Harumi.Murata 12/01/2021
'' Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio ''
Marcos Bagno, professor, linguista, escritor e poeta brasileiro dedicou grande parte da sua vida desmitificando preceitos relacionados a língua brasileira. Sendo o livro ''Preconceito Linguistico'' seu livro mais prestigiado.
Embora o tema não tenha ganhado a relevância que deveria, o assunto é de extrema importância, uma vez que a natureza dessa intolerância esta associada a história do Brasil desde sua época colonial.
Podemos citar três caracteristicas que contribuiram para a disseminação desse preconceito: a má distribuição de renda, desigualdade regional e a submissão do povo brasileiro em relação aos outros países (complexo vira-lata). Todos legado da formção do Brasil.
Além de quebrar com ideias erroneas sobre preceitos da língua portuguesa, Bagno entra em discussões polêmicas como por exemplo sobre a palavra ''presidenta'' que até então não constava nos dicionários e ao questionar grandes instituições, formadoras de opiniões como escolas e redes televisoras.
O livro possui caracter informativo e metalinguistico, apresenta uma linha de raciocínio clara e coerente com exemplos, analogias e argumentos muito bem fundamentados. O texto apresenta línguagem formal de baixa complexidade com escrita fluída e envolvente.
Recomendo o livro para todos os falantes da língua portuguesa do Brasil, pois além de termos um maior conhecimento, começamos a entender a perversidade da nossa língua excludente e por consequência, desenvolvemos um senso crítico sobre.
* Caso alguém queira entender o nome do título: ALERTA DE SPOILER
No livro, Bagno, associa a famosa frase de Heraclito '' Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem.'' a linguagem e ao homem. Como se o rio fosse a línguagem, que é mutavel, dinâmica e o homem, os falantes da língua. Afinal, pode ir mudando os falantes e a linguagem não ?