não é difícil de ler e ele é do tipo de autor que sabe construir frases marcantes, do tipo que fica na sua cabeça após o término do livro.
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Mary Maia 29/11/2021

Leitura cansativa
Sinceramente eu não curti essa leitura. Achei maçante e tive que fazer um exercício enorme para dar continuidade.
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Mozart 02/05/2021

Andre Gide neste livro contou alguns detalhes de sua vida .
E um relato de um homem que prometeu ao pai que casaria, e assim o fez, mesmo sabendo que não seria feliz.
Michel teve um matrimônio de aparências com Marceline . Saia só em algumas noites, saia para saciar seu desejo sexual com outro homem, isto com a ciência de sua esposa.
Quando Marceline ficou tuberculosa fizeram o inverso da viagem de lua de mel até o Marrocos onde depois de um período ela falece.
A partir deste momento Michel começa a viver uma vida mais modesta no Marrocos,sem cobranças e sem nenhuma promessa . Vive ao lado de um jovem marroquino. Vive feliz.
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Paulinho 22/03/2020

Ménalque vale a leitura.
Infelizmente a edição da Nova Fronteira, que se diz Edição Especial e Limitada, Coleção Clássicos de Ouro, e não possui um único texto de apoio, nenhuma introdução, nenhum posfácio, nada. Um livro de 1902, que com certeza rende ótimos artigos e análises, em uma edição pífia. Falando do livro em si, achei as reflexões interessantes, mas a ação repetitiva, único personagem que me ganhou e que valeu a pena a leitura do livro é o Ménalque. Faltou ao Michel coragem para ser imoralista, várias vezes as reclamações do protagonista parecem da ordem de "white people problems".
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AntAnio.Peneda 29/06/2022minha estante
Gostei do seu comentário.

No entanto, o livro tem tiradas interessantes...

Cheguei rapidamente à conclusão de que as coisas consideradas as piores (a mentira, para não citar outras) só são difíceis de fazer enquanto não foram feitas; e ainda mais que elas se tornam facilmente cómodas, agradáveis, boas de repetir e, com o tempo, naturais.

Como seria a descrição da felicidade? Só se pode contar aquilo que a prepara, e o que a destrói.

Não se pode, ao mesmo tempo, ser sincero e parecer sincero.

É preciso deixar que os outros tenham razão, porque isso os consola de não terem outra coisa.

- Desculpe-me - disse ele -, mas quase nunca bebo.
- Tem medo de se embriagar?
- De modo nenhum. Mas considero a sobriedade uma embriaguez mais poderosa; conservo com ela a lucidez.
- E dá de beber aos outros?
Ele sorriu. - Não posso exigir de cada um as minhas virtudes. É já tão agradável encontrar nos outros os meus vícios?

Procuro na embriaguez uma exaltação e não uma diminuição da vida.

Quantos homens que afirmam não devem a sua força à sorte de só terem sido compreendidos pela metade!

Saber libertar-se não é nada, o difícil é saber ser livre.

Mas como as frases ficavam pálidas comparadas com os atos!

O que existe em cada um de diferente é precisamente o que ele possui de raro, o que faz o seu próprio valor; e é isso que se procura suprimir. Imita-se. E pretende-se amar a vida!

A agorafobia moral é odiosa; é a pior das covardias.

Eu, que antes só achava gosto no passado, senti-me um dia embriagado pelo súbito sabor do instante; mas o futuro nos desencanta da hora presente, mais do que o presente nos desencantou do passado.

Sabe o que faz da poesia moderna, e sobretudo da filosofia, letras mortas? É que elas se distanciaram da vida.

Saudades, remorsos, arrependimentos, são alegrias de outrora vistas de costas.

Que pode o homem ainda? Eis o que me importava saber. O que o homem disse até agora é tudo o que ele poderia dizer? Não teria ignorado qualquer coisa de si mesmo? Não lhe resta senão repetir?

Tenho horror às pessoas honestas. Se nada tenho a temer de sua parte, nada tenho também a aprender. E elas também nada têm a dizer?
Honesto povo suíço! De nada lhe vale comportar-se bem? sem crimes, sem história, sem literatura, sem artes? um grande roseiral sem espinhos nem flores?

Existem alegrias fortes para os fortes, e alegrias fracas para os fracos que as alegrias fortes poderiam ferir.

A pobreza do homem é escrava; para comer, ele aceita um trabalho sem prazer; todo trabalho que não dá alegria é lamentável,

Não compreendes que o nosso olhar desenvolve, exagera em cada um o ponto no qual se fixa, e que fazemos com que ele se transforme no que queremos que seja?

Terra (árabe) em que se descansa de obras de arte. Desprezo aqueles que só sabem reconhecer a beleza já transcrita perfeitamente interpretada. O povo árabe tem isto de admirável: sua arte ele a vive, canta, dissipa-a quotidianamente; não procura fixá-la nem a embalsama em uma obra. É a causa e o efeito da ausência de grandes artistas? Sempre considerei grandes artistas os que ousam dar foros de beleza a coisas tão naturais que quem as vê pode dizer: ?Como não compreendi até agora que também isto era belo??




Marcelo 10/02/2022

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
Fazia tempo que queria ler algo de André Gide e ao ler recentemente os diários de Susan Sontag, onde ela cita muito o autor, tomei a iniciativa de ler ?O Imoralista?.

André Gide foi Prêmio Nobel de Literatura em 1947 e já havia escutado sobre a temática homossexual que permeia sua obra. Confesso que fui curioso para ver como o tema era abordado nessa época.

O livro relata a historia de Miguel, casado com Marceline. A doença de ambos é um eixo central. Na busca de um lugar melhor para recuperar a saúde e também pela felicidade, o casal passa por diversas cidades e países.

Miguel reúne seus 3 melhores amigos para abrir sua alma, contar tudo o que se passou em sua vida com Marceline e contar suas aventuras com outros homens. Apesar do amor que afirma por sua esposa, o personagem central vive a dúvida de estar com ela ou estar com jovens que passam pela sua vida. Mesmo nos momentos mais críticos da doença, deixa a esposa para se aventurar com outros rapazes.

Apesar da temática homossexual, o tema é tratado de forma bem sutil, deixando a entender o que se passa nas entrelinhas, apenas com alguns flashes e relatos um pouco mais claros.
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Camila Aranha 07/05/2023

Livro pra vida!
Eu amei esse livro!
Ele conversou demais comigo!
Como uma pessoa que enfrenta problemas com ansiedade, o Imoralista me trouxe muitas luzes que me deram conforto e me fizeram enxergar a vida de outra maneira.
Se tornou um daqueles livros que sempre gosto de retomar algum trecho ou um pedaço da leitura, de tanto que eu gostei!
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Rafael Vinícios 08/10/2021

O Imoralista - Resenha
Ainda que seja sobre um imoralista, esse livro apresenta uma história sutil e discreta. A imoralidade está nas entrelinhas. Talvez seja isso o que muitas vezes causa mais espanto. Penso que talvez tenha sido a intenção do autor.

É um traço interessante dessa obra também, ver a preferência do personagem por companhias masculinas a ponto de praticamente não encontramos personagens femininas na história. Proposital ou não, faz sentido, ainda mais no contexto da época que foi publicado.

Não tirei grandes reflexões sobre a narrativa, sobre a história, personagens e acontecimentos, mas é mais uma questão minha e minhas altas expectativas em cima do livro. Eu esperava demais e não recebi isso. De qualquer forma acho que vale a pena a leitura.
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caiohlp 02/10/2022

É a nós mesmos que menos procuramos parecer
Gide consegue a proeza de cativar seu leitor com o gritante e atemporal tema
da felicidade quebrada, aquela alegria onerosa que deixa marcas profundas, que só surge com a impossibilidade de obedecer o imperativo de ser. A manifestação dos sintomas de fragilidade e torpor são a prova cabal que essa imoral prosperidade é no melhor dos casos um repouso para quem não está cansado ou um cabresto para marcha da vida. Inúmeros empecilhos morais cobrem propositalmente essa curta e densa narrativa de refreamento e é por uma espécie de vínculo macabro que sufocamos também, mas não pela doença respiratória que acomete as personagens e sim pela vergonha de dizermos em voz alta nossos desejos mais íntimos, já que não se pode, ao mesmo tempo, ser sincero e parecer sincero. E o que sobra ? Só refugo, resquícios, resíduos dos infinitos ajustes e acertos para se encaixar, pois de nada lhe vale comportar-se bem... sem crimes, sem história, sem literatura, sem artes... é só um grande roseiral sem espinhos nem flores... mas a obra deixa claro que O Imoralista não é aquele que simplesmente subverte a padronização, como também não é o ignorante que involuntariamente assume essa postura de asfixia, mas é por natureza o ser com recursos para ponderar e razoar e que mesmo assim escolhe para si o leito de Procusto.
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Vanessa602 11/01/2023

Um clássico que se justifica
O Imoralista é um retrato da época em que foi escrito, melhor ainda: é um retrato que já arrisca explorar temas polêmicos com uma coragem que muitos autores contemporâneos não tem. A obra justifica o título de clássico, mas não sente necessidade de justificar a escolha de tais temas, nem de tomar o lado da moralidade e se afastar de si mesma pelo bem de uma possível especulação do caráter do autor. Um exemplo por si só. Bônus: a história também é boa :)
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Ingrid 18/01/2021

para passar o tempo e refletir um pouco, o livro é ótimo, porém é meio arrastado e as coisas só se desenrolam mesmo lá para o final do livro.
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