jes. 19/01/2024
A queda da monarquia e a ascensão de um time subestimado
"Fight because you don't know how to die quietly. Win because you don't know how to lose. This king's ruled long enough - it's time to tear his castle down."
O livro "The King's Men", terceiro e último da saga de All for the Game, encerra a jornada das Foxes, e ao mesmo tempo, narra o seu renascimento. A final do campeonato de Exy e a resolução tanto dos problemas pessoais dos personagens quanto de todas as situações orquestradas pelos antagonistas - que não foram poucas - apresenta o livro não apenas como um clássico ato final, mas ele também deixa os leitores com um sentimento de contentamento em relação a narrativa - exceto por alguns detalhes.
O desenvolvimento dos personagens, que deu uma forte guinchada no segundo livro, encontra resultados satisfatórios neste. Principalmente o desenvolvimento do trio principal - e falando sinceramente, o desenvolvimento do personagem de Kevin Day, que é um dos maiores destaques deste livro.
O subplot de romance que ocorre no livro é uma grande surpresa - não é surpreendente ele ter acontecido (há indícios desde o primeiro livro), mas sim o quão bem funcionou. O "slow burn" teve um progresso lento, mas permitiu que os pilares desta relação fossem fortes o suficiente.
Embora os quesitos "personagens" e "dinâmicas" terem sido quase gabaritados neste livro, preciso apresentar minhas reservas sobre o progresso errático da narrativa. O livro reúne muitas cenas e muitas resoluções, e é preciso admitir que a atenção que cada etapa deste processo recebeu foi um pouco desigual. Muitas vezes, cenas "filler" recebiam mais espaço do que cenas importantes, o que rompia com o progresso da leitura - coisa que nos livros passados não aconteceu. Por exemplo, entre os dois confrontos mais esperados, apenas um atingiu o seu devido potencial.
Embora a narrativa irregular tenha causado desconforto em alguns momentos, "The King's Men" faz o seu trabalho como resolução de uma história. É inegável que o final do livro é emocionante e mesmo que o enredo tenha seus defeitos, os personagens e suas narrativas (e o final dessas narrativas) são bastante satisfatórios. Os membros do time nunca deixarão de ser cães de rua, mas aprenderam finalmente a se tornar uma matilha - e assim, se tornar imparáveis.
Além de contentamento e satisfação, a verdadeira sensação que "The King's Men" dá aos seus leitores é um senso de esperança. Toda a trilogia gira em torno de personagens que são subestimados, que vêm perdendo para a vida de novo e de novo, que estão em busca de pertencimento, motivo, respeito ou o simples direito à liberdade. É esperançoso ver que mesmo que eles caiam tantas vezes, - e cairam muitas, muitas, muitas vezes - as Foxes sempre voltarão a se levantar.