Nó do Diabo

Nó do Diabo Mara Leveritt




Resenhas - Nó do Diabo


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iammoremylrds 15/04/2021

Assim como na própria capa do livro diz, é a história real de um crime hediondo e de três meninos condenados injustamente. No ano de 1993, os adolescentes Damien Echols, de 18 anos, Jason Baldwin, de 16 anos e Jessie Misskelley Jr., de 17 anos, foram acusados de assassinar brutalmente três crianças, Stevie Edward Branch, Christopher Mark Byers e James Michael Moore, todos de oito anos. Em meio a um julgamento repleto de polêmicas e incertezas, eles foram condenados, e após uma longa batalha judicial, foram soltos em 2018.
Com certeza é um caso que revolta e muito, já que, se analisarmos de um todo, temos 6 vítimas, 3 crianças brutalmente assassinadas e 3 adolescentes que foram condenados sem prova alguma, com a acusação baseada em achismo, sem provas concretas e nem nada do tipo. Acredito que se tivesse ocorrido uma investigação séria sobre o caso, talvez poderia ter se identificado logo o possível assassino ou até assassinos. Foi uma investigação repleta de incertezas e praticamente não se usou provas. Apenas se usou um embasamento nada relacionado com o ocorrido, baseado apenas em estereótipos e achismo, como por exemplo o tipo de música que ouviam, as roupas que vestiam, até mesmo uma religião diferente do que a sociedade considera convencional. Durante o julgamento, a promotoria afirmou que as crianças foram mortas como parte de um ritual satânico, sem apresentar prova alguma disso.
Os depoimentos são contraditórios, cada um tem a sua versão. Incluindo o fato de praticamente toda a culpa ter caído para cima de Damien Echols, que foi colocado como o principal envolvido do crime, mesmo já deixando claro que não tinha nada a ver com a história. E parte dessa “culpa” parte de um pressuposto baseado em estereótipos, que definitivamente não definem se uma pessoa é ou não criminosa ou voltada para o crime. Tanto que se mostrou que a acusação sequer havia estudado sobre e sua acusação partiu de coisas sem embasamento algum. Em diversos momentos vidas são praticamente arruinadas por conta de mentiras, fofocas e coisas inverídicas. Não somente um dos três acusados sofreu com isso, mas praticamente todos, à sua maneira, de acordo com a “culpabilidade” que foi concedida e julgada por toda uma sociedade.
Outro ponto importante a se ressaltar é a menção ao “Mr. Bojangles”, um homem negro como suspeito alternativo possível estava implícita durante o início do julgamento de Misskelley. Também se foi pego algumas amostras de sangue retiradas do banheiro do estabelecimento. Porém essas amostras sequer foram analisadas, na verdade, foram perdidas, ao que tudo indicou, assim como aconteceu com inúmeras outras provas, a exemplo da amostra de cabelo de Pam Hobbs, mãe de Stevie, assim como de seu padrasto, e enquanto isso, outras “provas” foram forjadas, fabricadas, incluindo ainda o uso de falsas testemunhas. Esse homem identificado como “Mr. Bojangles” nunca foi encontrado.
O julgamento, em si, foi marcado por falsos testemunhos, provas manipuladas e histeria pública, e no ano de 1994, Jason Baldwin e Jessie Misskelley foram condenados à prisão perpétua e Damien foi enviado ao Corredor da Morte, onde aguardaria a sua execução.
Também é revelado que o canivete que estava sempre com Stevie, no bolso dele, que era um presente de seu avô, não foi encontrado com ele e que posteriormente, Pam, a mãe do menino acabou encontrando ele nas coisas de seu marido, um tanto quanto suspeito( para mim ele é um forte suspeito, embora o caso ainda não tenha sido solucionado mesmo após décadas do ocorrido). Além do mais, a polícia também nunca havia analisado a amostra de cabelo de Terry, coletada em 1993, somente em 2006 se conseguiu obter secretamente uma amostra adicional do DNA de Terry. Já em 2007, a defesa analisou a amostra de DNA com o DNA dele e o DNA de Terry foi encontrado em um dos nós usados para amarrar uma das crianças.
Depois de 18 anos presos, os acusados, Jessie, Damien e Jason fizeram uma rara negociação com o Estado de Arkansas. Sob esses termos de acordo, foram libertados em 2011, porém ainda continuam sendo considerados culpados. Enquanto Pam Hobbs, a mãe de Stevie continua a busca pela verdade sobre a morte de seu filho e das outras duas crianças.
Existem algumas maneiras de se lidar com os fatos e os sentimentos envolvidos nesse caso e acredito que tenham escolhido o pior jeito, afinal, o julgamento foi marcado por falsos testemunhos, provas que foram manipuladas. A verdade, embora seja mais dolorosa, daria uma paz maior para as famílias, visto que uma das mães até hoje está buscando a verdade sobre o ocorrido com as crianças. Se está lidando com pessoas, não com objetos inanimados, ainda mais se tratando de famílias em luto pela perda de seus filhos, algo que com certeza vai atingir as pessoas em volta, principalmente em se tratando de se perder um filho de 8 anos assassinado. A verdade sempre vai ser a melhor escolha, além de claro, se fornecer um apoio psicológico, um amparo para as famílias das vítimas, afinal algo assim vai afetar um meio todo, não somente as famílias das vítimas, pode chegar a afetar até mesmo uma sociedade, como um todo.
A investigação foi cheia de erros, que poderiam muito bem ter sido evitados. Assim como não houve nenhuma prova além de se ter uma confissão forçada. Além de ter sido totalmente irresponsável, não somente irresponsável, mas insensível com as famílias das vítimas e ainda condenando três garotos que não tinham nada a ver com a história e baseado em absolutamente nada, nenhuma prova concreta foi apresentada, somente achismo. Três jovens foram condenados simplesmente por não corresponderem ao que a sociedade julga como “normal”, por serem pessoas diferentes, julgadas como estranhas para as pessoas de uma cidade pequena, que por si só, não é um lugar muito acolhedor para o diferente e seguem à risca o mais tradicional. Existem inúmeras falhas, sejam elas envolvendo a investigação, o julgamento e a condenação dos adolescentes em si. Essas falhas ficarão marcadas para sempre na vida de inúmeras pessoas, seja na vida de três adolescentes, na época, que foram condenados por algo que sequer fizeram, baseado em absolutamente nada, resumidamente, foram condenados injustamente, assim como na vida das famílias das vítimas. Fica claro, inclusive, o quanto o preconceito, o desconhecimento e a intolerância religiosa podem, de certo modo, ser superiores às evidências reais de um crime tão assombroso como esse. É assustador ver o quanto o sistema judiciário às vezes pode ser falho e corrupto.
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sophi 07/01/2023

inspira a florzinha, assopra a velinha
não curto dar nota ou opinar em livros true crime pq não acho a ideia de avaliar algo que aconteceu com alguém péssima, mas preciso dizer que esse livro é o dossiê perfeito pra quem quer entrar de cabeça no caso.

recomendo ter um pouco de conhecimento na área, pq as palavras podem confundir e os termos complexos deixam a cabeça um caos

sobre o caso, muito estomago forte sempre. não gosto de imaginar o que essas crianças passaram na mão de quem quer que tenha cometido o crime, assim como acho que nenhum novo julgamento vai conseguir recuperar a vida que Damien, Jessie, e Jason perderam na cadeia. cara, O DAMIEN PERDEU O NASCIMENTO E A CRIAÇÃO DO PRÓPRIO FILHO. e ver que tudo isso só aconteceu pelos garotos terem crenças diferentes da maioria das pessoas do local :) a sociedade não mudou muito daquele tempo pra cá.

só espero que todas as pessoas que ainda acreditam que O Trio de West Memphis é culpado pelo assassinato desses três garotos tenham a oportunidade de pelo menos um dia ler um pouco de tudo que esse livro trás
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Mara.Oliveira 29/11/2023

Os três de Memphis
Em 5 maio de 1993 a polícia de West Memphis é informada do desaparecimento de três crianças de oito anos de idade, Christopher Byers, Michael Moore e Stevie Branch.
West Memphis, uma pequena cidade do Estado de Arkansas, cercada por uma floresta, possui um índice de criminalidade muito baixo e oferece uma sensação de segurança e tranquilidade. Entretanto, é exatamente ali que as três crianças desaparecidas são encontradas sem vida.

Eles haviam saído de casa para andar de bicicleta e, de alguma forma, foram parar na floresta. E a cena do crime retratada no livro aponta algo digno de uma mente doentia. A polícia, depois de procurá-los bastante, os encontram mortos no rio, constatando que os pequenos haviam sofrido violência sexual. Estavam com os membros superiores e inferiores amarrados, um deles tinha sido mordido e outro teve sua genitália cortada.

Quando a notícia se espalhou pela cidade, as pessoas passaram a clamar por justiça. Todos estavam curiosos sobre quem poderia ter cometido tamanha barbaridade, entretanto, as pistas eram poucas e a polícia, evidentemente, não estava preparada para o caso.
A imprensa, pressionando a polícia, passou a levantar diversas hipóteses sobre o caso. A polícia, sem saber qual caminho seguir, passou a associar àquelas mortes a sacrifício humano, decorrente de um ritual satânico.
Referida tese acabou levando a polícia a Damien Echols, Jason Baldwin e Jessie Misskelley, mais conhecidos como os três de Memphis, não porque existia algum elemento probatório contra eles, mas porque, por usarem preto, ouvir rock e serem descritos por alguns moradores como estranhos, a polícia, despreparada, incompetente e preconceituosa, decidiu que eles se encaixavam no perfil que procuravam. Daí porque foram condenados injustamente, dois à prisão perpétua e o outro à morte.

Os erros que permearam o caso são gravíssimos. A polícia não teve cuidado nas buscas, no local do crime, e não tomou a devida cautela para preservar as provas, além de ter cedido à pressa da população, seguindo uma linha de investigação mais fácil, embora inconsistente.

Já tinha assistido outros documentários sobre o caso, portanto, essa história não era uma novidade para mim, mas admito que ainda consigo ficar perplexa e tocada, sobretudo porque, mesmo tendo roubado 18 anos da vida desses garotos, o poder judiciário não reconheceu a sua responsabilidade pelo erro. Pelo contrário, para colocá-los em liberdade ordenou que assinassem uma declaração de culpa e, assim, suas penas seriam extintas. Era necessário que todos aceitassem, e eles não queriam isso, mas um deles já estava no corredor da morte há muitos anos e poderia ser executado a qualquer momento. A compaixão falou mais alto e todos assinaram.

É monstruoso o que aconteceu às três crianças. E a realidade é que, aparentemente, a polícia esteve bem perto de apanhar o verdadeiro culpado, mas preferiu ignorar as pistas e seguir o caminho mais simples.

Quem leu o livro não tem dúvidas de quem é o verdadeiro responsável pelos crimes.

A leitura é dolorosa, mas vale a pena. A escrita é maravilhosa e flui naturalmente.
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Jean Bernard 28/07/2022

O lado real da Série Stranger Things
A série Stranger Things me pegou de jeito. A nostalgia dos anos 80, as músicas, as roupas? Acompanhar essa garotada crescer está sendo incrível, ainda mais para mim que sou pai. Que série deliciosa.
Na quarta temporada temos um novo personagem, o Eddie. Cabeludo, metaleiro e adorador de Dangeons & Dragons. Eddie foi inspirado em Damien Echols, um dos três garotos condenados injustamente pelo assassinato de 3 crianças. A causa principal da promotoria era o ?oculto?, a adoração à Satã.
Esse livro traz a história dos 3 de West Memphis. Os erros nas investigações, os abusos no tribunal a condenação e suas consequências. Um livro muito bem escrito e embasado.
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Rub.88 30/07/2022

Culpados de Acusação
Todos são inocentes até se provem o contrário. Um pensamento bonito e justo. Mas não é prático. O culpado de algum delito nem sempre é aparente. As evidencias as vezes são poucos vestígios que não direcionam muito bem o caminho a seguir. Não há testemunhas diretas. Tão pouco temos um motivo claro para infração cometida. Apenas o pasmo e a indignação ficam estampadas nos nossos incrédulos rostos ate uma centelha de imaginação, palpite, sensação, desconfiança sem apoio nenhum, preconceito enraizado, guiar a suspeita cômoda para alguém que não simpatizamos. Agora é hora de acertar a narrativa e colidir os nossos anseios com o que podemos provar. E o que não se conseguir unir numa única verdade, apenas ignoramos e seguimos em frente com a aplicação da psicológica justiça.
O ônus da prova é do estado. Ele que tem de provar que eu sou culpado e não eu que sou inocente. Esse livro é o puro suco do pânico satânico que foi uma onda supersticiosa que varreu o mundo no começo dos 1990. Muitos achavam que um mal puro andava pelo mundo, influenciando principalmente os mais jovens afastados do caminho santo e das palavras divinas. E toda a desgraça era um sinal do fim dos tempos, o que fez a alegria das igrejas neopentecostais que conseguiram muitos devotos querendo fugir das influencias dos Maligno. Mas a verdade é o que se pode provar e não sentir. E nenhum erro é corrigido, ou amenizado, se cometendo outro...
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Blog MDL 14/06/2015

Tudo começa em 5 maio de 1993, quando a polícia foi informada do desaparecimento de três crianças. West Memphis é uma pequena cidade do estado de Arkansas, o seu índice criminalidade é baixíssimo e os moradores parecem todos se conhecer. Cercada por uma floresta, era a típica cidade que inspira segurança, não acontecimentos macabros. Mas foi ali que as três crianças desaparecidas foram encontradas mortas.

Os seus nomes eram Christopher Byers, Michael Moore e Stevie Branch, os três tinham oito anos de idade e haviam saído para brincar na floresta que eles e as demais crianças do lugar chamavam carinhosamente de Robin Hood. O que aconteceu lá pode ser descrito como algo digno de uma mente doentia, já que quando a equipe de busca da polícia encontraram os pequenos mortos no rio, foi constatado que os menininhos haviam sofrido violência sexual, estavam com seus membros superiores e inferiores amarrados, um deles tinha sido mordido e outro tinha tido sua genitália cortada.

A cidade clamava por justiça, todos queriam saber quem na comunidade era capaz de cometer assassinatos tão terríveis, mas as pistas não só eram poucas, como também, a polícia não sabia quais os procedimentos necessários para agiar diante de uma situação como essa. A imprensa passou a tecer vários conjecturas e essas teorias associadas a falta de um caminho a seguir, colocaram um novo protagonista em cena: o diabo. A partir desse momento passou-se a acreditar que as crianças haviam sido sacrificadas em um ritual de satanismo. Essa possibilidade acabou levando a três nomes: Damien Echols, Jason Baldwin e Jessie Misskelley.

A autora de "Nó do Diabo" é a premiada jornalista Mara Leveritt. Segundo ela, o que a inspirou a escrever esse livro foi o absurdo que permeou não só a investigação do caso como o julgamento dos três jovens acusados de cometar os brutais assassinatos. Ela compara a maneira como esse caso foi encarado a caça as bruxas de Salém, já que o que motivou a polícia e posteriormente, a promotoria, a acreditar na culpa de Damien, Jason e Jessie foi o comportamento e estilo que cada um deles tinha. O fato de gostarem de rock, se vestirem de preto e serem considerados estranhos por alguns moradores, os tornaram alvos perfeitos para mostrar o bom serviço de investigação da polícia.

No entanto, ao acompanhar os detalhes do caso, é fácil perceber que há erros graves por parte da polícia local que não só não teve o menor cuidado na busca e preservação de provas, como também, se deixou levar pela comoção popular e preferiu seguir uma rota mais fácil de fechamento para essa história a fazer uma investigação séria que conseguisse ao menos constituir provas que fosse algo mais que circunstanciais e que não deixasse tão evidente que o que estava acontecendo ali era uma total arbitrariedade do sistema.

É possível perceber o quanto tudo isso transforma cada um dos acusados que durante todo o período em que o processo aconteceu ficaram sob os holofotes do poder judiciário e da sociedade. Eles se tornaram figuras conhecidas nos Estados Unidos graças a atenção que eles conseguiram de cineastas que levaram os acontecimentos de suas vidas para documentários. "Nó do Diabo" também chegará aos cinemas, a própria autora será a roteirista dessa dramatização que sem sombra de dúvidas mexe com a cabeça de qualquer pessoa.

A escrita de Mara é crua e ela não tem puderes em descrever cenas de modo que elas se tornem realistas o suficiente para que o leitor sinta um soco no estômago com tudo o que acontece não só as crianças, como também, aos três acusados. Eu fiquei devastada com a maldade que fizeram com os menininhos, enquanto eu lia, podia ver claramente a situação em que eles foram encontrados e isso acabou comigo muito mais do que as injustiças causadas aos acusados, pois uma coisa ficou muito clara na minha mente: os pequenos não tiveram ninguém por eles, eles não puderam se defender.

Diante disso, só posso dizer a você que se interessa por histórias reais que leia esse livro. A leitura dele não só é esclarecedora para quem sempre teve curiosidade com relação ao caso dos três de Memphis, como também, deixa claro o quanto o sistema pode ser influenciado. Por mais que seja uma leitura dolorosa, é um ótimo exemplo de que nem sempre as aparências determinam o caráter das pessoas.

site: http://www.mundodoslivros.com/2015/06/resenha-no-do-diabo-por-mara-leveritt.html
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AlessandraD. 28/04/2020

Nunca tinha visto um caso com tanta negligência por parte da polícia e demais autoridades, a ponto de chegar a ser inacreditável a forma como tudo foi conduzindo sem bases em provas ou coisas concretas, mas em achismos
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May 12/05/2020

Chocante e triste
Esse é o tipo de livro onde cada página traz uma situação que deixa o leitor inconformado. A autora se aprofundou no caso, e fez entrevista com a maioria dos envolvidos, colocou notas extensas e referências a tudo que foi dito, isso tudo deixa o livro com todas as informações cruciais do caso durante os muitos anos que ele descorreu.

É uma leitura triste que deixa o leitor estarrecido com tudo o que aconteceu durante a investigação e o julgamento, como se não bastasse a tristeza e a crueldade dos homicídios contra os três garotinhos. No fim das contas, essa leitura faz o leitor refletir muito sobre o sistema prisional e se a justiça é sempre feita e como ela é feita, sendo que às vezes os promotores e o juiz querem tanto pegar um culpado que ficam cegos às provas ao redor. Esse caso foi cheio de erros, cheio de preconceito e intolerância religiosa, outra coisa que faz o leitor pensar bastante. Depois de tantos anos ainda existem dúvidas e sempre existirão, por isso livros como esse são importantes porque trazem muitos detalhes desconhecidos até pra quem já ouviu falar sobre o caso. Antes de ler, pensei que falaria muito mais do que houve depois que os acusados foram libertados, mas a autora quiz enfatizar tudo o que houve na investigação, todas as pessoas envolvidas e a nuvem de dúvidas que surgiram ao decorrer do caso. O livro ainda conta com um posfácio bem rápido só para atualização, então faltou um detalhamento a mais. 

Não é uma leitura fácil, por isso leia somente se estiver com bom psicológico e claro, se for maior de idade, pois os interrogatórios e a descrição do crime são detalhados. 
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Prycilla0 03/11/2023

A escrita da autora não tem pudor, ela relata os acontecimentos de mofo bem realista, o que nos deixa um tanto em choque, adoro livros true crime, mas confesso, que a brutalidade que fizeram com os 3 meninos assassinados me deixou arrasada. Mara é jornalista premiada, e nos mostrou nesse livro o quanto o poder judiciário, a polícia e até alguns profissionais da saúde são influenciados. Os Três de Menphis, foram condenados simplesmente por sua aparência, pois na época e até mesmo nos dias atuais, julgam quando as pessoas não se enquadram normas impostas pela sociedade.
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Jéssica 09/06/2021

Maravilhoso, bem documentado e bem escrito. A melhor fonte sobre a investigação dos crimes hediondos e o julgamento onde os 3 garotos foram (injustamente) condenados. Por meio desse livro a gente pode perceber: 1- como as pessoas a aparência ("de esquisito") e a classe social falam mais alto e diversos erroa foram cometidos até mesmo nos interrogatórios!! E 2- como o sistema judiciário (ao contrário do que muitas pessoas pensam) dos EUA por ser sujo. O juíz que conduziu o julgamento me fez passar raiva a maior parte do livro pq era óbvio que ele não foi imparcial e dificultou o trabalho da defesa em diversas vezes. Fiquei com mais raiva das atitudes dele do que dos promotores. Pra quem gosta de livros na vibe investigativa e de tribunal como eu, recomendo esse demais.
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Guibauer 05/02/2021

Chocante,triste, revoltante
O livro conta a história do assassinato de três crianças em West Memphis nos EUA, seus desdobramentos e sobre a acusação e condenação de três adolescentes pelo crime baseadas basicamente em eles serem diferentes e "estranhos" para as pessoas da pequena cidade onde viviam. Mostra também os erros e falhas da investigação, do julgamento e das condenações dos três. É impressionante o quanto o preconceito, o desconhecimento e a intolerância religiosa podem ser superiores as reais provas e evidências em um caso como esse
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Vanessa.Liandro 15/03/2024

Injustiça e revolta
Sabe aquela história que te deixa indignada do início ao fim? Esse é o meu caso com Nó do Diabo. Essa leitura foi escolhida pelo Clube Criminal que estou participando agora em 2024. Não conhecia o caso, na verdade nunca tinha ouvido falar, então era tudo novidade para mim.

No dia 5 de maio de 1993 as vidas de 6 pessoas mudaram completamente. Em West Memphis, no Arkansas, três meninos de 8 anos são encontrados mortos. Três adolescentes são acusados dessas mortes: Damien Echols, Jason Baldwin e Jessie MissKelley Jr. Todo o caso foi amplamente divulgado pela imprensa da época e há um documentário na HBO max chamado Paradise Lost que apresenta três episódios com duração de pouco mais de duas horas cada um. Esses três episódios acompanham o caso ao longo dos anos e o desfecho dessa história, mais recentemente até 2011. Recomendo muito, mas deixo avisado que já de início terá cenas do local onde foram encontrados os corpos das crianças sem censura nenhuma. Fica meu alerta caso seja sensível a esse tipo de conteúdo.

Retornando ao livro, a autora esmiuça todo o caso com muitos detalhes toda a investigação, julgamento e a luta dos acusados para provar que foram sentenciados por um crime que não cometeram. As provas basicamente eram circunstanciais e não ligavam os adolescentes às vítimas ou ao local do crime. Mas então porque foram condenados? Infelizmente pelo preconceito ao diferente. Eles gostavam de Rock, gostar de roupa preta, ler Stephen King e um deles seguia a Wicca. E o mais estarrecedor daquela época: o pânico s4tânico. Nos anos 1990 havia um descontrole nesse sentido em meio a população, muitos crimes foram associados a rituais de seit@s.Tudo isso foi mais forte do que os fatos em si.

"Crianças não escrevem suas próprias tragédias. Elas são obras de adultos."

Em meio ao sofrimento das famílias das vítimas e também dos acusados muitas especulações foram feitas. Testemunhas duvidosas, um júri não tão imparcial, uma confissão sob coerção, provas questionáveis, suspeitos que não foram investigados, julgar o outro pela sua aparência ou por ser diferente... Esse caso foi um show de horrores. Poderia ficar aqui comentando tudo que me revoltou ao longo da leitura. Mas preciso dizer que houve muitos que acreditaram na inocência desses garotos e foram até o fim pela liberdade deles. Foram anos atrás das grades, tempo que não se recupera o sofrimento não pode ser mensurado, a esperança deles nunca arrefeceu.

"Crianças, supostamente, são presumivelmente ainda mais inocentes. Mas, neste caso, tudo isso foi deixado de lado. Não houve proteção especial. Não houve tribunais juvenis. Não houve nem mesmo a básica presunção de inocência. A culpa de Damien, Jason e Jessie não foi provada. Ela foi presumida. E isso, como observou Jason, foi "suficiente".
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Bell 01/04/2021

Lido
Pra quem se interessa por crimes, investigações e tribunal: este livro é incrível!
1993.
Em uma pequena cidade do Arkansas, West Memphis.
Três crianças de 8 anos foram brutalmente assassinadas. Encontrados nús, amarradas, espancados, submersos em um lago da floresta local.
O crime abalou a pacata e religiosa cidade.
A polícia não conseguia encontrar um culpado. Sem respostas a população começou a crer na presença de um culto satânico, pastores começaram a falar q o diabo estava agindo ali.

E na cidade havia um adolescente que destoava de todos. Damien Echols só usava roupas pretas, coturnos e sobretudo, tinha a pele pálida, cabelos longos e amava filmes e de terror, livros de Stephen King e bandas de Heavy Metal.
Pronto. Decidiram que ele era o líder de um culto satânico.

Com uma investigação cheia de erros, nenhuma prova, e uma confissão forçada, de um garoto de 17 anos com um visível retardo mental, conseguiram indiciar três adolescente pelo crime.
Echols, "o líder" foi condenado a morte.
Os outros a prisão perpétua.

É difícil digerir essa história. É assustador ver o quanto o sistema judiciário é falho e corrupto e frio.

3 crianças mortas e 3 meninos condenados injustamente.

Qdo esse caso se tornou conhecido, pelo documentário da HBO, Paradise Lost, muitos artistas, jornalistas se comoveram e começaram a falar a respeito.
Novos documentários, filmes foram feitos. E os meninos conseguiram q o caso fosse revisto.
Em agosto de 2011 foram libertos.
O verdadeiro culpado nunca foi preso.
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Um livro pesado. Que vale a pena ser lido!
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Camila 01/11/2022

Inocência roubada
"Crianças, supostamente, são presumivelmente ainda mais inocentes. Mas, neste caso, tudo isso foi deixado de lado. Não houve proteção especial. Não houve tribunais juvenis. Não houve nem mesmo a básica presunção de inocência. A culpa de Damien, Jason e Jessie não foi provada. Ela foi presumida. E isso, como observou Jason, foi “suficiente”."

Durante toda a leitura me encontrei completamente desesperançosa com os três ao serem acusados de tal barbárie. Em nenhum momento eles tiveram sua presunção de inocência respeitada, não houve chances para serem assistidos por um advogado e muito menos autorizações dos pais para serem ouvidos pela polícia.
Eu fiquei indignada quando o Driver ficou atrás de Damien, só por ele usar roupas pretas (que deu-se o início por um amor de adolescência dizer que ele ficara bonito de preto). Seus poemas com trechos obscuros de poemas, que nada mais eram do que trechos tirados de livros do Stephen King e Anne Rice, além de estrofes das músicas do Metallica. Me surpreende muito, ser usado isso como meio de prova. Damien e Jason eram melhores amigos, Jessie não era, mas dito como um adolescente com algum nível de deficiência intelectual.
Jason caiu na armadilha da polícia por ser melhor amigo de Damien, meninos pobres que moravam na área dos trailers que usavam roupas pretas e suas camisetas de bandas.
Jessie, muito pressionado pela polícia acabou caindo em uma armadilha gigantesca. Usaram de tortura para que contasse a suposta verdade, davam-lhe apertões se dissesse algo que não estivesse dentro dos padrões para colocá-los na floresta com aquelas crianças.
A polícia precisava de um culpado. A cidade deu-lhe os três de West Memphis. Com histeria e fofocas, além de uma recompensa de 30 mil dólares pelos culpados. Mas de fato, ninguém queria mesmo encontrar o culpado, não houve a devida investigação, houve fofoca e preconceito.
Depois de 18 anos de luta eles conseguem sair da prisão, mas desde que se declarassem como culpados. Eu entendo que eles não queriam assinar, afinal, são inocentes. Mas o aceite, deu-se pela vida de Damien, afinal, ele estava no corredor da morte e a qualquer momento poderia ser seu último dia. Quem saberia quando seria sua sentença de morte e quando seria o seu julgamento. Eles não poderiam arriscar, então, os inocentes receberam uma placa de culpado em suas vidas. 18 anos roubados.
Polícia despreparada que só tinha uma linha de pensamento burra e arcaica, além de preconceituosa. Ninguém investigou de verdade. Eles não quiseram prender o verdadeiro culpado, queriam dar mais pão aquele circo grotesco.
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Olguinha 31/08/2015

Livro surpreendente!
Surpreendente livro sobre o caso conhecido como "Os Três de West Memphis"! Um caso até hoje muito mal contado. A condenação de três meninos inocentes por três homicídios, sem nenhuma prova que os ligasse aos fatos. 18 anos na prisão e a fila de execução para um deles. E tudo o que se precisou para o julgamento foram três meninos pobres, um motivo absurdo como o satanismo, uma cidade extremamente religiosa e conservadora, um estrutura policial e judiciária corrupta e desleixada, uma confissão confusa tirada de um menino mediante pressão policial e sem nenhum advogado ou pais por perto e um grande sensacionalismo. E até hoje, mesmo sendo libertados e revogada a pena de morte de um deles, mediante um acordo com a promotoria, eles ainda são considerados os culpados. Mesmo que não haja uma prova consistente que sustente a condenação.

E ainda há pessoas que defendem a pena de morte. Assim como a autora, sou completamente contra a pena capital. Não só porque acho que não temos direito nenhum de escolher quem deve viver ou morrer, ou melhor, não temos esse poder. Mas também porque os seres humanos são falhos. Um processo pode ser falho. Uma investigação pode ser falha. E um sistema pode ser corrupto. E o caso dos Três de West Memphis é um claro exemplo de justiça falha e corrupta. Por 18 anos e alguns meses, jovens inocentes tiveram de viver na prisão e até hoje têm seus nomes "sujos" e ligados a crimes que não cometeram. Um deles foi condenado à pena capital e estava na fila para execução. Por um milagre de ter sua pena revogada, ele não morreu. E pensar que esse é apenas um dos casos em que a presunção de culpa prevaleceu desde o início do julgamento! E isso porque esse caso aconteceu nos Estados Unidos, lugar que as pessoas costumam enaltecer como se fosse perfeito.

"Imagine que a vaga palavra “terrorismo” seja substituída pela vaga palavra “oculto”. Imagine um crime violento, o rápido arrebanhamento de alguns suspeitos, uma semelhante ausência de provas. Imagine testemunhas se apresentando para dizer que o crime apresenta “paramentos” de terrorismo. Imagine provas adquiridas sob o chamado USA Patriot Act, provas de que suspeitos retiraram livros sobre o Islã na biblioteca, escreveram e-mails criticando a política americana ou possuíam CDs com músicas sobre violência. Imagine que, dessa maneira fácil e indireta, os acusados sejam ligados ao crime. É outro nó do diabo. Acrescente o sufocante elemento do pânico e qualquer um de nós pode ser pego nessa armadilha."

"Mas a tragédia é ainda mais profunda. A pedra angular da justiça nos Estados Unidos da América é o fato de que pessoas acusadas de crimes são presumivelmente inocentes até que sua culpa seja provada. Crianças, supostamente, são presumivelmente ainda mais inocentes. Mas,neste caso, tudo isso foi deixado de lado. Não houve proteção especial. Não houve tribunais juvenis. Não houve nem mesmo a básica presunção de inocência. A culpa de Damien, Jason eJessie não foi provada. Ela foi presumida. E isso, como observou Jason, foi “suficiente”."
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