Resenhas - A Fascinação das Palavras

Anna 24/02/2015

“A Fascinação das Palavras” mostra um Cortázar que brinca com as palavras no vento.
Você deve conhecer Cortázar pelo livro “O Jogo da Amarelinha”, e eu também. Foi esse livro que me fez conhecê-lo e querer saber mais da vida dele. Só que os anos passam, a gente esquece e como fazem mais de cinco anos que eu li O jogo da Amerelinha em uma edição surrada na biblioteca pública do paraná, praticamente nem lembrava o nome do livro. Mas eu me lembrava do nome do autor e quando a Editora me mostrou as opções do mês, eu sabia que precisava ler “A Fascinação das Palavras”.

O livro “A Fascinação das Palavras” é escrito por Omar Prego Gadea e é composto por várias sessões de entrevistas que Omar fez com Julio Cortázar quando os dois se encontraram pela última vez em janeiro de 1984.

Como disse o livro conta com entrevistas, e após uma introdução um tanto quanto cansativa (eu quase desisti do livro ali, de verdade, sério mesmo) o livro apresenta um Cortázar que dá gosto de conhecer. Uma pessoa com cheia de palavras que encantam e interessam ao leitor.

“A Fascinação das Palavras” é o encontro de amigos que já se conheciam há 10 anos. A ideia do livro surgiu em um encontro realizado em 1982 após a morte da companheira do autor. Omar nos lembra na introdução que Cortázar só aceitou fazer o livro se ele fosse “um livro muito doido”. E eu posso te dizer, algumas partes são realmente loucas.

Cortázar conta e analisa muito em suas respostas. Ele debate desde sua infância até sua paixão por jazz e a cada fim de capítulo, temos a oportunidade de conhecer mais sobre a pessoa e sobre o escritor e ainda conferir algumas fotos do autor com parentes ou amigos. Gabo está presente em várias delas.

O livro começou a ser escrito “a quatro mãos” e ali não existia temas proibidos. E você consegue ver realmente isso enquanto lê. Cortazar fala muito sobre sua paixão pelas palavras. Quando era pequeno desenhava elas ao vento até entendê-las de forma diferente. Seus amigos não entendiam. Mas ele tinha seu jeito, era um garoto sensível e não mudou pelas influências. O autor também fala muito sobre a politica, sobre seus motivos para ir a França e como era estar longe da Argentina.

Infelizmente alumas conversas precisam ser interrompidas e nosso livro chega ao fim com o falecimento do autor, em 12 de fevereiro de 1984.

“A Fascinação das Palavras” nos explica muito bem esse título e com certeza nos fascina quando começamos a perceber que o livro não poderia ter outro título ou nos falar sobre outra coisa. Venha ler e termine a leitura fascinado pela obra do autor.

site: http://pausaparaumcafe.com.br/a-fascinacao-das-palavras-mostra-um-cortazar-que-brinca-com-as-palavras-no-vento/

Carissinha 16/03/2015

A Fascinação das Palavras não é uma ficção escrita pelo Julio. Na verdade é uma entrevista que o escritor concedeu alguns poucos anos antes de sua morte por leucemia, ao amigo Omar Prego Gadea. Em quase 300 páginas conseguimos entender a visão do autor em uma gama de assuntos, principalmente a sua obra e as influências que ele tinha ao escrever.

Antes imaginava que não seria fácil acompanhar os capítulos do livro, mas me enganei. Foi uma leitura fácil e interessante. Algumas visões do Cortázar foram pessoalmente marcantes e me deixaram bastante curiosa para conhecer mais e mais do seu trabalho, principalmente como romancista. Me pergunto como até hoje não li O jogo da amarelinha. Pretendo, em breve, corrigir esta falha na minha vida de leitora.

Na entrevista Cortázar fala de outros autores, especialmente de Borges e das semelhanças e diferenças entre sua obra e a de outros escritores latino-americanos. Comenta sobre o tango e sua poesia (ou não poesia), fala de política e da sua verdadeira fascinação pelas palavras.

É um livro para quem também é fascinado pelas palavras, pela arte de escrever, pela vida e obra de um autor que inspirou tantos outros escritores. Mas sempre lembrando que, apesar de ter achado a leitura fluida, é uma entrevista, então o tempo do livro é muito próprio.


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