Queria Estar Lendo 25/04/2015
Resenha: Ruína e Ascensão
Ruína e Ascensão é o volume final da história escrita por Leigh Bardugo. A Trilogia Grisha ganhou o mundo e roubou corações, e esse livro é o impacto necessário para dizer adeus - temporariamente - a esses personagens.
Esta resenha pode conter alguns spoilers dos títulos anteriores.
Este terceiro livro foi o ápice da trilogia, na minha humilde opinião. Sombrae Ossos teve aquele crescimento ótimo, Sol e Tormenta foi um segundo livro maravilhoso (porque segundos livros tendem a ser mais paradões e decepcionantes e graças aos céus esse não foi o caso) e ai veio Ruína (acertaram no nome) e Ascensão pra derrubar todo o meu emocional.
O livro começa um pouco depois do fim chocante do segundo - Alina fraca e debilitada, sem os poderes por causa do confronto contra o Darkling. Os sobreviventes escondidos debaixo da terra sob o comando do esquisito e sinistro Apparat, e Ravka dominada pela figura sombria do Darkling.
Mas tem uma luz no fim desse túnel de escuridão - o terceiro ampliador, o pássaro de fogo, que pode conceder a Alina todo o poder necessário para derrotar o terrível Darkling. Entre algumas traições e acordos, eles deixam o esconderijo e voltam para a superfície com a única e perigosa missão de encontrar o pássaro de fogo antes que seja tarde demais para Ravka.
A Trilogia Grisha é toda sobre os personagens, mas, principalmente, sobre a Alina e o envolvimento dela com aquele mundo. Ela é uma guerreira, sim, mas ela é muito mais uma diplomata do que a pessoa que lidera um exército na batalha. Os três livros nunca foram sobre ação e batalhas épicas, mas sobre as consequências dessas lutas - e é isso que eu adoro na maneira com que a Leigh narra a história.
Por ser em primeira pessoa, ela poderia ficar limitada ao ponto de vista da Alina e isso seria bem ruim pro desenvolvimento, mas em momento algum você sente falta de outro POV. É tudo tão bem detalhado e as cenas são tão emocionantes, ainda que sutilmente descritas, que você só quer rolar no chão e morrer afogada em lágrimas. Meus sentimentos foram esses, pelo menos.
O fato de eu ter favoritado tanto Ruína e Ascensão foi como ela conduziu a história para o seu fim.
"Eu me torno uma espada. Era isso que ele era? Esse garoto que os Grishas haviam seguido sem contestar, cuja voz permaneceu firme quando a terra caiu ao nosso redor, que me disse que eu seria uma rainha?"
Os personagens, ah, esses personagens! Vou começar falando sobre o meu favorito que foi o Nikolai.
AQUELE PRÍNCIPE/REI PIRATA CHEIO DE SARCASMO E COMENTÁRIOS ENGRAÇADINHOS, QUEM ELE PENSA QUE É PRA CHEGAR ASSIM E CONQUISTAR O MEU CORAÇÃO TÃO FORTEMENTE DEPOIS DE EU JÁ TÊ-LO AMADO NO SEGUNDO LIVRO?
Nikolai é honrado, tem um coração de ouro e merece todo o amor do mundo. Eu sofri com ele, passei mal por ele, chorei por ele.
"Eu não sei dizer quem é quem!"
"Nós somos o lado em desvantagem desesperadora."
Os secundários tiveram um ótimo andamento em relação a convivência com a Alina e eu adorei as nuances de cada amizade cultivada entre eles. A Nadia e a Tamar, que formaram um ship amável, o Tolya todo brutamontes cheio de fé e muito querido, a Zoya, toda trabalhada no sarcasmo ácido, o David, aquele nerd que me lembra muito o Henry de TID e por isso eu amo ele apaixonadamente.
A GENYA, AQUELA QUERIDA! Genya que sofreu pacas no primeiro e no segundo livro e agora encontrou sua força e foi responsável por alguns dos melhores diálogos do livro. O David e a Genya, aliás! Eu queria colocar os dois num potinho e proteger para sempre porque eles me deram tantos feels que fica até difícil de respirar.
O Darkling... Que baita vilão. Que baita arco de caos total que a Bardugo deu pra ele, e como combinou! Eu queria uma batalha mais épica ali no desfecho, mas combinou com o tom do livro. Poderia ter sido MAIS, mas valeu a pena como aconteceu.
"Você poderia me tornar um homem melhor."
"E você poderia me tornar um monstro."
A parte fantasiosa foi lindamente explorada nesse volume final também. Tudo que levou o poder da Alina a se expandir e se tornar algo tão complicado e mortífero, as explicações sobre os amplificadores, a sina da Conjuradora do Sol e do Darkling serem únicos naquele mundo, cada mínimo detalhe ganha importância e devido encaixe na trama geral. E um desses detalhes vai quebrar seu queixo no meio quando fizer ele cair no chão, já aviso!
Eu esperava um final mais trágico, mas é um fechamento interessante e condizente com tudo que a Bardugo propôs. É melancólico, mas esperançoso.
No mais, uma leitura prazerosa, causadora de muitos ataques e surtos, que vai me deixar com absurda saudade de Ravka, da Alina e do Maly, do Nikolai e da Genya e do David; de todos.
Agradeço a Santka Alina e a todos os santos de Grisha pela Leigh ter criado esse universo fantástico.
site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2015/04/resenha-ruina-e-ascensao.html