Liquidação

Liquidação Imre Kertész




Resenhas - Liquidação


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Julyana. 01/09/2013

Nem sei bem o que dizer desse além de que gostei muito. Tem um tom desesperançado, amargo [como o próprio nome do personagem principal] que me tocou profundamente.

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Rafael G. 26/02/2018

"Vivemos a era das catástrofes, todo homem é portador da catástrofe, e para a sobrevivência se faz necessária uma arte peculiar da sobrevivência, ele disse. O homem do tempo das catástrofes não tem destino, não tem qualidades, não tem caráter. O meio social terrível - o Estado, a ditadura, chame-o como quiser - o seduz com a força de atração dos redemoinhos vertiginosos até que ele desista da resistência e nele exploda o caos como um gêiser fervente - e a partir de então o caos se torna sua morada." (p. 48)

B., um escritor húngaro, se suicida. Amargo, seu amigo, a partir de uma peça deixada como legado, investiga, então, não apenas as razões de tal gesto, como a existência de um possível romance.

O registro deste autor é de um magnetismo impressionante. Tem ritmo, tem poesia - sobretudo por conta das repetições. Ele escreve de um jeito simples, mas nada óbvio: as sentenças longas me deixavam sem fôlego, eu as perseguia feito louco, alucinado para entender aonde aquilo me levava. É uma escrita que se aproxima de seus vários objetos para depois se afastar, lançando mão do fluxo de consciência, da alternância de vozes e das muitas reflexões éticas que põe em suspensão.

Kertész, vencedor do Nobel de Literatura em 2002, tensiona neste romance o que é a realidade - sobretudo aquela interior a nós, aquela sem a qual não existe o fora. Lembrei-me um tanto de Gumbrecht e seu "Produção de Presença", afinal, a pergunta que o texto me parece fazer é justamente COMO nos produzimos. Ou por quê nos produzimos? O quanto do Mal precisamos assumir para seguir com o curso previsível de nossas vidas?

Este livro é denso, absolutamente cheio de camadas e misterioso. Das experiências mais fortes que tive em Literatura, me desorganizou muito. Com certeza ainda o revisitarei.
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arthur966 31/12/2021

eu acredito na escrita. em nada mais, somente na escrita. o homem vive como um verme, mas escreve como se fosse pra deus. houve um tempo em que se sabia desse segredo, hoje o esqueceram: o mundo é feito de cacos partidos, um caos escuro, sem nexo, sustentado apenas pela escrita.
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Vinder 15/05/2022

Gostei bastante do livro, principalmente pela forma em que é escrito, sempre com mistério no ar e reflexões sobre a vida?e morte.
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Joao.Paulo 02/06/2020

mal resenhado
Amargo, ao se debruçar sobre o passado se B. perde a noção de realidade, ou seja, perde a noção de espaço e tempo. As primeiras páginas do livro são narradas em terceira pessoa e podem ser tomadas como uma dissociação do personagem de sua própria realidade. Essas confusão espaço temporal é puramente estrutural, a narrativa confunde-se entre primeira e terceira pessoa e também com o estilo dramatúrgico.

Essa confusão é justificada como uma representação do estado psicológico de uma vítima do holocausto (assim como B.), que não tem perspectiva passada nem futura, possui somente o presente.

A narrativa, ao ser apresentada como uma peça teatral, não consegue se desassociar do estilo dramático ao passar para outros estilos de escrita. Nos diálogos entre os personagens tudo é muito escrachado e caricatural (por vezes me lembrei das novelas mexicanas do sbt), sendo esse meu maior ponto negativo sobre o livro, apesar de isso também ajudar para a coesão do livro como um todo.

site: https://www.instagram.com/malresenhado/
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dieipi 09/07/2022

uma das favoritas do ano, prevejo revisitas periódicas
ele lentamente adormeceu em mim, como todos os outros. muitíssimos livros dormem em mim, melhores e piores, de todos os gêneros. frases, palavras, introduções e versos que, como inquietos locatários, despertam inesperados, vagueiam solitários na minha cabeça, de outras vezes começam uma conversação em voz alta que não consigo silenciar.
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Valério 19/08/2016

Desconcertante
Amargo, pesado, profundo e obscuro.
Uma avaliação de "Liquidação" limitada a estas quatro palavras estaria já completa.
Trata-se de um profícuo escritor, intitulado "B" (o próprio autor), que comete suicídio sem ninguém saber ao certo o porquê. A história é contada por seu editor (Nomeado "Amargo". Que, junto com a amante do escritor, tentam entender as motivações e a vida do protagonista suicida.
B deixa um manuscrito de uma peça de teatro, onde o seu editor, Amargo, é um dos personagens.
E tudo gira em torno disso. As descrições são minimalistas e impressionantes.
Um livro impactante. Cru. Frio.
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