Aline 07/01/2024
Sapiens?
O subtítulo ("Uma breve história da humanidade") realmente resume o objetivo do livro: apresentar a evolução da humanidade ao longo de 70 mil anos. É que a História estudada na escola é apresentada como se a humanidade apenas tivesse relevância histórica nos últimos 5 mil anos (na verdade, nosso foco é muito maior nos períodos helenístico e romano em diante, sem grande preocupação com o que aconteceu antes). Então, o autor trouxe em Sapiens uma visão macro da História, aprofundando-se no que chamamos de "pré-história", que de fato é pouco explorada nas escolas.
O livro começa na Revolução Cognitiva, com ênfase na demonstração de que várias espécies de seres humanos conviveram ao mesmo tempo (assim como existem várias espécies de cachorros, por exemplo). Mas o que fez a nossa espécie se sobressair e se perpetuar? De acordo com o autor, nossa capacidade de imaginação - de criar realidades ficcionais, acreditar nelas e levar outros a também acreditarem - foi o principal fator, nos levando a formar comunidades.
Veio então a Revolução Agrícola e, posteriormente, a unificação da humanidade. Por fim, a Revolução Científica com grande influência em tudo o que fazemos. Inclusive, se a evolução tecnológica influenciou as últimas décadas, as próximas tendem a ser ainda mais marcadas por ela. Por isso, o autor reflete: depois de tudo isso e de termos dominado tanto, o que faremos? Pra onde queremos ir?
"Existe alguma coisa mais perigosa que deuses insatisfeitos e irresponsáveis que não sabem o que querem?"
O livro, apesar de didático, é por vezes cansativo. É longo e, como de costume, o autor insere suas percepções pessoais ao longo dos fatos apresentados. É um livro muito interessante, mas não uma leitura obrigatória - exceto, talvez, pra quem goste de História. Não pretendo relê-lo, mas com certeza será fonte de consultas futuras.