Auri, a anfitriã

Auri, a anfitriã Aline Moura...




Resenhas - Auri, a anfitriã


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Luiza.Oliveira 17/02/2022

Resenha por @felicidadeempaginas
"O turbilhão de histórias que com elas vieram passou a agir como um plasma mágico em minhas veias atrofiadas"


Auri, a anfitriã é um livro reportagem que narra a história de quatro mulheres em situação de cárcere sob a ótica da própria penitenciária, uma a mescla de recursos literários e técnicas jornalísticas, o trabalho em questão reflete sobre a eficácia dos sistemas penal e judiciário a partir das experiências das personagens.

Trazendo a tona a humanização e resgate da identidade das presidiárias sob a ótica que estas mulheres têm da própria história antes e durante o período de cárcere.

"A tranca é o castigo mais temido em meus domínios"

Primariamente vamos navegar pela história da penitenciária feminina Auri, seguindo para a história de duas estrangeiras, para a amante dos livros e por fim para a mãe do crack, é construção acerca das visões que cada uma dessas mulher possuem sobre o cárcere, mas também um questionamento, até que ponto essas criminosas já não foram vítimas da sociedade ou das circunstâncias?

Esse é um daqueles livros que você precisa estar preparado para ler, é intenso... Já que vamos ler sobre mulheres que cometeram crimes, que foram contra a lei e agora estão pagando com seu tempo de vida pelos seus atos

É também uma narrativa cheia de informações sobre o funcionando de uma penitenciária, sobre o que acontece dentro daqueles muros de concreto, as autoras entregaram uma reportagem sensacional e completa, pude aprender muito e ampliar minha visão sobre alguns aspectos através das páginas de Auri, a Anfitriã.
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li.ebizio 29/06/2015

Uma narrativa poética sobre mulheres presas em um sistema criado e regido por homens
Auri, a anfitriã foi um livro produzido via crowdfunding (financiamento coletivo). Eu descobri a campanha de financiamento após ler um texto sobre e fiquei curiosa para ver a qualidade da edição de um livro publicado de forma independente através de financiamento coletivo. Um pouco preconceituoso da minha parte, admito. Mas posso dizer que esse livro em termos de edição não deixa nada a desejar aos das editoras.

Trata-se de um livro-reportagem (TCC das autoras) sobre o Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, a Auri do título. Somos apresentados, pela própria penitenciária, a três histórias (sem contar a da anfitriã) de mulheres que, por diferentes razões, acabaram dentro dos muros da prisão. A narrativa é extremamente lírica e mistura narrativa com diversas reflexões acerca do sistema carcerário (em especial, o feminino) e sua eficiência. Fotos do instituto penal, algumas bem poéticas, ilustram as histórias.

Conhecemos as estrangeiras Maribel e Jéssica, a amante de livros Cinara e a ex-viciada em crack Patrícia. Cada uma com diferentes características, delitos e histórias. Todas presas em um sistema criado e regido por homens.

O interessante da narrativa é como ela nos aproxima das presidiárias e nos faz ver do ponto de vista delas. Até que ponto aquelas mulheres ali detidas não foram também vítimas? O quanto carregar a alcunha de ex-presidiárias vai impedi-las de construir um futuro diferente?

Um livro interessante que levanta reflexões importantes sobre o sistema carcerário.

site: http://deretasegmento.blogspot.com.br/2015/05/livro-14-auri-anfitria-de-aline-moura-e.html
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Luiza 29/08/2016

Surpreendentemente um livro acolhedor
O esquema de leitura foi o seguinte: uma semana pra sobreviver ao prefácio, um dia para devorar o restante do livro. A cada capítulo, uma pausa para respirar. E pensar.

Admito que imaginava que ia acabar julgando as histórias de ingenuidade exacerbada que acabaram levando aquelas mulheres à penitenciária. Mas o que aconteceu foi o extremo oposto. Independente de culpa ou inocência, não tem como não admirar a força e a persistência das personagens que, mesmo vítimas do meio, recusaram-se a ser vítimas delas mesmas. Seja mais cedo ou mais tarde.

Apesar das histórias sofridas, impossível não se sentir acolhida por Auri, o presídio e narradora da história. A penitenciária é ao mesmo tempo um meio punitivo e acolhedor, traçando uma narrativa semelhante a uma mãe que conta a história de uma filha: reconhece o erro, mas acredita até o fim numa reparação.
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