spoiler visualizarflaflozano 24/08/2018
The best part
Meu telefone tocou me fazendo estremecer. Praguejei por precisar levantar para buscá-lo em
minha bolsa, largada no chão do closet e ensaiei milhares de desaforos para dizer a Dean por ele ficar tão preocupado comigo. Mas não era meu marido na linha. Meu coração quase parou quando identifiquei o número. Robert Carter.
- Alô! – pigarreei para limpar a garganta e liberar o bolo que me impedia de falar com
naturalidade.
- Melissa! – aquela voz rouca, aquele timbre dominante. Minha pele correspondeu imediatamente ao comando, se arrepiando e espalhando pequenos espasmos por todas as minhas células.
- Robert? Como... Merda! – ele riu.
Claro que eu ficaria confusa. Aquele número era novo. O antigo eu precisei descartar após
descobrir que estava grampeado e o novo era monitorado por minha equipe. Claro que não havia necessidade de eles acompanharem todas as minhas conversas, apenas quando eu acionava a função.
- Preciso explicar que sempre consigo o que quero?
Suspirei e passei as mãos nos cabelos para clarear a mente. Ele me confundia. Atava meus
braços e pernas e me conduzia para onde quisesse quando agia daquela forma tão...Puta merda! Tão Robert Carter!
- O que você quer?
Eu não conseguia sair daquele closet, não conseguia desligar a ligação e principalmente não
conseguia me livrar do formigamento que se espalhava em meu sexo. Ele riu mais uma vez,
permitindo que minha mente fantasiasse sobre todas possibilidades relacionadas ao que ele queria comigo naquele momento.
- É muito simples, Melissa. Eu. Quero. Você.
Não respondi. Aquelas palavras eram tudo o que eu desejava em minha vida. Minha
necessidade de sexo, mas acima de tudo, de Robert Carter, era praticamente sufocante e
simplesmente desafiá-lo, ou reprimi-lo estava fora de cogitação. Eu sabia que se desse aquele passo, não haveria volta.
- Ainda está aí?
- Não – minha voz saiu fraca. Tentei desanuviar minha mente, mas foi impossível. Ele deu uma risada curta e rouca que lançou correntes elétricas em meu corpo como um todo.
- Onde você está?
Merda! Eu conhecia aquela brincadeira. Sabia aonde chegaríamos. Poderia me permitir?
Poderia ir um pouco além?
- Onde você está? – devolvi a pergunta tentando ganhar um pouco mais de tempo. Aproveitei e saí do closet, tranquei a porta do meu quarto e fiquei parada, sem saber se deveria ou não deitar. Era muito arriscado.
- Isso não vem ao caso.
- Claro que vem ao caso. Eu conheço o seu jogo, Sr. Carter, mas as circunstâncias mudaram - o que eu estava fazendo? Eu queria jogar?
- Tudo bem! Dê as suas cartas, Melissa, e jogue comigo – oh, merda! Era muita tentação, mas eu não podia.
- Não vai acontecer, Carter! – tentei ser dura falhando vergonhosamente.
- Estou na praça em frente ao seu prédio. Neste momento estou olhando fixamente para a sua janela. Então, definitivamente não vai acontecer como aconteceu antes. Mas...
Mordi meus lábios tentada demais a me aproximar da janela para vê-lo.
- Mas? – dei alguns passos vacilantes, separando as cortinas com as pontas dos dedos, apenas o suficiente para visualizá-lo.
Robert estava lá. Uma figura mínima e obstruída pelas árvores, quase impossível de ser notada devido à altura, mas eu sabia que era ele. O reconheceria mesmo que estivesse no espaço olhando para a Terra, eu saberia exatamente a sua localização. Porque eu não o via com os olhos, mas sim com meu corpo inteiro que captava a sua presença aonde quer que estivesse, e, mais importante do que qualquer outra coisa, com o coração que sentia a intensidade do nosso amor por maior que fosse a distância.
Foi esta certeza que me fez voltar, porque eu sabia que ele estaria lá, esperando por mim,
independentemente do tempo, lugar ou de qualquer acontecimento. Ela estaria lá, assim como eu.
- Eu sei que você deseja tanto quanto eu – respirei profundamente. Merda! Eu detestava aquela segurança dele que me desestabilizava por completo. – Tenho duas propostas.
- Robert...
- Ah, meu amor! Eu amo ouvir meu nome saindo de seus lábios quando está excitada. Como
senti falta disso – eu também sentia. Queria poder gritar seu nome no momento do êxtase, e sentir seus braços em volta do meu corpo para me certificar de que não fui pulverizada com o gozo e que meu mundo ainda se resumia a ele. Como eu o queria. – A minha primeira proposta, e devo ressaltar que sei qual será a sua resposta, por este motivo deixarei claro que a farei novamente todos os dias até conseguir um sim – sorri. Aquele era o meu Robert.
- A resposta é não – continuei sorrindo. Ele fingiu não me escutar.
- Você pode descer e entrar em meu carro. Vamos para o meu iate e passaremos uma noite
incrível. Vou fazer amor com você de todas as formas possíveis e arrancar de sua mente toda a sua capacidade de raciocinar ou de me recusar. Eu sei que neste momento seu corpo está correspondendo a minha proposta da forma como eu morreria para presenciar. Sua pele está arrepiada, seus seios subindo e descendo devido a respiração descompassada, seus lábios entreabertos e seu sexo... Ah, Melissa! Eu enlouqueço ao imaginar o quanto você está molhada só em ouvir a minha voz.
🤬 #$%!& convencido! Que droga! Como ele podia saber daquilo tudo sem nem me ver?
Como podia ter tanta certeza de como o meu corpo reagia se eu só o tinha menosprezado desde que cheguei?
- Minha... – vacilei. Não era normal me sentir daquela forma. Aliás, era perfeitamente normal,
afinal de contas quem estava do outro lado da linha era o homem da minha vida, mas que não deveria ser. Pigarreei. – Minha resposta ainda é não – eu tinha certeza de que ele sorria, que se divertia com a minha fraqueza.
- Tudo bem. Teremos tempo. A segunda proposta é...
- A noite está fria. Você vai congelar aí embaixo – tentei mudar de assunto, com receio do que estaria por vir.
- Está sim, mas eu não estou congelando. Poderia ser melhor. Você poderia abrir a sua porta e me deixar entrar. Claro que Dean não vai gostar nadinha disso, no entanto, Melissa, quando você abrir a porta para mim, nada mais vai contar, não é? – Puta merda! Puta merda! Puta merda!
- Talvez o frio congelante te ajude a colocar as ideias no lugar – mais uma vez ele riu e eu
podia visualizar seus lábios se abrindo em um sorriso perfeito. Os olhos incrivelmente cinza se fechando em fenda e o corpo inteiro pronto para me atacar. Merda, por que eu fui pensar no corpo dele?
- O que você está vestindo? – olhei-me. A camisola fina de seda descendo até meus pés,
acariciando levemente a minha pele e fazendo com que os bicos dos meus seios enrijecessem.
- Meu moletom velho – ele demorou um pouco mais para reagir. Seu silêncio foi quase
constrangedor.
- Já houve época em que eu desejei tocar fogo neste conjunto ridículo que você insiste em usar.Hoje eu sinto falta de vê-la tão à vontade.
A revelação fez com que lágrimas se juntassem em meus olhos. Respirei fundo para não deixá-las cair e mordi meu lábio inferior me impedindo de desfazer a mentira.
- Você está em seu quarto?
- Sim.
- Dean está...
- Não. Ele... – olhei para os lados sem saber o que poderia inventar. – Está no escritório.
- Está em sua cama? – meu coração acelerou, meu sangue correu com mais força e algo no
meio das minhas pernas pulsou.
- Não. Estou na janela, olhando para você.
- É alto, mas eu posso imaginá-la me olhando – a forma como ele falou foi totalmente
instigante, como se quisesse sugerir que a forma como eu o olhava deixava claro o meu desejo.
🤬 #$%!& ! Era verdade!
- Tire a roupa.
O que? Como assim? Como ele podia simplesmente me dar uma ordem daquela? E com o meu corpo podia formigar tão intensamente apenas com uma merda de uma ordem?
- Robert, eu...
- Tire a roupa, Melissa! – sua voz ficou um pouco mais baixa, muito mais rouca e intensa. Um
comando impossível de ser rejeitado. – Eu não posso vê-la, mas será demasiadamente delicioso imaginá-la nua, na janela, olhando para mim.
Merda! Eu não queria, mas obedeci, como sempre fazia.
Com a respiração acelerada, minha mão subiu até as alças da minha camisola, descendo-as
uma de cada vez e deixando-a cair ao chão, roçando meus seios, barriga e pernas até completar o seu trajeto.
- E então, você fez?
- Não – eu não podia admitir a minha fraqueza. Justamente naquela noite eu dispensei a
calcinha, então estava nua, na janela, olhando para o homem que eu desejava e sabendo que ele, mesmo sem me ver, queimava minha pele com seus olhos intensos.
- Eu queria poder te tocar agora. A sensação da sua pele clara e quente, em minhas mãos frias é quase real. Queria poder tirar seus cabelos do pescoço, deixá-los caídos sobre o ombro, dando-me espaço para prová-la. Ah, Melissa! Eu queria sentir o seu gosto agora, deslizar meus lábios em suas costas, correr minhas mãos em seus braços, encontrar a sua cintura fina e delicada e tomá-la para mim, cercá-la com minhas mãos e puxá-la para a minha ereção. Você ainda lembra, não é? Sabe como eu reajo ao seu corpo macio.
Enquanto ele falava, minha mão agia sem precisar de ordem. Segurei meus cabelos jogando-os sobre os ombros, como ele dissera que desejava. Depois meus dedos correram meu braço que segurava o telefone até alcançarem a minha cintura. Minha pele sentia como se fosse Robert comigo, exatamente igual à primeira vez em que fizemos sexo por telefone. Controlei a minha respiração para não dar-lhe pistas do que eu fazia.
- Não – respondi a sua pergunta já tarde demais, com a imagem da sua ereção projetada em
minha mente. Minha boca salivou e senti uma vontade incontrolável de tê-lo em meus lábios, de contornar sua extensão com minha língua e recebê-lo completamente em meu íntimo.
- Pois eu me lembro de cada detalhe seu. Se eu estivesse agora com você, colado a suas
costas, tocaria seus seios com desejo, preencheria minha mão com seu volume e apertaria seus bicos entre meus dedos. Eu sei que você gosta assim – minha mão fez exatamente o que ele ditava e reprimi um gemido que por pouco não escapou. – Beijaria seu pescoço e permitiria que minha mão descesse ao encontro do seu sexo, que, com certeza, estaria pulsando de excitação – ele suspirou audivelmente, demonstrando todo o seu desejo.
Eu podia vê-lo passar as mãos nos cabelos e sentia a sua ansiedade em tocar seu próprio
membro. Tinha consciência da minha própria ansiedade em tocar o seu membro. Era sufocante, porque ele estava ali, a poucos metros, bastava um sim. Um simples sim e o alívio chegaria, não apenas uma vez, mas muitas vezes e sempre, cada vez mais intenso, até que não existisse mais força, como ele mesmo prometeu que seria.
- Melissa?
- Diga – falei melosa, impossibilitada de responder de outra maneira, quando a minha mente
lutava entre a necessidade de tê-lo de verdade ou somente aceitar aquele momento sem que ele percebesse o que eu fazia.
- Droga! Eu mataria alguém, só para poder tocá-la neste momento. Se eu conseguisse alcançá-la, se minhas mãos tocassem seu corpo agora, eu seria o homem mais feliz da face da terra.
- Para quê? – respirei fundo. – Para que me tocaria?
- Para lhe dar o que tanto deseja. Eu posso sentir o seu desejo, a necessidade do seu corpo
correspondendo a minha própria necessidade – imediatamente meus dedos tocaram meu sexo, úmido e pulsante, como ele sabia que estava. Deixei que meu pequeno botão se acostumasse à pressão e depois acariciei a extensão com meus dedos. - Para preenchê-la com tudo o que sou e assisti-la desfalecer de tanto prazer enquanto grita meu nome – encostei a testa na parede fria e mantive meus olhos abertos, presos naquela imagem enquanto permitia que meus dedos brincassem intimamente.
Era excitante, estimulante e relaxante. Saber que ele estava lá embaixo, olhando para mim,
apesar de não conseguir me ver, mas sabendo que eu correspondia ao seu comando, que eu estava nua, olhando para ele, ciente de que estava errando, sendo fraca e, aos olhos dele, leviana, mesmo assim, dando ao homem que eu amava o que ele tanto pedia. Eu lhe dava o meu prazer, todo o meu prazer. Não consegui segurar o gemido quando meus dedos me invadiram. Robert rosnou do outro lado, e eu recebi a sua reação com um incentivo para continuar.
- Isso, meu amor! Se entregue para mim – meus movimentos ficaram mais rápidos, urgentes,
deliciosos. – Como eu queria beijá-la agora. Não apenas seus lábios sedentos, Mel, também seus seios, sua barriga e finalmente, seu sexo. Ah, como eu queira sentir seu gosto neste momento. Capturar sua excitação em meus lábios, acompanhar seu rebolado ensandecido e ansioso por mais. Eu sei que você quer mais, Melissa, e eu te daria sempre mais. O quanto você precisasse.
Meus dedos entravam, se afundando em minha carne, a palma da minha mão pressionando meu clitóris e se esfregando nele, meus quadris se mexendo de encontro ao prazer e minha mente imaginando ser a sua boca a me masturbar, arrancando de mim o prazer mais profundo.
- Goze para mim, Melissa!
Não precisou de mais uma palavra. Não precisou que me pedisse mais de uma vez. Eu gozei
sentindo o gelo do vidro em minha testa e o calor do meu gozo em minha mão, mas, o que realmente me aquecia, era o meu coração, que bombeava alegria por poder dividir mais aquele momento com Robert, mesmo que eu me arrependesse depois. E foi por isso que, naquele momento, entregue ao desejo e ao êxtase, me permiti chamar por ele.
- Robert! - os espasmos percorreram meu corpo fazendo-me tremer
- Estou aqui, Mel. Sempre estarei aqui. Boa noite, meu amor!
E ele desligou.