O carnê dourado

O carnê dourado Doris Lessing




Resenhas - O Carnê Dourado


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Agnaldo 06/02/2022

Mulheres livres que amam de mais
Esse livro é um espetáculo de emoções e sentimentos, a autora retrata muito bem as dificuldades e os desafios que as mulheres tem que enfrentar em vários aspectos das suas vidas, seja na profissional onde elas muitas vezes não recebem o mérito por seus serviços ou mesmo quando atingem um sucesso profissional, elas acabam sendo pouco valorizadas e até mesmo sendo intimidades por terem mais sucesso que os homens e é ainda pior se levarmos em consideração o período que ele foi escrito. Na vida pessoal a autora explorou muito bem alguns sentimentos que fez da Anna uma personagem muito forte, íntegra e dona da sua própria vida, mas também mostrou um lado mais frágil da mulher, que no caso sua fragilidade vem mais por causa que a Anna sempre vai fundo em seus relacionamentos e geralmente ama muito rápido pessoas que só entram na vida dela pra suga lá ou pra viver alguma aventura. O livro é bela obra de arte que está cheio de momentos de aventuras e felicidades.
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João Vitor 09/05/2023

Uma escritora em choque
?Chame a escritora de Anna ou de Doris Lessing, O carnê dourado é o diário de uma escritora em choque.? Já dizia Joan Didion em um ensaio sobre a Doris Lessing.

O carnê dourado é um romance de ideias, como diz Doris no prefácio da minha edição. Nesse mesmo prefácio que a autora escreveu 10 anos depois da publicação do romance (publicado em 1962), ela comenta sobre o impacto do livro, de como ele foi recebido como um romance sobre ?guerra dos sexos?, ?libertação feminina? e ?política? ? títulos que ela se recusava a aceitar, ela escrevia o que via. A autora também comenta sobre como devemos seguir nossa própria jornada acadêmica-intelectual, sem precisar de um mentor/professor propriamente dito e seguir nossos instintos.

Mas afinal, Jojoaaao, do que se trata o ambicioso ?O Carnê Dourado?? Desilusão ao comunismo? Libertação feminina? Colapso mental? Tudo isso e mais.

Ele é dividido em cinco sessões denominadas ?Mulheres Livres?, no qual se constitui um romance convencional, sobre uma escritora chamada Anna, em um processo de bloqueio criativo depois de lançar um único livro de sucesso. Anna mantem quatro cadernos diferentes e conhecemos o interior deles durante o romance. Cada caderno possui um assunto/tópico e uma cor diferente, eles são formados por um esboço de um romance, fragmentos, memórias, anotações, fluxo de consciência, ideias, diálogos, etc. Juntos formam o grande caderno dourado, ou melhor, the golden notebook.

Esse livro é um romance de fôlego & um exercício de paciência. Não que a Doris escreva de maneira hermética ou que tenha uma história difícil, a questão é que é um romance longo (por vezes, cansativo), com tantas nuances engenhosas que você precisa ? e quer ? se desdobrar em cada uma delas, pois refletem em tópicos ainda hoje (2023) debatidos, mesmo o livro sendo um retrato de sua época.

Sinto um tipo de orgulho infantil por ter lido esse livro, ele se tornou especial para mim de uma forma que não consigo explicar. Infelizmente não temos uma edição nova dele, ele é uma joia perdida em sebos de todas as partes do Brasil, mas super fácil de achar (se for encarar essa caça ao tesouro, recomendo a edição com esse prefácio, ele é um deleite).

Escrevo sobre livros no meu Instagram: @jojoaaao
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Mariane385 26/04/2020

Achei um livro extremamente cansativo de se ler. Terminei o volume I e estou desanimada para começar o volume II. De forma geral, tem uma boa história, mas alguns diálogos achei desnecessários, pois deixam a leitura ?arrastada?.
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Ricardo Rocha 10/07/2017

uma mulher que não se conhece. que escreve, diz, para se conhecer. gosto de Doris. passa um quê reconfortante de simplicidade autêntica. personagens que são pessoas (hj, num tempo em que se "ensina" a "desenvolver personagens" em cursos, é um refrigério. mulheres livres mas nada de feminismo, acho. o nobel foi um exagero? talvez. mas é bom quando pessoas do bem são reconhecidas embora sua arte possa eventualmente não ser tão especial. harold bloom diz que escrevia "ficção de quarta categoria" e "tijolos". queria jogar um desses na cabeça dele, decerto uma pessoa nada especial
Ricardo Rocha 10/07/2017minha estante
harold bloom disse que ela escrevia ficção de quarta categoria e "tijolos". de fato, esse carnê dourado é perfeito para jogar na cabeça dele, decerto uma pessoa nada especial


Salomão N. 17/07/2017minha estante
Comprou por onde?


moraes_psi 16/02/2022minha estante
Críticos são bicho difícil, Harold Bloom considerava cânone, nos EUA, só quem ele aprovava. E a maioria intectual se ajoelhava como se ele fosse Deus. Há muito tempo eu deixei de me importar com os críticos. Livro bom é aquele que é bom pra gente.

Sem contar que, independente da sua liberdade de opinião política, o caso de autores nobel como Mário Vargas Llosa, Saul Bellow e a própria Doris Lessing, é uma questão, pra variar, de divisão política, coisa que poucos críticos não se influenciam.




Henrique Fendrich 21/11/2019

Honestamente, eu não me adaptei com a estrutura não convencional da trama, embora tenha apreciado alguns momentos da história. O que gostei para valer mesmo foi do ensaio de abertura do livro, feito pela própria Doris 9 anos após a publicação do livro, e no qual ela fala sobre a estrutura do romance, sobre crítica literária, sobre "independência" no sistema, sobre educação, sobre expectativas do leitor...

Um dos trechos dessa ensaio que deixei registrado:

"Começa quando a criança tem apenas cinco ou seis anos, e chega ao colégio. Começa com notas, recompensas, "lugares", "estrelinhas". Essa mentalidade de cavalo de corrida, a maneira de pensar do vencedor e do perdedor, conduz a coisas como "O escritor X está, não está, alguns passos à frente do escritor Y. O escritor Y passou para trás. Em seu último livro, o escritor Z demonstrou ser melhor que o escritor A". Desde o começo a criança é treinada para pensar dessa forma, sempre em termos de comparação, de sucesso e de fracasso. É um sistema de eliminação: o mais fraco é desestimulado e cai fora; é um sistema destinado a produzir alguns vencedores que estão sempre competindo entre si. Acredito - embora este não seja o lugar de desenvolver minha tese - que as aptidões que toda criança tem, independentemente do seu QI oficial, poderiam permanecer com ela a vida inteira, para enriquecê-la e a outras pessoas, se tais aptidões não fossem consideradas mercadorias, com um determinado valor no jogo do sucesso".
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