Cidades Rebeldes

Cidades Rebeldes David Harvey




Resenhas - Cidades Rebeldes


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Arthur 07/04/2021

As cidades como espaço de disputa
Se eu tivesse que resumir esse livro em poucas palavras, seria: "os movimentos anticapitalistas precisam entender as cidades como espaço de disputa". Mais uma vez David Harvey discorre com maestria pelas contradições do capitalismo e indica como os processos urbanos funcionam como reprodutor de sua lógica (capitalista). Compreender a relação do capital com as cidades é condição sine qua non para a emancipação da sociedade das amarras do capital, aliás.
Além disso, Harvey indica como os movimentos progressistas precisam superar a ideia de movimento operário apenas enquanto classe trabalhadora e abrir os olhos para outros trabalhadores, tão possuidores de direito à cidade quanto todos, bem como da necessidade de amalgamar o maior apoio popular possível para os movimentos anticapitalistas. Para tanto, o livro possui alguns exemplos de projetos e processos em cidades pelo mundo, bem como boas referências também.
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Rebeca.lousz 29/10/2020

David Harvey assume o papel de ?intelectual ignorante?
Em Cidades Rebeldes David Harvey traz um novo fator para as lutas anticapitalistas: a organização das cidades. Ele coloca como força motriz das lutas a forma como a cidade é apropriada e as escalas organizacionais de seus cidadãos, em que o sucesso dessas mesmas lutas dependem não apenas das reivindicações, mas da sua boa organização sindical e associativa.

O ponto alto do livro é essa associação com a cidade que o autor traz, incumbindo o urbanismo e a concepção das cidades dentro das lutas anticapitalistas.

Todo o livro se perde um pouco nas inúmeras referências e citações, tornando a leitura difícil e cansativa. O propósito do livro se esvai no final, pois apesar de toda a análise ter uma visão socialista e marxista, no final o autor levanta a bandeira vermelha sem hesitar e propõe uma série de soluções improváveis e irreais.

Me lembrei do que Martins Vasques da Cunha chama de ?intelectual ignorante?: David Harvey acredita que tem a solução de todos os problemas do mundo na palma da mão, e que ele é o único ser do mundo que sabe o que deve ser feito a respeito.
Maria Fernanda 21/09/2023minha estante
??Como, então, se organiza uma cidade?
A resposta honesta à pergunta de Fletcher e Gapasin é: simplesmente não sabemos? Harvey, D. 2014, p.250




Marcelo Dos Santos (De Dois) 05/01/2021

Lucidez e didática
Com sua maestria de praxe, David Harvey se debruça em uma análise sobretudo lefebvreviana nas configurações citadinas que tomam conta de nosso mundo atual. Em todos os momentos mostrando total domínio das teorias do filósofo francês (o qual sou suspeito para falar sobre), Harvey discorre sobre temas interessantíssimos como os bens comuns urbanos, a criação de resistências por meio da cidade como meio fundamental para se fazer as transformações necessárias da sociedade e também históricos fundamentados na mesma para entendermos as crises capitalistas ao longo da História.
Sua segunda parte o mesmo propõe saídas e alternativas para nós refletirmos sobre o que realmente queremos e o que podemos para os novos modelos de cidades tendo em vista às inerentes crises que constatamos e a visível falência do sistema que fracassou em nos apresentar modelos viáveis para os 99% da população mundial.
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Romeu Felix 22/03/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "Cidades Rebeldes" é uma coletânea de ensaios de David Harvey, um dos mais renomados geógrafos urbanos da atualidade. Harvey aborda questões urbanas em diferentes contextos e regiões do mundo, analisando como o capitalismo e o neoliberalismo têm influenciado a vida nas cidades e como as cidades têm sido palco de lutas políticas e sociais.

A obra é dividida em sete capítulos, cada um explorando uma temática específica. O primeiro capítulo, "O direito à cidade", é uma análise histórica e conceitual do direito à cidade e sua importância na luta contra a exclusão urbana. Harvey destaca como o direito à cidade está relacionado à luta por espaços públicos, serviços públicos de qualidade e acesso igualitário aos recursos urbanos.

No segundo capítulo, "A cidade como centro de acumulação por despossessão", Harvey discute a relação entre a urbanização e a acumulação de capital, mostrando como a gentrificação, a privatização dos espaços públicos e a especulação imobiliária são formas de despossessão das classes populares.

No terceiro capítulo, "O planejamento urbano e a cidade neoliberal", Harvey analisa a influência do neoliberalismo no planejamento urbano e como isso tem levado à exclusão social e à segregação espacial.

O quarto capítulo, "A cidade como palco da luta de classes", destaca as lutas políticas e sociais que ocorrem nas cidades, desde os movimentos por moradia até os protestos contra a especulação imobiliária e a gentrificação.

No quinto capítulo, "A cidade como espaço de resistência", Harvey apresenta exemplos de movimentos sociais e políticos que têm utilizado a cidade como espaço de resistência e transformação social, desde as ocupações urbanas até as mobilizações contra a privatização dos serviços públicos.

O sexto capítulo, "A cidade e a natureza", aborda a relação entre as cidades e o meio ambiente, mostrando como a urbanização tem impactado negativamente os ecossistemas e como a adoção de políticas sustentáveis é fundamental para garantir a qualidade de vida nas cidades.

Por fim, no sétimo capítulo, "A cidade do futuro", Harvey discute as possibilidades de construção de cidades mais justas, democráticas e sustentáveis, apresentando exemplos de experiências bem-sucedidas em diferentes partes do mundo.

Em resumo, "Cidades Rebeldes" é uma obra fundamental para quem se interessa por questões urbanas, pois oferece uma visão crítica e engajada sobre as transformações urbanas contemporâneas e apresenta alternativas para construção de cidades mais justas e democráticas.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Bruno 24/12/2023

A rebeldia é o caminho
David Harvey nos desafia a pensar a cidade como um espaço de constante disputa, no qual se dá a reprodução do capital. Sob o implacável modelo de produção capitalista neoliberal, uma massa de excluídos é produzida ao longo do processo de reprodução. Harvey discute justamente sobre como os movimentos anticapitalistas contemporâneos podem agir para mobilizar tais massas em torno de um objetivo comum: democratizar as cidades e fazer com que todos tenham acesso ao que ela produz. Ao tratar sobre casos de rebeldia urbana popular ao redor do mundo, Harvey demonstra que a união das massas que ficaram à margem do capitalismo é o caminho para a transformação dessa realidade. Trata-se de um livro riquíssimo, que abre diversas portas para pensarmos em futuros potenciais.
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Daniel1754 25/01/2024

Interessante mas já bem datado em 2024, numa conjuntura em que o neoliberalismo foi pouco minado pelas estratégias de resistência coletivas. Vale pra entender o contexto e o clima em torno do Occupy Wall Street e como peça importante dentro do pensamento de Harvey.
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Amêndoa 12/12/2023

Uma leitura que abre caminhos
Depois de passar um bom tempo descansando na prateleira, resolvi encarar o livro que comecei a ler por me interessar por Harvey em uma aula da faculdade. É um excelente livro para compreender a urbanização sob a óptica do capitalismo financeiro e imobiliário, que Marx e seus seguidores, como Harvey pontua muito bem, não abarcam em suas obras. Além de trabalhar com conceitos muito importantes que nos faz compreender a teoria proposta, Harvey busca sempre ilustrar seu pensamento a partir de diferentes exemplos. Com toda certeza, uma vez que as cidades são o locus da luta anticapitalista, não há como não unir a luta pelo direito à cidade pela luta da emancipação da classe trabalhadora.
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