Marcos Aurélio 31/12/2023A morte sempre vence na guerraQuanto mais leio Hemingway, mais me apaixono pela escrita. As frases curtas, construções claras, poucos adjetivos. Descreve sem descrever, sutil.
Apesar de constar em várias listas como um dos melhores de Hemingway, o livro não ficou entre meus preferidos. Continuo com, "O velho e o mar", "As ilhas da corrente", e "Ter e não ter".
Hemingway narra a história de Robert Jordan, que recebe a missão de explodir uma ponte próxima a Segóvia, durante a Guerra Civil Espanhola.
Durante três dias e três noites, Jordan precisará se ambientar com os guerrilheiros escondidos numa caverna na montanha, persuadi-los a ajudá-lo e conquistar sua confiança.
Jordan é recebido no bando de Pablo, mas logo descobre que Pilar é quem comanda o bando. Em meio ao ambiente caótico da guerra,o "inglês" conhece Maria. Se afeiçoa não apenas por ela, como por Anselmo, seu primeiro contato. O tempo é curto, entre lembranças do pai, do avô, do passado recente e um vislumbre do futuro, ele tenta manter-se firme em seu propósito.
A guerra é sempre um sonho de liberdade para uns, poder para outros. Vida, morte e esperança. De um lado os fascistas, de outro os republicanos. Jordan em seu trabalho quer romper o laço que une, pelo menos fisicamente, estes dois grupos. E, depois viver o sonho da república ao lado de Maria, bem longe dali.
Hemingway retrata as atrocidades cometidas pelos dois lados de uma guerra. Não há vencedores, a morte sempre vence as batalhas, e Jordan tentará ludibriá-la.