Piratas

Piratas Ana Lúcia Merege...




Resenhas - Piratas


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Fabiana Madruga 07/05/2015

Estou na tripulação e aviso: só tem fera!
Uma honra fazer parte dessa coletânea fantástica! São tantos os contos deliciosos e tantos os autores maravilhosos que fazem parte da tripulação que eu só posso recomendar, e recomendar de novo e mais uma vez!
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Lina DC 28/05/2015

"Piratas" é uma antologia com 10 histórias , cada uma escrita por um autor nacional diferente, publicada pela Editora Cata-Vento em 2015. Organizada pela autora Karen Alvares, essa antologia é divertida, dramática, triste, alegre, histórica e moderna. Sim, ela é totalmente contraditória, pois em cada página, mergulhamos em diferentes mares, conhecemos tripulações diferentes e nos apaixonamos perdidamente!
Segue um breve resumo e a impressão que tive com cada uma das histórias:

(1) O tesouro de Nossa Senhora dos Condenados - Claudia Durgim - narrado em terceira pessoa, conhecemos Ogumé e Timbo, dois piratas "aposentados" que passam o dia na Taberna do Capitão Destroços, contando histórias sobre seus dias de glória em troca de alguns trocados. Situada na Cidade do Porto, a taberna se torna o foco central de inúmeros locais e viajantes, que ficam atentos as aventuras apresentadas. Certo dia, essa dupla conta a história de um grande saque, liderado pela pirata Eyre Austen. Uma história deliciosa, repleta de bom humor e aventura!
A autora sobre criar nessas poucas páginas uma história completa, com direito à uma reflexão também sobre a condição humana, representada nos contadores de história.

(2) Os pilares de Melkart - Ana Lúcia Merege - Narrado em terceira pessoa, temos o capitão Balthazar da Fenícia e seu fiel escravo Lísius embarcando com a tripulação em uma missão para um sacerdote egípcio. Apesar do perigo claro que essa missão representa, Balthazar não hesita em realizá-la, pois irá prejudicar alguém que ele detesta profundamente. Durante a missão, vemos que nem tudo saiu como o planejado e que pode ser dada uma segunda chance a alguns personagens. Será que um recomeço será o suficiente?
Uma história criativa, com um enredo cativante e uma escrita que prende a atenção do leitor.

(3) Vingadora - Paola Siviero - narrado em primeira pessoa pelo Capitão De Merda (Sim, vocês leram corretamente!), conta a história desse capitão, que passou por tantas coisas até chegar em Dunas, a cidade real para saquear. Mas saquear é apenas a ponta do iceberg, pois existem um objetivo bem diferente por trás das intenções desse Capitão.
A autora soube dosar bem a tragédia com a comédia nessa história. Se o nome do protagonista sugere bom humor, sua história de vida desperta simpatia dos leitores e seus objetivos, ainda que errados, geram compreensão.

(4) Barracuda Negra e a Máquina misteriosa - J. M. Beraldo - narrado em terceira pessoa, acompanhamos a capitã Karyan e seu imediato Uba em um de seus dias "normais" de trabalho, quando se deparam com uma máquina misteriosa. A partir daí, eles recuperam um de seus cativos para embarcar em uma aventura que desvende a função da máquina. O que mais se destacou nessa história foram os peixes. Sim, isso mesmo. Os peixes desse história não são normais, são criaturas/entidades com um papel fundamental a ser desempenhado no enredo. Uma história diferente que desperta o interesse durante a leitura.

(5) #BonnyRead - Fabiana Madruga - narrada em terceira pessoa e com o Rio de Janeiro como cenário, essa história é moderna e fala de três pessoas, unidas pelo esquema de falsificação de bolsas de grife. Laura, Cecília e Jack tem suas vidas misturadas, apesar de origens e intenções diferentes quando ultrapassam a linha de negócios. Uma história interativa, que convida o leitor a conhecer as inúmeras facetas que os personagens mantêm. Moderno, intrigante e com um final incrível. Fabiana Madruga consegue prender o leitor com a sua escrita e com a forma com que desenrola o enredo. A construção das personalidades dos protagonistas é complexa e ao mesmo tempo bem delineada.

(6) Mais pesado que o ar - Melissa de Sá - narrado em terceira pessoa, acompanhamos a trajetória de Amélia Harship, filha de um milionário, mas que se vê como fugitiva com a morte do pai, pois por não ser casada não tem direito a herança. Em sua fuga ela embarca no dirigível Rainha Vitória, que acaba sendo invadido e saqueado pelos piratas da Irmandade das Agulhas Negras. Fugir ou lutar acaba sendo a escolha de Amélia, que se vê diante de uma escolha que mudará sua vida. A escrita da Melissa de Sá é cativante e a construção da personagem feminina, tão forte e tão frágil ao mesmo tempo, demonstra a habilidade da autora em criar personagens com os quais nos identificamos.

(7) O tamanho dos sonhos - Sabrina Mota Marcondes - narrado em primeira pessoa, a história fala de Dot, uma jovem (um pouquinho sarcástica), que perdeu sua irmã mais nova Lucy. Tal perda foi tão grande que o seu mundo perdeu o sentido e de alguma forma, ela conseguiu adentrar em um mundo onde é a capitã de um navio, mas o melhor de tudo é que existem forças mágicas que permitem um curto contato com a irmã amada. A história é repleta de aventura, onde temos algumas figuras ilustres, mas também fala de segundas chances e das pequenas alegrias.

(8) Porto Vermelho - Luana Tsuki - narrado em terceira pessoa, acompanhamos a longa jornada de Miguel Ávila como cozinheiro em um navio a caminho das Índias. Tudo o que Miguel quer é estar em uma grande aventura, mas ele não esperava que seu desejo se realizasse quando o navio é saqueado pela Capitã Dulce e sua tripulação. Dizem que a vingança é um prato que se come frio.... Miguel é a prova desse ditado!
Existe alguns elementos sobrenaturais na história que ganham força conforme a trama se desenvolve. Miguel consegue surpreender o leitor com suas inúmeras facetas e transformar a história completamente.

(9) Sinos do Inferno - Albarus Andreos - narrado em primeira pessoa a história deixa claro que nem sempre as boas intenções são recompensadas. Acompanhamos os tripulantes do navio Seláquio e o resgate de seis jovens marujos. Um resgate que mudará tudo!
A criatividade do autor foi o grande destaque na história. A abordagem sobre o tema de pirataria de dados e proteção de informações foi bem trabalhada e original, deixando a história moderna, mas também intrigante, pois trouxe inúmeras reviravoltas.

(10) Piratas não conhecem o perdão - Karen Alvares - narrado em primeira pessoa pelo Capitão Thomas Cavendish, a história conta a trajetória amorosa do Capitão, desde o momento em que conheceu a jovem e teimosa Mafalda até o dia em que foi traído. Repleto de magia e aventura, o conto tem todos os elementos para agradar o leitor. Como se isso não bastasse, a autora ainda colocou nomes de personagens e locais apaixonantes, como o imediato, o Sr. Salvatore a o reino de Austengard. "Piratas não conhecem o perdão" é uma história de amor, mas também a história de um Capitão que viveu sem o seu coração!

Em relação à revisão, diagramação e layout a organizadora Karen Alvares realizou um excelente trabalho. Revisão impecável que realmente ressalta o trabalho incrível dessa tripulação!

Vale a pena comentar que estamos participando do Booktour promovido pela autora Karen Alvares!

site: http://www.viajenaleitura.com.br/
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PorEssasPáginas 08/06/2015

Resenha: Piratas - Por Essas Páginas
Quem me conhece, sabe do meu amor pelo Captain Hook de Once Upon a Time e consequentemente, eu não poderia deixar de ler “Piratas”, um livro com dez contos sobre esse tema. Se analisarmos, os piratas são pouco representados na literatura (e quase sempre, são maus), mas nessa coletânea, temos de tudo um pouco. Romance, aventura e até a pirataria bem mais atual…

Eu sempre acho bem complicado falar sobre contos, porque até quando você está dando spoilers? O que eu vou tentar fazer aqui é mostrar os pontos principais sobre cada um dos contos. Ao invés do que eu faço normalmente, de só falar dos melhores, eu vou comentar sobre todos eles, para vocês terem uma visão mais completa sobre o livro. Porém, não seguirei a ordem dos contos. Começarei com o meu Top 3 e depois falarei dos outros textos. Não adianta, coletâneas são para um público diversificado. Nem todo mundo gosta de todos eles, porque isso é depende das preferências literárias de cada pessoa.

#BonnyRead, Fabiana Madruga - Meu conto preferido, devo dizer até mesmo um dos melhores contos que eu já li até hoje. Primeiro, Fabiana fugiu completamente do comum e resolveu mostrar a pirataria nos dias de hoje: Laura e Cecília vende bolsas falsas para pessoas da alta sociedade (sem que elas saibam disso, é claro). O que mais me chamou atenção nesse conto foi que mesmo com poucas páginas, ele é composto por uma história completa com começo, meio e fim. Os personagens são complexos, o enredo é complexo e o final te deixa de queixo caído. Eu acho que esse conto na verdade deve ter umas 300 páginas e colocaram uma ilusão ali para acharmos que ele é do tamanho dos outros. Pois é, a ideia e os personagens são tão interessantes que a Fabiana poderia transformar esse conto em um romance facilmente.

Piratas não conhecem o perdão, Karen Alvares - Meu segundo conto preferido. Narrado em primeira pessoa, não tem como não rir dos comentários do capitão do navio Dama Negra. Como ele diz no início, “O coração é como o oceano: imprevisível, insensato, impossível, irracional”. E é assim que temos um conto bem no clima de Once Upon a Time, com piratas, magia e um final que é digno de season finale de qualquer série. Cadê a continuação???

Mais pesado que o ar, Melissa de Sá- Esse conto fugiu completamente do lugar comum. Misturando piratas com steam punk, dirigíveis ao invés de navios, meu terceiro conto preferido não poderia ser diferente. Ele transmite uma força feminina (#girlpower) muito grande e não tem como não adorar Amélia Harship. É maravilhoso ler sobre uma personagem tão bem escrita, tão forte e tão frágil ao mesmo tempo, mesmo com o número limitado de páginas.

O tesouro de Nossa Senhora dos Condenados, Claudia Dugim - Esse é o conto que abre a coletânea, e é exatamente aquele que transmite mais o ar “clássico” dos piratas: beberrões, cheio de vocabulários típicos e contando histórias sobre o mar em uma Taberna. Mas, como o conto é na verdade sobre dois piratas (Ogumé e Timbo) contando a sua história, achei que a leitura ficou um pouco cansativa.

Os pilares de Melkart, Ana Lúcia Merege - Esse foi o conto que eu mais me diverti lendo. Teve uma cena em particular que eu gargalhei! Balthazar e sua tripulação embarcam em uma missão, mas é claro que nada sai como o planejado… A forma de narrativa prende bastante o leitor e o final foi surpreendente.

Vingadora, Paola Silveiro - Vingadora é aquele conto que você começa achando que vai ler um tipo de conto e no final, é outro completamente diferente. Com um Capitão chamado De Merda, o que você esperaria? Uma comédia, é claro! E assim é o começo… Mas depois a leitura adquire um tom mais sério e tenho que confessar, me surpreendeu MUITO! Paola conseguiu provar que ela é uma autora altamente versátil e consegue escrever diversos gêneros.

Barracuda Negra e a Máquina Misteriosa, J.M.Beraldo - A capitã Karyan e seu imediato Uba se deparam com uma máquina no mínimo misteriosa e eles precisam descobrir o que verdadeiramente ela é. Eu achei o enredo bem diferente e o final foi inesperado, mas eu senti que ficou faltando “algo mais” para que o conto realmente prendesse a minha atenção.

O tamanho dos sonhos, Sabrina Mota Marcondes - Neste conto temos Dot, que perdeu a sua irmã mais nova, Lucy. Eu adorei como os sonhos foram incoporados no enredo e a narração em primeira pessoa pela Dot é linda demais. Esse é um conto muito tocante e que também utiliza o tema “piratas” de uma forma diferente. E foi nele que eu encontrei a minha frase favorita de todo o livro:

“No fim, histórias são maiores do que o espaço para contá-las. E a minha tem o tamanho dos sonhos.”

Apesar de não ter ficado no meu Top 3, O tamanho dos sonhos merece uma menção honrosa, por ter me deixado muito emocionada durante a leitura.

Porto Vermelho, Luana Tsuki - Narrado por Miguel, cozinheiro da nova tripulação do renomado Capitão Gomez, temos um conto que não é narrado pelos piratas: são eles que vão invadir o navio onde está o protagonista. Com alguns toques sobrenaturais, Miguel acaba nos surpreendendo a cada página e o final é um grande BAAAM!

Sinos do Inferno, Albarus Andreos - Em sinos de inferno, temos mais uma forma de pirataria retratada: a pirataria de dados. O enredo foi bem original, porém a narrativa não me prendeu tanto durante a leitura.

Resumindo, Piratas é uma excelente coletânea de contos. Apesar de nem todos os textos terem me agradado da mesma forma, de uma forma geral, o livro é muito bom Adorei como ele segue o tema proposto, com o texto inicial da Karen tendo como título “Todos a bordo! As boas-vindas da capitã”, e a biografia dos autores são apresentadas como “A tripulação”. Se você gosta de aventura, romance, comédia e uma pitada de mistério, esse livro é altamente indicado!

site: http://poressaspaginas.com/resenha-piratas
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Nath 26/06/2015

Resenha do blog Pobre Leitora
Com um tema bastante diferente das coisas que eu leio normalmente, Piratas me conquistou pela qualidade dos contos aqui escritos e pela belíssima capa. De maneira geral, é muito bem escrito e gostei do recurso de em alguns contos o personagem nos contar sua história e conversar conosco, como se fossemos verdadeiros marujos ouvindo lendas de piratas.
Vou falar um pouco dos contos que mais gostei.
Vingadora - Paola Siviero
Neste conto temos capitão De Merda nos contando sua história, conversando conosco. Sua história é a história de uma vingança contra aquele que tirou seu bem mais precioso a muito tempo atrás.
Conto em escrito, bonito, profundo. Adorei o final.

Barracuda Negra e a Máquina Misteriosa - J. M. Beraldo
Neste conto temos capitã Karyan (adoro quando é uma mulher a comandar o navio), que ao atacar outro navio encontra uma misteriosa máquina que ninguém sabe para que serve. Ela e mais um tripulante do navio atacado, vão atrás de respostas para saber pra que aquilo serve e o que descobrem é no mínimo empolgante, pra mim, não para o tripulante :p
Adorei o elemento sobrenatural utilizado nos peixes e adorei o final.

Mais pesado que o ar - Melissa de Sá
O que é essa história? Gente! De longe o conto que eu mais gostei. Totalmente original e inovador.
Em mais pesado que o ar temos Amélia Harship, filha do dono da Harship Co., uma empresa de dirigíveis. Ela se encontra viajando/fugindo num dirigível quando o mesmo é atacado por piratas e a partir daqui não conto mais nada.
Como dito na apresentação do livro, o conto da Melissa é uma obra mais steampunk e eu simplesmente adorei! A coisa da pirataria nos ares me pegou de jeito. A Amélia também é super forte e corajosa.

O tamanho dos sonhos - Sabrina Mota Marcondes
Dot acaba de perder sua irmã, a única pessoa que lhe restava. Com o histórico familiar dos Daaé isso era até esperado mas mesmo assim, Dot se sente perdida e é no mundo dos sonhos que ela encontra alento e aventuras.
Este foi um conto que chegou até a me emocionar, Sabrina fez uma história não só criativa e interessante, mas profunda e cheia de sentimentos.

Piratas não conhecem o perdão - Karen Alvares
Essa é a história do capitão Thomas Cavendish e de como sua vida mudou depois que ele roubou um artefato mágico e que uma bela bruxa entrou em seu navio e mudou sua essência.
Uma história cheia de magia e ressentimento, a qual eu simplesmente adorei!

Esse foi basicamente meu top 5 dentro desse livro, mas os outros contos também são muitíssimo bons. É uma antologia que vale muito a pena ser lida!

site: http://pobreleitora.blogspot.com.br/2015/06/resenha-piratas-karen-alvares.html
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SahRosa 01/08/2015

Resenha exclusiva do blog Da Imaginação à Escrita
Sente-se companheiro e pegue sua caneca de rum, vou lhe contar uma história, não se acanhei e venha comigo conhecer os piratas da capitã Karen Alvares! Piratas chegou até mim por Book Tour, organizado pela capitã deste navio literário (risos). A obra contém dez contos, cada um com seus piratas, temos os sanguinários, os vingadores, os românticos, os atuais e até os tecnológicos. Os contos são:

O Tesouro de Nossa Senhora dos Condenados, de Caludia Dugim, aonde conhecemos Timbo e Ogumé, que contam a seus companheiros de profissão, como foram atrás do tesouro de Nossa Senhora dos Condenados, liderado pela pirata Eyre, uma aventura cheia de sangue, armadilhas e riquezas. Esta história é descrita como forma de conversa, os dois piratas vão contanto a missão, acrescentando fatos interessantes e como chegaram até o tesouro. A ideia do conto é interessante, mas não me conquistou, ficou confusa alguns partes e não consegui me conectar aos personagens, faltou algo a mais para dar um brilho especial a história.

Os Pilares de Melkart, de Ana Lúcia Merege, nos traz um artefato místico dos egípcios, que Baltazar e sua tripulação foram contratados para encontrar, mas a missão do capitão vai muito, além disto, Baltazar tem um plano e pretende usar a relíquia do deus Thoth para isso. A história é bem amarrada, gostei bastante dos diálogos e das descrições, você se sente no alto mar ao lado de Baltazar, por unir mitologia egípcia e até mesmo grega, foram uns dos pontos mais legais deste conto, e nossa, o final me deixou de queixo caído!

Vingadora, de Paola Siviero, é um dos contos que mais me conquistou, ele possui uma beleza sombria, cheia de sangue e vingança, mas mesmo assim, com um ar romântico. O capitão deste conto, procura um meio de trazer paz ao seu passado, sua vingança foi esperada por muito tempo, mas seria ela justa? Vingança e Justiça andam juntas? Pelo sangue que foi derramado, o capitão não terá misericórdia, irá até o fim em busca daquele que lhe arrancou seu maior tesouro. Ao mesmo tempo em que é cruel, este conto te envolve facilmente, afinal, a emoção e sentimentos descritos ficaram aflorados na narração em primeira pessoa feita pelo Capitão. Esta história foi sangrenta, mas com um toque esplendido sobre vingança e justiça.

Barracuda Negra e a Máquina Misteriosa, de J.M Beraldo, é enigmático e peculiar, com muita ação e uma capitã sem misericórdia. Karyan e sua tripulação do Barracuda Negra encontram um artefato misterioso e para tentar compreende-lo, precisaram trazer de volta uma oferenda dada aos “peixes”, eles não apreciaram o gesto, mas esperariam pela recompensa que Karyan lhes prometeu. Vencel tivera uma nova chance, mas será que a “máquina” misteriosa seria do grado da capitã? A história é cheia de segredo envolta do artefato, conta também com um pouco de humor negro e seu desfecho foi bom, concluído, um conto plausível, mas que também não me conquistou totalmente.

#BonnyRead, de Fabiana Madruga, também entrou para os meus favoritos desta leitura, gostei bastante do modo como seus “piratas” são atuais. Quem pensa que os piratas são apenas aqueles que navegam nas águas revoltas, se enganou! Eles também “evoluíram” com o passar das eras e em #BonnyRead, a dupla de piratas Laura e Cecília, ganham a vida com “bolsas de grife”. Laura é manipuladora e sabe como “vender” a mercadoria e conseguir a maior bolada e Cecília, é uma jovem entediada pelo comodismo que sua vida tem tomado e para sentir o gostinho de adrenalina embarca nessa aventura. Duas amigas com um golpe sujo, mas que rende um bom tesouro a cada um, mas nesta embarcação é preciso ter cuidado, o menor deslize pode custar tudo. Uma história sobre falsificação, mas mesclando romance, intriga e inveja, a criatividade da autora me conquistou, seu conto foi fluído e com temas atuais, foi certeiro e impressionante!

Mais Pesado que o Ar, de Melissa de Sá. Um dos contos que eu estava louca para ler! Tem um tempo que estou querendo conhecer o estilo da Melissa e Mais Pesado que o Ar me surpreendeu, seus personagens são intrigantes e carismáticos. No melhor estilo steampunk, Melissa nos traz a história de Amélia, uma jovem que perdeu o pai e consequentemente sua forma, status e posses. Disposta a mudar de vida, Amélia embarca no zeppelin de seu falecido pai, mas durante o percurso, piratas atacam, para conseguir viver, a jovem abrirá mão de quase tudo e decide fazer parte da tripulação. Você teria a coragem de Amélia? Abandonar tudo e viver outra vida? Mais pesado que o Ar tem uma delicadeza e ação, a escrita de Melissa é atraente e seu conto é charmoso!

O Tamanho dos Sonhos, de Sabrina Mota Marcondes, sobrenatural e piratas? Sim! Elementos distintos, mas que nas palavras de Luna, formaram uma história maravilhosa. Nossa protagonista acaba de perder uma pessoa especial, mas nos seus sonhos, esta mesma pessoa continua viva só que de um modo diferente. Toda família de Dorothy carrega uma sina, em seus sonhos, eles vivem momentos fantásticos, como outra vida, e consequentemente no plano real, convivem com espíritos que ainda não deixaram nosso plano. Dorothy é capitã de um navio pirata na Terra dos Sonhos e junto com sua tripulação, tentará encontrar o seu maior tesouro, mas esta aventura poderá trazer consequências perigosas. O ar sobrenatural deste conto me deixou muito contente, gosto de história com esse tema e a história de Sabrina possui características marcantes.

Porto Vermelho, de Luana Tsuki, vamos conhecer um jovem disposto a ter uma vida diferente, ele fugiu de suas “obrigações” reais, pois quer um destino diferente e com isso seu caminho cruza-se com uma pirata, a mulher não poupará ninguém, mas o jovem encontrará sua carrasca e vingará a morte de seus companheiros, da melhor maneira que ele conhece. Outro conto sangrento e com muitas batalhas, conhecemos não apenas a realidade do personagem principal, como de seu algoz, esta história é sombria e termina de um jeito curioso, mais uma vez fui fisgada por um enredo que reúne elementos sobrenaturais, neste caso, o ser sobre natural é uma criatura que muitos leitores do gênero gostam.

Sinos do Inferno, de Albarus Andreos, é um pouco complicado resenhar este conto, serei sincera, das dez histórias, este foi o que menos gostei. A ideia é intrigante, mas o conto foi tão complexo, pois seu tema é tecnologia, que no final da leitura, não entendi quase nada da história... O conto ficou confuso e as explicações, cenas e acontecimentos da história me deixaram perdida, talvez o problema tenha sido eu mesma que não compreendi a mensagem que o autor queria passar...

Fechando essa embarcação, temos o conto Piratas não conhecem o perdão, da capitã Karen Alvares! Não vou negar, esta história tem um espaço especial no meu coração e digo mais, eu bem que queria saber mais sobre Mafalda e se ela conseguiu realizar seu desejo. Neste conto, Karen traz nossos queridos piratas, um pouco de bruxas e princesas, fadas e magia. Mafalda precisa encontrar sua mãe, só que para essa tarefa, é preciso fazer parte de uma tripulação de piratas, uma tripulação especial, mas a jovem terá que provar todo o seu valor e até mesmo poderes para conseguir o que quer. Piratas não conhecem o perdão, é encantador, bem elaborado e intrigante. Karen ainda dá um toque de humor e romance nesta história, o leitor se conecta com os personagens e no fim, deseja que tenha mais páginas para saber o destino de Mafalda e os demais membros desse enredo!

Piratas é uma obra inteligente, com piratas e temas de todos os tipos, com certeza o leitor se sentirá um verdadeiro tripulante desta embarcação! Antes de finalizar esta resenha, tenho que parabenizar a editora Cata-Vento, a diagramação esta muito linda, a arte do livro é de tirar o fôlego, bela demais! A revisão esta boa, eu encontrei um ou dois errinhos no máximo, mas nada que atrapalhasse minha leitura.

Enfim, se você busca aventura, romance e ação, venha embarcar neste navio e conheça os piratas da capitã Karen Alvares!

site: http://www.daimaginacaoaescrita.com/2015/07/resenha-piratas-karen-alvares-org.html
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Marianne 12/06/2016

"Piratas" (Karen Alvares e vários autores)
Por Marianne: Tinha todo um preconceito com livro de contos baseado em UM livro de contos que li nesses anos da minha existência. Estou sempre tentando me livrar dos meus preconceitos literários, mas esse deixei meio em stand by. Até que a oportunidade bateu em minha porta, e eu pensei “agora é a hora”, quando a autora Karen Alvares (já fizemos resenhas das obras dela aqui) me convidou pra participar do Book tour de, justamente, um livro de contos!
Piratas reúne contos de vários autores brasileiros, incluindo a comandante Karen —idealizadora do projeto — sobre os temidos saqueadores que aterrorizavam os mares e, como descobrimos nos contos, os ares, o presente, o passado e até o futuro.
As histórias são envolventes e originais. Entramos na trajetória de cada pirata a quais somos apresentados. Descobrindo suas motivações pra viverem suas vidas de “pirataria”, seus medos, seus anseios e ambições. Cada história mostra o lado mais humano de seus personagens, e devo dizer que grande parte do meu apego por cada um deles se deve a honestidade com que cada um é descrito. Nem bandido nem mocinhos, apenas indivíduos buscando seus interesses e, como vamos descobrindo nos contos, são os mais diversos os interesses de um pirata — que nem sempre será um tesouro perdido.
Os contos transitam pelos mais variados temas. Engana-se quem pensa que as histórias são, na maioria, focadas na fantasia. Encontramos fantasia sim, mas tem romance, tem busca pelo tesouro perdido, tem crítica social e até ficção
Conhecemos também muitas mulheres comandando navios e liderando marujos com perspicácia. Marujas mais inteligentes que o próprio capitão e sua própria tripulação. Piratas está cheio de girl power gente, já morri de amor.
A arte da capa é excepcional, quando peguei o livro fiquei horas analisando cada detalhe. Particularmente, amo capas com desenhos bem detalhados cheios de informação.
Superei, como podem ver, meu preconceito por contos. O livro é maravilhoso do começo ao fim, seu único defeito é que os contos acabam. A vontade de se aprofundar mais em cada história permanece ao desfecho de cada conto.
Está recomendadíssimo, uma porta para conhecer melhor o trabalho de ótimos autores brasileiros. Espero que tenham gostado da resenha, até a próxima!

site: http://www.dear-book.net/2015/09/resenha-piratas-karen-alvares-e-varios.html
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Dhessy 30/10/2016

Yo Ho Ho e Uma Garrafa de Rum! Vocês são corajosos o suficiente para embarcar nessa aventura marujos? Se sim, subam a bordo, pegue sua caneca de rum e venham navegar no livro Piratas da autora Karen Alvares.
Conheci Piratas acidentalmente quando me deparei com o site da autora Karen Alvares. Com a sinopse bastante chamativa, me inscrevi para receber um dos livros a mesma para resenhar e para minha grande surpresa, ao recebê-lo.
O livro é composto por dez contos sobre piratas e seus feitos. Se você acredita que só irá encontrar apenas aquela visão que já nos é velha conhecida dos piratas, você irá se surpreender, alguns dos Piratas que fazem parte da obra estão longe da imagem de viajante dos sete mares.
No primeiro conto, O Tesouro de Nossa Senhora dos Condenados, de Caludia Dugim, conhecemos Timbo e Ogumé dois piratas “aposentados” que através de uma conversa na Taberna dos Destroços, onde passam seus dias contando seus feitos, contam como aconteceu foi perseguir o tesouro de Nossa Senhora dos Condenados, liderado pela pirata Eyre Austen. Repleta de humor e aventura, é impossível não gostar dessa dupla.

Os Pilares de Melkart, de Ana Lúcia Merege, traz uma história que mistura mitologia egípcia e grega, ao contar a história de Baltazar e sua tripulação que foram contratado para encontrar uma relíquia mística a mando de um sacerdote egípcio. A história é muito bem escrita e desde o começo do conto ficamos com uma pulga atrás da orelha e acaba nos dando um tapa alá “toma distraída” quando a missão acaba não saindo como o planejado.

Vingadora, de Paola Silveiro, meu conto favorito dessa antologia, conhecemos o capitão De Merda e sua busca por vingança e sangue, mas será que isso trará paz ao seu passado? De uma forma que mistura romance, tragédia e um ar sombrio, Vingadora nos conquista desde o principio ao mostra em primeira pessoa os sentimentos tão conflitantes.

Barracuda Negra e a Máquina Misteriosa, de J.M Beraldo, mostra a saga da capitã Karyan e sua tripulação do Barracuda Negra para descobrir para que serve um estranho artefato encontrado. Com um enredo bem diferente, a história tem um fim capaz de arrancar boas gargalhadas.

#BonnyRead, de Fabiana Madruga, contam a histórias de “piratas” bastante atuais, que navegam em outras aguas diga-se de passagem. Em #BonnyRead, conhecemos Laura, Cecilia e Jack, um trio que vende bolsas falsas para pessoas da alta sociedade. É um conto bastante moderno e intrigante, que apesar de ser muito bem estruturado e com um final cheio de reviravoltas, não conseguiu me conquistar.

Em Mais Pesado que o Ar, de Melissa de Sá, conhecemos Amélia Harship filha de um milionário que após o pai ter falecido, e tendo o conhecimento que teria que não teria direito a herança por não ser casada, decide fugir no dirigível Rainha Vitoria de seu falecido pai, que mais tarde acaba sendo tomado por piratas. Disposta a viver Amélia decide abrir mão do pouco que tinha e fazer parte da tripulação. Cheio de uma pegada steampunk, Mais Pesado que o Ar conquista desde os primeiros parágrafos, deixando quem ler com um sabor de quero mais depois que termina.

O Tamanho dos Sonhos, de Sabrina Mota Marcondes, mostra uma pegada bem sobrenatural ao contar a historia de Dot, uma jovem que perdeu sua irmã mais nova Lucy, que para a mesma ainda continua viva em seus sonhos. Apesar de um pouco confuso, a mensagem passada pela história é belíssima.

Porto Vermelho, de Luana Tsuki, conhecemos Miguel Ávila um homem que resolve deixar suas “obrigações” à procura uma aventura. Assim ele embarca em um navio com destino as Índias como cozinheiro. No meio da viagem, o navio acaba sendo atacado por Dulce e sua tripulação, no qual o que seria apenas uma aventura se transforma em algo sombrio e perigoso. O mais legal dessa história é o fato de mostrar não apenas a historia do ponto de vista de Miguel como o de Dulce. Nem preciso dizer que o final é surpreendente.

Em Sinos do Inferno, de Albarus Andreos, vemos retratada mais uma atual forma de pirataria, a de dados. Nele vemos o resgate de seis jovens marujos. É um pouco difícil resenhar esse conto, pelo mesmo ser um tanto confuso e complexo, mesmo para mim que conhece alguns dos termos utilizados pelo autor.

Para fechar a obra com chaves de ouro Piratas não conhecem o perdão, da própria Karen Alvares, capitã desse navio. Junto com Vingadora e de Mais Pesado que o Ar, essa entrou para lista das minhas favoritas. Nesse conto conhecemos o Capitão Thomas Cavendish, narrador da mesma, e sua historia desde o momento em que conheceu Malfada. A jovem teimosa que acaba o traindo mais tarde. Uma leitura rápida que deixa com um gosto de quero mais. Uma história cheia de magia e romance que prende do inicio ao fim.

Piratas é uma antologia muito bem feita. É impossível não ficar com vontade de jogar uma mochila nas costas e embarcar em uma aventura como alguns desses inúmeros personagens.Nem mesmo os contos que me desagradaram fizeram a obra perder seu brilho.

Para quem busca aventura, romance, mistério e ação, suba a bordo dessa obra e se divirta junto a tribulação da capitã Karen.

site: http://anjosdanoitedark.blogspot.com.br/2016/10/dica-de-livro-piratas-karen-alvares.html
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Lígia Colares 29/01/2017

Resenha de Piratas
Recebi esse livro pelo Booktour que a Karen Alvares, organizadora do livro, fez. Já tinha lido um livro dela e me dispus a me jogar nesse mundo de piratas, como uma indicação de uma boa escritora. Piratas é uma coletânea de 10 contos, com temas piratas, mas sem necessariamente definir um tempo.

Assim, temos os piratas para tempos antigos ou modernos, entramos em contato com aquele pirata clichê, com seu barco, seu rum, e sua cara de mau, ou até com um novo conceito de pirataria definida para nossos tempos… Afinal, hoje pirataria é a venda de tudo que não é original, não? Com essa liberdade que os escritores tiveram, também conhecemos uma definição mais pessoal desses escritores para a definição piratas. Por que se limitar ao nosso mundo? Ou a outros tempos? E nisso, tenho que dar a credibilidade para a equipe, que com toda criatividade nos levou para outros mundos de um conto para outro.

A única parte que não me deixa dar uma nota muito alta para o livro é por opinião pessoal. Eu sou leitora de livrão, mais de mil páginas sempre me conquistam! Então, nunca me senti confortável em outros mares (haha). Quando eu me apego ao personagem, quando eu consigo entendê-lo, encontrá-lo, criar um vínculo, acaba!

Por conta disso demorei um pouco para ler, terminava o conto, e precisava de um tempo para deixar aquele personagem e aquele mundo de lado, e conseguir me comprometer com a próxima leitura.

Mas como eu falei, é questão de gosto. E mesmo com esse revés, ainda consegui realizar uma leitura rápida, de forma que nenhum conto tenha empatado a leitura. A coletânea tem muitas variações, e uma dinâmica muito interessante entre elas também, então para quem gosta do tema, e de contos, eu com certeza indico a leitura.
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Paulo 26/07/2017

1 - O Tesouro de Nossa Senhora dos Condenados (Cláudia Duguim)

Uma enorme dificuldade que eu vejo em histórias que se passam em um ambiente de piratas é representar toda a ambientação da marujaria e seus hábitos e costumes. A ida na taverna, as bravatas. as trocas de provocações. Cláudia Duguim me ofereceu isso aos montes neste pequeno conto. Aqui não temos uma narrativa em seu estrito senso, mas alguém contando uma história sobre uma famosa mulher e seus feitos espetaculares. O mais curioso é a maneira como a escrita é feita: parece ter alguém nos contando a história, mas se trata de uma narrativa em terceira pessoa em discurso direto. O narrador conta uma história sobre alguém que está contando uma outra história em uma taverna. É a história de uma contação de uma história. De fritar o cérebro, não? Podemos dizer que tempos dois narradores não-confiáveis. Aquele que nos apresenta a narrativa e aquele que está contando a história dentro da narrativa. Isso demonstra a habilidade da autora em lidar com duas camadas de narração.

Gostei também da maneira como a autora calca a história em uma base histórica. Vemos referências à colonização portuguesa e espanhola, como as colônias eram administradas. Além de todo o clima da pirataria da Idade Moderna. A própria taverna onde se passa a história serve como um bom local onde se passa a narrativa: todos são rufiões, ladrões e trapaceiros. E é muito legal como a autora conseguiu passar esse clima para as linhas do seu conto. A narração é tão não-confiável que até os personagens na história tentam corrigir uns aos outros. Mas, o leitor fica com a nítida impressão que mesmo a correção não quer dizer toda a verdade. Até porque dentro daquele ambiente a verdade é mutável; o objetivo da história não é relatar algo nos mínimos detalhes, mas divertir a plateia. Isso me remete à tradição dos griots, os contadores de histórias típicos de sociedades africanas mais antigas. A história era apresentada em sua essência, mas o miolo dela não precisava ser exato; precisava ser capaz de manter a atenção do público àquilo que era contado.

E acho que no fundo esse era o objetivo da autora: manter a atenção do leitor ao que ela estava apresentando no conto. Ficamos curiosos sim para saber o que vai acontecer com aquela mulher. Aliás, seria o nome dela uma homenagem a Jane Eyre e Jane Austen (Eyre Austin)? Outro ponto positivo da história esse de nos mostrar uma personagem feminina forte. Enfim, recomendo bastante a história, ela tem seus altos e baixos, mas no fim é divertida e te deixa preso até o final quando a autora dá uma reviravolta interessante. Digamos assim: nada se resolve, mas todos voltam a beber.

2 - Os Pilares de Melkaert (Ana Lúcia Merege)

O que pode ser mais interessante do que apresentar piratas singrando os sete mares na Idade Moderna? Ora, piratas na Antiguidade. A ideia de apresentar uma história de swashbuckling na Antiguidade não é nova, mas é a maneira como a autora apresenta a narrativa e os personagens é que me chamou a atenção. Assim como o conto acima, Ana Lúcia calca a sua história em elementos históricos de forma a dar mais "veracidade" à história. Mas, ela insere um elemento mágico para quebrar um pouco o "realismo" do que está sendo contado. Aqui temos uma boa e velha história de perseguição que vai tomando rumos até cômicos (quando eles invadem a cidade disfarçados) na metade da história.

O que impele a viagem de Balthazar é seu desejo de vingança com Alexandre, o Grande e sua rivalidade com outro pirata conhecido como O Tirreno. No fundo a história é sobre vingança e arrependimentos. Arrependimentos no sentido de corrigir aqueles "se eu tivesse feito isso" ou "se eu tivesse feito aquilo" certas coisas poderiam ser diferentes. Quando o sacerdote de Thoth fala ao pirata o que o item que ele deseja é capaz de fazer eu logo imaginei o que viria a seguir. Piratas não são famosos por manterem suas palavras. A traição viria em algum momento. Mas, eu gostei da maneira como a autora conduz o leitor a imaginar certezas que não existem. No final, a autora surpreende o leitor com um plot twist na atitude do pirata e posteriormente no que acontece a partir do desenrolar dos momentos finais. As últimas duas páginas são de fazer você exclamar "que diabos?". Muito boa narrativa apesar de em alguns momentos eu ter me dispersado da narrativa.

No geral, recomendo os dois contos resenhados aqui. São curtos, porém apresentam suas narrativas e mensagens da maneira como as autoras imaginaram.

3 - Vingadora (Paola Siviero)

Neste conto, Paola Siqueira nos mostra um homem que se tornou pirata em busca de uma vingança cometida contra ele por um membro de sua família.

O conto é bem direto tratando de um ataque à ilha principal de um reino que se encontrava em guerra com outro país. Os piratas da corveta Vingadora encontram o lugar desguarnecido, tornando aquilo que seria impossível (invadir a capital do império) em algo simples. Essa é a proposta inicial da história. A partir daí somos guiados em uma narrativa em primeira pessoa por um capitão que orquestrou este ataque porque tinha uma rixa a ser resolvida. O problema desse conto está justamente no protagonista: não consegui sentir empatia pela situação dele. Não vou saber responder à autora o motivo para isso, só que toda a proposta para a narrativa da história me pareceu genérica demais. Não sei, pode ser novamente a minha implicância com narrativas em primeira pessoa falando mais alto do que eu. Faltou aquele impacto, aquela emoção. Mesmo quando o personagem se encontra em perigo, aquilo não me fez em me importar mais.

E todo o tema de pirataria me pareceu um pouco perdido na história. Okay, ele é um capitão de um navio de piratas e que depois acontece uma situação com a sua tripulação. Mas, ele poderia ser qualquer outra coisa: um desertor, um prisioneiro, um soldado, um capitão, um traficante. Ser pirata ou não, acabou não fazendo a menor diferença para o resultado que a autora queria alcançar com a história. Enfim, é uma história mediana e que não vai custar ao leitor mais do que uma ou duas sentadas. Vale a pena experimentar para saber se a história vai funcionar para você. Para mim, não resultou.

4 - Barracuda Negra e a Máquina Misteriosa (J.M. Beraldo)

Está aí uma história de piratas legal. Quando eu imagino pirataria, imagino ousadia, destemor. E é isso o que o autor proporciona aqui com uma personagem completamente maluca em uma aventura que acaba se revelando extremamente divertida. Falta isso em algumas histórias atuais; esse clima leve e divertido.

Primeiro eu preciso aplaudir o autor por inserir uma história completamente descompromissada dentro de seu universo maior. Sim, senhores leitores, as aventuras da capitã Karyan acontecem no mundo de Império de Diamante, próximo a Isaamar. Eu consigo enxergar já uma construção de mundo em andamento, já que o próximo livro da série, Último Reino se passará em algumas das localizações citadas no conto. Coerência total!! E um nível de planejamento muito bom!

Apesar de ser um conto curto, gostei da personalidade da capitã Karyan. Ela é interessante, tem uma personalidade forte e decidida. Não é uma mulher forte e superpoderosa, mas uma pirata que quer obter o lucro a qualquer preço. Sua tripulação é dispensável se estiver no caminho de seus objetivos. Karyan não é de planejar suas ações, preferindo entrar de cabeça nas coisas. Gostei da forma como o autor criou um personagem que eu quero ver mais dela e o fato de ela ser uma mulher também. E o melhor disso: ela não é um personagem estereotipado. Acredito que se o autor for pegar a personagem para alguma outra história, ele irá delinear melhor os atributos dela.

5 - #BonnyRead (Fabiana Madruga)

Uma das coisas que mais me agradam em contos é quando o autor pega uma proposta e surpreende de alguma maneira. Ou faz alguma experimentação nas suas técnicas de escrita. O conto de Fabiana Madruga cai no primeiro caso. De certa forma, ela escreve sobre piratas, mas piratas contemporâneos em busca do ouro de outras pessoas. Mas, ao invés de roubá-los através da força física, eles utilizam a inteligência e a esperteza para cometer seus crimes.

Nada como apresentar uma história sobre pirataria nos dias de hoje. Temos duas jovens aventureiras que fazem a venda de bolsas de grife falsificadas. Isso até que surge um terceiro elemento na equação que faz a amizade inseparável das duas amigas balançar. É a partir daí que a história ganha ímpeto. Gostei demais da reinterpretação apesar de eu achar a escrita com alguns problemas de encadeamento. Achei a leitura um pouco lenta em alguns trechos, mas nada que comprometa a história como um todo.

O conto aprofunda muito o estudo de personagens. A autora foi muito feliz em construir personagens reais, com qualidades e defeitos inerentes a eles. O que vemos nesta história é que não temos pessoas boas ou más, apenas interesses entre cada um deles. Cecília quer obter dinheiro e conforto e Laura é uma manipuladora nata. Achei muito interessante a maneira como a autora vai colocando diversos complicadores à história ao mesmo tempo em que mostra diversas camadas das personagens. Para aqueles que gostam de um bom estudo de personagens fica aqui a dica.

6 - Mais Pesado do que o Ar (Melissa de Sá)

Melissa de Sá pegou outro tema muito comum em histórias de pirata e construiu uma narrativa fascinante. O ato de deixar tudo para trás em troca de uma outra vida constitui outro dos clichês comuns nesse estilo de história. Mas, eu sempre insisto, não é o clichê em si, e sim a maneira como o autor pega uma ferramenta narrativa e a torna parte de sua história. E a autora faz isso de uma maneira muito competente.

A premissa da história é bem simples: Amelia é uma jovem herdeira de uma empresa de dirigíveis que se vê perdida depois que seu pai morre e repleta de dívidas com as quais lidar. Ela pega suas coisas e foge imaginando viver uma nova vida longe de casa. Só que ela contava com o embarque de piratas no dirigível onde ela se encontrava. É aí que sua vida vai mudar para sempre. A história é bem simples e direta, ou seja, o leitor não vai ter nenhuma dificuldade para entender a proposta da autora. Por esse motivo, a construção de uma protagonista boa o suficiente para carregar a história é fundamental. E, para a proposta do conto, Amelia consegue fazer isso de uma maneira bastante competente. Uma narrativa em terceira pessoa que se foca na protagonista nos permite entender bem o que acontece ao seu redor ao mesmo tempo em que podemos saber o que se passa na mente de Amelia.

A narrativa tem começo, meio e fim bem delineados, mas a autora se permite até deixar um espaço para que o leitor consiga imaginar o que pode acontecer à protagonista em futuras aventuras. Eu queria ter visto um pouco mais da capitã dos piratas, mas okay, ficou de bom tamanho. Ah, aí vai outro destaque para o conto da Melissa: não se trata de um capitão pirata, mas de uma mulher. E a tripulação a bordo é formada principalmente por mulheres. Poxa, eu queria ver mais disso. Me surpreendeu positivamente. Percebam aquilo que eu disse no começo da resenha: não é o clichê, mas a forma como você o utiliza.

Enfim, leiam, é divertido e interessante. E isso me deixou curioso para ler outras coisas da autora.

7 - O Tamanho dos Sonhos (Sabrina Mota Marcondes)

Esse conto escrito por Sabrina Mota vai tocar em outro dos tropes das histórias de piratas: a liberdade oferecida por uma vida sem seguir regras. Para isso, a autora vai criar algumas situações bem inusitadas. Apesar disso, senti que a história precisava de um pouco mais de espaço. De qualquer forma, a autora conseguiu passar de maneira brilhante aquilo que ela queria com a história.

Estamos diante de uma narrativa em primeira pessoa com a protagonista, Dot, que se vê diante de um dilema: com a morte de sua irmã, que era tudo para si, sua bússola, o que fazer agora? Mesmo eu não gostando desse estilo narrativo, aqui a autora soube passar muito bem o que ela queria através da visão mais próxima empregada em sua história. O leitor é capaz de sentir a angústia no coração dela e isso é marcado pelas expressões usadas por ela na história. Uma coisa que chama a atenção é que nas partes que se passam no mundo físico quase não existem diálogos enquanto que as partes no mundo dos sonhos são repletas deles. Não sei se isso foi proposital, mas essa pequena característica mostra o tipo de solidão vivida pela protagonista em seu quarto que resume bem a sua vida fora de compasso.

Os demais personagens de apoio não são muito bem apresentados. Acho que a autora poderia ter tido mais espaço para trabalhar minimamente os personagens. Eles ficaram com um aspecto muito estereotipado simplesmente porque não houve tempo para trabalhá-los adequadamente. Temos o fortão calado, o imediato fiel, a mulher descolada e o resto da tripulação. A relação da personagem com a mãe também poderia ser mais explorada porque ela vai servir como elemento narrativo mais à frente na história. Ah, a protagonista quer buscar a mãe. Por que? Existe uma marcação nas características que diferenciam Dot e Lucy, mas isso não ficou muito explícito para mim.

Para mim, o tema da liberdade para viver aventuras é um dos mais gostosos de se ler dentre os tropes de piratas. É aquele onde o autor ou autora pode se soltar mais e apresentar uma história mais aventuresca e menos preocupada com aprofundamento do mundo ou qualquer coisa do gênero. Nas descrições de cenários dentro do mundo dos sonhos que compõem o elemento fantástico da história, a autora consegue passar muito bem esse anseio por liberdade da protagonista. A personagem está sempre olhando para o horizonte, sentindo o cheiro do mar, curtindo as aventuras típicas de piratas e até incorporando um pouco a persona de capitã. Ou seja, me diverti horrores lendo essa história. Minha crítica é essa que eu postei: eu senti que a autora precisou se restringir um pouco na hora de contar a sua história. E esta é uma história que precisava ser explorada um pouco mais.

8 - Porto Vermelho (Luana Tsuki)

Histórias que mudam progressivamente o seu rumo costumam surpreender os leitores. Já havia comentado sobre um chamado Rosas (da autora Ana Lúcia Merege) há algum tempo atrás em que a autora começa com uma escrita doce e revela um lado terrível ao final. Aqui temos algo semelhante. Luana começa sua história apresentando um personagem que buscou sua liberdade após anos "preso" por pessoas que queriam cuidar dele ou suas próprias responsabilidades. Agora, em um navio mercante ele busca reencontrar a si mesmo. Mas, quando o seu navio é atacado pela tripulação da capitã Dulce, tudo muda. E o final promete ser algo aterrorizante.

A história é muito centrada em Miguel e o apresenta de uma maneira x para o leitor. Quando a autora faz a mudança de estilo, a gente demora até entender o que realmente está acontecendo. Apesar de a narrativa ser em terceira pessoa, a sensação que se tem é de que a mesma acontece em primeira. Vemos o que o protagonista vê, mas aos poucos vamos nos dando conta de que o narrador não é confiável. Ele nos coloca em uma situação melancólica em que o personagem parece estar reavaliando os seus valores, mas mais à frente tudo muda e vemos um lado selvagem que estava sendo obscurecido por toda a claridade que o narrador quis nos apresentar. E em um determinado momento da história, o ponto de vista passa para a Dulce que nos apresenta a sua visão sobre o que acontece após o encontro com a tripulação da qual Miguel fazia parte.

A história traça dois contrastes: Miguel, que não deseja mais responsabilidades, fazendo de sua vida o que lhe dá prazer; e Dulce, que por conta de sua difícil infância, adota para si um grupo de desajustados que se tornam quase como filhos. Gostei desse contraste, e eu acho que a autora poderia ter aproveitado melhor isso para colocar duas visões de mundo em choque. Achei que o elemento sobrenatural acabou se sobrepondo ao tema que estava ali gritando para ser trabalhado. Mas, eu gostei muito da escrita da autora e gostaria de ver mais coisas publicadas por ela.

Ah, sim, a autora consegue entregar algumas cenas de revirar o estômago no final. O suspense e a tensão presentes tanto na tomada do navio por Dulce como depois na taverna são bastante palpáveis. Não sei se a autora gosta do gênero, mas sinto uma veia de terror aqui. Eu pegaria um livro com essa temática da Luana.

9 - Sinos do Inferno (Albarus Andreos)

Referências tecnológicas são sempre uma aposta arriscada na hora de trabalhar contos que partem de uma temática mais atual ou até meio futurista. Quem me conhece, sabe o quanto eu não gosto de Neuromancer. E o conto do Albarus se arrisca muito nesta seara, nos afogando em termos saídos de jargões militares ou ferramentas tecnológicas. Acho que o espaço seria mais aproveitado se o autor tivesse trabalhado melhor os personagens que faziam do navio ou até as motivações dos piratas por si. Para mim, a história não funcionou, mas quem sabe para você, leitor, surta mais efeito.

Uma coisa que eu gostei foi da proposta do conto. O autor me surpreendeu com a maneira como ele pegou o tema "Piratas" e trouxe para algo bem atual. Para quem leu ficção científica e imaginou um futuro distante, não se trata bem disso. Acho que a melhor maneira de definir Sinos do Inferno é colocá-lo nos dias de hoje diante de tantos escândalos de Wikileaks e milhões de informações guardadas na nuvem. O que alguém poderia fazer com esse tipo de informação? Existem pessoas interessadas em destrui-las? Vendê-las? Eu fiquei meio chateado com a quantidade de referências tecnológicas, mas tem um momento em que o conto começa a revelar suas verdadeiras intenções. É nesse ponto que a história brilha.

Outro ponto que eu não gostei foram os personagens. Não entendi direito quem eles são, o que pretendem. Os diálogos são repletos de frases de efeito ou gracinhas de uma tal maneira que isso acaba tirando um pouco a atenção do leitor. Posso estar enganado, mas vi muito de Cory Doctorow na escrita do Albarus... e não o lado do Doctorow que eu gosto (eu adoro Scroogled e detesto Pequeno Irmão). Novamente, não sei se a minha avaliação acabou afetada com o fato de eu não curtir esse estilo de histórias logo de partida, mas prefiro ler outra coisa do autor para ver se eu pego a maneira dele de construir histórias e criar personagens. É um conto curto, então recomendo caso você goste de histórias que envolvam espionagem e tecnologia.

10 - Piratas Não Conhecem o Perdão (Karen Alvares)

Quando eu comecei a ler esta história, tomei um susto. Aliás, até estranhei a presença de um conto da Karen neste tipo de coletânea. Estou mais acostumado a vê-la escrevendo terror ou algo mais contemporâneo. Piratas Não Conhecem o Perdão foi uma jornada ao universo da fantasia feito pela autora. E se trata de um conto muito competente e entrega bem aquilo que a autora deseja.

Thomas Cavendish é o capitão de um navio pirata em busca de riquezas e glórias. Ele está em uma cidade se divertindo após uma temporada de pilhagens. Até que ele é abordado por uma estranha mulher chamada Mafalda que deseja a todo o custo entrar para a tripulação do navio de Cavendish. Como qualquer pirata homem reagiria, Cavendish acha engraçado o pedido de Mafalda. Isso até o momento em que ela estala os dedos e a mesa onde ele estava, explode. Só então o capitão pirata percebe que está lidando com uma bruxa astuta e poderosa. Inicialmente ele captura e aprisiona Mafalda para só então descobrir que ele é que se tornou prisioneiro dos poderes dela. Mas, Mafalda esconde um terrível segredo.

Primeiramente é preciso destacar a excelente ambientação da história. Apesar de ter um tom light e brincalhão em algumas cenas, o leitor se sente em histórias como as de Jack Sparrow ou Erroll Flynn. Tem a cidade, a taverna, o navio e a busca por tesouros. Tudo confere! Até mesmo o comportamento dos personagens é típico de um cenário de pirataria. Claro que Karen opta por dar esse tom leve, então nada de intrigas políticas ou personagens desviados; apenas a boa e velha busca pelo tesouro.

Podemos dizer que a história se trata do relacionamento entre Cavendish e Mafalda. Cavendish começa como o típico capitão de navio durão e bruto. Aos poucos ele vai sendo conquistado pelo jeito malicioso de Mafalda. Pouco a pouco vamos vendo a mudança dos sentimentos do personagem e como estes são conflituosos a princípio. Até ele aceitar seus sentimentos e se entregar à paixão demora um pouco. Até porque Mafalda não é uma pessoa fácil de lidar. Além disso Cavendish precisa lidar com o passado na forma do capitão do Esqueleto, um rival seu em busca de vingança. No final da trama, tudo se resume à Cavendish e Mafalda e o que acontece no final é fruto do desenvolvimento realizado ao longo do conto.

Mafalda é uma personagem sensacional. Ela é o retrato da mulher em suas diferentes facetas: menina matreira, bruxa poderosa e mulher em busca de vingança. Como o próprio Cavendish se refere a ela, Mafalda é uma pirata, bruxa, ladra e trapaceira. Karen consegue mostrar tudo isso em um curto espaço de páginas. Só por aí já conseguimos visualiza a profundidade da personagem que ela criou. Gostaria muito de ver o que Mafalda e Cavendish aprontaram a seguir. Essa é uma história que vale muito a pena ser continuada.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Marcos Antonio 13/12/2017

Piratas
É muito difícil avaliar um livro de contos, pois são vários autores diferentes cada um com seus pensamentos. O Primeiro é sobre o Tesouro de Nossa Senhora dos condenados que é uma conversa entre dois amigos piratas que fala como a capitã conseguiu roupar o tesouro. Depois vem o Pilares de Melkart que eu realmente esperava mais. O que eu mais gostei foi da Barracuda Negra e máquina Misteriosa que dei muitas risadas com o final. Mais O Pirata no espaço é legal. O Tamanho do sonho achei meio bobo. Mais no todo foi bom.
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