O cantor de tango

O cantor de tango Tomás Eloy Martínez




Resenhas - O cantor de tango


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Leila 30/10/2023

O Cantor de Tango de Tomás Eloy Martinez é uma obra que merece destaque por sua habilidade em criar conexões literárias e mergulhar na complexa história da Argentina decadente. Uma característica notável da obra é a maneira como o autor faz conexões com o conto "O Aleph" de Jorge Luis Borges. Essa intertextualidade demonstra um profundo respeito pelo cânone literário argentino e enriquece a experiência do leitor, incentivando a exploração de outras obras literárias. Eu tive que pausar a leitura do livro para correr e ler o conto do Borges porque percebi que perderia grande parte das referencias se não o fizesse e isso demonstra como o livro é capaz de inspirar o leitor a mergulhar mais profundamente na literatura, algo que é sempre uma experiência enriquecedora.

A trama bem estruturada do livro é outra característica que merece elogios. A forma como Martinez tece a história e cria uma conexão significativa entre os personagens e o cenário argentino é notável. Isso permite uma imersão completa na atmosfera da narrativa e uma compreensão mais profunda da situação do país em questão.

As alusões a outras obras literárias e autores também acrescentam um nível extra de profundidade ao romance. A capacidade de Martinez de entrelaçar sua história com referências literárias demonstra uma apreciação pela tradição literária que pode enriquecer a leitura,mas mesmo sem isso o livro se sustenta por si só (exceto o conhecimento prévio de O Aleph) e toda a trama é muito gostosa de ler.

Um norte-americano viaja à Argentina em busca de um cantor de tango que não tem sua voz gravada em nenhum lugar e é considerado por muitos melhor ainda que Carlos Gardel (o cantor de tango mais famoso da Argentina) e essa busca nos leva a conhecer uma Argentina através dos olhos do protagonista e ouso dizer que ela é bela. Durante a minha leitura fui instigada a ler outras coisas também, como uma hq inspirada num personagem, um tal Daneri e já estou com outra aqui na agulha, Parque Chas, que é um parque muito citado no capitulo 4 do Cantor de Tango (livros levando À outros "livros") amooooo.

Enfim, gostei muito da leitura e já estou ansiosa para ler outras obras do autor, como o Romance de Peron e Santa Evita que já deu umas "aparecidas" nesse livro aqui para me instigar ainda mais, rsrsrs. Sigamos!
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Pisi14 23/08/2023

Mistério envolvente
Um cantor com uma voz única que aparece e desaparece misteriosamente em Buenos Aires. Quem é ele? Por quê ele aparece em lugares estranhos para cantar? O que esses lugares tem em comum?

É com essa proposta que o autor nos leva a um submundo de histórias reais de Buenos Aires por meio de uma ficção envolvente na qual música e suspense convivem lado a lado
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ToniBooks 04/04/2023

O Labirinto Buenos Aires
No rastro de um misterioso tanguista (Martel), Bruno Cadogan - o protagonista de "O Cantor de Tango" - se perde por uma série de labirintos superpostos. A cada passo de Cadogan se seguia uma multiplicação de dúvidas sobre o por quê de Martel nunca ter registrado suas músicas e o motivo que levava o cantor a se apresentar em locais desertos e improváveis, como se traçasse um mapa imaginário. Um mergulho na Buenos Aires mística dos sentimentos extremos.
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Rodrigo 30/09/2021

Para quem quer conhecer Buenos Aires
Tomás Eloy Martínez construiu uma bela obra em homenagem à Buenos Aires e à cultura portenha. Desde as referências às ruas, bairros, cafés, praças e bares, até os aspectos culturais da música (especialmente o tango), futebol, cinema e literatura.

Assim como a música, a literatura cumpre um papel central na obra, que poderia ser considerada uma grande homenagem a Jorge Luís Borges, principalmente aos aspectos labirínticos da obra e ao Aleph.

O livro pode ser melhor aproveitado caso se leia antes Jorge Luís Borges (pelo menos o conto "O Aleph"), e caso se tenha a oportunidade de ouvir as músicas mencionadas na obra. Caso se conheça a cidade de Buenos Aires, a leitura se torna ainda mais completa e prazerosa.

Como registro final, o livro se passa entre setembro e dezembro de 2001. Todo o contexto da obra é marcado pelas crises econômicas e sociais desse período, e foram incorporados à história alguns importantes fatos, como os atentados de 11/09 e o conturbado mês de dezembro de 2001 na Argentina, com efusivos protestos, estado de emergência, violência policial e renúncias de Presidentes (tendo o primeiro deles, Fernando De La Rua, fugido de helicóptero de Buenos Aires, em meio às manifestações).
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Christiane 24/07/2021

Foi um mergulho na Buenos Aires, nos lugares, na vida, na sua história, me senti lá, e ao terminar o livro tenho a sensação de já estar vendo a cidade, não a turística, mas o labirinto que é Buenos Aires, assim como seu povo que é este labirinto, pois " que a forma de um labirinto não está nas linhas de seu traçado e sim nos espaços entre essas linhas." E o que temos neste espaço? as pessoas e sua vida.

Bruno chega em Buenos Aires para tentar encontrar um cantor de tango que dizem ser melhor que Gardel, mas que não é conhecido no meio musical uma vez que nunca gravou nada, para completar sua tese sobre Borges e os tangos que segundo este seriam os que eram cantados antigamente nos bordéis e não os que vieram depois e provocaram o desaparecimento dos verdadeiros.

Mas esta busca não será fácil, pois Julio Martel, nome artístico de Estéfano, não é fácil de ser encontrado uma vez que não canta mais em lugares acordados, mas sim nos mais improváveis, como túneis, prédios antigos, em frente ao mercado, sem nenhum anúncio disto.

Acompanhamos Bruno nesta busca que nos leva por Buenos Aires, por seus lugares e sua história, como se estivéssemos num labirinto seja de ruas, seja de histórias que se sobrepõem. Um mapa que não é o da cidade, mas sim dos locais onde ele cantou e que poderia indicar o próximo, mas para isto é preciso saber porque ele cantou em determinado lugar.

Conheceremos então uma Buenos Aires que se assemelha ao tango, que é cantada no tango, na solidão e no amor, na tragédia, na dor, e na esperança.
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Jansen 02/12/2020

O autor descreve com muita competência literária a cidade de Buenos Aires. Usa uma expressão de George Orwell "Vocês nunca pararam para pensar que existe um homem magro dentro de cada gordo..." "Buenos Aires é um delta de cidades abraçado por uma grande cidade, breves cidades anoréxicas dentro desta obesa majestade única..." e assim por diante. Martinez, que eu não conhecia, escreve muito bem, diria até que imita um pouco o Borges. Infelizmente faleceu em 2010. Escreveu vários roteiros para o cinema.
O livro conta a história de um estudante, escrevendo sua tese de doutorado sobre um cantor de tango. Todo o livro gira em torno de sua busca pelo "Martel" que tinha uma voz "melhor que Gardel".
Conta sobre sua aproximação do "Aleph", um ponto imaginário idealizado por Jorge Luís Borges, levado por um simpático malandro portenho. Passa pela política argentina no conturbado período que antecedeu ao golpe militar e as ações terroristas de uma população sofrida. Só encontra Martel através de uma mulher muito interessante que dedicou sua vida a cuidar do cantor, mas isto quando ele estava hospitalizado.
Um livro muito bem escrito, um labirinto gostoso de se embrenhar como a cidade.
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alex santos 28/06/2014

Valeu a pena!
Extraordinário! O clima e as gentes de Buenos Aires, tratados de uma forma que nem os argentinos imaginariam.
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Franco 13/10/2010

Parece que o livro faz uma exigência primeira a quem quiser le-lo: possuir um interesse legítimo por Buenos Aires.

A narrativa traz uma Buenos Aires pela sua história, monumentos, edifícios, praças, e ruas, muitas ruas. E se o leitor não tiver uma interessada paciência previamente cultivada pela dita cidade, o livro pode tornar-se um tanto monótono.

Já a história em si é curiosa - a busca por um misterioso e inacessível cantor de tango - e cumpre o prometido na sinopse; porém, parece perder seu ritmo nas constantes digressões do personagem.
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