Lori 09/04/2015Intenso e poderoso Este é o primeiro livro da Natasha Boyd que eu leio e ela simplesmente me enfeitiçou com intensas palavras e uma estória de amor surpreendentemente original.
A narrativa começa com Olivia Baines, a Livvy, fugindo de casa. Ela precisa de um lugar seguro, bem longe de sua família. E, há apenas um local que ninguém a encontrará: no casebre de sua avó, situado numa remota ilha e deixado à ela em segredo. Só há um problema... quando ela finalmente consegue chegar ao seu destino, o seu almejado porto seguro não é o santuário inabitado que ela imaginava. Lá vive um homem alguns anos mais velho, barbudo, temperamental e inconvenientemente lindo.
Tom parece achar que a casa da avó de Olivia é sua. Assim, confusa, ela o “deixa” permanecer lá. Eles mal se falam e estão em constante guerra um com o outro. Nenhum deles quer o outro ali. Nenhum deles quer que o outro vá embora. E, ambos guardam terríveis segredos que os conectam intrinsicamente.
Olivia é uma personagem complexa. Ela se esconde atrás de sua maquiagem pesada, cabelos e roupas escuras, atitudes questionáveis e palavras um tanto quanto agressivas e dolorosas. Assim, não é a toa que, de início, ela definitivamente não entrou para o meu quadro de adoráveis personagens. Entretanto, com o progredir do enredo, é possível entende-la melhor. E foi maravilhoso experimentar o crescimento de seu personagem.
Já Tom é uma alma torturada que não consegue lidar com algumas de suas decisões passadas. Ele, de pronto, se sente compelido a proteger Olivia. O problema é que antes dele ajudar a menina problemática a sua frente, ele precisa aprender a lidar com as suas próprias emoções. E que emoções! Ele guarda tanta dor dentro de si que é agonizante de se ver. Ele é o típico herói que é impossível não se apaixonar... até mesmo quando algumas de suas atitudes são um tanto quanto severas.
A dinâmica entre os nossos protagonistas é angustiante. Eles são personagens que levam tudo ao extremo, e embora algumas vezes eu tenha me sentido impelida a sacudi-los, em momento algum o relacionamento deles me deixou irritantemente frustrada. Nós como leitores sabemos os segredos que eles carregam, apesar de que alguns elementos chaves de tais segredos só são revelados no decorrer da trama. Nós sabemos porque eles são perfeitos uma para o outro... e porque talvez seja impossível eles ficarem juntos. E todo este conhecimento, ao invés de ter me colocado em paz, me deixou ainda mais aflita, sempre com a terrível sensação de que tudo iria desandar...
Deep Blue Eternity é contado na primeira pessoa sob o ponto de vista alternado de ambos os protagonistas. A estória é escrita de forma linda e poderosa. Algumas emoções e paixões aqui retratadas, foram expressadas de forma tão intensa, que eu senti como se estivesse vendo e sentido o desenrolar do enredo com os meus próprios olhos. O que é algo incrível.
Se eu recomendo? Só se for muito! Mas, eu devo avisá-los que esta não é uma leitura leve. Então, talvez você tenha que estar no clima para ler algo um pouco mais... intenso. Esta é uma trama sobre duas almas torturadas. É sobre perda, amor e principalmente superação. Ele é um daqueles livros que você não consegue colocar de lado e a estória fica com você por muito tempo depois da última página.
Embora este tenha sido o meu primeiro livro desta autora, ele certamente não será o último!