Marcos Aurélio 13/02/2022Casa de Vaughan.Li este livro em duas semanas. Terminei a leitura há uma semana, e ainda me pego pensando em Ada Vaughan.
Mary Chamberlain entrou para minha lista de escritoras inesquecíveis, com esta obra.
Ada é uma jovem talentosa, ambiciosa e sonhadora, que conhece pessoas erradas. Apaixona-se por Stanislaus, que se dizia Conde. Com palavras gentis e ostentação ele a seduz, e a tira de sua casa.
A vida costuma não perdoar negligência e ingenuidade. Ada aceita o convite para uma viagem a Paris, dias depois a guerra estoura e o casal foge para Namur, onde começa o inferno da moça.
Refugiada no convento, Les Souers de La Bienveillance (As Irmãs da Benevolência), as irmãs a transformam em Irmão Cara. Talento e a beleza podem ser glória, ou ruína. Ada sobrevive à guerra, depois de enfrentar sozinha os horrores em Dachau.
De volta à Londres descobre que sua família não passou ilesa pela guerra. E agora, qual serão os inimigos que Ada enfrentará? Os fantasmas vão embora, se enfrentados e vencidos. Mas o julgamento moralista de uma sociedade ortodoxa e machista pode ser tão, ou mais cruel que uma guerra.
- Nossa vocação - disse ela - é cuidar dos idosos, onde e quando quer que seja necessário. Nossa vocação desconhece política ou guerra. Tampouco a velhice.
- Princípios louváveis - disse o dr Harri Jones - Convenientes, diante do regime mais maligno da história, a senhora não acha?
- Apenas aqueles sem princípios apelam para o cinismo - respondeu a irmã Brigitte encarando-o.
Mary usou a Segunda Guerra Mundial como pano de fundo e escreveu uma história maravilhosa com um fim surpreendente. Ainda hoje me pego absorto, pensando em Ada, na Casa de Vaughan, e na sua história.