Viva a música!

Viva a música! Andrés Caicedo




Resenhas - Viva a música!


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anacasagrande 05/11/2021

frases marcadas
"Ah, as lacunas da cultura"

"... eu sei ser cativante"

"Não me entenderam daquela vez e já não me entendem mais, encontro com elas, acompanhadas dos seus garotos, que me parecem tão brancos, tão divertidinhos, bins demais para mim, que sou como planta trepadeira de nightclub"

"os olhos perdidos, mas com uma força no ventre que a sacudia inteira. Era aquela fúria que ela tinha dentro que a fazia seguir o ritmo"

"o vento desta cidade me desperta do meu propósito de não deixar que ninguém me interesse, de viver sempre sozinha"

"Eu sempre me soube dotada de espírito para desta e nada mais, e além disso não sei explicar a mim mesma de quem puxei isso"

"Meu talento é uma força e um presente da vida, e é ao mesmo tempo também minha forma de agradecer"

"Era uma garota estranha. Quando se flagrara excitada pela música, ficava com raiva. Quando via que tinha mais resistência do que ninguém para a festa, sentia vergonha, como se fosse uma coisa indgna"

"A música é cada um ddesses pedacinhos que antes tive em mim e fui soltando a esmo. A música é a solução para aquilo que não enfrento, por estar perdendo tempo olhando alguma coisa; um livro, a curva de uma saia, de uma grade de ferro. A música é também recuperado, o tempo qye perco"

"Mas aquele foi o primeiro beijo que eu curti na vida"

"Verão de 1972:naquele que vez a gente virar torresmo"

"Ele se autodenominava o profeta do mau exemplo, não por ser corruptor, mas por ser vítima"

"Maspor essa coisa de dançar sempre sozinha e sempre furiosa, olhando de lado, bem feio, que era para ninguém chegar perto, nenhum daqueles novos amigos, mais velhos do que eu e meio calados"

"Meus planos já n tinham mais validade, já n iria mais beijar ngm, era a nata da vitalidade naquele mundo de gente esbodegada"

"Eu tenho cheirinho de mar, sussurrei em cada orelha dele, como se fossem conchas, e ele ficou bem caladinho, me cheirando, deve ter ficado a fim de deitar de barriga para cima nas ondas das minhas águas"

"Para habitar meu corpo, para n ultrapassar um milímetro as linhas do meu mundo, os limites da minha carne"

"Música, vocÊ que me conhece, que me anima, que me abana ou me protege, nosso pacto esta selado. Eu sou a que te difunde, a que abre as portas e instala o passo"

"Eles me veem e n entendem mt, meu porte tão distinto, minha maneira de olhar de frente, mas nunca perguntam nada: sabem que apareci por aqui uma noite e que uma tarde dessas vou embora e eles vão ficar aqui contando histórias sobre a gartoa com ares de princesa que era pirada, mas pirada por música"

"Vc, torne ainda mais intenso os anos de infancia enriquecendo-os com experiências de adulto. Combine a perversão com o seu frescor de criança. Atravesse verticalmente todas as possibilidades de precocidade"

"Se eu vou para lá, é que pra lá estamos todos indo"

"Nunca permitam q façam de vc uma pessoa adulta, um homem respeitável. Nunca deixe de ser criança, mesmo que perca toda a confiança e seus dentes comecem a cair. Seus pais puseram vc no mundo. Que eles o alimentem sempre, e retribua com uma moeda falsa. Não estou nem aí. Não poupe. Nunca vire uma pessoa séria. Faça da irreflexão e da contradição a sua norma de conduta. Deixe de lado as tréguas, fixe sua residência no dano, no excesso e no tremor"

"Tudo é seu. A tudo você tem direito, e cobre caro.
Nunca se sinta satisfeitazinha"

"Arme-se de sonhos para não perder a visão"

"O melhor lugar para praticar o ritmo da solidão é o cinema, então aprenda a saboar os cinemas"

"Aprenda a contemplar imperturbável toda gênese"

"Se for tentado pela maldade, ceda"

"Eu estou além de todo julgamento e saio divina, fabulosa em cada foto. Forças eu tenho."
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Sarah 09/04/2021

Viva a música!
Eu só quis ler esse livro pela capa e porque me interessei levemente pela história do autor, mas não valeu a pena. Não teria perdido nada se nunca tivesse lido ele.
A história é muito doida, tem muitas drogas, a protagonista é mimada e interesseira, a narrativa é louca, muito rápida e sem pé nem cabeça. O que a faz ser cansativa em vários momentos.
Eu definitivamente não tenho referências pra ler esse livro (e acho difícil encontrar alguém que tenha todas) e o autor não faz questão de explicá-las a quem não tem, apesar de a editora ter colocado algumas notas que ajudam, não chega nem perto de resolver.
Não consegui ter empatia por nenhum personagem e o fato de não ter nenhum tipo de divisão entre partes, capítulos ou qualquer coisa me incomodou muito. Isso faz ser mais difícil de assimilar e organizar os acontecimentos na cabeça, mas não acho que essa fosse uma preocupação do autor de qualquer forma.
Enfim, um livro para o qual eu definitivamente não era o público alvo.
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Janarybd 01/05/2020

MINUTOS LEITURA: Viva a Música!
María del Carmen é pouco mais que uma menina com condições de aproveitar a vida confortável proporcionada pelos abastados pais, na cidade de Cáli, na Colômbia da década de 1970. Seus desejos saciados sem limites por todos à sua volta, fazem com que a bela jovem embarque em uma jornada desenfreada e autodestrutiva pelos meandros da noite, entorpecida por todos os tipos de drogas disponíveis enquanto se movimenta esguiamente pelos embalos do rock em língua inglesa e da salsa latina, procurando desesperadamente fazer com que a festa nunca termine.

É dessa forma alucinada, direta e impactante que o escritor colombiano Andrés Caicedo nos apresenta o livro “Viva a Música”. Publicado em 1977, a estreia de seu único romance marca, também, o ano da trágica morte do autor com apenas 25 anos. A obra possui um ritmo frenético, que pode até mesmo causar certa estranheza em um primeiro momento, mas tudo ali se justifica para apresentar uma descida vertiginosa à decadência irresponsável, em que acompanhamos a degradação física e mental da linda menina de cabelos longos e dourados da cor dos raios de sol, que relata cerca de um ano e meio de sua trajetória.

Por todo o livro de Andrés Caicedo podemos praticamente ouvir a música tocando a cada página virada, principalmente pela mescla entre as letras de músicas com a narração dos eventos contados por María. A habilidade do autor em juntar literatura de diferentes tipos aos sons também tão difusos entre si, torna essa aventura literária fascinante ao mesmo tempo que assustadora. Viva a Música é uma leitura que pode ser comparada a um trem desgovernado que ruma ao precipício enquanto a maquinista admira a velocidade de seus cabelos ao vento, sorrindo aos rapazes que jogam cada vez mais carvão no motor.


site: https://soundcloud.com/user-567764695
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Adonai 02/04/2020

Notas musicais (des)ordenadas
O livro movimenta vários tipos de pontos e isso o torna incrível. Ele possui uma estrutura diferente: não há capítulos. Além disso, a narradora é uma personagem mimada e quase o tempo todo está drogada, então dá para imaginar sua forma de contar? Sem muito sentido, viajando pelos efeitos e ainda falando sem parar!

Junte tudo isso com mais um diferencial: o texto é lotado de referências musicais, as quais estão citadas no fim do livro, o próprio título dá pistas. E mais um, temos a narrativa muito agitada, ao ponto de você também ficar acelerado, com elementos sociais de uma Colômbia desigual, com uma personagem aparentemente rica, fútil e jovem, que só quer aproveitar essa idade e aproveitar a companhia das pessoas quando elas possuem algo para dar.

É também um livro complexo para pensar as relações e pensar sobre a vida, sobre o que estamos fazendo e do que não conseguimos fugir, como algumas consequências sociais, envelhecer, reconhecer-se vazio e até repensar se devemos ou não continuar vivendo. Meu interesse pelo autor só cresceu e tornei-me um buscador de sua arte e literatura, então, digo que vale a pena e recomendo.
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Ludhi 02/03/2020

Um livro frenético, que me causou confusão por vezes. Conta a história de María dele Carmen, uma jovem rica que quer viver sua liberdade ao máximo
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Zeka.Sixx 08/11/2019

"Carpe Diem" no volume máximo
"Viva a Música!" é o único livro lançado em vida pelo escritor colombiano Andrés Caicedo, que se suicidou aos 25 anos, logo após receber em casa a primeira cópia impressa da obra, em 1977.

O romance, narrado em primeira pessoa em um ritmo alucinado e frenético, conta a história de María del Carmen, uma jovem de classe média alta que decide abandonar toda e qualquer pretensão para se dedicar a apenas um único objetivo: viver em uma festa que nunca termina. É pela música, pela dança, pelo álcool, pelas drogas e pelo sexo a única forma na qual sua vida encontra sentido.

No ritmo do rock dos Rolling Stones e, posteriormente, da salsa de Richie Ray, suas duas grandes paixões, a protagonista nos leva em uma viagem a 100 por hora - sem cinto de segurança - pela noite de Cáli nos anos setenta, uma jornada de delírio, sensualidade e hedonismo - "carpe diem" no volume máximo.

"Viva a Música!" é uma ode à juventude, à necessidade de se experimentar tudo o que a vida oferece e viver sem qualquer amarra. Por mais que a mensagem "viva rápido, morra jovem" possa parecer boba a nós, leitores acorrentados a vidas atarefadas e previsíveis, é impossível não se deixar contagiar com a mensagem do livro, tamanha a paixão e força com a qual ela é transmitida. Uma verdadeira obra-prima da literatura.

"Sei que sou pioneira, exploradora única e que algum dia, para meu pesar, vou lançar a teoria de que o livro mente, o cinema esgota; queimem ambos, deixem apenas a música. Se eu vou para lá, é que pra lá estamos todos indo. Vivemos o momento de maior significado da história da humanidade, e é a primeira vez que se exige tanto dos jovens. Minha modesta opinião, a julgar pelas caras, pelas olheiras dos meus amigos, é que eles cumpriram seu dever. Somos a nota melosa, aquela que o violino gemeu".
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Sara 01/06/2019

Odiei
Garota mimada e chata
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Sandrics 18/05/2019

Um relato de decadência, paixão e música.

María del Carmen é uma jovem de classe média alta que vive na cidade de Cáli na Colômbia. Uma cidade dos anos 70, regada a festas, drogas, música e tragédia.

María nos guia por este cenário, onde podemos acompanhar as mudanças da personagem conforme ela experimenta os prazeres da vida, conhece gente como ela, que respira música, que sente essa necessidade de barulho, e bagunça e que é cativada pela noite. .
A protagonista narra uma história que na minha opinião é de decadência. Sua narrativa é bagunçada, louca, insana, em um ritmo sem fim, e desta maneira o leitor acompanha de certa forma o que ela sente quando a cocaína bate, quando ela rodopia pelo salão com seus lindos cabelos louros. Quando ela sabe que está arrasando corações, ou descobrindo uma nova linda canção.

O ritmo dessa leitura é intenso e por vezes cansa. Como não existem capítulos, é difícil encontrar um momento onde é possível parar e respirar, e essa história nos faz perder o fôlego.

Repleta de referências musicais, tanto de âmbito regional quanto mundial, o livro é um belo compilado cultural da Colômbia dos anos 70. Recomendo muito pra quem é apaixonado por música assim como a María del Carmen.
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Giulian 02/08/2017

Resenha Viva a Música
Aonde soava uma melodia ela ia
Aonde se escutava uma canção lá estava ela
A procura da música
Tentando entender a canção
A procura do ritmo
Ou a procura de si mesma?
Quem é a María que abandonou tudo para ir atrás da música?

site: http://blogeuamo.com/resenha-viva-musica/
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Galáxia de Ideias 06/06/2017

Viva á música

Foram três dias lendo esse livro e mais alguns deles tentando achar um jeito de falar de Viva a música!, do autor colombiano Andrés Caicedo, cujo falecimento precoce, aos 25 anos ao cometer suicídio por overdose de sedativos, completou quarenta anos em 04 de março.

Primeira coisa, tenho em mãos uma linda e caprichada edição feita pela Rádio Londres em 2015. A capa tem tudo a ver com o tema do livro, as folhas são amareladas e a fonte boa de ler, mas...
Nem isso consegue me fazer pensar em que gênero encaixar esse livro, do qual eu preciso realmente falar. Primeiro, é algo com o qual não estou acostumada e devo dizer, o primeiro livro vindo da Colômbia que leio nesses meus 29 anos mesmo conhecendo a maior parte da obra do Gabriel García Márquez através da internet e da faculdade.

Viva a música! é, em primeiro lugar, um longo monólogo, por isso, recomendo que quem for ler, seja paciente e pare, preferencialmente em algum ponto com pausa, pelo menos alguns minutos para respirar porque o ritmo da narração é frenético até o topo.

Apesar disso, porém, é um retrato fiel, sincero e real, até certo ponto um tanto trágico, de uma geração marcada pela angústia existencial, pela busca de uma razão para viver, porque só existir não basta, pela necessidade de buscar a própria identidade cultural, tão atrapalhada pela influência norte americana, e pelo ritmo louco da salsa e do rock, gêneros pelos quais a protagonista é apaixonada embora ela prefira as salsas dançantes e sensuais de Ritchie Ray e Bobby Cruz.

María del Carmen, a protagonista desse monólogo louco, reflexivo, contra reflexivo, musical, pirado, chapado e toda uma mistura de situações, é apaixonada não apenas pela música, mas pela ideia de viver sem se basear nas regras sociais tão chatas e enfadonhas que a classe onde ela nasceu espera que ela cumpra. Nada disso! Ela quer se livrar dessas amarras e se jogar com tudo no olho do furacão chamado “vida”, mesmo que isso custe a ela uma morte prematura por overdose. Ou suicídio. Quem sabe acidente. Talvez assassinato. Quiçá desapareça e nunca mais seja vista. Até mesmo possa morrer de complicações da AIDS, já que a personagem faz sexo com vários no decorrer do livro e não está nem aí para a opinião alheia ou as consequências desse estilo de vida. Algumas dessas coisas, devo dizer, acontecem com vários personagens no decorrer do livro, mas ela narra essas partes com seu jeito todo especial de ser e segue em frente, pois ela não quer chorar e se lamentar pelo que passou e sim viver o que ainda virá.

Todo o livro, pelo menos na minha opinião, especialmente depois que li sobre a biografia do Caicedo enquanto procedia na leitura, é um tratado sobre como ele pensava da vida e o modo como ele encarava a morte. Ele pensava que viver além dos 25 anos era uma insensatez e fez dessa primeira e única obra a prova máxima de sua existência, pois segundo a irmã, Rosario, atualmente com 66 anos (ou 67, não sei ao certo), ele sabia ter feito algo importante. E provavelmente queria que isso fosse único e especial, assim como a imagem jovem e sorridente dele, intacta mesmo após quatro décadas de falecimento. Embora o Brasil só tenha conhecido a obra dele há apenas dois anos.

O que é uma injustiça tremenda, pois muitos autores latinos hoje conhecidos, dois deles sendo Roberto Bolaño (não confundir com o mexicano criador do Chaves) e Alberto Fuguet, foram fortemente inspirados por essa obra tão única. Que foi o primeiro romance jovem e urbano da Colômbia pré-Pablo Escobar e seus cartéis de drogas, até então marcado pelas obras interioranas, mas não menos importantes, de autores como García Márquez.

Entretanto, o único real problema que encontrei no livro, embora no fim tenha gostado, foram as incontáveis referências musicais de que muita gente possivelmente nunca ouviu falar, eu inclusa na lista. Tanto que a única que reconheci de cara foram os Rolling Stones e só depois de dar uma olhada na lista de músicas ao final é que reconheci outra, José Alfredo Jiménez. Só para vocês terem uma ideia, a lista de canções que aparecem no livro ultrapassa as cem e ainda existem três cuja procedência é desconhecida. Pelo menos a editora fez um excelente trabalho em explicar, com notas de rodapé, conceitos musicais e culturais colombianos, e latino-americanos no geral, que muitos de nós desconhecem.

Ao fim dessas minhas palavras sobre essa obra tão única que particularmente foi uma das melhores leituras desse ano, posso dizer que fortemente recomendo, embora eu só o faça para quem estiver muito disposto a sair da zona de conforto e encarar uma leitura completamente diferente de tudo o que já se viu.

Resenha postada no blog Rillismo

site: http://rillismo.blogspot.com.br/2017/06/resenha-viva-musica-por-andres-caicedo.html
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Maga 09/10/2015

Muitas referências
O único romance de Andrés Caicedo virou cultuado depois que ele se matou. Não por acaso, ele ficou conhecido como o Kurt Cobain colombiano.

Como gosto muito de música e das histórias paralelas dos autores dos livros que leio, fiquei logo interessada em saber qual era a de "Viva a Música!". A voz feminina que narra a história é incrível, uma porra louca poética que descreve uma rotina de sexo, drogas e festas sem fim em plena Cáli dos anos 1970.

A confusão da narradora, contudo, ultrapassa as páginas e se choca com a fluidez da história. Devo dizer que isso me cansou em determinados momentos da leitura. O caldeirão de referências, a maioria distantes demais para uma brasileira que nada entende de salsa e outros ritmos caribenhos, também me travaram um pouco.

Ainda assim, Caicedo mostra um tipo de literatura bem distante do que acostumamos a ler em autores de países "hermanos". E isso não deixa de ser interessante.
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Tati 22/07/2015

Viva a vida e a música de María del Carmen
Demorei a escrever sobre “Viva a música!” porque precisava que muitas coisas assentassem antes disso. A escrita de Andrés Caicedo era uma delas. María del Carmen era outra. Antes de falar qualquer coisa a respeito do livro quis conectar essas duas coisas que em um primeiro momento pareciam tão diferentes: a escrita melancólica de Caicedo e a imensa força vital que María del Carmen, a narradora, possui. Até que comecei a entender. Porque “Viva a música!” não é livro para ler e fechar alguma coisa. É livro para abrir várias portas. Então o que vou compartilhar aqui com vocês são algumas dessas portas e janelas que foram abertas pela leitura.

Para ler o resto da resenha, clique no link do blog:

site: http://nopaisdasentrelinhas.blogspot.com.br/2015/07/viva-musica-andres-caicedo.html?spref=tw
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Mariana Knorst 28/04/2015

Viva a Música: Melhor Leitura de 2015
Viva a Música é um livro escrito por Andrés Caicedo e publicado pela Editora Rádio Londres. Caicedo foi um escritor Colombiano, que participou de diversos movimentos culturais principalmente em Cali, sua cidade natal. O escritor cometeu suicídio quando tinha apenas 25 anos, logo após receber o primeira exemplar impresso de seu livro, Viva a Música!.

O livro conta a história de uma jovem, de classe média, moradora de Cáli, nos anos 70, completamente apaixonada por música e pela energia que a juventude proporciona. María del Carmen passa sua intensa vida a procura de festas e, como um furação, passa pela vida de diversas pessoas, que pouco a pouco vão lhe moldando e vice e versa.

Assim, a adolescente conhece músicos e meros amantes de música, pessoas de mau caráter, usuários de drogas e até mesmo criminosos! E com eles vive intensamente a sua vida, sempre a procura do ritmo que seja mais compatível com sua energia incontrolável.

Caicedo manifesta no livro, de forma realista, o espírito ardente e vivaz dos latinos da década de 70, sobretudo devido à necessidade de contraste em relação às tendências musicais e a forte influência norte americana, o que torna o estilo de escrita único e viciantemente encantador.

Com relação a apresentação do livro, a Rádio Londres, nossa editora parceira, está de parabéns: as páginas possuem coloração amarelada, o que não cansa a vista, as páginas também possuem uma espessura que contribuiu para a leitura, pois impede que o conteúdo do verso fique evidente. Por fim, o que mais me chamou a atenção foi a arte da capa, ao mesmo tempo simples e perfeitamente adequada ao conteúdo.

Sem sombra de dúvidas, Viva a Música! Foi uma das melhores leituras, se não a melhor, que realizei neste ano de 2015 e uma excelente estréia, para mim, no mundo da literatura latina e principalmente no mundinho intenso e breve de Andrés Caicedo.

site: http://gargalhandopordentro.blogspot.com.br/2015/04/livro-viva-musica-de-andres-caicedo.html
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Jeniffer Geraldine 23/02/2015

Viva a música! (Andrés Caicedo)
O colombiano Andrés Caicedo viveu até os 25 anos. O jovem escritor promissor se suicidou, após duas tentativas, tomando 60 pílulas de sedativo, em 1977, no mesmo dia em que recebeu a primeira cópia impressa do livro que se tornaria a sua obra prima, Viva a música!. Deixou carta para sua mãe e namorada. Na carta para mãe, Andrés pediu que ela o entendesse e disse: “Nací com la muerte adentro…”.

Em Viva a Música!, a personagem principal, María del Carmen, é uma jovem loira de classe média que possui uma energia inesgotável e é apaixonada por vida, liberdade, música, baladas, drogas e gente. Ela não se encaixa na família e nem na classe social em que nasceu e busca se livrar das amarras que são impostas pela sociedade.

“Não me entenderam daquela vez e já não me entendem mais, encontro com elas, acompanhadas dos seus garotos, que me parecem tão brancos, tão direitinhos, bons demais pra mim, que sou como planta trepadeira de night club, e eu sei o que elas pensam: ‘Essa aí é vulgar. Nós somos meninas certinhas. Então, por que a gente se encontra nos mesmos lugares?’ Não vou dar-lhes o gostinho de responder a essa pergunta, deixo para elas. Em vez disso, penso nessa terra de ninguém que é o pedacinho de noite tomado pela festa, onde não tem nunca ninguém que curta mais do que eu, ninguém que seja mais amada (superficialmente, eu sei, mas esqueço, e é esse o meu problema) e também desejada, e quando elas vão embora cedo pensam: ‘Até que horas será que ela fica?’ Sou a última, só para elas verem, e fico até me porem pra fora.”- pags 20 e 21

María nos conta suas aventuras pela cidade de Cáli, nos anos 70, em um ritmo frenético. Suas falas são intensas, sinceras, cheias de reflexão, e apesar de falar de temas pesados como drogas, violência, suicídios, morte, há beleza e humor, principalmente porque encontramos trechos de músicas misturados nas falas da personagem. É como se a narradora estivesse surtada, embriagada, e o leitor é sugado sem chances de voltar. María não respira e não nos deixa respirar também.

“Assim que eu terminar, o leitor sairá para beber alguma coisa, e teria sido melhor que em vez de escrever eu tivesse falado do jeito que gosto, que minhas palavras não fossem se não filamentos no ar, linhas vencidas, não importa: começo a falar e ninguém mais me segura, e não faço outra coisa que repetir letras de músicas, por que antes de mim existiu um músico, alguém mais ousado e mais amável de mim que permite que qualquer um cante sua letra sem assumir responsabilidade nenhuma, e em alguma manhã uma música entra na sua cabeça você fica repetindo-a o dia inteiro como uma espécie de marca para cada um dos atos tristes…”- pag 102

Música e dança são essenciais na vida da protagonista. Apaixonada pelo rock dos Rolling Stones e pela salsa de Richie Ray e Bobby Cruz, María adora também a noite e sai em busca de festas onde possa ser o centro das atenções, se divertir e divertir os outros, tudo regado a muita droga e álcool. É um processo de formação autodestrutivo.

Caicedo, através da sua María, fala da paixão por tudo que foge dos padrões, nos diz para deixar de lado a trégua, fixar a residência no dano, no excesso, no tremor e para não cedermos ao arrependimento nem à inveja nem ao arrivismo social. Mostra a urgência em viver tudo o que for possível em um curto espaço de tempo.

“Você aí, entre na dança e depois desabe.”- pag 202



site: http://livroecafe.com/2015/02/23/viva-musica-andres-caicedo/
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