Psicologia e Religião

Psicologia e Religião Carl Gustav Jung




Resenhas - Psicologia e Religião


6 encontrados | exibindo 1 a 6


tatsu 30/10/2023

(Escrito no dia 24/03/2022)
A reviravolta que foi pra eu acabar lendo esse livro... Mas enfim.
Não tenho tanto o que dizer? Gostei pra carxlho do livro. Aprendi muito, e, sendo um assunto de meu interesse é que eu já sabia ALGUMAS coisinhas, pode ter facilitado bastante. Desmistifica bastante as coisas e abre mais a sua cabeça. Mal posso esperar pra estudar Carl Jung na faculdade :)
Se eu quiser fazer uma crítica maior, posso falar que mais tópicos poderiam facilitar a leitura. A informação pode ter muitos ganchos, mas ela é meio atirada e carregada. Umas divisões aqui e ali facilitariam.
No geral, é isso. Pretendo ler mais os estudos do autor :)
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Carla.Parreira 21/10/2023

Psicologia e religião
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Eis um apanhado geral da leitura: Primeiro os deuses de poder e beleza sobrenaturais do Olimpo viviam nos cumes nevados dos montes ou nas profundezas das cavernas, dos bosques e dos mares. Mais tarde, fundiram-se num só Deus, que logo se fez homem. Mas o homem não encontrou e nem aceitou esse Deus dentro de si. Em primeiro lugar, parece que o erro materialista foi inevitável. Como não se pôde descobrir o trono de Deus entre as galáxias, concluiu-se simplesmente que Deus não existe. O segundo erro inevitável é o psicologismo; se afinal de contas Deus é alguma coisa, deverá ser uma ilusão motivada entre outras coisas pela vontade de poder e pela sexualidade recalcada. Estes argumentos não são novos. Os missionários cristãos disseram coisas parecidas para derrubarem os ídolos pagãos. O próprio Cristo representa o tipo do Deus que morre e se transforma. O fator psicológico que dentro do homem, possui um poder supremo, age como ?Deus?? porque é sempre ao valor psíquico avassalador que se dá o nome de Deus.
O eu humano individual é demasiado pequeno e seu cérebro demasiado débil para assimilar todas as projeções retiradas do mundo. Numa eventualidade dessas, o eu e o cérebro romper-se-iam em pedaços (que os psiquiatras chamam de esquizofrenia). Como toda neurose se relaciona com a vida mais íntima do homem, o paciente solicitado a descrever, de forma detalhada, as circunstâncias e complicações que provocaram sua enfermidade, sofrerá fatalmente certas inibições. Mas por que motivo não pode falar livremente sobre as mesmas? Por que é medroso, tímido e esquivo? A causa reside na ?observação cuidadosa? de certos fatores externos que se chamam opinião pública, respeitabilidade ou bom nome. E mesmo que confie em seu médico, mesmo que não se sinta envergonhado diante dele, hesitará em confessar certas coisas a si mesmo, como se fosse perigoso tomar consciência de si próprio.
Em geral, temos medo daquilo que aparentemente pode subjugar-nos. Mas existe no homem algo que seja mais forte do que ele mesmo? Não devemos esquecer que toda neurose é acompanhada por um sentimento de desmoralização. O homem perde confiança em si mesmo na proporção de sua neurose. Uma neurose constitui uma derrota humilhante e desse modo é sentido por todos aqueles que não são de todo inconscientes de sua própria psicologia. O indivíduo sente-se derrotado por algo de ?irreal?. Talvez o médico repita varias vezes que nada falta ao paciente, que ele não sofre do coração e não tem carcinoma algum. Seus sintomas são puramente imaginários. Mas, quanto mais acredita ser um mal imaginário, tanto mais um sentimento de inferioridade se apodera de sua personalidade. ?Se meus sintomas são imaginários? ? dirá ? ?de onde me vem esta maldita imaginação e por que me ocupo com semelhante loucura??
As fantasias existem e podem ser tão reais, nocivas e perigosas quanto os estados físicos. Nosso paciente citado acima precisa perceber que não é ele o causador de sua fantasia mórbida, embora seu entendimento teórico lhe sugira que é seu dono e produtor. Quando uma pessoa padece de um carcinoma verdadeiro, jamais acredita que seja, ele mesmo, o criador de semelhante mal, embora o carcinoma se encontre em seu próprio organismo. Mas quando se trata da psique, sentimos uma espécie de responsabilidade, como se fôssemos os produtores de nossos estados psíquicos. A fantasia, seja positiva ou negativa, se manifesta como uma formação autônoma, que se infiltra através da consciência. Se estudarmos mais a fundo o caso deste paciente, não tardaremos a descobrir que ele não manda na própria casa: suas reações são demoradas, alteradas, reprimidas ou substituídas por intrusos autônomos. Um determinado número de palavras-estímulo não são respondidas por intenção consciente, mas por certos conteúdos autônomos, acerca dos quais a pessoa examinada muitas vezes não faz qualquer ideia.
No caso estudado encontraremos indubitavelmente respostas provenientes do complexo psíquico cujas raízes estão na ideia do carcinoma. Todas as vezes que uma palavra estímulo toca em alguma coisa ligada ao complexo escondido, a consciência do eu é alterada ou mesmo substituída por uma resposta originária do referido complexo. É como se o complexo fosse um ser autônomo, capaz de perturbar as intenções do eu. Na realidade, os complexos se comportam como personalidade secundárias ou parciais, dotadas de vida espiritual autônoma. Ainda usando o exemplo do paciente citado acima, a sua ideia obsessiva cresce dentro dele como um carcinoma maligno.
A existência de semelhantes casos explica até certo ponto por que as pessoas têm medo de se tornarem conscientes de si mesmas. Nosso medo se dá porque nunca podemos estar seguros de que uma ideia nova não se apodere de nós. Temos medo do nosso próprio medo, temos medo do nosso autodescontrole, da insignificância de nós diante de nós mesmos. O homem tem, de fato, motivos suficientes para temer as forças impessoais que se acham ocultas em seu inconsciente. Encontramo-nos numa feliz inconsciência, uma vez que tais forças jamais, ou pelo menos quase nunca, se manifestam em nossas ações pessoais e em situações normais.
Nosso paciente citado acima enfrenta uma força volitiva e uma sugestão, às quais sua consciência nada pode contrapor. Nesta situação precária não seria uma boa estratégia convencer o paciente de que ele próprio estaria por detrás de seu sintoma, inventando-o. Uma interpretação como esta paralisaria, de imediato, seu ânimo combativo, e baixaria seu nível moral. Melhor para ele é entender que seu complexo é uma potência autônoma, dirigida contra sua personalidade consciente. Além disso, tal explicação se ajusta muito mais aos fatos reais do que uma redução a motivos pessoais. É verdade que existe uma motivação de cunho inegavelmente pessoal, mas esta motivação não é intencional; simplesmente acontece no paciente. O que está por trás de tudo isso? O paciente é um pensador que intenta ordenar continuamente o mundo com o poder de seu intelecto e entendimento. Tal ambição conseguiu pelo menos forjar seu destino pessoal. Submeteu tudo à lei inexorável de seu entendimento, mas em alguma parte a natureza se furtou sorrateiramente, vingando-se dele, sob o disfarce de um disparate absolutamente incompreensível: a ideia de um carcinoma.
Este plano inteligente foi tramado pelo inconsciente, para travá-lo com cadeias cruéis e impiedosas. Foi o mais rude golpe desferido contra seus ideais racionais e principalmente contra sua fé no caráter onipotente da vontade humana. Tal obsessão só pode ocorrer num homem acostumado a abusar da razão e do intelecto para fins egoístas. Trazemos em nós o nosso passado, isto é, o homem primitivo e inferior com seus apetites e emoções, e só com um enorme esforço podemos libertar-nos desse peso. Nos casos de neurose, deparamos sempre com uma sombra consideravelmente densa. E para curar-se tal caso, devemos encontrar um caminho através do qual a personalidade consciente e a sombra possam conviver. O homem culto procura reprimir o homem inferior que tem dentro de si, sem dar-se conta de que, com isto, o obriga a rebelar-se.
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Less 25/03/2023

Psicologia e Religião
C. G. Jung começa o livro muito bem. Porém, no final fala de alquimia e achei bem difícil entender.
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Lôh 16/03/2022

Psicologia e Religião - Vol.11/1
Neste livro Jung tem como objetivo mostrar o que o ramo da psicologia medica, tem a ver com a religião ou pode dizer sobre ela. Através de seu metodo de observação empirico, observando os fenomenos, apresenta a religião como uma das expressões mais antigas e universais da alma humana.

Durante o livro faz a exposição de um caso onde através dos trabalhos com os sonhos apresenta as noções do modo pelo qual a psicologia pratica se defronta com o problema religioso. Expressãondo a ideia de que "o termo religião designa uma atitude particular de uma consciência transformada pela experiencia do numinoso".

É como se, para o autor, a ideia de deus e a imagem dela a qual seguimos, vem das projeções do numinoso que são colocadas no mundo concreto numa busca de encontrar a imagem que corresponda ao divino dentro de nós.

"Deus é a posição efetivamente mais forte da psique, quando, no sentido da palavra de Paulo, Deus é o "ventre" (Fl. 1,3-19). Isto significa que o fator efeivamente mais poderoso e decisivo da psique individual provoca, forçosamente, fé ou medo, submissão ou entrega, que um deus poderia exigir do homem" (JUNG, 2012, p. 108).

E com todas as mudanças de mentalidade que as epocas foram sofrendo, a imagem de deus também sofreu modificação. E com isso, resultou numa busca por reaver a conexão com o sagrado e o numinoso: "Ele abandonou a imagem que haviamos formado a seu respeito e nós, onde iremos encontrá-lo de novo?" (JUNG, 2012, p. 109).
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Clio0 25/09/2021

Essa é a primeira parte de uma coletânea de textos selecionados de Carl Jung. Alguns são artigos de própria autoria, mas há também uma boa quantidade de entrevistas, reportagens e debates formando o corpo do texto.

Nesse primeiro volume, temos uma leve introdução ao tema Psicologia e Religiosidade onde o autor especula sobre a natureza da divindade como representada pelo homem e sua iconicidade, ou até mesmo sua necessidade, na psique humana.

Não é uma leitura propriamente difícil, porem parte-se do princípio que o leitor já tem uma certa base no assunto e na raiz do pensamento Junguiano em contraposição a teoria freudiana.
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Robert 29/01/2019

"A experiência religiosa é algo de absoluto. Não é possível discutir acerca disso. Uma pessoa poderá dizer que nunca teve uma experiência desse gênero, ao que o oponente replicará: "Lamento muito, mas eu a tive". E com isto se porá termo a qualquer discussão. É indiferente o que pensa o mundo sobre a experiência religiosa: aquele que a tem, possui, qual inestimável tesouro, algo que se converteu para ele numa fonte de vida, de sentido e de beleza, conferindo um novo brilho ao mundo e à humanidade. (...) Haverá uma verdade melhor, em relação às coisas últimas, do que aquela que ajuda a viver?"
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