Os judeus e as palavras

Os judeus e as palavras Amós Oz




Resenhas - Os Judeus e as Palavras


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Paulinha 26/04/2023

Você já ouviu a palavra de Amós Oz?
Eu amo coincidências literárias.
Comecei a ler este livro mês passado. Conheci esse autor através de um vídeo no YouTube, e como gosto bastante de aprender sobre cultura judaica, logo o comprei.
Duas coincidências aconteceram durante a leitura. A primeira foi que em 19 de abril, o povo judeu relembra o Levante do Gueto de Varsóvia, dia em que judeus se rebelaram contra tropas nazistas que invadiram o gueto para os levarem aos campos de concentração. E exatamente nesse dia, estava terminando de ler o capítulo 3 do livro, e dentre muitas coisas, os autores falam sobre o Holocausto. Eis uma citação extremamente triste, mas muito bela, de uma sensibilidade que permeia o livro inteiro:

"Seu Auschwitz é o inverso do Éden: Adão deu nome à todas as criaturas. Os nazistas tiraram os nomes e as des-criaram.
Nessa atemporalidade, ao contrário das outras atemporalidades, todos os fios da continuidade judaica e da existência humana se arrebentam. Exceto as palavras. Até que nem as palavras existam mais". Página 168.

A segunda coincidência é que terminei o livro hoje, 26 de abril. E hoje, o Estado de Israel comemora seus 75 anos de independência. ?
Então é isso. O livro é lindo demais, amei a escrita dos autores e recomendo a leitura. Nele os autores mostram como as palavras, escritas e faladas, são importantíssimas para a identidade judaica.
O melhor livro que li até agora com toda a certeza.
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Fernando.Pedroso 24/01/2018

Cultura judaica
Este livro aborda questões específicas dos judeus: sua cultura, tradições, singularidades, crenças. O romancista Amós Oz juntamente com a historiadora (e filha) Fania Oz-Salzberger, nos trazem textos ricos em informações e histórias deste povo e como sua cultura sobreviveu com o passar dos anos.

Para o leitor desavisado, principalmente aquele acostumado aos romances de Amós Oz, a leitura pode levar a um certo estranhamento. Aqui, a narrativa é mais didática, erudita, informativa, histórica.

No meu caso, a leitura foi bastante proveitosa nos capítulos 1 (Continuidade - sobre a tradição da fala/escrita, pai/filho, professor/aluno) e o 4 (Cada Pessoa Tem Um Nome - sobre a origem de palavras, nomes e conceitos) que trazem muitas informações sobre estudo que estou realizando.

Já os capítulos 2 (Mulheres Vocais) e 3 (Tempo e Temporalidade), cuja temática não faz parte de minha pesquisa, me despertaram menos interesse, mesmo tendo sido muito bem escritos, com informações e análises profundas.

A questão, portanto, é entender qual a relevância que o tema tem para o leitor.

O Glossário, no final do livro, também é muito útil para entendimento de certos conceitos.

Reconhecidamente, o(s) autor(es) por si só vale(m) a leitura. Mas ainda assim, acredito que seja indicado principalmente para pesquisadores, estudiosos e curiosos.
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Suzanie 25/09/2021

A palavra como continuum judaico
Esse livro foi uma grata surpresa, amei a forma apaixonada como os autores partem do texto e da palavra para identificá-los como os responsáveis pela continuidade da civilização judaica, no lugar da geografia ou da ideia de nação.

Ao longo desse caminho, no entanto, deixam claro que não se trata de uma cultura fechada em si mesma, mas sim, que recebeu muitas influências externas.

Para quem gosta de texto, etimologia, da brincadeira com as palavras, é um livro encantador, entra para meus favoritos.

(?)
Uma civilização viva é um perpétuo drama de luta entre interpretações, influências externas e ênfases, uma briga incansável acerca do que é trigo e o que é joio. Rebelião em nome da inovação. Desmantelar com o propósito de remontar de maneira diferente. E mesmo botar coisas no depósito para limpar o palco para experimentos e para uma criatividade nova.
E é permissível buscar inspiração em, e ser fertilizado por, outras civilizações também. Isso implica a percepção de que a luta e o pluralismo não são apenas um eclipse ou aberração temporária, mas o clima natural para uma cultura viva.
(?)
Com frequência, neste ensaio e ali fora no mundo, os judeus não são os judeus. São toda a humanidade quando se enfrenta história, significado e lei, postos por escrito. Tente substituir a palavra judeu neste livro por leitor.
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Fabius 25/09/2021minha estante
a cultura judaica tem esse negócio com as palavras, com os números, essa questão simbólica, não sei se se encaixa aí nesse livro, mas é muito legal né?


Suzanie 25/09/2021minha estante
Sim Fabio, e a questão da conservação, da passagem dos textos entre gerações, é por aí mesmo?. E segundo os autores, isso é que manteve uma identidade judaica ao longo dos séculos.


Suzanie 25/09/2021minha estante
Muito bacana mesmo! A abordagem foi bem interessante ?




JAlia.Ferronato 04/04/2023

O livro é um ensaio, interessante para entender mais sobre a história judaica, filosofia e reflexões, mas algumas digressões não se encaixam muito bem. Também não achei a perspectiva contemporânea bem explorada; o conflito entre Palestina e Israel só é levemente pincelado, de uma forma que achei bem insensível. A posição pacifista dos autores acaba soando hipócrita.
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thoya0 10/01/2024

Uma leitura "up to date"
Livro escrito por pai escritor e filha historiadora. a partir de sua relação com os textos que fazem parte da história da cultura judaica, esmiuçam a importância da transmissão dos valores humanitários a partir das palavras.
estava na pilha de livros por ler há uns dois anos, mas a guerra Israel-Palestina do final de 2023 me fez priorizá-lo.
fica a pergunta: saberemos fazer uso das palavras a fim de transmitir valores humanitários para as próximas gerações?
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