Daisy @nuvemdeletras 07/04/2015Essa não é mais uma distopia | Blog NUVEMDELETRAS.COMReboot foi lançamento de março da editora Galera Record e é um livro que promete agradar e muito os fãs de distopias! Com uma premissa totalmente diferente e original, a leitura se torna essencial para quem gosta do gênero ou de livros que fujam do comum.
Após um vírus mortal se espalhar pelo mundo e dizimar grande parte da população, as pessoas começaram a retornar da morte. Chamados de Reboots, quem voltava tinha algumas de suas características físicas alteradas, como a força, agilidade e sua resistência física. O tempo que demoravam a reinicializar dizia muito a seu respeito também. Quanto mais tempo demandava sua volta, menos humanidade o Reboot tinha. E é dentro desse contexto que conhecemos Wren Connolly, que levou incríveis 178 minutos para voltar da morte.
Wren é conhecida como a mais forte Reboot. Morta quando ainda criança é levada para trabalhar na CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. A CRAH nada mais é do que uma corporação que surgiu no meio do caos da humanidade com propostas de organizar a bagunça toda. Como os seres humanos em suma tiveram aversão as pessoas que reinicializavam, a Corporação apareceu então com o intuito de ao mesmo tempo em que cuida dos Reboots, prega a ordem e reestruturação do lugar, usando-os a seu favor como uma arma de proteção na e para a humanidade.
Wren adora seu trabalho que oscila entre caçar os rebeldes que a Corporação a manda capturar, e treinar novos Reboots que chegam aos montes dentro de um determinado período. Aquilo é tudo o que conhece e, apesar de seu trabalho envolver matar pessoas que Wren jamais conheceu e tampouco sabe o motivo daquilo, ela se sente grata por ter comida e abrigo, coisas que raramente possuía quando ainda era humana.
Acostumada a treinar sempre os Reboots com número mais alto, Wren fica um tanto curiosa quando na nova leva de Reboots, um 22 lhe chama a atenção. Sem dúvidas treinar um Reboot com numeração baixa é uma tarefa muito difícil, já que seu lado humano é muito mais aflorado do que os outros, e sua capacidade de ter êxito nas missões é quase mínimo.
Callum Reyes, o número 22, tem um riso fácil no rosto apesar das circunstâncias, e, aparentemente, não se importa muito com as regras da Corporação. Isso lhe deixa no mínimo curiosa em treiná-lo. Na cerimônia de escolha, Wren acaba optando por ele, um número mais baixo pela primeira vez, e sabe que terá muito trabalho a fazer, caso queira ter êxito em seu treinamento. Repleto de perguntas e questionamentos a respeito de procedimentos da Corporação bem como as coisas funcionam, Callum acaba influenciando Wren a ter essa posição questionadora a respeito das coisas ao seu redor. E é aí que tudo começa a mudar.
Reboot é um daqueles livros que possuem uma premissa brilhante que se é bem explorada, tem tudo para dar certo. Ainda bem que Amy Tintera conseguiu desenvolver a história de modo genial e estou completamente satisfeita em ter feito a leitura desse exemplar. Foi muito mais incrível do que esperava que fosse.
Narrado em primeira pessoa, acompanhamos tudo sobre a visão da personagem principal, Wren Connolly. Isso foi muito importante, já que “compramos” a ideia de como a Corporação funciona desde o início por Wren também tê-la feito anos atrás quando ingressou como Reboot. Logo ter que lidar com os questionamentos de Callum, um "mero 22" é um tanto quanto interessante e acaba nos fazendo ver as coisas de outra forma. Por vezes questiona-se se a Corporação realmente está ali como um auxiliador deles ou na verdade um mero governo totalitário que aproveita uma fraqueza da humanidade para tomar o poder e ditar como o mundo deve ser.
Wren é uma personagem bem forte, durona, nada a ver com a mocinha que precisa de ajuda. Callum é o tipo de personagem que só consegui me encantar por ele conforme fui o conhecendo mais. Todos os personagens são bem descritos e dá vontade em saber mais a respeito de grande parte deles e de entender muitas de suas intenções e propósitos de vida.
A narrativa da autora é bem direta, sem enrolação. E apesar de eu ter lido algumas críticas sobre os questionamentos que a personagem principal começa a ter, achei bem plausível e sensato o caminho que a autora levou para explicar as coisas e fazer com que Wren começasse a ver o mundo que estava acostumada a viver, de forma diferente.
O final da história fica aberto para que queiramos a continuação. Sinto que muita coisa ainda pode ser dita e a autora tem um leque grande de opções com coisas que ela pode inserir nessa continuação e fazer a história ser o máximo! A sequência já foi lançada lá fora e se chama “Rebel”. Você pode conferir a capa clicando aqui.
Estou numa pegada de ler e assistir filmes/livros que tenham muita ação e uma história bem ambientada e desenvolvida. Reboot sem dúvidas entra nesse quesito e é o tipo de leitura que pretendo ter mais na decorrência desse ano. Original, cheia de ação e tensão, além de uma leve pitada de romance que convence, mas não é o cerne da história, se você gosta de histórias desse tipo, não tenho dúvidas que você vai amar Reboot assim como eu amei.
O livro será adaptado para as telinhas e tenho certeza que será um sucesso, caso a essência do livro seja mantida na adaptação. Super indicado!
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