Cadernos de Lanzarote

Cadernos de Lanzarote José Saramago




Resenhas - Cadernos de Lanzarote


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Alexandre Kovacs / Mundo de K 24/05/2010

Cadernos de Lanzarote - José Saramago
Editora Companhia das Letras, 672 páginas, lançamento 21/02/1997.

Reúne os diários de José Saramago escritos no período de 1993 a 1995 na ilha de Lanzarote, arquipélago das Canárias onde ele vive com sua mulher Pilar.

Apesar de não ser uma obra do nível literário de "O evangelho segundo Jesus Cristo" ou "Ensaio sobre a cegueira" achei oportuno comentá-la por tratar-se de registros do cotidiano, ou seja idéia similar a de um blog.

Escrever um diário não é uma tarefa simples. Há que se ter algo de importante ou inteligente para dizer, o que sem dúvida é fácil para Saramago. O que se espera de tal empreitada é, no mínimo, a descrição de uma sequência de incidentes de algum interesse, seja pela originalidade da narrativa ou dos eventos descritos.

Ora, nem sempre dispomos de assuntos tão interessantes em nosso pobre cotidiano. Precisamos torcer e retorcer os fatos com muita energia para extrair um pouco de drama ou humor de nossas vidas. Esticar os limites de nossa experiência pessoal até onde os mesmos possam ainda ser considerados verídicos.

A melhor definição de diário é do próprio Saramago neste livro:

"Por muito que se diga, um diário não é um confessionário, um diário não passa de um modo incipiente de fazer ficção. Talvez pudesse chegar mesmo a ser um romance se a função da sua única personagem não fosse a de encobrir a pessoa do autor, servir-lhe de disfarce, de parapeito. Tanto no que declara como no que reserva, só aparentemente é que ela coincide com ele. De um diário se pode dizer que a parte protege o todo, o simples oculta o complexo. O rosto mostrado pergunta dissimuladamente: Sabeis quem sou?, e não só não espera resposta, como não está a pensar em dá-la."
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Christiane 29/12/2013

O dia a dia de um escritor
Gosto muito de Saramago, e quando aprecio um escritor gosto de saber mais sobre ele, como foi sua vida, onde viveu, qual o contexto histórico e social em que esteve inserido.
Cadernos de Lanzarote são como um diário de Saramago, contam seu dia a dia de trabalho, viagens, encontros e suas opiniões políticas, literárias e culturais. Ele não se aprofunda em sua vida pessoal e íntima, apesar de fazer alguns comentários referentes.
O interessante é ver como nasce um livro, sua trajetória, e ter a percepção que escrever não é fácil, às vezes leva muito tempo para se colocar no papel ou no computador o que depois lemos em tão pouco tempo.
A vida cansativa, muitas viagens para divulgar os livros, convites que não param de chegar, e ele já tem certa idade, não tem mais o vigor da juventude.
Estes cadernos são escrito quando ele já vive em Lanzarote nas Ilhas Canárias, de onde vem o título. Estas ilhas possuem uma beleza árida, vulcânica que mudam dia a dia. Uma grande mágoa de Saramago é ter sido melhor acolhido pela Espanha do que por seu país, Portugal.
Li este livro lentamente, quase que no ritmo que ele foi escrito, um pouco a cada dia.
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