Marcos606 05/04/2023
Autor de vários romances em verso sobre o Graal, sua obra, baseada na de Chrétien de Troyes e Wace, marca uma evolução do mito do Rei Artur principalmente através da sua cristianização explícita. É ele quem faz do Graal uma relíquia cristã: o Santo Cálice.
Com efeito, segundo ele o vaso da Última Ceia teria recolhido o sangue de Jesus na cruz. Após a crucificação, membros da família de José de Arimatéia tornaram-se seus guardiões.
Aqui de Boron reconta o diabólico nascimento e vida de Merlin. A obra consiste em um poema em verso incompleto e sua adaptação em prosa. (A tradução é exclusivamente em prosa)
O romance em prosa, escrito no início do século XIII, é diretamente inspirado no poema, mas sua atribuição a Robert de Boron é incerta. Faz parte, com José de Arimateia e Perceval em prosa, de uma trilogia chamada "Pequeno ciclo do Graal". Ele é conhecido por vários manuscritos preservados na França e no exterior.
Começa por seu nascimento diabólico: o encantador é descrito como filho de um incubo e uma virgem. Merlin usa seu dom de profecia com os reis bretões Vortigern e Uther Pendragon. Para este último, Merlin cria a Távola Redonda, em memória da Mesa da Última Ceia e aquela fundada por José de Arimateia, e escolhe os cavaleiros que ali se sentam. Ele incentiva Uther à participar da concepção de Arthur.
Robert de Boron inspira-se em várias fontes mais antigas, sem copiar diretamente Wace ou Geoffroy de Monmouth. É ele quem realmente dá toda a importância ao personagem no ciclo arturiano, e quem liga as duas tradições britânicas, a do menino Arthur e a do homem selvagem, Merlim.