Resenhas - O país do Carnaval

Daiane316 06/11/2023

Romance de deformação
O país do Carnaval, é o primeiro romance de Jorge Amado. Lançado na década de 30, a obra representa todas as suas inseguranças e insatisfações em relação a sua formação como um homem em meio social; diante de seus familiares, como também cidadão consciente do que acontecia na política de seu tempo. Um homem disposto a usar seu livro como válvula de escape, um grito de socorro que perpassa seus personagens tb todos eles buscando um modo de ser feliz em um país que parecia decair gradativamente. Apesar de o livro não ser perfeito (e esse era o charme), lê-lo é viajar pelas camadas secretas e subterrâneos profundos sobre as quais a literatura de Jorge Amado se ergueu, e mostrou para que veio.

Cristina117 01/10/2023

E nada mudou
A narrativa desse, no quesito descrição política do Brasil de 1930 dá a impressão que estamos falando da notícia do jornal de hoje.

Já seus personagens, são figuras inteiramente infelizes com a vida, não entenderam que viver não passa dessa mesmice e nada de extraordinário acontece, exceto, se compreende que o cotidiano não é um processo doloroso e que a falta de amor, ou somente ele, não traz felicidade. São personagens complexos, perversos e infelizes, é fato.

Esse é um livro bem diferente do Jorge Amado que conheço, talvez por ter sido o seu primeiro, achei mais denso, um tanto quanto sombrio e triste.

Mas a reflexão é muito válida, e Jorge Amado é Jorge Amado.

ViniciusQBastos 26/07/2023

Talvez por ter lido na mesma idade que o próprio autor escreveu esse livro mexeu tanto comigo, o existencialismo e o marxismo se unindo, assim como mostrando tudo que há de mais podre no Brasil. Esse livre mexe comigo até hoje, talvez um dos clássicos menos conhecidos mas que com o leitor certo marca para sempre

RaquelSales17 18/06/2023

Por ser o primeiro livro do Jorge Amado e ter sido escrito há muitos anos, posso até compreender a forma de contar a história Além de se tratar de uma história de época Mas HOJE achei um livro extremamente misógino e racista ?

Levi_Motta 18/06/2023

Jorge Amado antes de Jorge Amado.
Quem era Jorge Amado antes de se transformar NAQUELE Jorge Amado que todo mundo conhece? Esse livro é uma boa amostra. Nele você percebe alguns erros que ele não cometeria em obras posteriores, mas ao mesmo tempo ele contém elementos que o autor usaria depois. Acho que a história é interessante, mas alguns personagens carregam complexidades que deixam a história muito mais viva. Sem dúvida nenhuma essa é a obra mais diferente dele em comparação com as outras.

Sté.Souza 08/06/2023

É sempre um prazer pra mim ler livros do Jorge Amado, e este não foi diferente, eu gostei bastante, continuo ainda preferindo "Capitães da Areia", porém foi uma experiência muito boa.

EvaíOliveira 01/05/2023

Filho de um rico produtor de cacau, Rigger volta ao Brasil depois de sete anos estudando direito em Paris. Num retorno marcado pela inquietação existencial, ele se une a um grupo de intelectuais de Salvador, com o qual passa a discutir questões sobre amor, política, religião e filosofia.

Kauã 10/04/2023

O que significa a felicidade?
Esse livro tava na minha estante a um bom tempo,eu realmente não tinha muita esperança de ler ele mas hoje de madrugada eu peguei ele pra folhear e acabei lendo o livro de uma vez terminando a leitura ainda hoje. Que livro belo,apesar de ser um dos mais fracos do jorge amado por de tratar de seu primeiro livro escrito enquanto o mesmo ainda tinha 18 anos,ele é incrível,todas as questões abordadas e as filosofias de cada personagem sobre o que se trata a conquista da felicidade de uma maneira realista a vista da época,o drama que constitui várias das cenas são interessantes e a situação do brasil desta época retratada no livro pelo ponto de vista burguês é incrível,falas e passagens do livro que me fiseram se perder em filosofias,concerteza um bom livro clássico de ter lido.

Juliana (Ju/Jubs) 06/04/2023

Que mistura de sentimentos. Eu realmente não gostei do livro. É mal desenvolvido, é confuso, é repetitivo.

Ao mesmo tempo, é o começo de um autor que eu já amo e considero um dos melhores da literatura brasileira. Livro que foi escrito quando ele era muito jovem, imitando o estilo europeu, trazendo filosofia e questionamentos existencialistas. É um livro presunçoso demais.

No posfácio há um texto que fala da relação de Jorge Amado com Graciliano Ramos e o livro "Caetés", primeiro livro de Graciliano. E minha experiência de leitura foi bem parecida e, da mesma forma, considero livros razoáveis/presunçosos e geniais à sua maneira (principalmente "Caetés").

Flavio.Vinicius 01/04/2023

O PAÍS DO CARNAVAL
Este livro foi escrito em 1931, quando o Brasil vivia o início da posteriormente intitulada Era Vargas, época de revoluções e contra-revoluções, retratadas por Jorge Amado na obra. O autor, então com 18 anos, já fala sobre ideologias e abordagens filosóficas diversas, dentre elas o comunismo, que, no livro, aparece como uma dentre outras, para personagens que procuram por um fim, ou seja, um caminho para a Felicidade. Os personagens discutem e se questionam: estaria a Felicidade em ser religioso? Ou em perseguir o sonho burguês de família e prosperidade material? Ou a Felicidade seria alcançada com o ceticismo? Ou pelo comunismo e a esperança na humanidade?

O livro impressiona por ter sido escrito por um jovem de apenas 18 anos, já demonstrando várias qualidades literárias, embora, diante do restante da obra amadiana, possa ser considerado como um dos livros menos interessantes do autor. Inclusive, Jorge Amado chamou O País do Carnaval (1931), Cacau (1933) e Suor (1934) de "romances de aprendiz de romancista".

O texto segue alguns parâmetros do romance do seculo XIX, lembrando o estilo de Eça de Queirós. Porém, já com alguns traços que marcam a obra amadiana, sobretudo pela busca do jeito de falar do povo brasileiro.

Dentre os personagens, incluem-se prostitutas, jornalistas desonestos e moradores pobres de pensões. O personagem principal, Paulo Rigger, é um herdeiro rico que volta ao Brasil cheio de preconceitos, após uma temporada de estudos na Europa. A meu ver, Paulo Rigger é usado por Jorge Amado para criticar a frivolidade e os preconceitos da elite brasileira da época.

Maciel 18/03/2023

Um relato sobre a intelectualidade brasileira na década de 1920. Paulo Rigger é o personagem principal do livro.[2]

Neste romance inicial, já se encontram, embora embrionários, os vários temas da obra o autor. Paulo Riger, intelectual de formação europeia, deseja participar da vida política e intelectual do país. Contesta, através, sobretudo, do Carnaval, a mestiçagem que acha ser um forte fator de atraso. Desiludido, volta para a Europa.

Suka 14/03/2023

Qual o caminho da felicidade
Esse livro te faz questionar qual o sentido da vida, do universo e tudo mais? e a resposta não é 42 rsrsr
Neste livro vemos personagens em busca da felicidade plena e aí entra o questionamento? qual o caminho pra felicidade???
Se é que ela existe!
A conclusão que tive é que qto mais se busca, mas ela escapa entre os dedos, é que a felicidade plena é completa ilusão, o que vale é o caminho e os momentos felizes que nele encontramos.
A felicidade plena é uma utopia e da pra perder a vida em busca dela, sem saber aproveitar os momentos agradáveis que acontecem na jornada.
A leitura tbm levanta a questão de como a felicidade está ligada ao ?não saber?, ao que parece, a ignorância é mesmo uma dádiva se usada sem excessos.
Mas onde está a felicidade, no casamento, na vida boêmia, nos encontros com amigos, na religião, no vício??
Acredito que a felicidade esteja aonde vc souber aprecia-la e que o caminho é tão importante qto o destino.

Jessica858 12/03/2023

Primeiro romance de Jorge Amado, não poderia esperar algo gigantesco, mas não deixa de ser um livro maravilhoso, cheio de críticas à sociedade da época.

Manu 11/03/2023

Para inicio de uma tour pela obras de Jorge Amado.
Como primeira obra do Jorge Amado, que tinha à época 18, tem uma escrita muito boa. Porém o enredo não me prendeu, tanto que demorei a ler.
Acho que vale a pena para quem deseja conhecer a escrita de Jorge Amado, pois dá pra perceber o que ele evoluiu como escritor e o que manteve como sua própria marca linguística.

Maciel 09/03/2023

Primeiro romance de Jorge Amado, O país do Carnaval faz um retrato crítico e investigativo da imagem festiva e contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo Rigger, um brasileiro que não se identifica com o país.
Filho de um rico produtor de cacau, Rigger volta ao Brasil depois de sete anos estudando direito em Paris. Num retorno marcado pela inquietação existencial, ele se une a um grupo de intelectuais de Salvador, com o qual passa a discutir questões sobre amor, política, religião e filosofia. Dúvidas sobre os rumos do país ocupam o grupo.
O protagonista mantém uma relação de estranhamento com o Brasil do Carnaval, acredita que a festa popular mantém o povo alienado. Os exageros e a informalidade brasileira são motivo de espanto, apesar de a proximidade com o povo durante as festas nas ruas fazer com que ele se sinta verdadeiramente brasileiro. Aturdido pelas contradições, Rigger decide voltar para a Europa.
Mestiçagem e racismo, cultura popular e atuação política são alguns dos temas de Jorge Amado que aparecem aqui em estado embrionário. Brutalidade e celebração revelam-se, neste romance de juventude, linhas de força cruciais de uma literatura que se empenhou em caracterizar e decifrar o enigma brasileiro.