Suor

Suor Jorge Amado




Resenhas - Suor


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Flavio.Vinicius 12/04/2024

Suor
Romance escrito quando Jorge Amado ainda era muito jovem, um escritor iniciante com 22 anos. Publicado em 1934, o livro possui influências de acontecimentos como a revolução russa de 1917, e segue estilo narrativo parecido ao d'O Cortiço de Aluísio de Azevedo.

O romance apresenta várias histórias misturadas, como eram misturadas as existências das personagens que habitavam aquele cortiço, localizado no Pelourinho. Na época, aquela era uma região onde moravam os pobres e miseráveis de Salvador.

Muitos personagens não são sequer nomeados, o que leva a crer que o autor queria dar ênfase ao coletivo. São apresentadas vidas miseráveis e sofridas: a exploração, as enfermidades, as incertezas, mas também o sexo, a festa, a alegria. Esse é o livro mais triste e difícil que li de Jorge Amado. Nessa época, o autor estava envolvido pelas ideias comunistas. Ele era filiado ao Partido Conunista e demonstrava a filiação com esse ideário por meio das histórias que contava. Por exemplo, as narrativas sempre terminavam numa greve.

O livro pode ser visto como um registro histórico, atualmente a parte de Salvador onde a história se passou é uma região de artes e efervescência cultural. Outrora, havia sido região de morada de brasileiros ricos, depois passou a ser um bairro abandonado, habitado pelos expurgados do capitalismo. O livro carrega o tom de ativismo político do começo ao fim.

É uma obra bonita e triste, difícil de ser lida.
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Kat 18/03/2024

"Suor" é uma obra vibrante e envolvente do renomado autor brasileiro Jorge Amado. Ambientado na Bahia, o romance narra a história de uma mulher forte e determinada, Dona Flor, que enfrenta desafios e conflitos em sua vida cotidiana. O enredo se desenrola em torno das lutas de Dona Flor para sustentar sua família após a morte do marido, enquanto enfrenta a exploração e as dificuldades impostas pelo ambiente hostil e pelos interesses comerciais da região.

Amado tece uma narrativa rica em detalhes, que captura a essência da cultura baiana e retrata vividamente a vida das classes trabalhadoras e marginalizadas. Os personagens são vibrantes e autênticos, cada um com suas próprias lutas e aspirações. Através de seus personagens e cenários coloridos, o autor aborda questões sociais, como a desigualdade, a exploração e a resistência, enquanto celebra a resiliência e a vitalidade do povo brasileiro.

"Suor" é uma leitura cativante que combina drama, humor e crítica social de forma magistral. Com sua prosa envolvente e sua perspicácia narrativa, Jorge Amado mais uma vez demonstra por que é considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX.
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Philippe.Trindade 18/03/2024

O Cortiço no Pelourinho
Livro intenso. Livro de Jorge Amado com seu clássico, e isso é muito bom. Porém, intenso. O livro narra a vida de diversas pessoas que moram em um cortiço na Ladeira do Pelourinho, 68. Não há personagem principal e nem um acima do outro. São vários personagens. O principal é o cortiço. E ele te transporta pra lá. Alguns trechos que marcam muito:

"Com a cabeça caída sobre a máquina, deixava ver os cabelos brancos que começavam a dominar os pretos como um partido político fraco que aos poucos vai adquirindo adeptos."


"Quando acabou, disse: — Você lembra dessas histórias que você sabe, minha tia? — Que histórias? — Essas histórias de escravidão. — O que é que tem? — Você vai esquecer elas todas. — Quando? — No dia que nós for dono disso... — Dono de quê? — Disso tudo... Da Bahia. .. do Brasil... — Como é isso, meu filho? — Donos dos bondes... das casas... da comida. . — Quando é isso, meu filho? — Quando a gente não quiser ser mais escravo dos ricos, titia, e acabar com eles. — Quem é que vai fazer feitiço tão grande pros ricos ficar tudo pobre? — Os pobres mesmo, titia. — Ah! Já sei! Cabaça e esse gringo velho vivem falando nisso. Indagora tavam conversando aqui. Mas isso não vai haver, meu sobrinho. — Por quê? — Negro é escravo. Negro não briga com branco. Branco é senho…"


"— Você sabe qual é a coisa mais melhor do mundo? — Qual é, minha tia? — Adivinhe. — Mulher... — Não. — Cachaça. — Não. — Feijoada... — Não sabe o que é? É cavalo. Se não fosse cavalo, branco montava em negro."

"— A guerra só traz resultados para os que estão governando. Enriquecem... Para os ricos que fazem mais dinheiro vendendo mantimentos... — Bem dito! — Se todo o mundo pensasse assim acabavam tomando conta do Brasil. — E eles lá pensam no Brasil... Querem é dinheiro. Na guerra é o soldado quem morre... Morto pelos camaradas... Para servir aos interesses dos ricos. O soldado procurou uma réplica. Mas estava sozinho e ouvia os passos do rapaz subindo a escada. Meteu o sabre na bainha, continuou: — Mas era só os alemães que comiam rato..."


"Mulheres sem sobrenomes. Marias de nacionalidades as mais diversas. Casadas umas, com maridos que também não possuíam sobrenomes; solteiras outras, magras ou gordas, doentes ou sãs, com um único traço de ligação: a pobreza em que viviam. Algumas juntavam outro nome ao primeiro: Maria da Paz, Maria da Conceição, Maria da Encarnação, Maria dos Anjos, Maria do Espírito Santo. Outras levavam apelidos: Maria Cotó, Maria da Sandália, Maria Doceira, Maria Visgo de Jaca, Maria Machadão. A maior parte, porém, era somente Maria de Tal, ilhas de Antônio ou Manuel de Tal, casadas com Cosme ou Jesuíno de Tal. Mulheres que vendiam frutas, lavavam roupas, trabalhavam em fábricas, costuravam, vendiam o corpo. Mulheres sem sobrenome, mulheres do 68 na Ladeira do Pelourinho e de outros sobrados iguais, para quem os poetas nunca izeram um soneto, elas simbolizam bem a humanidade proletária que se move nas ladeiras e nas ruas escuras. Tiveram uma frase anônima: — Gente sem nome... Gente sem pai... Filhas da puta..."


"— Quem é o locatário do sótão? O árabe olhou com ar espantado em redor de si. O magro perguntou: — Perdeu alguma coisa? — Não. Tou procurando o cachorro com quem seu amigo falou. Nem sabe pedir por favor."
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Andreia 23/02/2024

Dureza
O que eu posso dizer sobre esse livro?
A vida era literalmente dura, mas ainda há quem queira lutar por dignidade e necessidades básicas...
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Mari 07/02/2024

Fedorento e Pegajoso
Simplesmente uma das melhores leituras de Jorge até o momento. Terceiro romance do escritor, Suor nada mais é do que a vida que habita o casarão 68 da Ladeira do Pelô. Com vida própria, o casarão é palco pra inúmeras histórias de vida e morte.

Parece que o tempo não passou para o romance, atemporal, poderia facilmente relatar a realidade de muitos brasileiros: falta de higiene básica, moradias sem dignidade, calor e suor.

Pra quem é de Salvador: ler Jorge Amado tem sempre um gostinho especial.

Ansiosa para o que Jorge tem mais a me oferecer ao longo do projeto de leitura de suas obras. ?
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alicefnevs 02/02/2024

O despertar do 68
"esquecidos da escravidão de que vinham, sem pensar na escravidão para que marchavam"
particularmente eu adoro o jorge revoltado e irônico e esse livro trouxe exatamente isso dele. o olhar e a revolta para a desigualdade.
"interessa o drama coletivo, o drama da massa, da classe, da multidão. Tudo tem importância decisiva. O mínimo detalhe, a personagem mais sumida"
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Leitorconvicto 26/01/2024

Um outro cortiço
Quando li Suor fiquei pensando: ele atualizou O cortiço. As realidades miseráveis de uma habitação coletiva precária, seus personagens com seus tristes dramas de uma realidade nacional que bate à cara do leitor.
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Matheus656 21/01/2024

Suor
Mesmo sendo, no todo, um romance fraco, a narrativa merece destaque, pois é crítica, questionadora e perspicaz. Jorge Amado exibiu as chagas e as necessidades da classe trabalhadora. Por isso, ?Suor? adquire um peso social relevante em debates relacionados à desigualdade.
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Landressa 13/01/2024

Gostei da escrita e das histórias individuais não serem o foco, mas sim apenas uma demonstração do coletivo.
Esse é aquele tipo de livro vivo que te faz sentir o ambiente, nesse caso o desconforto do calor, dos cheiros e da pobreza.
Como é uma obra mais do começo da carreira do autor, quero ler mais coisa para ver a evolução.
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Luciana.Lira 11/01/2024

Suor
Excelente livro, a obra retrata a vida difícil de pessoas que moram em pequenos quartos alugados com muito suor e trabalho, suas aventuras e desventuras. Imperdível.
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Natty 31/12/2023

Labuta
O Suor dos moradores do edifício 68 na Ladeira do Pelourinho representa o trabalho diário,o esforço pra sobreviver no caos do cotidiano.
É um bom livro,pois retrata a vida de vários habitantes nesse local.Alguns momentos são engraçados,outros tristes...assim como a vida normal de todos nós.
Nota:????
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Molizini 27/12/2023

Foi meu primeiro livro de Jorge Amado e não vai ser o último. Com sua tinta forte, recomendo ler o livro em voz alta, a história se materializa fácil e fluída com uma plêiade de personagens no Pelourinho, 68. Tão bom quanto "O cortiço" de Aluísio Azevedo.
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Paulofsmaia 21/12/2023

Suor
Como eu gosto da escrita do Jorge Amado. Pra mim, cada cada frase dele grita BAHIA, e Suor é a pura representação disso. A história do coletivo é mais interessante do que a história pessoal. No Brasil, quantos ?Suores? existem? Quantas mães costureiras, lavadeiras, etc. criam seus filhos com o puro suor do trabalho pesado, muitas vezes sem a ajuda do genitor ausente? Quantos homens chegam em casa, sem dinheiro suficiente, após um dia de trabalho pesado, e encontram o filho chorando de fome? Quantos jovens tem seus sonhos artísticos desmantelados pela crueldade da necessidade imposta pela sua condição econômica? Inúmeros, pois isso representa mais o Brasil do que futebol e samba. Durante a leitura eu quase me senti como um morador do casarão 68, como um transeunte da ladeira do Pelourinho e como um verdadeiro BAIANO. O livro trás lições e experiências cotidianas, que por muitos não são conhecidas, é como um choque de realidade, um furo na bolha. Enfim, uma ótima experiência.

A nota é 4 pois a história poderia ser longa.
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Perla.Campos 26/11/2023

Neste livro, Jorge Amado, não deixa de mostrar a pobreza da grande maioria da população nordestina, que na verdade não se distinguia da população brasileira da época. Mas, nos demonstra com clareza que mesmo passando por todas as dificuldades da vida cotidiana, as pessoas mantêm a solidariedade entre elas, mesmo não tendo a empatia como maior virtude.
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marianna158 23/11/2023

Eu nunca vou conseguir explicar o sentimento que é Jorge Amado. Ele me faz grata, ele me faz tudo. Amo a nossa literatura. Amo ele. Amei Suor
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