Resenhas - The Grace of Kings

diego500 22/09/2023

Decepção absurda
Acho que poucas vezes senti tanto desgosto de um livro. Não só porque ele é ruim, mas porque ele foi bom.
Não quero entrar muito na estória, então vou falar só da minha experiencia mesmo. O livro começa lento, mas eu nunca tive muitos problemas com isso, a menos que ele fosse daquele jeito o livro inteiro; e também dava para perceber que a velocidade era para introduzir os personagens e o mundo, o que mais do que justifica a necessidade de tempo.
Depois, ele fica bom. Gostei muito de como o autor retrata o ambiente caótico de uma revolução, onde coisas extremamente importantes para o futuro ocorrem por coincidência, detalhe, e nem parecem valer de algo no momento que acontecem. Ele também coloca muito bem como rebeliões mudam com o tempo, com figuras importantes surgindo e desaparecendo quase como núvens, sem a narrativa coesa que é utilizada em ficção para que possamos acompanhar o mesmo núcleo de personagens o tempo todo.
Honestamente, nesse ponto eu já conseguia ver os erros, decisões que não faziam sentido, acontecimentos aleatórios e sem lógica, raciocínios claramente falhos (mas não de uma maneira justificável), mas eu decidi ignorar porque estava gostando do enredo e, principalmente, dos personagens (especialmente Kuni Garu aqui, que até então era o melhor protagonista, e os irmãos, que eu queria que tivessem tido mais destaque).
Mas do nada, em torno da página 300 e algumas coisa, pouco depois da metade do livro, se não me engano, foi como se trocassem quem estava escrevendo estória. Todos os erros que eu preferi relevar antes se multiplicaram, os personagens parece que viraram outras pessoas, o enrendo perdeu qualquer sentido. Enfim, ficou horrível.
E acho que isso deixa tudo pior. Se fosse um livro ruim desde o início, eu provavelmente nem teria terminado, e mesmo que tivesse, ia colocar só como uma perda de tempo. O fato de ele ter começado bem, e ter ficado bom por pouco mais de metade da estória, deixa tudo pior. Se só o final fosse ruim, eu pelo menos não teria perdido tanto tempo, porque teria gostado do que levou até aquele ponto. No final, foi a decepção mesmo, e li as úlltimas 100 ou 200 páginas só com desgosto.
Como detalhe, o livro também tenta fazer uma argumentação feminista que foi uma das piores coisas que eu já vi. Não lembro de nenhum livro de ficção que eu já tenha lido que quis fazer um ponto ideológico, mas foi tão ruim em argumentar quanto esse. Literalmente teve momentos que o ponto que o autor queria fazer era refutado pela própria cena, na mesma página, que eu nem sei como ele ou os editores deixaram aquilo passar, sem ninguém para dizer o quão absurdo tava aquilo.

julia 24/07/2023

Resenha: The Grace of Kings
The Grace of Kings parece mais um livro de história do que um livro de fantasia? A escrita era muito acessível e fácil de entender e eu adorei a estrutura dos capítulos aqui e como ela me manteve envolvida, mas quase não houve desenvolvimento de personagem e a história teve alguns saltos de tempo estranhos aqui e ali.

O enredo foi bem interessante já que costumo gostar de batalhas políticas, ainda mais com o conflito crescente entre os dois personagens principais. Muitas coisas mudaram entre eles desde o início até o final do livro e Ken Liu fez um ótimo trabalho ao estabelecer suas perspectivas distintas em relação à guerra e ao governo.

Mas realmente não havia nada que chamasse minha atenção durante a leitura. Senti uma certa desconexão com a história e os personagens, já que a grande maioria deles se manteve estático o tempo todo e desempenhou os mesmos papéis (talvez com uma intensidade acrescida com o passar do tempo). Acho que esperava um pouco mais considerando a quantidade de páginas que o livro tem.

Não tenho certeza se quero continuar a série? Essa história pareceu bastante independente, pessoalmente, e teve uma resolução satisfatória - mesmo com algumas perguntas em aberto aqui e ali. Posso tentar o segundo livro, já que as pessoas tendem a dizer que é melhor que este? Mas veremos.

Erika 12/04/2023

Épico!
Em primeiro lugar este livro de fantasia nao vai agradar todos os tipos de leitor, se voce espera sistemas de magia, romance ou protagonistas poderosos, esta leitura não é para voce.
Agora se o leitor gosta de uma narrativa épica, cheia de reviravoltas, traicoes, onde todas as piores características humanas são relatadas à minúcia, e se tiver paciencia para chegar aos 20% da leitura (muuuuitos personagens, lugares, deuses), até se acostumar com a forma como o autor dá vida à narrativa, com certeza vai gostar muito desta história épica.
Por curiosidade fiz uma pequena pesquisa para saber onde o autor se inspirou, e os 2 protagonistas principais Mata Zyndu e Kuni Garu foram baseados em figuras históricas da antiga China na era da Dinastia Han.
Já comprei o segundo volume que dizem que é melhor ainda.