Gabriela, cravo e canela

Gabriela, cravo e canela Jorge Amado




Resenhas - Gabriela Cravo e Canela


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Dandara 05/02/2023

Gabriela, cravo e canela
Jorge Amado é capaz de me surpreender a cada nova leitura. Com Gabriela não foi diferente, romance de leitura fluida e prazerosa, que perpassa por discussões importantes da época e que respingam ainda hoje.
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Yana Sofia 02/02/2023

Sobre um amor que vence convenções sociais
Um amor que vence convenções sociais

Gabriela e Nacib são o fruto da arrebatadora história de amor do livro, porém enquanto desenvolvem Ilhéus começa a se armar de uma guerra política, e não mais uma guerra de fogo, revólver e mortes. Mas sim, uma guerra política de aliados, de civilidade mentirosa, de poder e dinheiro.

Jorge Amado nos amarra em uma história narrada em terceira pessoa, por meio de 4 grandes capítulos desnudando-nos histórias pela sua onisciencia nas mentes, desejos ocultos e dramas dos ilheenses em 1923.

Temos morte por traição, morte por política, amor verdadeiro desabrochando, convenções sociais sendo questionadas, hipocrisia de "homens de bem" que desprezam as quengas quando passam com suas esposas, mas lotam as casas de prostituição durante a noite e aprisionam suas esposas com leis morais tirando-lhes o direito de liberdade de expressão a todo momento.

Não é a toa que Jorge consegue ser um escritor incrível, embora em nenhum momento questione de fato preconceitos raciais (comum sendo um homem branco do início do século 20), ele consegue ser cirúrgico em todo o resto. Consegue falar dos pensamentos arcaicos, quase feudais, dos coronéis sendo transiocionado para o progresso em que a mulher ânsia por sua independência e liberdade.
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Fiama 28/01/2023

Resenha: Gabriela, cravo e canela
Eu já havia lido um livro de Jorge Amado (Capitães de Areia), mas na época em que eu li, não tinha me atentado à grandiosidade do autor. Hoje, após ler Gabriela, Cravo e Canela, posso dizer com toda certeza que ele está entre os melhores que eu conheço. E esse livro veio parar na minha mão de forma bem despretensiosa: eu e o Felipe estávamos programando a viagem para Paraty e, em quase todas as matérias, havia a indicação do drink Jorge Amado e da cachaça Gabriela. Daí, eu decide comprar o livro para ler durante a viagem. E que grata surpresa, pois esse livro é sensacional!

O livro foi publicado em 1958 e foi escrito Jorge Amado, ele é baiano, nascido em Itabuna, município vizinho de Ilhéus, um autor conhecido por escrever crônicas de costumes. No livro, ele conta a história da cidade de Ilhéus por volta de 1925, que naquela época era uma cidade que estava se tornando conhecida pela produção de cacau.

A história é contada a partir de dois pontos de vista: no ponto de vista macro, conta a história da cidade, dos costumes da época, das movimentações políticas, da exploração do cacau; no ponto de vista micro, conta a história de amor de Nacib e Gabriela.

É interessante perceber que nessa época está acontecendo uma ruptura dos costumes, a palavra "progresso" é bastante utilizada para se referir ao novos costumes que estão sendo trazidos para a cidade. Ilhéus está deixando de ser uma cidade dos coronéis, para ser uma cidade dos novos políticos, das exportações, das bibliotecas, do porto, do restaurante...

A partir da oposição do novo e do velho, do progresso versus o tradicional, cria-se uma grande rixa entre mundinho falcão e o coronel Bastos. Mundinho é um jovem carioca, o caçula de dois irmãos que são políticos importantes, que chega em Ilhéus com a intenção de provar para família dele que ele é capaz de fazer seu próprio nome sozinho, por isso ele abre uma empresa para exportar cacau e, ao longo do empreendimento, ele começa a se envolver com a política local.

Do outro lado, o coronel Ramiro Bastos, tido como um chefe da região e com grande influência política dos governadores da Bahia. Além disso, é fácil ver a troca de favores entre ele e os fazendeiros da região, um verdadeiro conchavo político muito voltado à violência, com muitos jagunços e mortes.

É interessante perceber essa mudança política na sociedade que, ao mesmo tempo que é nítida a troca de um sistema de coronelismo e violência por outro um pouco mais democrático e pacífico, ainda é possível visualizar os conchavos de troca de interesses e corrupções, só que dessa vez menos violentos e informais. Um pouco do que vemos hoje!

Em meio a toda essa confusão se desenvolve o romance do árabe Nacib com a retirante Gabriela. Nacib é um empresário estrangeiro que monta seu bar em Ilheus. Ele um homem tranquilo e solteiro, de trinta e poucos anos, que é amigo de todos e tem sua vida voltada para o trabalho. Logo no início da história ele se vê num grande dilema pois sua cozinheira decide ir embora. Como um amante da boa comida, ele se vê desesperado pois não tem mais ninguém nem para cozinhar para ele, nem para fazer os quitutes do bar.

Entre as buscas por uma cozinheira, Nacib acaba encontrando Gabriela no antigo mercado dos escravos. Ela é uma moça, de uns vinte anos, que vinha à Ilhéus em busca de trabalho. Por causa da longa viagem a pé, Gabriela estava muito suja, descabelada e, mesmo assim, Nacib decidiu levá-la, pois estava desesperado em busca de uma cozinheira. Depois que Gabriela tomou banho e trocou de roupa, ele viu que se trata de uma mulher muito bonita, mas mesmo assim ele ainda precisava saber se ela saberia cozinhar para ficar com ela.

No outro dia, Gabriela cozinha e Nacib percebe que ela é a pessoa ideal e, a partir daí, se inicia a paixão dos dois. É muito interessante a forma que o autor descreve a Gabrela, pois ele a coloca como uma mulher ideal: sempre alegre, nunca reclama de nada, tudo para ela está bom, ela não se importa com salário, com roupas... está sempre disposta a agradar o Nacib, tanto com comidas, casa arrumada, quanto na cama. Enfim, tudo para ela está perfeito!

A fama de Gabriela vai se espalhando pela cidade e as propostas para ela ser uma "prostituta particular", cozinheira de casa de família, amante... entre outras coisas, começam a chegar. Essa situação começa a incomodar o Nacib que fica desesperado com medo de perdê-la. Ele começa a pensar numa forma de mantê-la por perto e, então, decide pedi-la em casamento.

A Gabriela não entende muito o que o Nacib quer com esse casamento, mas ela acaba se casando... A partir daí eu não vou dar mais spoilers, mas espero que vocês leiam para descobrir!

Um ponto que me chamou muito a atenção foram as críticas ao machismo da época que Jorge Amado, muito a frente do seu tempo, conseguiu trazer. O autor mostra personagens femininas com grande importância na história. Ele também levanta a questão da traição e do feminicídio que já começava a chocar a sociedade e dividir opiniões, trazendo a mulher como um sujeito de direitos e não apenas um objeto, uma propriedade de um homem.

A Gabriela é retratada como uma mulher que é um espírito livre, que defende o poliamor, ainda que o autor não utilize essa classificação. Ela questiona os papeis sociais, o viver de aparência, a hipocrisia da alta sociedade, ela intervém na política, ela defende seus amigos e é muito autêntica. Além dela, o autor fala sobre Malvina, uma jovem filha de um coronel que gostava de leituras proibidas, que se apaixona por um engenheiro divorciado, que luta pelos seus estudos, que enfrenta seu pai.

É uma obra leve e ao mesmo tempo complexa que retrata a sociedade brasileira, enquanto vamos lendo a gente para e se identifica com aquele pequeno retrato do Brasil, da sociedade brasileira.
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bruna 26/01/2023

Jorge Amado: o romancista do povo
Gostei muito desde o princípio. Jorge Amado não falha em entregar uma narrativa fluída, imersiva e sempre muito divertida.
Não sei se é a influência de já saber o tanto que seus livros foram adaptados a novelas, mas ao ler tem essa sensação de novelão das 21h. Diversos personagens, todos mundo interessantes, Mundinho Falcão, Malvina, Dona Arminda, Nacib, Glória, Coronel Ramiro Bastos, e tantos outros... e claro, Gabriela.
Perfume de cravo, cor de canela, não tem como não se apaixonar por Gabriela. Mas esperava que a personagem fosse mais presente ao longo do livro, algumas coisas já não são tão 'cabiveis' de ler em 2023....
Particularmente preferi sobretudo os casos de Ilhéus, a fofoca, a discuta política, o comentário social, a oposição entre tradição e modernidade, detalhes de como se formou a zona do cacau.
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kathrein.oliveira 25/01/2023

Há...a escrita brasileira ??
A escrita do Jorge amado, mostra como o brasileiro é bom em criar poesia com o cotidiano.

Eu amei tanto acompanhar essa história que é ao mesmo tempo uma história de amor, de política, de um lugar, de uma cultura...

Me fez ter vontade de ir pra Bahia. Com certeza vou ler muito mais do autor.

A única coisa que me fez tirar uma estrela foi o machismo enraizado na história, eu sei que era coisa da época, mas me fez sentir um pouco de frustração rsrsrs. Fora isso, tudo lindo!
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Vini 24/01/2023

Necessário na literatura brasileira.
? Livro lançado em 1958 se tornou um sucesso absoluto inclusive internacionalmente. Traduzido em 33 idiomas, teve duas versões de novela, além um filme disponível no YouTube em alta definição.

? Gabriela cravo e canela é um romance urbano cheio de aromas, cores, assuntos políticos em meio a ascensão de uma pequena cidade no sul da Bahia chamada Ilhéus por volta de 1920 graças a alta demanda de exportação do cacau.

? A narrativa segue do geral ao particular e do particular ao geral entrelaçando o ir e vir de dezenas de personagens representativos. O aclamado romance contribuiu para formar, com outras ficções do autor, a imagem ?exótica? do Brasil no exterior.

? A personagem Gabriela narrada em seus mais íntimos detalhes: de corpo, de jeito, perfume e personalidade, encanta. Toda vez q chegava às partes de construção do amor entre ela e Nacibe, me fazia suspirar.

? Outra personagem marcante e à frente do seu tempo é Malvina. Mulher de personalidade forte e mente madura que juntamente com sua amiga Gerusa tem as melhores vivências porém enfrentam a rigidez da criação de seus pais, o que era comum na época.

? Quem já leu sabe do que eu tô falando. Jorge Amado, que após esse livro, ficou ainda mais conhecido, escreveu uma história e tanta, eu super recomendo.
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Ed Souza 23/01/2023

? Resumo de Gabriela Cravo e Canela.
??Jorge Amado
??1958

?Big Brother Brasil @bbb 2023!

? Gabriela foi escrito em 1958 por Jorge Amado que trazia para suas páginas o reflexo do cotidiano da época.

?Alguns pontos para a gente refletir:

? Gabriela se casa e tem que fazer o que o marido quer...
?Os homens podem passar a noite no cabaré ... Isso é coisa de homem.
?A mulher nasceu para cozinhar e fazer as vontades do marido.

?Seriam alguns pontos de um relacionamento abusivo?

?2023... Ligamos a tv e vemos no BBB ( e aqui não vem ao caso se presta ou não presta) eu adoro ... Mas a questão é..

Uma participante sofre violência?!

?Pode isso produção?

Então vamos fazer uma reflexão de Gabriela x BBB,.junto comigo

Vale a pena da uma espiadinha nesse resumo!

#bbb23
#violenciafeminina
#literaturabrasileira
#brunagriphao
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anarontani 21/01/2023

gostei muito dessa primeira experiência com jorge amado.

a política, a vida em ilhéus, todo o fuzuê cotidiano? uma delícia acompanhar!

gostei de gabriela, mas senti falta dela no livro q leva seu nome. a necessidade dela de estar junto de nacib me incomodou um pouco, já q era ela uma mulher livre de amarras sociais e do amor idealizado.
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Lirieudo 21/01/2023

Preguiça de escrever resenha agora, mas foi uma ótima leitura. Obrigado, Jorge Amado, por me resgatar da ressaca!
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Beatriz1505 21/01/2023

Gabriela e a liberdade
Que experiência diferente!
Parece que estamos lendo um diário da cidade, nos apegamos a personagens secundários, esperamos pelo desfecho das diferentes histórias.
Mas , Gabriela? a mulher livre. A forma como a sua liberdade de amor e prazer é colocada.
Entendo os conceitos da época, o que nos leva a uma crise moral muito forte.
Clássicos sempre nos levam a reflexões ainda mais profundas do que imaginamos.
O que é certo e o que é errado?
É certo gostar de Nacib?
Ainda não me decidi, é moço bom?
Enfim, pensemos?
Espero apenas que a nossa sociedade possa evoluir como a nossa querida Ilhéus.
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Felip_ 17/01/2023

Muda-se a paisagem, muda-se as pessoas
Passe quase que o ano inteiro lendo, minha faculdade atrapalhou sua leitura, então fiquei com esses personagens por muito mais tempo que queria, a ponto de seu fim ser patológico. Tô órfão de Gabriela e suas comidas e sensualidade. Da escrita gordurosa e saborosa de Jorge Amado. Das loucuras de Nacib junto a Mundinho Falcão.
O livro funciona como uma "Crônica de uma cidade do interior" em mudança, com a modernidade batendo na porta e fazendo que as coisas mudem de forma drástica para o ritmo da cidade, e há um paralelo muito interessante entre um acontecimento no começo e o do final, espelhados por seu início, mas divergentes nas conclusões, marcando essa mudança. Ilhéus mudou e quem vive também. Individuais e coletivas.
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Cristiane 13/01/2023

Gabriela, cravo e canela
O romance entre Nacib, o sírio e Gabriela a retirante, é o pano de fundo para as lutas políticas entre Ramiro Bastos e Mundinho Falcão: o retrógrado contra o moderno.
É interessante ver que em 1920 não havia poder do voto popular, era o poder do coronel. Gostaria de entender como funcionava a eleição dos intender e a escolha das vagas no congresso.
O livro é ótimo!
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Fernanda 12/01/2023

Só vale depois dos 48%
O título do livro engana um bocado. Deveria se chamar novela de ilhéus, um conto de ilhéus ou algo assim. Gabriela aparece muito depois de um lenga lenga de coronelismo. A história se divide em dois eixos, política e vida amorosa da cidade de ilhéus. Chamam salvador de Bahia. Nunca gostei disso, tenho ranço.
As mulheres da década de 20 do século passado eram meros objetos decorativos (se esposas) ou utensílios (se rapariga). Algumas delas não vão aceitar tal destino. Grata a essas pioneiras. É ficção, mas foi real. Todas elas, até Gabriela, inocente sucubus, parecem verossímeis indivíduos do século passado. Me identifiquei tanto com a Malvina que doeu demais. Gatilhos pra minha alma.
Por motivo de eu ter uma expectativa completamente diferente, além do gosto da leitura de Jorge amado, eu me decepcionei bastante aqui. A história me pegou soh na metade, eu só não desisti por ser um clássico mundial que merece ser lido. Mas dizer que foi bom é forçar demais.
É literatura importante, mas realmente uma leitura que me foi penosa na primeira metade. A segunda eu li bem rapidamente, muito mais fluída.
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GuisoloGui 12/01/2023

A Roda do "Progresso' em Gabriela
De maneira surpreendente o livro utiliza o romance entre os protagonistas apenas como pano de fundo para que Jorge Amado narre, de maneira que lhe é peculiar, as mudanças sociais ocorrida na cidade baiana de Ilhéus. O autor utiliza a dualidade por todo o texto, sempre confrontando os antigos costumes de uma sociedade dominada pelos fazendeiros de cacau, contra o desabrochar de uma sociedade ligada ao comércio, tida como mais "progressista".
Gabriela a protagonista é alma livre, não se deixa prender sob a algema de nenhum desses costumes, sejam novos ou antigos, segue seus desejos de maneira natural, sem se envolver com esse conflito político, passando por ele apenas como uma alegoria, os personagens desistem de tentar entender a bela e não serei eu a faze-lo, Gabriela está ali e isso basta, podemos vê-la mas não entende-la. Por isso velhos dizeres como "lealdade" não se encaixam em seu modo de vida.
Essa resenha não tem começo e nem final, Jorge Amado nos entrega outra bela história, com personagens similares aos encontrados em cada cidade pequena, com isso traça um perfil da camada social de Ilhéus, daquela época, de maneira crítica e clara mas jamais moralista. Amado consegue demonstrar que os ciclos de substituição dos costumes não cessam, Coronel Ramiro da lugar a Mundinho Falcão, que por sua vez será substituído por outro, tão logo seu tempo de progresso se torne comum e passe a ser visto, por outros, como atraso.

Caso alguém se interesse, o tempo histórico dessa obra é posterior ao tempo descrito na obra, do mesmo autor, Cacau, valendo a leitura para compreender e seguir a jornada do ciclo do cacau na Bahia.
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