Um pássaro na gaiola

Um pássaro na gaiola Kurt Vonnegut




Resenhas - Um Pássaro na Gaiola


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gdarosl 17/01/2023

Um Vonnegut diluído
Vonnegut escreveu este livro bem depois de suas duas magnum opus ? Matadouro 5 e Café da Manhã dos Campeões ? e isso pesa um pouco. A maioria dos fãs dele tende a gostar de suas obras pela estética mais breve, contundente e "maníaco-depressiva".

Sendo o nono título dele, é interessante observar que temos um retorno ao estilo de Piano Mecânico. Em Pássaro na Gaiola, a crítica vem acompanhada de verbosidade. Um Kurt que tenta se ombrear aos companheiros de ficção científica da época, como Huxley e Orwell.

Infelizmente, é aí que mora o problema.

Em termos estéticos, não há nada de errado com este livro. Por outro lado, pra quem se habituou ao impacto da concisão do autor, a sensação é de que tudo o que torna Vonnegut saboroso de se ler ? o humor, a repetição dos termos, a não-linearidade e principalmente, a mensagem ? se dilui na extensão do texto.

Nem tudo é desperdício. O livro ainda tem algumas qualidades, como a forma que Vonnegut dá "spoilers" de sua própria narrativa sem, bizarramente, estragar o livro. É só que provavelmente não vai deixar uma impressão marcante.

Para quem já leu seus títulos mais famosos, vale o mergulho ? especialmente se você quer entender, por exemplo, como Douglas Adams se influenciou com Vonnegut para o Guia do Mochileiro das Galáxias. Mas se este é seu primeiro livro de Kurt, recomendo deixar para depois das duas magnum opus dele.
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bardo 05/01/2023

Novamente Vonnegut nos brinda com uma de suas curiosas biografias fictícias que confundem o leitor a ponto de ser difícil definir o que é ficção do que não é. Começamos pelo prólogo que mistura fatos da vida do autor com o início do romance. Início que não é bem um início e sim o pano de fundo para que o narrador comece sua história.
Aos poucos o leitor entenderá o título do livro, ainda que com o decorrer da leitura possa se questionar a ambiguidade dele. Se por um lado remete ao status de um certo período da vida do narrador por outro também faz menção ao fato de que ele nunca soube ser livre. Ou mais exatamente nunca soube o que fazer com a liberdade.
Com uma narrativa sarcástica que as vezes chega ao humor negro Vonnegut ridiculariza a ideia de que uma boa Universidade seria a garantia de se ter um rumo e para isso cita a universidade talvez mais “famosa” ou seja Harvard.
Que fique claro, Vonnegut não condena o saber em si e sim a atitude que faz alguns darem mais valor ao título do que ao uso do conhecimento ou mais especificamente ao mundo real. Impressiona o quanto isso continua tremendamente atual. Aliás esse livro seria muito útil aos que buscam uma graduação só pelo status. Outro aspecto duramente criticado é o American Dream, definitivamente o autor tinha sérias ressalvas com essa pretensa “Terra da Felicidade”.
No terço final do livro somos apresentados a personagem talvez mais interessante e ao mesmo tempo trágica da narrativa. Se por um lado seu arco se reveste de um certo absurdo por outro não é tão difícil assim imaginar algo assim no mundo real. Obviamente dá para pensar nela como um duplo do narrador, ainda que a “gaiola” que a circunde para alguns pareça mais confortável e sua forma de escape pareça loucura.
Em suma um livro de Vonnegut, não tão acessível, o problema não é o ritmo, mas ele encerra uma melancolia que torna difícil avançar. A despeito disso levanta diversos questionamentos e pode muito bem fazer um leitor gargalhar (ainda que eu ache que alguns vão é se chocar com certas cenas) e não muito depois ter de segurar o choro.
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Alexandre 20/07/2022

Nobody"s perfect
Para mim, Kurt Vonnegut é um dos gênios da Literatura Mundial, mas esse livro fica muito abaixo do nível desse autor. A ficção trata de questões políticas. A história inicia bem lá até a página 40, mas depois fica cheia de explicações desnecessárias ao meu ver e o enredo nunca se desenvolve. No final o Epílogo desanima ainda mais o leitor, que pode desejar abandonar o livro faltando algumas páginas para acabar. O livro teve alguns momentos de brilho, mas nada que eu venha a recomendar esse livro. Mesmo assim Voneggut seguirá sendo um dos meus autores prediletos.
Michel.Stefanini 23/07/2022minha estante
é triste quando você sente que o livro esta enrolando o assunto com explicações desnecessárias, adorei o titulo!! kkk




Vitor Dilly 19/05/2021

"A condição humana em um universo em explosão....
... não se alteraria um mícron, caso, em vez de viver como tenho vivido, eu passasse sessenta anos carregando um cone de borracha de uma armário para outro."

Afinal:

"Urubus comedores de carniça, podem fazer parte da classe dominante do planeta."

Eis! Algumas poucas frases recortadas soltas no espaço-tempo que dão o clima da escrita do Vonnegut neste livro incrível!

Recomendo!
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Eduardo.Mathias 09/07/2020

A liberdade de contar
Como um pássaro na gaiola, o escritor canta seu texto em de forma fluida em frases e capítulos
Retratando uma América que prova novamente que não existe o sonho americano
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Tito 21/06/2010

Uma nação em desencanto revelada pela voz de Walter F. Starbuck, minúsculo prisioneiro / sobrevivente de circunstâncias muito além de seu controle. Talvez o retrato de uma outra Dresden, agora doméstica, numa estrutura de certo modo similar à da obra-prima “Matadouro 5”.
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