Remetente N.15

Remetente N.15 Paulo Sérgio Moraes
Ben Oliveira
Guilherme Olí
Laris Neal




Resenhas - Remetente N.15


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Jacq 24/06/2020

Livro Intenso
O livro traz histórias complexas e muito profundas, algumas me deixaram até meio perturbada. Apenas dois dos capítulos achei ruins de ler pela forma da escrita, mas como um todo gostei bastante.
Embora eu esperasse um final completamente diferente, o que me incomodou um pouco, vale a leitura com certeza.
Meu capítulo preferido foi das Irmãs Agapornis, não sei nem ao certo o motivo, mas foi bonito de ler e quando vem o estalo do que aconteceu, da uma sensação diferente dos demais.
Minha recomendação apenas seria para ler o livro desfrutando de cada capítulo. Eu foquei muito no desfecho e me decepcionei.
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Karina Fraga 16/11/2018

Ótima leitura!
A leitura do relato de cada remetente é inebriante, nos prende, emociona, envolve... Alguns mais, outros menos. Violências, decepções, desilusões, preconceitos, crises existenciais e muito mais pode ser encontrado na história de vida de cada um dos 14 remetentes e é isso que torna o livro excelente, muito mais que o mistério do 15º remetente, que teve desenvolvimento mais superficial e desfecho não tão original. Tratando-se de um trabalho coletivo, escrito por diferentes escritores, devo dizer que o resultado foi positivamente impressionante.
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Matheus Fellipe 27/12/2015

15 desaparecidos... um caso antigo que nunca foi resolvido...
15 desaparecidos... um caso antigo que nunca foi resolvido...

Uma nova pista surge: um anúncio de jornal com um endereço de caixa postal de alguém que se denomina “aquele capaz de proporcionar um novo começo”...

“[...] Ofereço-me como saída. Posso ser o seu banco de réu, um confessionário, o seu canto de castigo, aquele amigo imaginário, as suas linhas de diário... Posso ser muitas coisas... Basta que confie em mim. [...] Fale-me de você e torça para ser um dos remetentes selecionados.” — Pág. 05

O encarregado do caso, investigador Demétrio, vai até o local e encontra 14 cartas. Seus remetentes são 14 dos 15 desaparecidos. Onde estaria a carta do 15º desaparecido?

É a partir de então que nos embrenhamos na investigação. Junto com o investigador vamos ler as 14 cartas, conhecer suas histórias, tentar solucionar esse antigo caso e descobrir quem é o Remetente Nº15.

Cada conto desse livro foi escrito por um autor diferente, com suas linguagens e narrativas próprias desenvolveram personagens e histórias singulares... Essa miscelânea de características fez desse “sonho coletivo”, como diz o organizador do projeto Paulo Sérgio Moraes, um ótimo livro, capaz de nos fazer experimentar inúmeras sensações durante a leitura, ele é capaz de agradar qualquer leitor, pois tem um pouco de cada gênero, um pouco de cada personalidade... Não tem como não simpatizar ou se identificar com algum personagem.

Eu, sinceramente, adorei todos, cada conto me conquistou de alguma forma, uns me chocaram, outros chegaram a iluminar um cantinho escuro da minha alma, outros até fizeram despertar sentimentos um tanto perversos em minha cabeça... Ainda assim, me coloquei no lugar do alguém que fez o anúncio e selecionei algumas das cartas:

REMETENTE Nº01 por Guiller Cruz: O detento Vagner nos conta, alternando passado e presente, como era sua vida antes de ser condenado e preso injustamente, e a sua realidade vivida dia após dia no encarceramento.

“Quando a polícia chegou, a faca ainda estava em minhas mãos, as gotas de sangue corriam entre meus dedos e, sob meu pé, uma poça vermelha. Minha mente estava vazia, os gritos dos policiais ecoavam dentro da minha cabeça, mas era como se nada existisse. Estridente foi o som da faca ao cair. [...]” — Pág. 09

REMETENTE Nº02 por Ben Oliveira: Aqui conhecemos, por meio de uma linguagem metafórica, que soa como um poema, a personagem e autora Amélia, uma mulher que sofreu por não ter seu amor correspondido. Esse conto é um pouco mais dramático, e pode parecer estranho que eu o selecione dentre outros que possuem uma temática mais carregada de ação e mistério, mas este possui uma qualidade única. Já li outros escritos do autor, e este faz jus e firma ainda mais seu dom com as palavras.

“[...] Sente este cheiro? É aquele odor pútrido de quem deixou o coração apodrecer e espalhar para todo o corpo o seu veneno. Não sou maluca, embora possa estar parecendo. Queria ser uma louca, e enxergar tudo diferente, tudo de um ângulo que não me fizesse sentir a derrota se apoderando de mim. Alguns cortes nunca se fecham.” — Pág. 30

REMETENTE Nº05 por Juliano Pompeu Nicoliello: Ambientado em Ouro Preto, Minas Gerais, com um clima típico de cidade universitária, o conto é jovem como seu protagonista Luciano, um calouro de Medicina... Este poderia ser apenas mais uma história YA (Young-Adult), porém ela carrega uma temática fortíssima, sendo considerado por mim, um dos contos mais pesados da coletânea.

“[...] É fácil ser bom quando todos ao seu redor são bons. Difícil é ter uma boa conduta quando está rodeado de corações impuros! E eu, cá entre nós, sempre atraí os piores.” — Felipe Pedrosa, REMETENTE Nº03, Pág. 42

REMETENTE Nº06 por Samantha Tiger: Ricardo (Ricco Ricochete) teve uma infância muito difícil, sua mãe era uma vadia que preferia seus amantes a seu filho, expulsando o garoto de casa quando ele tinha 16 anos. Ele sai e vai viver uma vida sem regras, mora com prostitutas, comanda roubos e, com o tempo, vai se estabelecendo na vida, com dinheiro e poder. Muita coisa rola nesse conto, reviravoltas, sexo, intrigas, entre outras coisas, tudo muito bem escrito e detalhado.

“BANG! A primeira bala atravessou o estômago, e ele caiu no chão... BANG! A segunda atingiu o peito, e enquanto ele se contorcia sem ar, o atirador se aproximou, se ajoelhou ao lado da cabeça dele e, colocando o cano do revólver entre os olhos dele, disse: “É o fim...” BANG! O Tiro de misericórdia! [...]” — Pág. 87

REMETENTE Nº10 por André Gabeh: Suzanna, ahh Suzanna, você é minha heroína. Esse conto é um dos mais completos, do jeito que gosto, muito sangue, violência e origamis (peculiaridades e detalhes). O autor soube dosar tudo, criou uma trama envolvente em poucas páginas, usou como tinta a personalidade de sua personagem, o conto não é sobre ela, mas é ela. Só lendo para entender...

“[...] A jovem “assassina” aqui se refugiou dentro de si como uma cobra trocando de pele, mas comendo a pele nova a partir das vísceras e mantendo a pele velha como uma maquiagem à prova d’água que ainda sustenta uma falsa alegria — mesmo que inundada por lágrimas de algum luto.” — Pág. 127

Esses foram apenas um pouquinho de 5 dos 14 contos do livro, ou seja, tem muito mais! Eu não pude e não quis revelar muitas coisas deles para não tirar de vocês a descoberta e a oportunidade de conhecer e desvendar cada um deles, mas saiba que nesses citados e nos outros você encontrará de tudo: muita morte, traição, vícios, amores, violência, abuso sexual, insanidades, tráfico de drogas e de mulheres, incesto, entre outras coisas. É uma coletânea de contos que merece muito ser lida por todos os amantes de boas histórias.

“Tenho sonhos e pesadelos, nos quais corro e fujo. Tento resistir e ajudar os humanos espancados, por assumirem que são negros, que são pobres, que são bichas e sapatões, travecos, e que são diferentes talvez na aparência, no jeito de ser, mas que no fundo assustam mesmo porque, no final das contas, são iguais. [...] Não entendo essa fascinação em querer meter o dedo e o olho no rabo do outro. Para mim, não passam de fantasias sexuais mal resolvidas. Prefiro manter a minha de zoofilia, que até hoje não sei se cheguei a praticar. Julgafilia não faz meu gozo jorrar.” — Will Augusto, REMETENTE Nº07, Pág. 89/90

Mas, e o Remetente Nº15? Quem é? Onde está? O que ele fez? Você só irá descobrir lendo... Mas já adianto, sua identidade vai te surpreender! O livro recebe 5 estrelas!

Ficou com vontade de conhecer os 15 remetentes? É uma infelicidade que esse livro esteja esgotado, então deixemos o clamor aí nos comentários para que os organizadores façam mais cópias ou publiquem o livro em e-Book para vocês terem acesso a ele.

site: http://leitornoturno.blogspot.com.br/2015/12/resenha-remetente-n15-varios-autores.html
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Simone 04/05/2015

As faces da palavra
Grato presente!
Sempre costumo frisar a importância de darmos valor à literatura nacional. Não só aos clássicos já consagrados, mas também a estas novas gerações, os contemporâneos, que muito lutam por espaço e reconhecimento. E não o faço tão somente por ser uma autora nacional, mas por saber que há inúmeros escritores talentosíssimos por ai. E esta obra veio apenas a corroborar com essa ideia.
Neste livro você encontrará personagens excelentemente bem construídos e, o melhor, demasiadamente humanos, palpáveis. Por certo, chegará a identificar-se com um (ou alguns).
Presenciamos no decorrer destas páginas um desfile de estilos literários e foi justamente isso que fez com que eu gostasse tanto desta obra. Perceber as nuances, o modo de colocar as palavras no papel e expressar as ideias de cada um. Senti-me quase cúmplice de todos estes autores durante a leitura. Imaginei-os escrevendo cada uma destas palavras.
Todos os autores, sem exceção, estão de parabéns. Palmas a ilustradora também, claro.
Quero pontuar aqui três histórias que me saltaram aos olhos:

Remetente nº 10 de André Gabeh -
Suzanna me conquistou desde as primeiras linhas. A crueza das palavras, da história choca. Incrível. Gostei muito de seu modo de brincar com as palavras. Isto mesmo, brincar. E só quem é fera consegue fazer isso.

Remetente nº 11 de Guilherme Oli -
Uma delícia de história. Palavras doces para personagens igualmente doces. Chegava a sorrir com a narrativa, quando, de repente, a realidade se desenha. Ela não foi atirada ao papel, a esmo. Foi lindamente costurada, encaixada no enredo de forma extremamente bela. E deixou a história melancólica e dramática na medida certa! Impressionou-me muito. Mas, bem, não esperava nada menos do Gui, que já conheço de Remoto e Improvável.

Remetente nº 13 de Paulo Sérgio Moraes - Adorei a personagem principal! Enquanto lia liguei-a a um professor meu de quem gosto muito e isso deixou a leitura ainda mais gostosa. Uma história psicológica, sobretudo. E repleta de sentimentos, confusos por vezes, na cabeça das personagens. Um retrato riquíssimo meu e seu, que poderia ser de qualquer um de nós. Também gostei muito da forma como a história foi contada, senti-me como se estivesse ali do seu lado, vendo-o escrever a carta.

Esta é uma obra simples e primorosa. A simplicidade confere-lhe uma identidade única. Ainda mais sabendo que a concepção desta obra, o projeto em si, contou com o apoio de tantas pessoas e através delas teve sua realização.
Precisamos exatamente disso, de pessoas que acreditem nestes autores, que confiem nos nomes que hoje representam a literatura nacional e que apoiem cada vez mais esta ideia.

Parabéns mais uma vez a todos estes autores... São extremamente talentosos!
Ode à literatura nacional!
Gui Olí 04/05/2015minha estante
Que lindo ler isso!! :D Muito muito muito obrigado, mesmo!!


Felipe.Pedrosa 05/05/2015minha estante
Obrigado pelo carinho!!! =]




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