Isa 13/09/2015
Loucura 2
No primeiro livro da série Born in the Blood Mafia, Bound by Honor, eu resenhei dizendo que eu achava o livro ruim e coloquei os motivos para pensar isso. Também disse que me interessei pela história de Gianna e Matteo, mas que não sabia se ia ler.
Então, decidi fazer uma espécie de experimento: iria ler a história de Gianna e Matteo, ia formar a minha opinião, e depois iria comparar com outras resenhas que encontrei por aí do livro pra saber se no final a louca sou eu mesma.
A resposta? Aí vamos a ela.
Eu nem li e nem me interessei em ler a história de Dante Cavallaro e Valentina. Pulei mesmo para o terceiro livro. Eu não sei se havia alguma coisa importante que eu deveria saber, mas como eu li o livro e entendi tudo, imagino que não.
Pois bem, a história é a seguinte: Gianna assistiu o casamento de Aria com Luca, viu o quanto ela estava com medo da sua noite de núpcias, o quanto ela tinha medo dele, como ele a traiu dois dias depois do casamento porque ela ainda não estava pronta para perder a virgindade, e como muitas vezes ele parecia mais o pai dela do que o marido, ao ordená-la sentar no banco da frente ou querer impedi-la de ir a uma festa com sua irmã.
Conclusão? Ela decidiu que não quer isso na sua vida. Ao contrário da bobinha irmã, ela quer a liberdade de fazer suas próprias escolhas.
Mas tudo vem por água abaixo quando o pai dela a dá para Matteo, o irmão de Luca, quem tinha se comprometido a "fazê-la dele" por tê-lo rejeitado uma vez. Só que Gianna, que já dissemos ser totalmente diferente de Aria, ela não aceita essa situação e foge. Dando crédito a Aria, ela ajudou Gianna a fugir. Menos mal, alguma coisa ela tinha que fazer além de fazer compras o dia inteiro com Romero e transar com Luca a noite.
Só que Matteo vai atrás de Gianna, e o inevitável acontece: ele a encontra. E depois a traz de volta, e os dois se casam. E agora, Gianna tem que ver como vai conseguir viver uma vida conjugal na qual ela não queria.
Pois bem, essa é a sinopse, mas agora eu vou falar spoilers. Assim que se não leu nada, desculpe.
Começamos o fato de que Gianna é... Gianna. Ela é original, ela é louca, ela não tem papas na língua, ela não se "comporta como deveria", ela é teimosa como ninguém e ela é uma casca dura de roer. Se eu já gostava de Gianna no primeiro livro, agora ela cativou minha admiração: ela tem os inúmeros defeitos e é extremamente impulsiva e até um pouco imatura, o que normalmente me irrita, mas como ela não se deixa abater pelo que quer, eu nem sequer fiquei com raiva dela.
Contudo, Cora Reilly fez certas coisas que no primeiro livro ninguém imaginava. Tipo fazê-la se sentir atraída pelo Matteo, e terem compartilhado um beijo no dia do casamento da irmã. E termos o POV do Matteo.
Bem, agora sobre Matteo: melhor que Luca. MIL ANOS LUZ MELHOR QUE LUCA. Ele não olhava para Gianna e via uma posse, como Luca. Ele a olhava e via como alguém que era perfeita para ele, e ele perfeito para ela. Alguém que pertencia em sua vida, alguém que representava emoção nela. Ele me irritava com isso de caçador, verdade seja dita. Tirando o fato de que isso é ficção, meninas, vamos falar a verdade: se ele te persegue durante seis meses na Europa e é cúmplice no assassinato de um cara só porque este mesmo cara tinha pegado tua mão e colocado em sua virilha, e ele justo entrou na hora errada... Mulher, isso não é romance, é perseguição.
Mas fora isso, eu admito que Matteo me cativou totalmente. E o melhor de tudo, ele até vira e mexe falava para Gianna "Ser submissa não é você", "Porque você está se parecendo a uma esposa-troféu?". Ele, ao contrário de Luca, não quer uma estátua obediente, mas uma esposa que o ame de volta.
O livro vai assim, os dois brigando, tendo os sexos da vida, criando problemas para Luca e finalmente se entendendo. Matteo queria mostrar que Gianna estava errada ao fugir, e Gianna, por mais que parte de si amasse Matteo e quisesse viver com ele, não consegue suportar o fato de que ele a obrigou a casar-se com ele e não quer aceitar de boa o trabalho do marido.
Mas óbvio, nós todos já sabemos que eles vão ficar juntos.
Um monte de gente teve raiva de Gianna na cena do acidente, mas eu não. Se fosse eu... Matteo estaria vivo, mas eu nunca mais o veria. Pode parecer frio, mas eu aprendi desde pequena que ninguém que imponha suas vontades sobre minha liberdade merece minha simpatia. Porque por mais que eu goste do Matteo, gente, ele é claramente ficção. Na vida real, o casamento de Gianna e Matteo seria abusivo.
Mas enfim, lembra quando eu ri da Aria quando ela disse que ela escolheu ficar no mundo da máfia? Enfim, essa frase é aplicada a Gianna. Ela tinha conseguido ter escolhas com Luca. Nem mesmo a mulher que Luca ama conseguiu, apenas Gianna. E você sabe que um personagem é foda ao ponto de fazer o Capo dei Capi (estúpido Capo que me irritou pra caramba, como sempre) a respeitar sua vontade. Tudo bem que no final, foi tudo um felizes para sempre meio fantasioso, mas ainda assim...
Por isso, minha conclusão sobre Bound By Hatred é: melhor que o primeiro, com personagens mais originais e mais saudáveis, mas ainda assim Cora erra com os mesmos tips do primeiro livro.
Só que aí eu fui ler as resenhas alheias. E qual foi minha surpresa ao ver gente odiar a Gianna até a morte, glorificar Matteo, e até mesmo Luca por dizer barbaridades a Gianna?
Fiquei choquita.
Uma das frases mais comuns foi "o que foi que Matteo viu nessa piranha?"
OI?
Matteo viu um desafio. Matteo caçou o desafio. Por mais que seja sexy, não quer dizer que Matteo não cometeu um crime, que era perseguição.
"Porque ela sempre esnoba ele, chata."
Ela se recusa a se importar com um marido que a caçou pela Europa e não respeitou seu livre arbítrio. Isso é esnobar?
"Porque ela foi atrás de homem na Europa?"
OI DE NOVO?
Que eu saiba, ela tinha recusado até então investidas de caras para tirar sua virgindade. Ela chegou virgem até Matteo, não?
"Luca, vem ni mim"
Me recuso a contestar sobre isso.
O que tiro diante de tudo isso?
Não vou mais ler nenhum livro dessa série pra me sentir isolada com minhas idéias. Que me importa Romero e Liliana? Dane-se.
Eu não sou obrigada a aceitar coisas insensatas como verdadeiras.
E aos que vierem me xingar, tô nem aí.