O barão nas árvores

O barão nas árvores Italo Calvino




Resenhas - O Barão nas Árvores


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Jardim de histórias 24/01/2023

A cabeça nas nuvens e o pé fora do chão
Com essa fábula notabilíssima, Ítalo Calvino, o pai da inverossimilhança, nos mostra, de uma forma lúdica, a ruptura de uma regra familiar e a introdução de um estilo de vida singular, e bota singularidade nisso. O livro conta a história de do barão de Rondó, ou melhor, o filho mais velho do barão de Rondó Cosme Chuvasco. Após se rebelar contra os costumes da família e se recusar a comer escargot, o jovem sobe em uma árvore e jura nunca mais descer. E o que de fato acontece. O templo avança e Cosme nunca mais pisa em terra firme. Uma viagem surreal, que se intercala com fatos e personagens icônicos históricos, que dão um contraste delicioso para esse livro incrível. 
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LiteraLucas 22/03/2023

Uma exaltação ao Iluminismo!
Fortemente alegórico, o Barão nas Árvores versa sobre a liberdade e a racionalidade através de uma história que parece exemplificar, e ao mesmo tempo dialogar, com as principais ideias de pensadores como Rousseau, Voltaire, Diderot e D'Alembert. Vivendo nas árvores, Cosme Chuvasco de Rondó torná-se um amante dos livros e um entusiasta das ideias iluministas, sendo ele próprio um exemplar do homem em seu estado natural. Converte-se num cosmopolita, na medida em que habita os bosques e num grande incitador dos mais desvalidos, conforme se desconecta das opressões próprias das relações tradicionais. Pode-se dizer que o protagonista atingiu a iluminação enquanto vivia na penumbra verde das numerosas árvores.

Livro perfeito para os fãs de Cem Anos de Solidão.
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Nane B. 20/01/2009

Uma das várias maestrias de Italo Calvino. O mais puro autor do realismo fantástico. Obra que tive o privilégio de também conferir nas artes cênicas. Muito bom!
lecastel 20/09/2009minha estante
Já foi representado? Não sabia.


Ivan Picchi 15/03/2010minha estante
Já foi representado? Não sabia. [2]



Nem curto teatro, mas esse livro pede um!


Tiago638 21/08/2010minha estante
rs, seria muita coincidência você ter visto "Cósmicas" em BH, peça da qual eu participei, e que foi inspirada neste livro que adoro. Mas também ouvi falar de outra montagem em BH também, quase da mesma época (2005). interessante saber que houve mais montagens.


Nane B. 30/08/2010minha estante
Gente, essa fábula é ótima para o teatro. Recomendo! Santi, tu que já fez uma peça baseada nessa obra sabe bem a delícia que deve ter sido. Deve ter sido lindo guri. Bjocas




Luis0501 26/06/2023

Do alto vemos tudo
Cosme Chuvasco de Rondó, filho do barão de Rondó, por uma birra infantil, decide subir em uma árvores. E nunca mais desce. É isso. Essa é a história do livro.
É uma premissa bem simples, tanto que em um primeiro momento parece até sem graça. Mas meu livro favorito tem a premissa mais simples e sem graça de todas: "O Velho e o Mar", que conta a história de um homem que saiu para pescar.
A história acompanha Cosme desde o momento em que ele sobe na árvore (aos 10 ou 12 anos, não tenho certeza agora) até sua morte, dando um jeito de mesmo nela, não descer ao chão. E exceto por uma parte de romance com final meio trágico, típico de autores da época, o livro como um todo é bom do começo ao fim, embora meio enrolado as vezes.
Visto por cima, o livro é uma fantasia infantil e bobinha sobre um homem morando nas árvores, como um Tarzan mais ou menos civilizado. Gostei disso, pois quando criança meu maior prazer era subir em árvores e passar o dia todo lá encima. Mas há nela um subtexto (ao menos eu interpretei assim) muito profundo. Ela fala sobre identidade e sobre como nós somos capazes de ser quem somos em meio à avalanche das massas, querendo arrastar todos para serem como elas. Cosme decidiu que nunca mais desceria das árvores, e nunca mais desceu. Mesmo quando o chamavam de louco, quando ficava ensopado de chuva, mesmo quando via seu amor partindo, mesmo velho e doente, ele não desceu. Manteve-se fiel a ele mesmo até o fim de sua. Quão poucas pessoas consegue isso? Quantas sobem nas árvores, mas descem quando começa a ficar desconfortável? Quantos olham para as árvores, tristes, sem nunca reunir coragem para subir? Quantos cortam as árvores, apenas por ser mais confortável ficar no chão, igual todo mundo?
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lumybea 02/01/2021

O Barão nas Árvores
Eu li esse livro por causa da escola. Adorei de verdade, acho que o primeiro livro que li por obrigação mas sem sentir que foi obrigatório.
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Ivan Picchi 15/03/2010

Sabe...
foi interessante a leitura; me foi indicado por uma pessoa que o gosto respeito, e li com espectativa. Furei toda a fila infindável de livro aqui.

O interessante é a atmosfera que causa. Não sei bem explicar, mas a expressão mais ingênua que encontrei, é "mágico".

Ingênuo, porque é como se o fosse quando criança; a algum tempo não me sentia lendo um livro assim, me senti como lendo algo como o Pequeno Príncipe a uns 15 anos atrás.

E um personagem tão cativante quanto!

É engraçado, não consigo fazer uma resenha decente, analítica. Tá sem pé nem cabeça, eu sei, mas não onde tá o ombro, não sei como colocar.


Só li, imaginei a cena como uma criança a ler uma fábula, só que com a diferença de sentir as profundidades ditas.E são algumas, um daqueles livros de pra quem gosta de roubar umas frases e anotar em algum lugar.

Uma criança travestida num adulto que interprete parábolas ao sentido e não ao pé. Puebre niño.


Sem louvar ou sem adorar, é isso; singelo, profundo, meigo e filosófico. E muito bem escrito. Muito. Não sei explicar, é viciante, vontade de engolir o livro. Só que deglutando, lendo devagar, saboreando. Tem uma serenidade no jeito que ele escreveu.


E foi a primeira experiência com Calvino por indicação, e já vou roubar mais algumas da fonte.

Já disse que tem uma inocência cativante?

Surreal.

(sentido anos 20, não 70!)

Sinceramente
meleu 07/09/2013minha estante
Também tentei escrever uma resenha e tive a mesma dificuldade. Li a sua e me identifiquei muito, é isso mesmo que eu queria dizer! :)

De qualquer maneira já tinha enviado a minha... ;)




Cinara... 28/06/2020

"Mais tarde, Cosme deverá entender que, quando o problema comum não existe mais, as associações não funcionam bem como antes..."
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jota 24/01/2012

Aventuras arbóreas
O Barão nas Árvores conta uma história passada em 1767, que tem como protagonista Cosme, um garoto de doze anos, herdeiro do barão de Rondó. O narrador é Biágio, seu irmão mais novo. Tendo sido expulso da mesa de refeições pelo pai, por ter se recusado a tomar sopa de escargots, o menino se refugia numa árvore do jardim da família e promete dali nunca mais sair.

Viver nas árvores se torna a vida de Cosme, apesar dos apelos de seus familiares para que ele volte para casa. Mas não. Ele, de galho em galho, de árvore em árvore vai atravessando pomares e jardins e fica conhecendo Viola Rodamargem, filha de um vizinho e inimigo do pai (os diálogos entre as crianças são saborosos). Também faz amizade com diversos meninos que roubam frutas nos pomares.

Cosme se adapta muito bem à vida arbórea, pulando de galho em galho, indo de quintal para quintal nas cercanias e até além (chega a ir assim à Espanha de uma feita), nem por um segundo pisando o chão da Penúmbria - o reino todo já conhece a fama do "menino macaco" e a família Rondó se sente envergonhada sempre que alguém faz menção a ele.

Biágio continua a narrar as aventuras do rebelde e é seu interlocutor sempre que lhe aparece um problema que não consegue resolver sozinho. Através dele ficamos sabendo como Cosme se vira para dormir (dentro de um odre feito de peles de animais, pendurado num galho), comer (fez amizade com uma cabra e uma galinha que lhe fornecem leite e ovos e tem uma enorme variedade de frutas à disposição), tomar banho e lavar suas roupas (instalou uma espécie de chuveiro desviando um pouco de água da cascata de um riacho usando cascas de árvores), fazer suas necessidades (num galho estrategicamente curvado sobre um córrego apropriadamente chamado de Merdança).

Como também gosta de caçar pequenos animais para se alimentar, Cosme arranjou um bassê abandonado pela família Rodamargem para ajudá-lo, e o chamou de Ótimo Máximo. É o cão de sua amada Viola, que ela chamava de Turcaret. Aliás, nome engraçados ou estranhos é que não faltam aqui: tenente Borboleta, conde D'Estomac, etc.

Depois, há vários capítulos tratando da amizade entre Cosme e João do Mato, um bandido da Penúmbria. Na verdade, um ladrão de frutas que mete medo em toda a população rural. Por um capricho, Cosme o salva de ser preso e ele passa também a morar nas árvores. É João do Mato que desperta em Cosme a vontade de ler. Exageradamente até.

João do Mato, é um leitor exigente, não lê qualquer coisa, e Cosme se vê obrigado a conseguir mais e melhores livros para o amigo bandido. E também vai lendo muito, demais. Motivado pela leitura, chega mesmo a estabelecer correspondência com filósofos e escritores de então: Diderot, Voltaire, Rousseau. Um dia João do Mato cai nas garras da polícia, é preso e enforcado.

E logo Cosme está com dezenove anos. Viola de Rodamargen, agora uma marquesa viúva de dezessete anos, retorna à Penúmbria e novamente ele cai de amores por ela. Tendo adquirido novos hábitos (mundanos), a marquesa quer fazer amor com ele e com mais dois amantes (ménage à quatre?). Ele não consente, ressente-se e torna-se cada vez mais estranho - ou mais louco, segundo alguns. Ou um filósofo, segundo outros - ecos da Revolução Francesa.

Posteriormente, envolve-se com as tropas francesas que vão combater na Rússia (até conversa com Napoleão, sempre pendurado numa árvore) e mais tarde com os soldados russos que invadem a Europa depois da derrota napoleônica.

Acompanhamos as aventuras, as paixões e as ideias de Cosme até por volta de seus sessenta e cinco anos. Como diz Biágio, irmão e narrador, "a juventude passa rápido na terra, imaginem nas árvores, onde tudo está destinado a cair: folhas, frutos." E passou tanto tempo que nem Penúmbria existe mais...

Embora não seja emocionante, O Barão nas Árvores ainda assim é uma história bastante curiosa e, por vezes, também muito engraçada.

Lido entre 04 e 12.01.2012.
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Vicente 09/06/2021

Segunda parte
O barão nas árvores é a segunda parte de uma trilogia chamada Os Nossos Antepassados. Calvino quis fazer uma espécie de paródia fantástica, e cheia de humor, da antiga nobreza. O livro conta a estória de Cosme de Rondó que após um conflito familiar se isola do mundo em cima das árvores. Ágil e divertido, Calvino conquista o leitor logo nas primeiras palavras.
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Marco 19/12/2022

Leitura leve que começa como uma fábula fantástica, sobre a relação do homem com os animais e a natureza, e que ganha contornos mais dramáticos, graças ao domínio do Ítalo em explorar a complexidade dos sentimentos. Bem emocionante!
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Pretti 16/04/2023

Um livro bonitico
Livro bonitinho, fofo, acho que seria uma boa pegada de leitura para adolescentes. Aventuresco, traz também umas reflexões sobre política e sociedade, mas de modo bem sutil e orgânico.
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 01/06/2014

Uma história de determinação
Foi com doze anos, no dia 15 de junho de 1767, que Cosme Chuvasco de Rondó decidiu fazer das árvores a sua morada.
Durante um almoço em família, em que o prato principal era escargots, Cosme, apos sair de um castigo justamente por conta desses mesmos escargots, se recusa avidamente a comê-los. Seu pai o expulsa da mesa, mas antes que o fizesse, Cosme já estava de pé, se encaminhando para a árvore mais próxima, o carvalho ílex. Deu sua palavra que de lá jamais desceria e foi o que fez.
Em cima das árvores Cosme viveu como se andasse em solo. Como a região em que ele morava era cheia de árvores, ele podia ir de um lugar a outro sem nunca precisar descer. Se adaptou a sua nova vida arbórea. Suportou frio, chuva, criou um mecanismo para fazer suas necessidades e foi muito útil para aos camponeses, pois os ajudava nas caçadas e no campo. Teve até um cachorro que o ajudava na caça, um cão bassê que deu o nome de Ótimo Máximo.

Continuou estudando em cima das árvores. Pois, pode-se dizer, que sendo ele da nobreza, tinha seu professor particular, o abade Fauchelafleur, que subia nas árvores para ensiná-lo.
Em uma época, corria boatos de que João do mato era o ladrão mais caçado daquela região. No entanto, ninguém nunca o conseguiu ver e tudo o que se referia a roubos e furtos, responsabilizavam ele. Um dia, durante uma fuga, Cosme ajudou João do Mato. O fez subir na árvore em que estava e despistou os camponeses que estavam perseguindo o ladrão. Voltou para a árvore e começou a ler um livro. João do Mato ficou interessado no livro e o pediu emprestado. Depois disso, Cosme e João do Mato passaram a se encontrar para que Cosme emprestasse livros para ele, porque o ladrão ficava escondido e não tinha nada para ocupar seu tempo. João era um leitor exigente, sempre querendo cada vez mais livros e livros de qualidade. Os dois se tornaram leitores assíduos e foi assim que a leitura mudou completamente a vida de um ladrão, pois este não queria mais praticar furtos, já que gostava tanto de ler que passava dias inteiros só lendo. Essa foi a parte que eu mais me identifiquei, por canta da avidez pela leitura.

Mesmo vivendo nas árvores, Cosme também se apaixonou. Seu primeiro e grande amor foi Viola. A conheceu ainda na infância, nos seus tenros 12 anos, mas ela mudou com a família e Cosme nunca mais voltou a vê-la. No entanto nunca a esqueceu. Passados alguns anos, Cosme conheceu Úrsula e com ela viveu um cálido amor. O problema foi que Úrsula era uma exilada que só podia viver em cima das árvores e passado o tempo do exílio, ela voltou para seu país e Cosme não pode ir com ela, pois não queria pisar no chão. Um belo dia, Viola voltou a Penúmbria, o reino em que Cosme morava, e eles dois puderam viver um lindo romance, até que o ciúmes dominou a relação.
A história é toda narrada por Biágio, o irmão mais novo de Cosme. A narrativa é totalmente maravilhosa. o Italo é perfeito. Esse foi o primeiro livro que li dele e quero ler muitos outros.

O que mais marcou no livro para mim, foi a determinação de Cosme e o seu interesse pelos livros.

Fica a dica de um livro ótimo, que, acho eu, deveria ser leitura obrigatória para todos os leitores com um mínimo de criticidade.

site: http://www.minhassimpressoes.blogspot.com.br/2014/01/o-barao-nas-arvores.html
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Luiz Pereira Júnior 24/06/2023

O Mestre dos Ares...
Em uma refeição, um menino nobre se recusa a comer escargots. Com a insistência da família, o menino foge e vai para o bosque da família, onde passa a morar, literalmente, nas árvores. (Detalhe: nada a ver com Tarzan.) Isso é, em poucas palavras, do que trata o livro “O barão nas árvores”, de Italo Calvino.

Em que pese a falta de verossimilhança, é possível imaginar a situação (afinal, Garcia Márquez era mestre em nos fazer acreditar em muita coisa que é impossível na realidade, mas que, em suas obras, atinge até mesmo um tom absolutamente natural) de uma forma simbólica, pois o protagonista se envolve em vários conflitos: com aristocratas fúteis, com professores retrógrados, com religiosos tacanhos, com o seu próprio primeiro e único amor, com os bandidos da região, com os lobos e por aí vai.

Tocante, para mim, foi a história do bandido que se apaixona pelos livros e, em uma reviravolta nessa subtrama (mas sem spoiler), faz o leitor pensar no que seria a verdadeira (ou as verdadeiras, se é que existem) função da literatura. Italo Calvino deixa patente seu amor pelos livros, mas também em como eles são perigosos em determinados contextos.

Vale a pena? Com certeza. Embora a leitura seja um tanto enfadonha em certos trechos, os conflitos apontados fazem o leitor refletir, de uma forma bem mais agradável do que aqueles autores que vivem apontando o dedo em seus escritos para qualquer leitor que discorde deles. E isso, por si só, já é um grande mérito para qualquer autor que se preze...
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Gladston Mamede 12/11/2017

Chorei ao final, não que houvesse motivo. Um romance no melhor estilo do realismo fantástico, a obra brinca com o ser humano e suas manias, suas teimosias, suas paixões, suas apostas, suas... putz! Perdoem-me. Esse é um livro que não se descreve, se lê e pronto.
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Babi 26/07/2020

Primeiro contato com Calvino e... AMEI
De cara não gostei dele,a leitura é um pouco arrastada no início mas depois que Cosme sobe na árvore e lá faz sua morada,as histórias e os causos contados por seu irmão(o narrador) sobre o habitante da árvores só nós faz mais sedentos e interessados pela irreverência desse garoto mais que apaixonante.
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