MiCandeloro 27/02/2015
Aterrorizante!
Eve Parkins estava cansada de se esconder, dia após dia, nos túneis subterrâneos do metrô para fugir dos bombardeios aéreos que assolavam as ruas de Londres. Ela precisava tomar uma atitude, precisava fazer algo de diferente, então decidiu ir embora.
Naquela época, o Governo preconizava que as crianças deveriam ser enviadas para os campos, só assim estariam mais seguras e distantes da guerra. Esta era uma ótima forma de Eve escapar e recomeçar a sua vida em outro lugar.
Pensando nisso, Eve aceitou a tarefa proposta pela diretora do colégio onde lecionava, Jean Hogg, de levar um grupo de alunos embora da cidade e dividir a função de cuidá-los e ensiná-los em período integral. Dentre as sete crianças que ficaram sob a responsabilidade de Eve, estava Edward, um menininho que havia acabado de ficar órfão. Edward nunca mais falara desde então. Mas Eve estava convencida de que conseguiria resgatar o pequeno das sombras e fazê-lo sorrir novamente.
Ao chegarem ao seu destino, todos foram acomodados na Casa do Brejo da Enguia, uma casa abandonada, caindo aos pedaços, mofada, com um cheiro horrível e um clima igualmente ruim. Mas eles nada podiam fazer a respeito disso. Lá aparentava ser melhor do que estar bem no centro do combate.
O problema é que a casa parecia guardar inúmeros segredos que passaram a atormentar seus habitantes. Certamente não era um lugar seguro, e Eve descobriu isso da pior maneira possível. Quando mortes começaram a acontecer, Eve precisou decidir se fugia do local e salvava a sua vida, ou se ficava e lutava contra a força maligna que lá morava.
Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!
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A Mulher de Preto 2, livro que inspirou o filme de mesmo nome, que foi lançado nos cinemas no dia 29/01/2015, é a continuação de uma das melhores histórias de fantasmas de todos os tempos. Quando Martyn Waites aceitou a incumbência de escrevê-lo, ficou temeroso sobre se conseguiria criar uma trama tão aterrorizante quanto a primeira, e posso dizer a vocês, ele foi bem-sucedido nessa missão.
Sempre amei ver filmes de terror, apesar de morrer de medo (não sei por que ainda insisto nisso), mas, até então, nunca tinha tido a experiência de ler um livro deste gênero e vivenciar na mente aquilo que costuma me dar medo na tela. Quando a Editora Record me ofereceu esse livro, não pensei duas vezes em solicitá-lo. Concluí que essa era a minha chance de mudar o panorama. Porém, bastou começar a lê-lo para me arrepender amargamente dessa escolha. Não porque o livro é ruim, ao contrário, mas porque simplesmente morri de medo lendo! kkkkkkk
Meu maior erro foi lê-lo de madrugada, quando estava sozinha em casa. Não preciso nem dizer que vários barulhos sinistros se fizeram presente. Sim, sou uma pessoa muito impressionável e influenciável, então, a partir daquele primeiro evento, decidi que só o leria na luz do dia e na presença do meu marido, o que aliviou a tensão, mas ainda assim dificultou a leitura, que se arrastou por dias já que tinha medo de pegar no exemplar... kkk
A obra, que é narrada em terceira pessoa, nos dá uma ampla visão sobre os acontecimentos e personagens, apesar de dar um maior destaque à Eve e Edward, e possui capítulos bem curtos, fornecendo enorme fluidez à trama. A escrita do autor é simples, de fácil compreensão, e muito envolvente. As descrições de ambientes e de cenas são tão precisas que conseguimos facilmente nos transportar para dentro do enredo e vivenciar os momentos de horror juntamente dos personagens.
Como não li o primeiro volume, no início, fiquei na dúvida sobre se a casa era realmente mal assombrada, ou se as coisas bizarras que aconteciam eram fruto da imaginação fértil de Eve e dos seus traumas pré-existentes, até a Mulher de Preto realmente aparecer e eu tremer nas bases. :P
Uma das coisas de que mais gostei é que Waites soube mexer com o nosso psicológico. As cenas em que Eve escuta barulhos, os investiga e perambula pela casa sozinha são tão mais enervantes e tensas do que quando o fantasma aparece.
Apesar de este não ser um livro do qual a gente deva esperar muita coisa, já que o foco da obra é realmente a assombração que vive no local, suas motivações para matar e a tentativa de contê-la, o autor conseguiu desenvolver paralelamente histórias secundárias, abordando não só a segunda guerra mundial e suas consequências para a humanidade, como os dramas particulares de cada personagem, que foram solidamente construídos e cresceram na medida em que desafios lhe foram impostos.
Para quem deseja lê-lo, gostaria de ressaltar que não há a necessidade de ler primeiramente o volume anterior, já que ambos possuem histórias independentes. Então não se preocupem quanto a isso.
A Mulher de Preto 2 é perfeito para aqueles que são fãs de terror e de suspense e que gostam de levar sustos, mas mesmo quem não gosta, ou nunca teve uma experiência de leitura como essa, vale a pena investir, porque, além de ser um livro bem escrito, é legal a gente se testar e embarcar em aventuras como essa, pelo menos de vez em quando.
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