Queria Estar Lendo 21/02/2015
Resenha: A Mais Pura Verdade
Depois de ter lido a prova deste livro e esperar por algo maravilhoso, fui surpreendida por uma história ainda mais tocante do que o que aqueles seis primeiros capítulos haviam mostrado. A Mais Pura Verdade é uma obra linda, marcante e absolutamente inesquecível.
Fazendo um pequeno flashback do resumo usado na outra resenha, o livro trata a respeito de um tema forte, que é o câncer, e de um garoto que tem um simples desejo antes de morrer: escalar uma montanha. Parece simples, não é? E é. Muito, até. Não espere ler grandes questões filosóficas neste livro. Espere por cenas muito emocionantes pela simplicidade com que são contadas, definitivamente. Espere por um menino que, mesmo a beira da morte, tem força de vontade de seguir em frente - mesmo que o "em frente" signifique em direção à morte.
"O mundo inteiro é uma tempestade, eu acho, e todos nós nos perdemos em algum momento. Vamos atrás de montanhas no meio das nuvens para que tudo pareça valer a pena, como se isso tivesse algum significado. E, às vezes, nós as encontramos. E seguimos em frente."
Porque Mark está resoluto a respeito disso. Ele quer chegar até a montanha, mas sabe que a montanha é o fim da linha. Não tem volta, uma vez que ele foge de casa. Não tem porque voltar. Certo?
"Morrer e viver. É tudo uma bagunça. Essa é a mais pura verdade."
Entre capítulos narrado pelo garoto e "meios-capítulos" seguindo o ponto de vista de Jessie, sua melhor amiga - amiga essa que sabe do segredo, sabe sobre a fuga e para onde Mark foi, e enfrenta grandes problemas entre contar aos pais dele ou deixar o amigo realizar seu último desejo - acompanhamos uma jornada corajosa de uma criança tentando entender o que realmente quer. O que exatamente vai acontecer com o Mark naqueles 423 quilômetros de aventura?
"Eu amava o relógio, até começar a odiar o tempo. E como ele ia embora."
A escrita do autor Dan Gemeinhart é absolutamente tocante. Tal como Rainbow Rowell consegue falar sobre romance de uma maneira única e John Green cria personagens tão cativantes que você quer fazer amizade com eles, Dan me conquistou com seu jeito único de contar uma história profunda de maneira tão simples.
"Olhei lá para baixo e vi como era a morte. Era negra, fria e próxima. Impossível ver o fim."
É como se eu conhecesse Mark. Como se ele fosse um vizinho, um parente, um amigo. Como se eu o acompanhasse nessa viagem até a montanha, torcendo para que ele a escale, torcendo para que tudo fique bem - ainda que o "ficar bem" não seja exatamente claro. Quando a morte se torna uma opção? Dá para escapar dela, mesmo quando ela parece tão próxima?
Há mais de um tipo de verdade. Existe a verdade que você pode pedir, a verdade dos mapas, dos gráficos e dos livros de história. [...] Mas no outro tipo de verdade, o tipo de verdade que você sente de uma maneira profunda, nesse tipo de verdade os mapas não têm importância."
Link original da resenha: http://migre.me/pfPS3