O Rastro do Jaguar

O Rastro do Jaguar Murilo Carvalho




Resenhas - O Rastro do Jaguar


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Vania.Carneiro 14/08/2023

Um desafio
Levei quase um mês para ler, 28 dias, um calhamaço que por vezes foi muito interessante, e em outros momentos cansativo. Especialmente nas descrições sobre a guerra, que nunca foi um assunto que me agradou. Mas tem a história do povo guarani, do império, dos anos de 1800, que me interessa por mostrar de alguma forma o cotidiano de uma época não tão longínqua, nem tão diferente assim, pois a maior parte da história se passa no Brasil, inclusive por aqui, no Rio Grande do Sul. Esse assunto sempre me interessou: a vida cotidiana em outros tempos, tentar imaginar uma cena do passado como se fosse aqui e agora. Enfim, foi um desafio, mas valeu a pena.
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Pablo Paz 09/01/2022

Em busca da Terra sem Males
Esse livro, narrado por um jornalista luso-francês, conta a história de Pierre de Saint-Hilaire um guarani 'adotado' pelo famoso cientista Saint-Hilaire quando ainda era criança e educado como europeu.

Já adulto, quando descobre ser ameríndio e não asiático como pensava, resolve vir para o Brasil em busca de suas origens. Em meio a tantas peripécias - começando pela Bahia, passando pelo sertão de Minas e por Mato Grosso até chegar aos pampas gaúchos - os Guarani reconhecem nele uma antiga profecia: a de que um profeta-guerreiro chamado Jaguar enviado por Nhamandu (deus guarani) voltaria de terras longínquas para conduzí-los ao ywy mara ei, a Terra sem Males, espécie de paraíso prometido.

Todo o pano de fundo da história se passa nos anos 1860, época da Guerra do Paraguai, e da formação definitiva do Estado brasileiro tal como o conhecemos hoje: com seus vastos territórios, poucos e grandes proprietários, muitas desigualdades e pouca produtividade.

O autor é muito bem sucedido ao narrar a Guerra do Paraguai com rara imparcialidade mostrando as razões de por que Solano López declarou guerra ao Brasil e à Argentina e por que os paraguaios, em sua maioria guaranis, o apoiaram. Ele tinha suas razões d'Estado (como o medo de que o império brasileiro fizesse em seu país o mesmo que fizera com o Uruguai), mas declarar guerra a inimigos tão poderosos era já carta marcada para o desastre (tem a ver com profecias, mas não darei spoilers).

É um ótimo romance histórico para se compreender e entender a pior e mais longeva guerra do século XIX. Livraço.
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Renato 12/09/2020

Incrível como só fui ter conhecimento da dimensão da Guerra contra o Paraguai durante a leitura deste livro. Retrata também, como a colonização européia praticamente dizimou todo um povo e sua cultura.
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Inês Montenegro 27/01/2018

"O que temos nesta narrativa é uma construção de identidade: de um país, de um povo e de um homem. Sendo o senso de identidade algo que contém grande número de elementos, nenhum deles de percepção simples, também a moldura do romance se constrói por uma variedade de elementos e ambientes."

Opinião completa em:

site: https://booktalesblog.wordpress.com/2017/07/30/o-rastro-do-jaguar-murilo-carvalho/
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Rub.88 21/10/2016

Os Adornados e A Terra Sem Males
A busca de uma identidade ancestral e uma relação direta com a mítica origem dos instintos primitivos. Um mundo exótico e idealizado, romântico e simples, que desaba diante do caos de um país em guerra, onde costumes antigos e tradições novas se chocam e se anulam. O que sobra é o vazio cultural.
O Rastro do Jaguar, lançado em 2009, é o romance de estreia do mineiro Murilo Carvalho. Este livro narrando em forma de memorias transcritas e crônicas, entremeado com algumas cartas fictícias, e a aventura de um velho jornalista português, que também é ex-soldado francês, quando ele cobriu a Guerra do Paraguai.
Logo depois de assistir a uma opera em Paris, o protagonista da estória junto a um amigo de poucas feições europeias, caminham mergulhados em pensamentos. O que fazer da vida? A carreira militar acabou e dinheiro será um problema em breve. Mas são jovens e as preocupações somem assim que encontram alguma diversão fugais. E numa dessas brincadeiras para desviar os pensamentos do futuro, acabam na cadeia, e no poucos dias que passam lá encontram um grupo de índios de circo, encarcerados não se sabe bem por que. Esses nativos da América do Sul veem no amigo do português, um semelhante. E o amigo, de nome Pierre, por sua vez também sente um reconhecimento. Aqui a faísca, no fundo de uma cela francesa, acende o fogo da peregrinação que vai chegar até a bacia Platina.
Com poucas pistas Pierre desvenda parte da sua infância, e quer saber mais. O português, e assim o chamo, pois os livros em primeira pessoa tem essa peculiaridade de não nós dá o nome do narrador, apenas alguns atributos e informações segundarias. E quando a alcunha do sujeito aparece na boca de algum personagem não se sabe de quem esta falando!
Bem, o português que tem mania de escrever, não vai perder essa chance de andar pelo novo mundo bárbaro e registrar no papel o ligeiro conflito surgindo nas bordas do império lusitano. E seguindo de rastro o Monsieur Índio vem à estória da escravidão, do fim das comunidades indígenas, da aspereza da terra, da ilusória riqueza das capitais, das batalhas perdidas, na falta de bom censo dos governantes, dos imigrantes, da crença universal de um salvador e da morte de milhares pessoas de todas as idades e gêneros por causa de chão e agua.
O livro ficou extenso em demasia devido à fuga compassada que o escritor sempre dá do centro nervoso dos acontecimentos históricos e das coisas mais relevantes para o bom andamento da estória. Romance de poucos diálogos e muitas reminiscências. Eu fiquei com a impressão que o autor escreveu o livro pensado em poder futuramente transforma-lo em serie televisiva. Forçadamente existe um par romântico no enredo, que é dispensável, mas pode ser adaptado para um gosto mais novelesco se um dia O Rastro do Jaguar for personificado por atores badalados. A guerra do Paraguai resultou em pobreza extrema para os poucos sobreviventes do país de Solano Lopes, e foi o começo do fim da monarquia portuguesa no Brasil.
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Egídio Pizarro 16/10/2015

As passagens sobre Francisca parecem extremamente deslocadas do resto da narrativa e o uso excessivo de ponto-e-vírgula é, no mínimo, estranho. Alguns apontamentos sociológicos e filosóficos soam muito distantes do pensamento vigente no século XIX, parecendo inverossímil.

Apesar disso, é uma história interessante. A contracapa traz a indicação de ser baseada em fatos verídicos e personagens reais, de modo que senti falta de uma nota do autor falando sobre suas inspirações para a obra.
Nathi 07/05/2020minha estante
Concordo!!!




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