Lili Machado 24/05/2013Uma verdadeira visão das conseqüências de se brincar de Deus. Em 2002, num futuro repleto de violência e catástrofes ambientais, George Orr tem medo de dormir, porque ele acorda, um dia, e descobre que seus sonhos possuem a capacidade de alterar a realidade.
Todos os seus sonhos se tornam realidade.
Se ele sonha que alguém que está atrapalhando sua vida, morre, quando acorda descobre que a tal pessoa morreu realmente.
Ele procura a ajuda do Dr. William Haber, um psiquiatra que vê em George a solução de todos os problemas do mundo e logo começa a manipular esse poder de George, para criar uma realidade que se combine com seus próprios interesses, embora com consequências devastadoras.
Apesar do médico desejar fazer o melhor possível com o tal poder, a despeito das coisas ruins que acontecem, a trama é uma forte lembrança de que aqueles de fazer os grandes males são, freqüentemente, os que que estão tentando fazer os maiores benefícios.
George entende que esse poder é muito perigoso para estar nas mãos de uma única pessoa – seria melhor deixar que o futuro aconteça naturalmente, preservando o livre arbítrio do Homem.
Mas ele é um homem tão passivo que se curva à vontade do médico – até o momento em que quase é tarde demais.
Ainda lhe resta a oportunidade de sonhar que a raça humana pode não se destruir.
The lathe of heaven tem como tema os perigos do poder e a capacidade do ser humano de se autodestruir, questionando a própria natureza da realidade – parece uma estória do renomado Philip Dick.
Uma síntese rara e poderosa de poesia e ciência, razão e emoção.
Uma verdadeira visão das conseqüências de se brincar de Deus.