A Cidade Murada

A Cidade Murada Ryan Graudin




Resenhas - A Cidade Murada


79 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Bia 24/02/2021

Esperava mais! Por mais que não seja um livro oficial sobre a real Cidade Murada, achei o livro um pouco vago e arrastado. Senti falta de aprofundando sobre o que era a cidade e de grandes acontecimentos.
Manrique 24/02/2021minha estante
vazou


Bia 24/02/2021minha estante
Meu cachorro postou




vsferreira 05/10/2015

A Cidade Murada
É sem dúvidas um bom livro. Tem muita ação o que acaba prendendo o leitor. Apesar de toda a ação e de coisas acontecerem o tempo todo o livro nos faz pensar um pouco sobre o mundo e suas injustiças. O livro é narrado por três personagens: Jin, Mei e Dai e é legal ver os acontecimentos por todos estes ângulos. Fiquei especulando sobre qual seria o segredo do Dai e o que o tinha levado até a Cidade Murada e acabei acertando em cheio. Torci por Jin o tempo inteiro. Gostei do final do livro, na minha opinião não poderia ter sido melhor. O desfecho ideal para uma história quase real... Tem gente que não lê isso, mas neste livro achei bem interessante a Nota da autora no final do livro...
Dann 20/11/2015minha estante
Caramba, como eu torcia pela Mei Ye, aquele bordel nos deixa claustrofóbicos.


16/06/2017minha estante
Quase acertei em cheio sobre o segredo de Dai, porque eu imaginava que seria aquilo que aconteceu, mas não daquela forma e por outras mãos. Quanto à Mei Yee, acho que todo mundo que leu imaginava que seria do jeito que ela havia imaginado, veio um plot twist e mudou isso (não por completo, ainda bem). Sobre a Jin, não tenho nem palavras. O jeito que ela consegue sobreviver a tudo o que passou em busca da irmã...
O final eu não poderia imaginar um melhor do aquele. Era mais ou menos o que eu esperava (exceto por detalhes que eu nunca havia de imaginar) e serviu pra concluir que havia me apaixonado pelos personagens maravilhosos.




Marcos 24/04/2015

Enredo

Hak Nam é o que se pode considerar como "favela de pedra", um grande amontoado de prédios e casas em estado de abandono que são habitadas por famílias muito pobres que convivem todos os dias lado a lado com o crime. É nesse ambiente que Jin Ling vive atualmente. Sua vida foi modificada há dois anos quando os Ceifadores, espécie de crime organizado do local, levaram a sua irmã três anos mais velha, Mei Yee para a Cidade Murada. Desde então, Jin, que teve seus pais mortos, percorre os corredores da região em busca de notícias dela. Para se tornar cada vez mais invisível, ela se veste e age como um garoto e começa a se infiltrar no esquema de tráfico de drogas do local. É quando conhecerá Dai em mais um dos serviços prestados ao traficante local.
Enquanto para Jin a Cidade Murada é um local onde pretende estar apenas de passagem, para Dai aquele lugar faz parte de sua história. Algo ocorreu em seu passado que o assombra até os dias de hoje, toda vez que dorme. Ele então resolve se envolver com o crime organizado do local almejando conseguir muito dinheiro e a sua tão sonhada liberdade para viver fora de todo aquele inferno. Quando conhece Jin ele passa a ver nela uma companhia que jamais imaginou ter. Ambos tentarão achar Mei Yee, custe o que custar. Porém, ao longo dessa jornada eles flertaram diversas vezes com o perigo que a máfia da Cidade Murada traz.

Personagens

Os três protagonistas da história são adolescentes que foram rapidamente amadurecidos pelo grande teor dramático que suas vidas contém e por acontecimentos de seus passados.
Dai é um jovem destemido, com sede de mudança, que busca o tempo todo uma forma de apagar o seu passado e de sair da Cidade Murada. Ele conhece cada centímetro das ruas e becos do local. Desde que começou a se envolver com o crime, ele já teve de matar e roubar diversas vezes, para conseguir sobreviver. Por isso, ele tem várias cicatrizes de combate em seu corpo. Por mais que faça o papel de durão, Dai demonstra, sem seu interior, ser um garoto que tem muitos sentimentos e que quer vivê-los intensamente.
Jin Ling é uma jovem que teve a sua vida completamente modificada quando os Ceifadores invadiram a sua casa, mataram seus pais e levaram a sua irmã para servir como prostituta em um bordel na Cidade Murada. Ela parte em busca de vingança e de rever a sua irmã, sua única família no mundo, com vida.
Mey Yee acabou se tornando a prostituta mais desejada do bordel em que trabalha. Por ser muito bonita, apenas clientes de luxo a visitam, como grandes generais do exército e traficantes de alto escalão. Mas o que o seu belo rosto esconde é sua tristeza em estar afastada de sua irmã e vivendo uma vida miserável, sendo usada e abusada por seu cafetão. Até que um dia ela começa a receber visitas de um garoto misterioso em sua janela e passa a voltar a acreditar no amor verdadeiro.

Narrativa

O livro é narrado em primeira pessoa sob os pontos de vista dos três protagonistas. Esta narrativa foi muito feliz uma vez que pode explanar todos os nichos da história ao mesmo tempo, com riqueza de detalhes, não se limitando a apenas um ponto dela. A autora foca nos diálogos e nos pensamentos dos personagens, o que dá um bom panorama da história. Os capítulos são divididos em uma contagem regressiva de 18 dias até um acontecimento que ocorre no final do livro.
Gostei da forma como a autora construiu os personagens e a história. Por mais que haja momentos que tendam para o clichê ao longo de toda a narrativa, o que é comum em livros do gênero, o texto segue uma linearidade até o final. Não há grandes reviravoltas ou muitos momentos de clímax durante a história.

Ficção e Realidade

A Cidade Murada é uma distopia do mundo real. Mesmo tendo elementos distópicos básicos, como uma organização totalitária e jovens assassinos em fuga em um território monitorado, toda a história passa longe de ser uma ficção científica e foca nos elementos da realidade que existem em seu conteúdo. O tráfico de drogas, a exploração sexual de menores, a pobreza extrema e a incitação de crianças e adolescentes para o mundo do crime são temáticas atuais recorrentes em muitos países populosos em que há pobreza extrema.
Para esse livro, a autora tomou como base a extinta cidade murada de Kowloon que existiu durante décadas na China e foi considerada a maior favela vertical do mundo. O ambiente é o mesmo que o narrado no livro, porém as histórias dos personagens foram inventadas.
Misturar elementos de ficção e realidade, ou tomar um elemento real como premissa para uma história, não é algo novo na literatura. Porém, poucos são os livros que se arriscam por esse caminho e em A Cidade Murada percebe-se que a autora teve coragem para tal.

Considerações

Já tinha lido um livro semelhante a esse no passado, Em Busca de Um Final Feliz de Katherine Boo, que foi uma leitura excelente. A única diferença é que nele a autora, além do cenário, uma favela de Mumbai, também usou de personagens da vida real com histórias ficcionais criadas para eles. Desde então, eu adorei livros que misturassem elementos de ficção e de realidade e tive em A Cidade Murada um prato cheio para degustar. Recomendo que quando for ler o livro não crie altas expectativas nem espere uma história similar às distopias juvenis atuais. Pelo contrário, este livro é mais reflexivo e focado no drama, sem grandes picos de ação ou de grandes surpresas no enredo.

site: http://www.psychobooks.com.br/2015/04/resenha-a-cidade-murada.html
Nai 10/11/2016minha estante
Você errou em algumas partes, nem parece a mesma versão que li! rs. Os pais de Jin e Mey estão vivos e, em momento algum foi dito que ela era a mais desejada do bordel... rs. Tem que rever isso aí!




Dressa Oficial 30/04/2015

Resenha - A Cidade Murada
Olá, tudo bem com você?

A Cidade Murada é o lançamento da Editora Seguinte e foi um prazer poder ler este livro antes do lançamento oficial!

Cidade Murada é um livro que mistura distopia com realidade, Cidade Murada nada mais é do que um conjunto de vielas, composto por todos os tipos de pessoas, ladrões, traficantes, prostitutas e pessoas de bom coração que acabaram parando na Cidade Murada por falta de boas oportunidades.

Dai é um jovem cujo passado é bem sofrido o que acabou culminando em uma atitude impensada e devido a este fato ele acaba ficando dentro da Cidade Murada para poder pagar um dívida, e para pagar essa dívida ele monta um plano para capturar o caderno de anotações do traficante de mulheres mais procurado dentro da Cidade Murada.

Jin Ling apesar de usar os cabelos curtos, roupas masculinas, lutar como homem é uma menina e ao sair de sua casa em busca de sua irmã vendida para a prostituição teve que que usar a identidade de um menino para poder sobreviver na Cidade Murada.

Página 133
De que adianta uma porta trancada quando o perigo pode estar do lado de dentro?


Jin Ling e Dai acabam se conhecendo em uma tarefa perigosa onde Jin acaba se machucando, os dois acabam se unindo por interesses em comum e a amizade dos dois fala mais alto fazendo com que se unam para poder colocar o plano de Dai em ação.

Mei Yee é a irmã de Jin Ling e vive presa em uma casa de prostituição seu pai a vendeu e hoje ela vive sem esperanças de uma vida melhor, até encontrar Dai na janela de seu quarto e ele lhe prometer uma vida fora do lugar onde vive.

Página 233
Posso até não ser uma boa pessoa, mas vou virar uma. Vou escrever uma nova resposta para quem sou eu: o herói que a menina da janela vê.


O livro é narrado em primeira pessoa por esses três personagens, os capítulos são curtos e a narrativa é muito envolvente, os três não sabem que todos se conhecem e faz te ficar eufórico com tantos desencontros e ação que o livro traz.

Dai é um personagem muito honesto, de bom coração que tenta ajudar as duas irmãs sem saber, porém o fato de ele carregar uma dor em seu passado faz com que ele feche seu coração e não confie em mais ninguém.

Jin Ling é uma menina super corajosa que deseja com todo o coração reencontrar sua irmã, ela sempre a defendeu das agressões que sofria em casa e tem esperança de conseguir viver com sua irmã novamente.

Mei Yee é uma menina doce, inocente, que infelizmente já sofreu muito nesta vida e quando recebe a promessa de uma vida melhor acredita nisso com toda a sua força.

Amei a narrativa da autora, o começo é um pouco confuso por causa do nomes dos personagens e alguns outros que aparecem na trama, mas depois que você começa a entender onde a autora quer chegar o livro te prende e não dá mais vontade de largar.

O final foi tão eletrizante que percebi que tinha prendido a respiração quando cheguei na última página, e o mais interessante da história é que a Cidade Murada é um lugar que existiu de verdade em Hong Kong, no livro mostra fotos do lugar real, ele foi demolido em 1987 exatamente no dia que a autora nasceu e ao ouvir uma história de uma amiga que viveu dentro da Cidade Murada a curiosidade lhe despertou a vontade de escrever esta história.



Cidade Murada tem semelhanças com a realidade nas favelas do Brasil onde vemos traficantes, mortes e perseguições desnecessárias e isso é que faz o livro ser tão inesquecível e emocionante.

A Cidade Murada hoje em dia é um parque e ainda tem alguns resquícios que valem a pena ser conhecidos caso um dia visite Hong Kong.

O lançamento oficial do livro acontece em 12 de maio e você pode garantir seu exemplar na Saraiva que já está na pré-venda.

Se você gosta de suspense, ação e uma boa trama não pode ficar sem ler A Cidade Murada!

Beijos

Até mais!


site: http://www.livrosechocolatequente.com.br/2015/04/resenha-cidade-murada.html
Karini.Couto 30/04/2015minha estante
DOIDA PRA LER ESSE




Marianne 12/06/2016

Resenha: "A cidade murada" (Ryan Graudin)
Por Marianne: Depois de presenciar sua irmã mais velha Mei Yee ser vendida pelos próprios pais, Jim assume uma identidade de menino, pra sobreviver na cidade murada de Kowloon, Hak Nam, e tentar encontrar a irmã num dos muitos bordeis espalhados pela cidade.

A cidade murada é uma terra sem lei. Liderada por traficantes e donos de bordeis, onde a pobreza e o crime imperam. Para sobreviver num meio tão hostil Jim cria suas próprias regras: Não confie em ninguém, ande sempre com uma faca e corra.

Mas suas regras são quebradas e desafiadas quando Jim encontra Dai e vê no menino misterioso a oportunidade de uma aliança de interesses que pode ajuda-la a encontrar sua irmã.
O enigmático e entusiasmado Dai encontra em Jim o parceiro que precisava para investigar mais de perto os segredos escondidos em Hak Nam, que podem ajudá-lo a lidar melhor com alguns fantasmas do seu passado e transformar o futuro de muitos que vivem ali.

O livro é narrado em primeira pessoa e a narrativa se divide entre os três personagens principais, Mei Yee, Dai e Jim. A agonia, medo e sensação de confinamento dos personagens são compartilhados por todos, mesmo sendo Mei Yee a única a estar fisicamente confinada.

Tive alguns problemas na leitura desse livro. Comecei e não me conquistou, passou um tempo e fui ler de novo de onde tinha parado e o resultado foi confusão total. Comecei o livro todo de novo e depois de terminar consegui entender o motivo de toda minha confusão no começo da leitura. É IMPOSSÍVEL distinguir os personagens apenas pela narrativa. Várias vezes precisei voltar no começo do capítulo, onde o personagem narrador é identificado, pra saber quem estava falando. Não sei se foi problema de tradução, ou se a autora pecou mesmo na hora de moldar a personalidade de cada personagem de modo a transmitir com clareza a individualidade de cada um para o leitor.

Outra coisa que não me convenceu foram as torturas aplicadas pelos tão temidos traficantes e donos dos bordeis. Os líderes de Hak Nam, conhecidos pelo seu sangue frio, são bem mornos na hora de mostrar todo seu lado de maldade. Me deu a impressão de que a autora ficou com medo de forçar a barra na violência num livro voltado para um público mais jovem. O que acredito ser um erro. Não subestimem seus leitores caros autores!

Temos J. K. Rowlling que começou com um livro quase infantil e que evolui pra cenas pesadíssimas no desenrolar da história (ainda infantojuvenil).

A cidade murada foi real e todos os horrores descritos existiram ali. Em uma breve nota da autora, no final do livro, conhecemos o que foi fora da ficção a cidade murada de Hak Nam. A cidade não existe mais, foi destruída e transformada em um parque. Me lembrou muito a situação de muitas periferias que existem no Brasil, e que, diferente da cidade murada, estão bem distantes de se transformarem em parques. Descrita pela autora como uma sociedade quase distópica, essa realidade infelizmente ainda existe em muitos lugares por aqui.

Tirando os contratempos que tive com a leitura, a história é bem conduzida e tem um final aceitável. Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!

site: http://www.dear-book.net/2016/04/resenha-cidade-murada-ryan-graudin.html
Nai 10/11/2016minha estante
Com relação a personalidade, concordo que nem todos são tão bem delineados, entretanto, achei que a Jin Ling estava bem definida.




João 03/05/2016

A Cidade Murada é daqueles livros que você começa a ler e não quer largar mais.
Os personagens são fantásticos,não tem como não se apaixonar por Jin Ling.
Um livro que vi poucos comentários e do qual eu não esperava grande coisa.Foi uma grata surpresa me deparar com uma narrativa interessante e personagens apaixonantes.
O livro é bom do começo ao fim e só tenho elogios a falar sobre ele.
Leitura de primeira!!
Euflauzino 05/06/2016minha estante
talvez a capa tenha me afugentado um pouco da leitura, parece mais um livro didático ou paradidático :D
porém, já foram tantos elogios que estou começando a enxergá-lo com outros olhos!




Delírios e Livros 07/12/2015

Sob o céu está o inferno.
Sob inferno, a penitenciária de Furnace.

No final do primeiro livro Alex enfim consegue realizar a sua fuga. Mas será que ele realmente fugiu?
Nesse livro as coisas já começam na correria. Após a explosão e queda no rio, Alex se vê um lugar abaixo de Furnace sendo perseguido pelos cães. A escuridão nesse novo lugar é absoluta e ao que parece não existe saída.
Em pouco tempo Alex começa a perceber que afinal de contas talvez a penitenciária não fosse tão ruim. Sem dúvidas é melhor do que um conjunto de túneis escuros, barulhos sinistros e da falta de esperança do labirinto em que eles se enfiaram. Se o Furnace está abaixo do inferno, o que estaria abaixo de Furnace?

Não sabíamos aonde ele daria. Tampouco nos importava. Qualquer lugar que não fosse Furnace estaria ótimo para nós.
Pelo menos, pensávamos assim.
(…)
Morreria ali, eu sabia disso. E de repente aquela situação não parecia mais preferível à vida em Furnace.

Mesmo assim Alex tenta se esforçar ao máximo para conseguir encontrar uma saída daquele pesadelo, tentando manter em mente a possibilidade de ver a luz do sol novamente. Mas isso não vai ser fácil, porque ao que parece eles não são os únicos naquela escuridão.

Eis, porém, um fato engraçado sobre a dor: quanto mais familiar ela se torna, mais fácil ignorá-la.
(…)
Era verdade. O diretor da prisão podia ter nos trancafiado em Furnace, mas fui eu que providenciei nossa execução. Porque aquilo não era de modo algum uma saída. Era uma tumba.

Porém, por sorte ou não, sua fuga não dura muito tempo. Sua captura foi inevitável.
E agora Alex terá de enfrentar um novo nível do pesadelo: a solitária. O buraco. O pesadelo do qual Donavan o havia alertado. Onde depois que se entra, há poucas chances de sobrevivência. E acaba que ele e Zê vão parar lá, com poucas possibilidades de realmente sobreviver. Será que eles conseguirão passar por mais essa provação? E será que eles realmente estão sozinhos? Pois ao que parece o mundo no subterrâneo vai muito além de Furnace. E os horizontes deles acabam se expandindo quando começam a descobrir que existem mais segredos ali embaixo do que eles poderiam imaginar. E existem muito mais habitantes também. Uma guerra está acontecendo, e agora Alex terá de tomar uma posição e criar um novo plano de fuga.

A mente humana é algo poderoso em algumas ocasiões, porém, em outras, é de uma fragilidade infinita – basta um único momento de genuíno terror para abrir nela um vácuo, como sempre apenas uma sombra, um espectro da pessoa que foi antes.

O livro mais uma vez já começa em um ritmo alucinante. A fuga está em pleno andamento e o mundo no subterrâneo se expandindo. Segredos começam a ser revelados e outras perguntas surgirão. A narrativa continua sendo empolgante, não te deixando parar enquanto não terminar o livro. A receita do livro é simplesmente perfeita. E como não poderia deixar de ser, o final desse livro também te leva ao desespero de ler o próximo.
Sendo assim, ele seguirá o anterior na minha lista de favoritos e já começo a entrar em pânico por ter somente mais um livro traduzido para ler. É hora de começar aumentar a pressão sobre a Benvirá, eu necessito de mais livros!
Recomendo mais esse livro sem restrições! Boa leitura!

Porque sozinho, no silêncio da escuridão impenetrável, sabia que meus pensamentos me enlouqueceriam. Minha própria mente me mataria.

Resenha de Danielle Peçanha

site: www.delirioselivros.com.br
Paloma 22/12/2015minha estante
Acho que vc postou a resenha do livro errado...rsrsrs esse não é o livro "A Cidade Murada"




Lucas 10/08/2015

A Cidade Murada é, definitivamente, um livro que não tem o hype que merece. Lançado no Brasil em abril deste ano, a obra passou despercebida e não teve destaque na internet. Mesmo no booktube gringo, vi poucos canais que comentaram sobre.

O stand alone escrito por Ryan Graudin é baseado em uma cidade que realmente existiu em Hong Kong, na China. Descrita como um amontoado de casas de madeira, com ruas com pilhas e mais pilhas de lixo, é um lugar muito perigoso, onde só os mais fortes sobrevivem.

O livro mostra o ponto de vista de três personagens e é narrado em primeira pessoa com capítulos intercalados entre eles. Sabe aquele tipo de trama com encontros e desencontros? Você encontrará em “A Cidade Murada”. Os personagens estão em busca de algo ou alguém, e em vários momentos, deixam de encontrá-los por pouco. Isso me lembrou a Arya, de As Crônicas de Gelo e Fogo.

A escrita é simples e combina perfeitamente com a narrativa, o que torna a leitura bastante rápida. As cenas de ação e perseguição são muito bem descritas e dão um ritmo frenético. Inclusive, o livro começa com uma cena dessas, prendendo o leitor logo de cara.

A autora soube montar uma história coerente durante todo o livro. Desde o início, ela sabia onde queria chegar e como iria fazer isso. Essa é a coerência da qual eu falo. Durante a leitura você percebe que não há enrolação, ou coisas sem sentido que estão ali só por estar. A autora criou uma linha de acontecimentos e a seguiu. Ponto para Ryan Graudin!

“A Cidade Murada” foi uma grande surpresa, e muito positiva. Eu mal havia começado a leitura e já estava super envolvido na trama e apegado aos personagens, torcendo muito para que tudo desse certo.

A autora obteve muito sucesso ao contar uma história que combinou demais com o ritmo frenético da narrativa posta por ela, transformando o livro em um daqueles que pedem para ser devorados rapidamente e que não te deixam pausar a leitura por nada.


site: Para mais resenhas, acesse: www.estantenerd.com
Lunardi 07/10/2015minha estante
Parabéns pela resenha maravilhosa!




Milena 18/11/2015

Inovador.
Esse livro... Meu Deus, é tão dificil descrever o quão maravilhoso ele é!
Depois de uma ressaca literária que durou quase quatro meses, resolvi ler esse livro que eu havia comprado em julho e que até então, estava parado na minha estante.
A sinopse dele havia me interessado por três razões:
Primeira, ele é um inspirado na Cidade Murada de Kowloon. Pra quem não sabe, é uma extinta cidade localizada em Hong Kong que habitava 33 mil pessoas em um curto terreno de 0,3 km². É como casas empilhadas uma nas outras, até que se tornou tão densa que se tornou uma cidade de leis próprias.
Segunda, ele é um livro de personagens asiáticos. Bem, infelizmente, é tão difícil vermos nos livros atuais a presença de personagens orientais, realmente, acho que deveríamos ter mais uma diversidade nos livros tanto que A cidade Murada foi o primeiro livro que li onde os protagonistas são asiáticos, acredito que esse fato seja por conta de onde a original Cidade, havia sido criada.
Terceiro, é um assunto completamente novo. Nunca havia lido nenhum livro igual a esse, abordando um assunto sobre essa cidade. Ele despertou a minha curiosidade e fico feliz por ter lido dele.
Bem, agora sobre a história, o livro conta será narrado pelo ponto de vista de três pessoas, Jin, Dai e Mei Yee. Jin é uma jovem menina, descrita como uma personagem forte, com bravura e coragem, acaba vivendo em Hak Nam (A cidade murada) após sua irmã ser pega pelos Ceifadores, que nada mais são, do que homens encarregados de comprarem ou pegarem mulheres para trabalharem em bordeis, o que é a característica do tráfico humano. Sabendo que se aparentasse uma menina nesse lugar ela iria ter o mesmo destino que a irmã, ela acaba se vestindo de menino e parte em uma busca inalcançável pela irmã.
Dai, é um jovem rapaz de dezoito anos que claramente percebemos um mistério envolto dele. Ele não aparenta pertencer daquele local e muito menos age como os descritos marginais que terão uma participação significativa no livro, na verdade, ele é um rapaz educado e está em busca de algo que só saberemos na metade do livro. E é por conta desse mistério em volta dele que minhas partes favoritas do livro são quando são narrados por ele.
E também conhecemos Mei Yee, que nada mais é do que a irmã de Jin, a irmã que foi vendida pelo próprio pai e levada pelos ceifadores até um dos bordeis de Hak Nam. Mei, diferente da irmã, é uma garota sensível mas ao mesmo tempo forte ao passar por todas as situações que enfrentou ao chegar no bordel.
Os três personagens terão seus laços entrelaçados no livro, é incrível como cada um se liga ao outro de maneira surreal. Pude visualizar cada cena pela escrita maravilhosa da Ryan, sentir as emoções no auge do livro e meu coração disparar nos momentos finais. Não consigo deixar de comparar a Jin com a Arya de Game of Thrones, as duas tem personalidades tão parecidas que mesmo a Jin sendo uma personagem oriental, eu só conseguia imaginar a Maisie Williams como ela.
Resumindo, esse livro merecia ser mais reconhecido, infelizmente >eu< não vi quase nenhuma divulgação o que é uma pena. Afinal, é um livro muito bem escrito e com uma história incrível.
Dei cinco estrelas e fico feliz por tê-lo lido, apenas, o recomendo :D
Paloma 22/12/2015minha estante
Acabei de ler esse livro,e tenho a mesma opinião que vc quando diz que o livro merecia ser mais reconhecido....Um livro tão bom, uma pena não ter tido uma divulgação melhor.




Tainá 12/02/2024

Muito bom
Apesar do livro tratar de vários temas pesados, tem uma escrita super fluida e cativante, de um jeito que você sempre quer continuar lendo para saber o desenrolar.

Os personagens são bem construídos e tem ótimas motivações, o que dá sentido pro enredo.
Não gosto do "amor à primeira vista" que acontece, principalmente pelo contexto em que os personagens se conhecem, mas acho que o desenrolar desse relacionamento é agradável.
As demais relações, encontros e desavenças são bem entrelaçados e desenvolvidos, e mostra, mesmo que sutilmente, várias camadas que envolvem os personagens.

Sinto que alguns temas, como o funcionamento da cidade murada e a política ao redor disso, poderiam ser mais explorados, mas entendo que por ser inspirado em um lugar que realmente existiu isso poderia ser "polêmico".
comentários(0)comente



Priscilla 04/05/2015

Hak Nam é uma cidade murada, com ruas estreitas e completamente sujas. Uma cidade sem lei, lar de assassinos, traficantes e prostitutas. Na verdade, existe lei na cidade, executada por Longwai, um traficante, cafetão e assassino, ou seja, ele é a junção de tudo de ruim em Hak Nam. Ele é o “dono” de Mei Yee, uma garota que foi vendida pelo próprio pai e agora é uma das famosas “garotas de Longwai” que está lá para servir a outros homens…

Mei Yee tem uma irmã: Jin Ling, ou somente Jin, já que todos na Cidade Murada a veem como um dos muitos garotos maltrapilhos, pequenos marginais, mortos de fome. É assim que ela quer mesmo que a vejam, já que está lá para resgatar a irmã e se descobrirem que é uma garota tudo pode ir por água abaixo.

O que as irmãs têm em comum sem saber é Dai. Um garoto misterioso que a primeira vista pode ser mais um dos pequenos ladrões de Hak Nam, mas que um olhar minucioso revela que suas roupas não são tão velhas e ele não é tão magro e mal alimentando como os outros garotos…

Cada um deles procura uma coisa dentro dos muros de Hak Nam. Mei Yee sonha com a liberdade, a vontade de ver o mar, mas se sente presa não só pelos muros, mas pelas palavras de Longwai: “não tem como escapar”. Jin Ling procura a irmã e carrega uma esperança de mudança assim que a encontrar. E Dai… a missão de Dai é mais complicada. Ele procura alguma coisa na Irmandade, grupo liderado por Longwai que dita as regras na Cidade Murada.

Como vocês já devem ter percebido, o livro tem nomes diferentes dos que somos acostumados. Acontece, que A Cidade Murada é real. Ou pelo menos foi. O livro se inspira na Cidade Murada de Kowloon em Hong Kong, conhecida como a maior favela vertical do mundo. Hoje a cidade que foi originalmente uma fortaleza militar não existe mais, seus muros foram demolidos no início dos anos 90.

Apesar de ter lido a prova, dá para ver que o livro será de leitura fácil e rápida. Ele é separado por capítulos curtos de cada personagem, mostrando o ponto de vista de cada um mediante a certas situações e é ótimo para conhecer cada um deles. Os capítulos são separados por uma contagem regressiva que tem a ver com a missão de Dai na Cidade Murada.

É muito interessante ver um livro ambientado em um lugar desses. Além, claro, de nomes e cultura muito diferentes do que somos acostumados. Gostei muito dos personagens por suas características e ambições, porém não me senti ligada a nenhum deles na verdade. Enquanto lia A Cidade Murada não senti em suas páginas uma sensação de perigo real. Mesmo quando a situação estava ruim, tinha certeza de que tudo iria acabar bem e… acertei. Isso acaba nos tirando a apreensão de uma obra adaptada em um lugar totalmente apreensivo.

É uma boa leitura, mas encaixa melhor em novos leitores, que além de um fundo histórico, leva uma história com passagens que podem ser marcantes para iniciantes em leituras “mais pesadas”.

site: http://leitorcabuloso.com.br/2015/05/resenha-a-cidade-murada-de-ryan-graudin/
comentários(0)comente



Blog MDL 30/05/2015

Jin nasceu nos campos de arroz e sempre teve uma personalidade feroz. Para ela era inconcebível deixar que o seu pai maltratasse a sua mãe e a sua irmã, e por isso sempre brigava com ele de modo que acabava surrada e cheia de cicatrizes. Essas memórias tristes ficaram para trás e deram lugar a uma realidade muito pior, pois após ver Mey ser vendida para homens perigosos de Hak Nam, a Cidade Murada, não lhe restou nenhuma saída a não ser se transformar em um garoto e correr pelos becos apertados do lugar em busca da sua irmã. Apesar de achar difícil conseguir encontrá-la e resgatá-la, ela não desiste do seu propósito e continua tentando. Em suas tentativas, ela conhece Dai, um garoto que parece não pertencer aquele lugar e que lhe oferece um acordo muito perigoso, mas que acaba se revelando uma das poucas chances de conseguir salvar a sua irmã.

Se há dois anos alguém dissesse para Dai que ele estaria vivendo nas ruas imundas da Cidade Murada, ele jamais acreditaria. Mas depois de tudo o que aconteceu na sua vida, não era tão difícil para ele entender porque tinha que estar ali. O que não tornava as coisas mais fáceis para ele, já que se colocando em situações cada vez mais arriscadas, ele precisa se aproximar do homem que tirou tudo dele em busca da sua redenção final. Ele imaginava que conseguiria fazer tudo sozinho, no entanto, depois de muito relutar, ele admitiu que era impossível fazer o jogo de gato e rato necessário para escapar daquele inferno e recruta Jin para ser o seu corredor. Entretanto, sua vida sofre mais um abalo. Em busca de um plano B, ele conhece uma bela garota que é mantida enclausurada pela Irmandade. A princípio ele tenta se manter focado, mas quando ela olha para ele como se ele pudesse se tornar o seu herói, ele se desfaz da covardia e se enche de coragem para ser quem ela precisa.

A história do livro "A Cidade Murada" é narrado através de uma contagem regressiva relativa ao tempo que Dai dispõe para cumprir a sua tarefa. Narrado pelos três protagonistas, é possível perceber todas as nuances que entrelaçam a vida de Jin, Dai e Mei de uma forma única. Esse aspecto cronológico é de suma importância, pois é ele quem dita o ritmo do livro, já que cada vez que o prazo final se aproxima, as coisas começam a sair fora de controle e a história se torna vertiginosa. Particularmente, senti falta de um maior detalhamento a respeito de alguns dias finais, pois eles ficaram perdidos no espaço-tempo e não houve nenhuma explicação sobre o porquê disso. Como os dias para Dai eram preciosos demais para ficar perdidos, para mim, era necessário falar mais sobre eles.

No entanto, há uma coisa extraordinária que compensa isso: Hak Nam. O local se tornou um personagem nas mãos de Graudin e com suas descrições tão precisas, foi impossível não sentir os odores do lugar, as dificuldades dos moradores, a violência e o medo. E o mais bacana disso tudo é que realmente existiu uma cidade murada, a autora fez algumas viagens para visitar as suas ruínas e fez uma profunda pesquisa para utilizar a Cidade Murada de Kowloon – localizada na China – para montar a sua própria cidade. Entretanto, para falar de violência e poder em Hak Nam é preciso ter em mente que ela é completamente dominada pela Irmandade do Dragão chefiada por Longwai. As pessoas que vivem ali sabem do envolvimento dos seus componentes com drogas e prostituição, mas não possuem coragem o suficiente para tentar fazer alguém ouvi-los. Até porque, em um lugar sem leis, uma organização ilegal poderosa se torna a própria lei.

E essa é a grande dificuldade de Dai, Jin e Mei. Eles não só precisam encontrar a coragem necessária para enfrentar os seus próprios fantasmas, como também, para achar uma forma de escaparem da prisão que os mantém reféns. E é observando todas as lutas desses personagens que eu não pude fazer outra coisa que não amar essa história com todo o meu coração. Me apaixonei pela maneira feroz que a Jin tem de defender aqueles que ama, pela determinação de Dai em se redimir e pelo modo como Mei cresceu e se tornou alguém digna de admiração pela ferocidade com que lutou para se libertar. E mesmo que todos eles sejam muitos jovens e a história parecer ser voltada para um público mais juvenil, há momentos pesados no enredo que causam tamanha angústia no leitor, que por vezes é necessário fazer uma pausa na leitura antes de continuar. Diante disso tudo, eu não poderia dizer outra coisa para vocês que não: leiam já!

site: http://www.mundodoslivros.com/2015/05/resenha-cidade-murada-por-ryan-graudin.html
comentários(0)comente



Carla Maria 05/07/2015

Mais que favoritado!
Jesus Maria José! Que história totalmente eletrizante foi essa que finalizei ontem? "A Cidade Murada" é simplesmente INCRÍVEL, APAIXONANTE e FASCINANTE... Peguei esse livro para ler ao ver a indicação dele em algum desses vlogs literários que rolam aos montes no youtube. E minha gente! Estou numa tremenda ressaca literária e pra falar a verdade, ele está entre os melhores que já li este ano, senão o melhor... Se você está procurando um livro que te prenda do início ao fim, sem que o nível de interesse caia, não perca tempo, porque "A Cidade Murada" é uma história sensacional que merece fazer parte do seu time de favoritos.

A autora Ryan Graudin, nos surpreende ao narrar uma história que se passa na histórica Cidade Murada, que existiu até os anos 80 em Hong Kong. Era uma cidade sem lei, dominada pelo tráfico de drogas e de mulheres. A prostituição rolava solta nos bordeis; crianças jogadas a sua própria sorte, viviam nas ruas a mercê de todo e qualquer tipo de infortúnio; uma miséria surreal em seus becos onde nem a luz do sol conseguia mais alcançar; uma cidade totalmente alheia as autoridades governamentais.

Não pensem duas vezes, esse é o livro!
10 Estrelas, opa!, quero dizer, 5 Estrelas e SUPER FAVORITADO.
comentários(0)comente



Sheylla 16/07/2015

Jin Ling é um garota que se passa por menino pelas ruas da Cidade Murada procurando pela sua irmã que foi vendida pelo pai. Dai é um rapaz que vive assombrado pela lembrança do irmão que morreu enquanto ele comprava drogas na Cidade Murada. Mei Yee é a irmã mais velha de Jin e vive trancafiada em um bordel.
A Cidade Murada não tem leis. Um quadrante dominado pelos bandidos e donos de bordeis, e é onde vivem os três protagonistas da historia.

Jin Ling corre pelas ruas da cidade, fazendo pequenos furtos para sobreviver enquanto procura sua irmã pelos bordeis da cidade. Ela se passa por garoto pois se descobrirem sua verdadeira identidade ela acabará como a sua irmã, em um bordel.

Dai está com os dias contados na cidade. Em troca do perdão da policia pela morte de 3 pessoas, entre elas o seu irmão, ele terá que entregar o nome dos membros da Irmandade do Dragão e o livro de registros do bordel de Longwai, chefes do tráfico em Hak Nam.

Mei Yee sobrevive trancada no seu quarto do bordel de Longwai, vendida pelo pai que vivia bêbado que batia nela, na irmã e na mãe. O seu cliente exclusivo no bordel é o Embaixador Osamu, ele sempre traz presentes a garota mas o que ela deseja mesmo é ser livre.

A vida dos três se encontram no momento em que Dai, com a ajuda de Jin faz um trabalho para Longwai e tenta se infiltrar no bordel para conseguir o que deseja. Ele também conta com a ajuda de Mei Yee para descobrir o nome dos membros da Irmandade, com a promessa de libertá-la em troca da ajuda. O que ele não sabe é que Mei Yee é irmã de Jin e que Jin é na verdade um menina.

A luta pela sobrevivência faz com que os três não percam esperança de se verem livres dos muros de Hak Nam, e é dessa esperança que eles tiram a força necessária para lidar com os problemas e crueldades que aparecem por eles.

Com muita aventura e tratando de temas polêmicos e atuais (trafico de drogas e prostituição de menores) apesar de ser um livro infanto-juvenil é uma ótima recomendação e leitura para todas as idades.

site: http://www.loucura-literaria.com/2015/07/resenha-cidade-murada-ryan-graudin.html
comentários(0)comente



PorEssasPáginas 24/07/2015

Resenha: A Cidade Murada - Por Essas Páginas
Quando a Editora Seguinte anunciou esse lançamento, eu me interessei por ele, mas não o quanto ele merecia. Não foi aquele interesse do preciso-ler-agora, mas sim um interesse mais calmo, do tipo, “preciso ler algum dia”. Nós o solicitamos e confesso que ele ficou um tempinho na minha pilha, apenas esperando. Após algumas leituras, digamos, não tão promissoras, eu o peguei entre os dedos e avisei, quase ameacei “espero que você seja ótimo!”. Ele me ouviu. A Cidade Murada é daqueles livros marcantes, capazes de fazer um leitor guardá-lo na memória para sempre; sensível e empolgante, belo e brutal, você não irá esquecê-lo.

Você sempre sabe quando está diante de um livro bom. Na verdade, nem é justo dizer apenas “bom”; um livro espetacular, daqueles que se tornará um dos seus favoritos da vida. É aquele momento sublime que você bate os olhos nas primeiras páginas, às vezes nas primeiras linhas, e diz para si mesmo: “uau!”. Porque um bom escritor, um escritor espetacular, se revela logo nas primeiras palavras; um livro realmente ótimo não precisa de muito tempo para segurar um leitor: ele o agarra e arrebata logo de cara. Quando você também escreve, como eu, logo vem à cabeça aquele pensamento “queria escrever tão bom quanto isso algum dia”. Um sentimento quente de admiração que preenche o peito.

Foi assim que me senti com A Cidade Murada.

“Há momentos pelos quais a gente espera. E há momentos pelos quais a gente espera. Momentos para os quais passamos todos os outros momentos nos preparando. Pontos da vida que estalam e giram. Nos lançam numa direção inteiramente nova.” Página 272

O lugar é uma China não muito distante, apenas do final do século passado: a cidade murada fictícia de Hak Nam, em Seng Ngoi, inspirada na cidade murada de Kowloon, que realmente existiu em Hong Kong até 1987. O livro é dividido em dias, numa misteriosa e angustiante contagem regressiva que começa em 18. Há três narradores em primeira pessoa: Jin Ling, Dai e Mei Yee, três jovens que vivem dentro da cidade murada e cujos destinos estão mais interligados do que imaginam.

Jin Ling é quem inicia o livro. Logo de cara você percebe que ela é uma personagem excepcional: daquelas personagens que dão orgulho na gente. Inteligente, corajosa, altruísta; alguns anos antes, sua irmã foi vendida pelo próprio pai, e Jin não hesitou: pegou uma bicicleta e seguiu atrás dela, com o firme propósito de encontrá-la e resgatá-la a qualquer custo ou sofrimento. A busca fez com que Jin chegasse à Cidade Murada e, para se proteger, ela corta os cabelos e finge ser um menino, que sobrevive fazendo corres e pequenos furtos. É assim que Dai a encontra.

Dai é de fora da Cidade Murada, e logo descobrimos que ele é bem educado e de uma família com posses, mas por algum motivo não pode deixar o inferno de Hak Nam. Ele precisa fazer algo muito arriscado para alcançar sua liberdade e tem apenas alguns dias para isso, caso contrário, tudo estará perdido. Enquanto isso, Mei Yee está presa em um bordel, vivendo como uma prostituta de luxo junto a outras garotas que também foram vendidas como ela ou sequestradas (e cada uma dessas garotas tem personalidade e brilho próprio, apesar de serem coadjuvantes na história). Hak Nam certamente é um lugar sórdido e terrível para se viver.

“Aquela menina. Seus olhos impetuosos. Poderia ser eu. Minha irmã. Qualquer uma de nós.” Página 14

É muito difícil falar desse livro, daquele jeito maravilhoso que é complicado falar de livros muito, muito bons. Dá medo e até vergonha resenhar uma obra tão incrível, porque você se sente sempre abaixo dela para dizer qualquer coisa a respeito. Em A Cidade Murada temos um tema forte e rico, com várias linhas a serem exploradas, e percebe-se claramente que Ryan Graudim tem total controle da história que escolheu contar. Não apenas ela tem isso em mãos, como criou personagens complexos, cativantes e reais, com linhas do tempo que os moldaram como pessoas antes mesmo do livro começar – como todos os bons personagens são, como todos deveriam ser; eles saltam das páginas e entram direto no coração do leitor, que não tem outra opção senão abraçá-los e sentir suas dores como se fossem suas, torcer e vibrar por eles com todas as suas forças.

A narrativa é excepcional, um show à parte. Como não poderia ser quando a história é contada por personagens tão excepcionais? Ryan Graudim é uma escritora que sabe realmente o que faz com as palavras. Ela as conecta como fibras de uma fina tapeçaria, uma verdadeira obra de arte. Cada palavra está lá por um motivo, cada palavra é poesia, e isso sem ser pedante, muito menos enfadonho; o livro tem um ritmo invejável e emocionante, que faz o leitor ser obrigado a virar páginas e páginas, embevecido e angustiado pelo desfecho.

E que desfecho! Não há nenhuma ponta solta, nada que não seja amarrado pela mente e mãos habilidosas da autora. Não é sempre que aprecio livros que fecham redondinhos, mas quando alguns se prestam a fazê-lo, podem ser realmente primorosos. A Cidade Murada é um desses livros. Juntando-se um texto incrível com a edição de altíssima qualidade da Editora Seguinte - que jamais decepciona em suas edições -, A Cidade Murada é nada menos que perfeito, e passar mais um dia sem lê-lo é quase um pecado.

site: http://poressaspaginas.com/resenha-sorteio-a-cidade-murada
comentários(0)comente



79 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR