O Conde Negro

O Conde Negro Alexandre Dumas
Tom Reiss




Resenhas - O Conde Negro


7 encontrados | exibindo 1 a 7


GIPA_RJ 24/09/2022

Magnífica obra
Recomendo fortemente a todos a leitura deste precioso livro!
Este foi o segundo de Tom Reiss por mim lido , e o autor me fez descobrir que aprecio biografias.
Reiss não escolhe figuras renomadas nem celebridade , mas sim coadjuvantes ou indivíduos remotamente conhecidos para biografar , farejando histórias de vida sensacionais para revelar.
Alex Dumas - o "Conde Negro"- pai do romancista Alexandre Dumas , foi um homem notável que inspirou profundamente a arte do filho , com o qual conviveu por apenas 4 anos.
O tema da escravidão, presente na maioria dos livros por mim lidos neste ano de 2022 , retorna neste também , descrevendo aquela realidade no Império Francês e na república , oscilando de tempos mais permissivos para outros bem restritivos.
A Revolução Francesa é bem exposta , mostrando que não foi um marco pontual em 1789 , mas uma transição , numa década de muitas instabilidades e de ameaças à republica. Como bem disse Laurentino Gomes em Escravidão vol. 2 , os ideais de liberdade , igualdade e fraternidade não incluíam os escravos....
Ficou bem claro para mim , o quão polêmico e oportunista foi Napoleão Bonaparte no período , garantindo a sobrevivência dos ideais revolucionários em sua acintosa ......ditadura. A visionária conquista do Egito foi uma parte bem surpreendente , bem como sua passagem por Malta.
Livro imperdível e inesquecível , para ser relido.
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Bruno 28/06/2015

De quase escravo a general revolucionário: a inspiração de Dumas para O Conde de Monte Cristo
O Conde Negro, recém-lançado no Brasil pela editora Objetiva, não é bem necessariamente um romance histórico, mas a narrativa de Tom Reiss quase o torna uma biografia romanceada, relatando a trajetória de Alex Dumas, pai de ninguém menos que Alexandre Dumas, que usou a vida de seu progenitor como fonte de inspiração para compor sua obra mais icônica: O Conde de Monte Cristo! Nascido no Haiti, então colônia açucareira da França, mestiço de escrava negra com um decadente e fugitivo aristocrata francês, Alex Dumas acabou conhecendo sorte melhor ao ser levado por seu pai para o velho continente e receber uma educação aristocrática, com boas doses da já estabelecida filosofia iluminista, que encantava corações e mentes de nobres e burgueses da França do “século das Luzes”. Assim como Napoleão, com quem viria a ter uma relação conturbada, foi feito general aos 25 anos de idade, graças à Revolução Francesa. Lutou nas campanhas revolucionárias nas fronteiras francesas e nas campanhas napoleônicas na Itália e Egito por convicções revolucionárias (a bandeira da Liberdade, Igualdade e Fraternidade) e acabou se decepcionando com muitos dos seus compatriotas e com os próprios rumas da Revolução, já que ela culminaria com a ditadura de Napoleão Bonaparte. Retornando à França, foi aprisionado em Nápoles, o que contribuiu para o declínio de sua saúde. Após sua libertação, concebeu o mais famoso de sua prole, Alexandre Dumas, que pouco conviveria com o pai; mas que utilizaria sua trajetória não só para escrever O Conde de Monte Cristo, mas para diversas outras passagens de seus romances históricos. Indicado não só para quem quer ler sobre uma vida incrível, de quase escravo a general revolucionário, mas também para quem aprecia História do período entre meados do século XVIII ao início do XIX, época de grandes transformações desencadeadas pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa.
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Lys Coimbra 19/06/2016

Um livro extraordinário
Ganhei "o conde negro" de uma amiga muito querida e não sabia que ela estava me dando um presente para a vida!

Tom Reiss se propõe a apresentar ao leitor a biografia do General Dumas, um grande herói da França, que foi relegado ao esquecimento pela pátria à qual dedicou a sua vida! Mas o autor vai além e nos mostra não apenas a vida desse homem injustamente esquecido, mas também uma parte importante da história francesa e da própria humanidade: o movimento pelos direitos civis e a revolução francesa.

O livro também menciona "Le code noir", o primeiro código sobre escravidão colonial, aprovado por Luis XIV em 1685, que mudou a história da escravidão e das relações raciais, pois relacionou, pela primeira vez na história, a escravidão à cor da pele.

Nesse contexto histórico, nasceu Thomas-Alexandre Dumas, filho de Alexandre-Antoine Davy de la Pailleterie, um nobre francês, e de Marie Cessette Dumas, uma escrava de Saint-Domingue, a colônia açucareira francesa, atualmente Haiti.

Alex Dumas teve outros quatro irmãos, que o pai vendeu juntamente com a mãe. Teve sorte de ser o preferido de Antoine, pois foi vendido brevemente sob a condição de ser restituído a seu pai posteriormente, por isso, recebeu a educação refinada dos nobres franceses.

Mais tarde, renegou o nome de seu pai e adotou o nome da mãe, Dumas. Se alistou ao Regimento dos Dragões da Rainha e seguiu a carreira militar, na qual ascendeu vertiginosamente, por méritos próprios.

Uma passagem do livro, que resume bem a biografia de Dumas, diz que "a vida do General Alex Dumas é tão extraordinária em tantos níveis que é fácil esquecer o fato mais extraordinário sobre ela: que foi vivida por um homem negro num mundo de brancos, no fim do século XVIII".

Não ouso dizer muito mais sobre esse livro, que é um dos mais sensacionais que li em toda a minha vida, para não privar os meus amigos que pretendam lê-lo dos prazeres de toda essa bagagem cultural que a obra nos proporciona, mas me permito lançar um último recurso de persuasão para convencer aqueles que não têm certeza sobre "o conde negro": a vida do General Dumas, pai de Alexandre Dumas, inspirou o célebre romancista francês a compor o seu personagem mais notório, Edmond Dantès, O conde de Monte Cristo.

Depois de ler "o conde negro" e conhecer a história desse grande herói, eu torço para que algum dia a França resgate a sua memória e que ele seja tão reconhecido quanto o filho e o neto.
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Alipio 19/08/2020

O Conde Negro
Tom Reiss, ao acessar o cofre da familia Dumas no Musée Alexandre Dumas, em Villers-Cotterêts, encontrou vários documentos para o seu trabalho biográfico de "O Conde Negro", pai do conceituado romancista Alexandre Dumas ( O Conde de Monte Cristo, Os Três Mosqueteiros, A Rainha Margot e outros)
Thomas-Alexandre Dumas, ou simplesmente Alex Dumas ,filho de um aristocrata com uma escrava, nasceu na colônia francesa de Saint Domingue em 1762 é penhorado como escravo por seu pai que precisava de dinheiro para viagem à França.
Mais tarde resgatado pelo próprio pai e levado à França onde aprendeu ser um exímio cavaleiro, tendo alistado no 6° regimento dos Dragões da Rainha em 1786 como soldado raso, como Alexandre Dumas.
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Com a revolução de 1789, Dumas era o segundo no comando de um corpo de cavaleiros conhecido como " Légion Noire" ( Legião Negra).
Aos 31 anos, ascende ao posto de General

Antes de entrar na história propriamente dita, o autor faz um bosquejo histórico sobre a escravidão na Antiguidade, onde não era baseada em termos " raciais" , até chegar à França de Luís XIV, que foi o primeiro país a criar um código para a escravidão colonial.
Alguns recortes sobre racismo e as novas leis raciais do periodo são abordadas pelo autor, assim como a hipocrisia da mesma, pois qual a importância em declarar que todos homens são livres e iguais, se a sociedade continuavam a manter escravos?

Em vários momentos, o autor divaga sobre assuntos gerais da França do século XVIII: Sociedade, hábitos, revolução francesa, jacobinos, Napoleão Bonaparte e suas campanhas militares ao qual o general Dumas teve uma participação importante e até mesmo decisiva, porém sem o devido reconhecimento, por causa da cor de sua pele.

Feito prisioneiro pelos napolitanos na Fortaleza de Tarento ao retornar do Egito, onde esteve lutando ao lado de Napoleão, O general Dumas viveu experiências similares a Edmond Dantès, protagonista do romance " O Conde de Monte Cristo", experiência essa que serviu de inspiração para o seu filho, Alexandre Dumas , escrever o romance.

como assuntos gerais é um bom livro. contém muitos assuntos interessantes sobre a revolução francesa e batalhas napoleônicas. Como biografia, confesso que esperava mais.


Destaque para as notas de rodapé: Alguns termos que sofreram evolução semántica e apontam um significado diferente no texto.

@livros.historia
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Elizeu 08/03/2021

Porque eu gostei?
Porque eu gostei?

Este livro faz você mergulhar no cenário da Revolução Francesa por volta do século XVIII.

Uma história surpreendente contada pelo autor Tom Reiss, onde retrata os escravos, os preconceitos e de como era a sociedade, na época onde a França era o centro do velho mundo.

Se você curte livros de história, este é cheio de relatos fascinantes!
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Igor13 09/12/2015

Duplamente elogiável: texto bem desenvolvido e justiça histórica
Este livro não ganhou um prêmio Pulitzer à toa. Além de contar a saga de um homem fantástico – num momento histórico igualmente sem igual -, faz de certa forma uma justiça para a memória do personagem.

Um comandante negro liderando dezenas de milhares de tropas brancas, vencendo batalha após batalha pela Europa e além, não seria um fato tão facilmente aceito e difundido por certos grupos. O autor, de forma profissional, tenta de certa forma contar a verdadeira – até onde é possível – sequência de atos relacionados ao homem real por trás do personagem, Conde de Mote Cristo, criado por seu filho, numa tentativa de honrar seu heroico e injustiçado pai.

O autor está de parabéns pela biografia e reparação histórica. Um grande mulato, filho de pai branco e mãe negra, que estava na hora e local certos, mas que teve o infortúnio de desagradar outro grande homem, Napoleão Bonaparte. Que diferente do primeiro, tinha uma ambição acima de quaisquer valores morais e republicanos, que acabaria por alterar o rumo da história de forma sentida até hoje.

Dica: não desanime nos 30% iniciais do livro.
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Thalita 27/10/2023

A grande inspiração pro Conde de Monte Cristo
Antes de ler esse livro, eu não sabia que Alexandre Dumas se inspirou na história do seu próprio pai pra escrever o Conde de Monte Cristo. Lendo o livro, descobrimos a história de um verdadeiro herói da revolução francesa, que foi esquecido pela história por dois motivos: era negro e brigou com Napoleão. Vamos combinar que ser desafeto de Napoleão não o ajudou no fim de sua carreira, mas a verdade é que o racismo foi o principal motivo para ele ser esquecido da história francesa. Mas que bom que o filho dele se tornou um dos maiores escritores da história da França e fez questão de contar sobre os percalços da vida do pai. E que bom que 200 anos depois, alguém decidiu ir atrás de cada etapa pra contar essa espetacular, porém triste, história.
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