Resenhas - Sequestrados

Autora Nadja Moreno 10/06/2015

Faltou um "quê", mas é bom!
Em Sequestrados conhecemos, dentre outros personagens, Krista e Jack - um casal de namorados, Nita - mãe de Krista, Cole e Pike - os investigadores. A trama se desenvolve em torno destes 5 personagens e tem um cenário que, para mim, foi extremamente interessante e novo. Não havia lido nada ainda abordando este tema e ele me cativou por sempre ver reportagens sobre o assunto: Imigração Ilegal.

Jack e Krista estão no lugar errado e na hora errada e acabam se envolvendo com coiotes. Coiotes são bandidos que colaboram com a entrada de imigrantes clandestinos nos Estados Unidos através da fronteira. O termo "colaboram", na verdade, não retrata realmente o que eles fazem. Cobram valores abusivos, torturam, maltratam, abandonam diante da primeira dificuldade e burlam diversas leis na ação que desenvolvem. Não raro, são ligados a tráfico de drogas e de pessoas. Infelizmente o que é retratado no livro soa extremamente real exatamente por relatar algo que muitas pessoas já passaram e ainda passam, na ânsia desesperada pela busca de uma vida melhor.

Voltando à história, logo que nota o desaparecimento de Krista, Nita procura ajuda. Acredita inicialmente ser alguma aventura encabeçada pelo namorado esquisito da filha, mas rapidamente percebe que existe algo muito maior por detrás e teme até mesmo pela sua vida, permanência e negócios. Aí que entra o trabalho de Cole e Pike. A investigação em si é bem descrita e faz jus aos grandes livros investigativos. Vão a fundo, traçam estratégias e se deparam com riscos reais e prementes.

O livro é dividido em capítulos que fazem um "vai-e-volta" no tempo e na contextualização que pode gerar uma certa confusão no leitor mais desatento. Entendi logo que o título de determinados capítulos (não são todos que o possuem) são imprescindíveis para o entendimento da sequência. Sugiro que você também se atente a eles para conseguir acompanhar bem a história. Esta mudança de contexto nos capítulos é acompanhada pela mudança na redação. Numa sequência é redigido em primeira pessoa, noutras em terceira. Eu particularmente gosto desta movimentação que o estilo gera.

Apesar de ter uma história com cenário extremamente realista e possuir esta movimentação que instiga o leitor, eu não senti envolvimento pela escrita do autor. Não sei bem precisar o motivo, mas é como se estivesse assistindo uma cena à parte e não "dentro" da história, como em geral acontece com os gêneros policiais. Não causa no leitor calafrios ou palpitação, embora haja muitas cenas fortes e tensas. Além disso achei os diálogos um tanto engessados e isso realmente me incomoda.

Em termos de diagramação, posso dizer que a gramatura das publicações da Companhia Editora Nacional sempre me encantam. Folhas mais densas geram leitura e manuseio mais prazerosos. A capa não é das que mais me agradam, por conter um destaque muito grande para o nome do autor, que vem em primeiro plano, recebendo mais destaque que o próprio título. Porém esta é uma visão extremamente pessoal. O fato de ser uma capa que combina perfeitamente com a outra obra do mesmo autor publicado pela Cia. Nacional (Suspeitos), diminui este meu mal estar pela capa e me faz dar um voto de "aprovado". Encontrei algumas falhas de revisão, mas que não interferiram na leitura.

site: http://www.escrevarte.com.br/2015/05/resenha-sequestrados-de-robert-crais.html

Lea 08/06/2015

Tenso!
Pela sinopse, já sabemos que os adolescentes Krista e Jack são sequestrados junto com um grupo de imigrantes ilegais. O detetive Elvis Cole, contratado para encontrá-los, também será sequestrado. Por causa dessas informações prévias, já comecei a leitura meio tensa e apreensiva.

Os capítulos se intercalam entre momentos do casal adolescente (narrativa em terceira pessoa) e momentos do detetive Cole (narrados em primeira pessoa). A narrativa não segue a ordem cronológica, isso pode confundir um pouco o leitor, mas é só prestar atenção na leitura para compreender a sequência dos fatos. É o primeiro livro do autor que leio, por isso não sei se essa forma de narrar é uma característica dele.

O livro inicia com o sequestro de Krista e Jack. No capítulo seguinte, a mãe de Krista contrata o detetive Cole para encontrá-los. No próximo capítulo, já aparecem os amigos de Cole (Pike e Stone) tentando resgatá-lo. Tomamos um susto com a rapidez dos acontecimentos! Seguindo a leitura, capítulo a capítulo, descobriremos como a investigação de Cole culminou em seu próprio sequestro. Quando finalmente chegamos no tempo presente, já estamos perto do final do livro. Nesse momento, aumenta nossa ansiedade para saber o que vai acontecer com todas aquelas pessoas sequestradas.

Na minha opinião, Pike e Stone roubaram a cena. Os caras são geniais, muito competentes e engraçados. Krista se mostrou muito esperta e corajosa. Jack foi valente, fez de tudo para protegê-la. O detetive Cole foi esperto, mas por ter sido sequestrado, temos a impressão de que não fez muita coisa.

É chocante pensar que acontecem essas coisas nos Estados Unidos. Em várias partes do mundo pessoas se submetem a viagens perigosas, desumanas para tentar fugir da miséria e da violência em seu país. Os aproveitadores tratam essas pessoas como objetos que podem ser descartados a qualquer momento, quando não tiverem mais serventia.

Recomendo a leitura para os fortes e para quem gosta desse tipo de livro. Contém cenas fortes e muita violência. É um suspense policial cheio de ação. É tenso, angustiante e revoltante, do começo ao fim!

Resenha publicada no Blog Meus Livros e Sonhos

site: www.meuslivrosesonhos.blogspot.com.br

Liachristo 28/05/2015

Sequestrados - Robert Crais - Companhia Editora Nacional
Quando recebi este livro para resenha, eu não sabia o que esperar dele, já que nunca tinha ouvido falar no livro e nem mesmo conhecia o autor.

Por esse motivo não tinha expectativas sobre a história e isto talvez tenha sido primordial para que eu tivesse uma leitura satisfatória, que só não foi melhor, por saber que o livro faz parte de uma série.

Com certeza dá para ler este livro sem ter lido os anteriores, mas é claro que se eu tivesse acompanhando a série desde o início teria aproveitado muito mais e teria entendido melhor certas nuances da escrita.

O livro aborda um tema, que infelizmente é verdadeiro e que faz muitas vítimas por este mundo afora. O tráfico humano. Mais especificamente o que ocorre na fronteira dos EUA com o México.

Crais consegue transmitir os detalhes surpreendentes e perturbadores de como os traficantes(bajadores) costumam operar, pegando pessoas vulneráveis que já estão arriscando tudo o que têm, a fim de buscar uma vida melhor. No entanto, Crais nunca deixa que a história se torne maçante ou sem graça. Em vez disso, ele se concentra no elemento humano, mesmo que dos traficantes(bajadores), mesmo que seja apenas para mostrar como eles perderam a sua humanidade.

Ao ser contratado para investigar um sequestro Elvis Cole acaba se vendo em apuros e envolvendo seu parceiro Joe Pike. Eles são comprometidos com seu trabalho e um com o outro. Levam muito a sério o seu serviço. Eles são parceiros de negócios e amigos. Mais profundo do que isso, porém, eles são realmente duas metades de um todo, trabalham melhor quando estão juntos e suas mentes funcionam em sintonia.

Krista Morales descobre o segredo que seu namorado, Jack Berman, tem escondido. Com isso ela resolve levá-lo para o deserto para revelar o seu próprio segredo: o lugar onde sua mãe Nita dirige um negócio altamente bem sucedido, e contar que ela foi trazida para o País de forma ilegal. Infelizmente, os coiotes ainda continuam atuando no mesmo lugar. Krista e Jack são arrastados para dentro de uma caravana que passa.

Quando Nita recebe um pedido de resgate com uma soma ridícula (somente 500 dólares) fica convencida de que há algo estranho. Nita chama Elvis Cole, considerado um dos maiores detetives do mundo. Trabalhando como de costume com Joe Pike, Cole logo descobre a trilha para o tráfico humano feito por uma quadrilha coreana. Mas sua tentativa de se infiltrar nesta quadrilha como um capitalista inescrupuloso que precisa de mão de obra barata sai pela culatra quando ele é reconhecido e é preso por eles.

Agora Pike deve recorrer a seu amigo mercenário Jon para ajudar a resgatar Krista, Jack, Cole e talvez até mesmo as outras duas dezenas de imigrantes ilegais com quem eles estão sendo mantidos em um local não revelado.

Crais usa um recurso bem interessante em sua narrativa. Ele mescla passado e presente e mistura a alguns flashes de pensamentos dos personagens. Aos poucos toda a trama vai sendo montada e começamos a pensar que estamos desvendando todo o mistério que a envolve. Mas, mesmo assim o final ainda irá te surpreender, pois foi assim comigo.

Pelo que entendi bisbilhotando pelo Goodreads, Sequestrado é o 13º livro da série Elvis Cole, onde Elvis Cole / Joe Pike são os personagens principais, só mudando o foco das histórias. Fiquei bastante impressionada com a visão única do autor "sobre a imigração ilegal", um comércio perigoso que muitas vezes não percebemos que acontece tão próximo de nós. E que frequentemente muitas pessoas podem estar expostas a um mundo mortal e implacável.

Tenho certeza que esta série deve ser bem conceituada lá fora, pois ao mesmo tempo que nos prende com sua história intensa, forte e de ação, também nos mostra o lado humano e mais intimista dos personagens Joe e Elvis. O quanto a amizade e o companheirismo deles faz toda a diferença para a solução de um caso.

Uma trama cheia de ação, reviravoltas e com um ritmo bem intenso. Uma leitura mais que recomendada.
Bjus

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