Uma Espiã na Casa do Amor

Uma Espiã na Casa do Amor Anaïs Nin




Resenhas - Uma Espiã na Casa do Amor


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whatsmaryreading 09/03/2024

Uma análise literária de Uma Espiã No Quarto do Amor
Em "Uma Espiã No Quarto do Amor", Anaïs Nin nos apresenta Sabina, uma mulher complexa e multifacetada que desafia as convenções sociais em sua busca por liberdade e autoconhecimento. Sua traição ao marido Alan, um homem carinhoso e atencioso, à primeira vista contraditória, revela as nuances da personagem e a complexa relação que ela tem com a liberdade.

É importante situar a obra no contexto histórico e social da época. A traição masculina era comum e muitas vezes tolerada, enquanto a infidelidade feminina era severamente condenada. Essa disparidade de tratamento contribui para a compreensão das motivações de Sabina.

Sabina anseia por autonomia e independência, buscando explorar sua sexualidade e seus desejos de forma autônoma. No entanto, essa busca é permeada por um medo subjacente do desconhecido e das responsabilidades que acompanham a autonomia. Ela teme ser julgada pela sociedade, lidar com a solidão ou fracassar em suas escolhas.

A passagem "E percebeu que sua recusa à vida comum tinha um propósito: despachá-la qual foguete em direção a outras formas de existência" marca um momento crucial na jornada de Sabina. Ao reconhecer o propósito por trás de sua recusa à vida tradicional, ela se abre para novas possibilidades e se aproxima da realização de seus sonhos e aspirações.

A traição, nesse contexto, pode ser vista como uma tentativa de romper com as expectativas sociais que a aprisionam. É um ato de rebeldia e autoafirmação, uma busca por autenticidade e realização pessoal. Ao mesmo tempo, a traição também revela a insegurança e o medo de Sabina. Ela teme ser abandonada por Alan e se sentir sozinha e desamparada.

Em determinada cena, Sabina afirma para si mesma que traiu para estar "sempre à frente das esperadas traições da vida" revela uma estratégia de autoproteção e empoderamento. Em uma sociedade onde a traição masculina era frequente, ela busca tomar as rédeas da situação e se preparar para a eventual infidelidade de seu marido. Ao trair primeiro, ela acredita que estará em uma posição de controle e menos vulnerável à dor da traição.

Como dizia Simone de Beauvoir, "A mulher não conhece outra forma de liberdade que não seja a desobediência e o pecado".

No entanto, ao longo da obra, Sabina se transforma em diferentes versões de si mesma para preencher o que falta em seus parceiros. Essa mutação, como uma camaleão que se adapta ao seu ambiente, revela a profunda insegurança e a fragilidade da personagem. Ela busca constantemente validação externa, moldando-se para atender às expectativas e desejos dos homens em sua vida. Cada metamorfose é uma máscara que esconde a verdadeira Sabina, uma mulher ainda em busca de sua identidade autêntica.

Sabina busca se encontrar através de suas diferentes personas, mas essa busca a leva para longe de sua essência. A metamorfose de Sabina pode ser vista como um mecanismo de defesa contra a solidão. Ao se transformar em diferentes mulheres, ela evita ter que enfrentar a si mesma.

Por fim entendemos que a verdadeira emancipação de Sabina só será possível quando ela se libertar das máscaras e se encontrar em sua autênticidade.

A obra de Anaïs Nin oferece uma visão rica e complexa da busca feminina por liberdade e realização, desafiando as convenções sociais e promovendo a reflexão sobre o papel da mulher na sociedade.
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Bru 31/10/2023

Lindo lindo
Me senti lendo uma continuação da história de sabina de a insustentável leveza do ser, até pelo mesmo nome das personagens. fiquei obcecada e devorei em uma sentada.
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livrosmortificados 12/08/2023

"Tudo vai se incendiar"
Uma espiã na casa do amor é sobre culpa, dor e principalmente autoconhecinento.
Anaïs nin consegue falar de sexualidade de uma forma tão poetica, ela tranforma uma coisa que é um tabu em arte, em algo expressivo. A protagonista busca se entender e entender o mundo ao seu redor, se completar por meio de relações com homens (apesar de ser casada), ela de fantasia e se tranforma em outra pessoa para poder se relacionar com esses homens como uma espía.
Temos aqui os pensamentos mais diversos de Sabina, que em uma rotina cotidiana e mesmo amando seu marido, nao ama a si propria e tem essa necessidade de buscar algo que talvez nem ela mesma saiba o que, mesmo sabendo dos "perigos e consequencias".
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Conchego das Letras 25/03/2019

Resenha Completa
Anaïs – leia-se Anaissi – é uma das escritoras sensuais mais prolixas da história erótica, tendo feito mais sucesso com seus livros autobiográficos, onde dava livre vazão para sua sensualidade e sexualidade.
Para quem espera, ao ler Uma Espiã na Casa do Amor, chicotes, algemas, Doms e subs, esqueça. A experiência de ler Anaïs é mais sensual, mais sensorial. A forma como ela descreve o sexo e as experiências de sua personagem principal é incendiária.
Uma Espiã não é meu primeiro contato com Anaïs, mas talvez tenha sido o mais profundo, por não ser um dos seus diários, por não ser a personificação do que ela viveu, ou queria viver. Aqui conhecemos Sabina, uma mulher em busca de si – pessoal e psicologicamente. Com ela partimos em uma jornada por dentro de sua mente, ora sufocada pelo casamento com Alan, ora salva e segura por esse mesmo casamento. É uma leitura complexa, que exige carinho e atenção do leitor, que precisa se dedicar ao que está lendo, caso contrário não vai conseguir alcançar toda a beleza da obra, que questiona não apenas o papel da mulher no casamento e na sociedade, mas como ela mesma, o que a agrada, o que a satisfaz e como ela, sendo satisfeita, pode se doar aos outros.

"Acredito que, ao julgar nossas ações, somos mais severos que os juízes profissionais. Nós julgamos não apenas nossas ações, mas nossos pensamentos, nossas intenções, nossas maldições secretas, nosso ódio oculto."


Para os mais conservadores um aviso, levando ao pé da letra os conceitos de traição, Sabina não é fiel aos sagrados votos de casamento, ou seja, ela trai o marido, mas se realmente entrarmos na cabeça da personagem começamos a entender que Sabina não trai o marido, ela deixa em casa seu nome, sua identidade, quem ela é e quando vai para a “casa do amor” ela se traveste como uma personagem, que é livre, independente e solteira. Essa personagem não trai ninguém, nem a ela mesma.
O livro teve sua primeira publicação em 1954, mas os questionamentos de Anaïs ainda são atuais, infelizmente. O papel da mulher não mudou ou evoluiu, muito pelo contrário, ele involuiu. Hoje somos mais massacradas, hoje estamos mais Sabina, com menos liberdades, apesar de termos mais direitos.
O mais “estranho” é que essa é uma grande história de amor. O amor de Sabina por Alan, seu marido. O amor de Alan, que mesmo não entendendo os anseios de sua esposa, ele a ama e admira. Mas, principalmente, é uma história de amor de Sabina pela própria Sabina.
É um livro sobre amor e sobre culpa, sobre ser mulher e se perceber mulher. Sobre o lugar feminino no mundo e como a sociedade aceita essa mulher.

"O inimigo de um amor nunca está do lado de fora, não é um homem ou uma mulher, é o que nos falta em nós mesmos."


Ah! Uma última coisa. As descrições das relações românticas não são como as atuais, elas deslizam em nossa pele e causam um arrepio suave, mas persistente. É uma leitura mais sobre sexualidade do que sobre sexo.
Nota? Deveria dar cinco, mas ainda sou puritana demais, fico no quatro.

PS: Não tenho esse livro, peguei emprestado com uma amiga nas férias de janeiro.
PS2: Não gosto da sinopse “oficial” da Amazon.

site: http://www.conchegodasletras.com.br/2019/03/devaneios-da-bel-uma-espia-na-casa-do.html
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Larissa 27/01/2015

Constragendo senhorinhas nos ônibus
Editoras são mesmo empresas comerciais. Como se já não bastasse o brasileiro não saber falar o nome Anaïs de forma correta e o título do livro ser “Uma espiã na casa do Amor”, a editora vai lá e me coloca uma bunda nua na capa do livro. Quer dizer… Vergonha, seu nome é “Larissa lendo Anaïs no ônibus”.

Anaïs (lê-se Anaíssi) Nin é uma escritora francesa, ela é muito conhecida por seu conteúdo erótico, influenciado pela psicanálise (sabendo disso, a capa até tem um pouco de sentido), mas não é um erótico tipo, “Sabrina” ou “50 tons”, é um erótico do tipo “nasci em 1903 e falo sobre sexualidade feminina”. E é isso, comparei Anaïs Nin com E L James, desculpa mundo.

O fato é que a autora fala (e narra) o sexo praticamente como uma arte, ou uma forma de expressão corporal, retirando boa parte de vulgaridade.

Sobre o livro: achei incrível. Mesmo. A autora fala de uma forma tão profunda e sensível sobre o sentimento de culpa que é impossível não sentir um pouco dos medos da protagonista. O livro também defende o fato de que a infidelidade/traição não acontece somente quando se está insatisfeito com o relacionamento. Temos Sabina, que ama Alan, que não imagina viver sem ele e, ainda assim, se envolve em vários outros romances para se sentir completa. Durante toda a narrativa Sabina vive martirizada pelas neuras, medos e sofrimentos causados pela culpa.

“A culpa é um peso que os seres humanos não conseguem carregar sozinhos”

Sabina sofre pelo dor que pode causar em Alan. O homem com quem é casada. O grande amor de sua vida e, ainda assim, o homem que ela trai. Ela não suporta a ideia de ser o motivo de ele ter o coração partido. Não consegue processar a imagem de um Alan irado, que vai desprezá-la para sempre, ou mesmo a ideia de um Alan indiferente, que não se importará com a traição. Ou seja, são muitas ideias, muito sofrimento e ninguém a quem confia-las.

O fato é que ela não tenta se justificar, atribuindo seus atos a falhas de caráter do Alan, ou suas próprias, ela se coloca como uma espiã da casa do amor, alguém que precisa experimentar novas sensações sempre para se sentir completa, mas ao viver essas experiências vive no limite do medo, tentando sempre descobrir quando a situação se tornará inadministrável. E vive seus dias, atormentada pela culpa e pelo medo de ser descoberta.

Como eu disse, acho que o objetivo do livro não foi em momento algum encontrar justificativas para a traição, mas sim uma busca profunda de autoconhecimento e compreensão. Segundo relatos, a própria Anaïs passava por tais dilemas quando escreveu o livro.

Um livro romântico, que trata o sexo como uma arte sensual, uma forma de expressão, retirando todo o pecado e vulgaridade relacionados ao ato. Vale cada página.

site: https://literaturapessoal.wordpress.com/
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ANA VALÉRIA 29/05/2012

UMA ESPIÃ NA CASA DO AMOR
Anaïs Nin é uma artista de grande sensibilidade, sua obra mexe com os nossos pensamentos e sentimentos de maneira fantástica, é uma escritora fortemente defensora da mulher assim como da sexualidade feminina.

Sabina, personagem principal de “Uma espiã na Casa do Amor”, é uma mulher que vive entre a “razão” (parâmetros sociais) e a emoção. Uma mulher sensível, carente e doadora de carícias, busca experiências amorosas que complementem e resignifiquem sua existência. Apesar de ser casada com o homem da sua vida – Alan – e de ser feliz com o seu casamento.

Ao contrário do que costumamos pensar, (que a traição só passa a existir entre um casal quando há insatisfação de pelo menos uma das partes envolvidas), Anaïs mostra a traição entre um casal feliz, onde ambos se amam e se respeitam incondicionalmente. Sabina, apesar de trair Alan, com diversos homens, não é uma mulher vulgar e não lida com o sexo como um extinto animalesco e necessário, mas como um amor curto; uma entrega total, porém momentânea. O sexo é descrito como uma arte sensual e despido do pecado e da vulgaridade hoje associados ao corpo.

É um livro belo, romântico e ingênuo e ao mesmo tempo de características fortes e distintas. Foi uma experiência exclusivamente positiva conhecer um pouco de Anaïs Nin, pretendo ler outros livros dela, sem dúvida.

Finalizo com um incrível trecho da obra:

"- Ela abriu os olhos para contemplar a penetrante alegria de sua libertação: era livre, livre como os homens para gozar sem amor. Sem nenhum ardor no coração, como um homem é capaz, ela goza com um estranho."
Sonic 10/08/2012minha estante
Adorei o recorte Ana, sem dúvidas lerei o livro na primeira oportunidade!




Eni Miranda 18/04/2012

Texto sobre "Anaïs Nin" no doseliteraria.com.br
http://www.doseliteraria.com.br/2012/03/semana-da-mulher-anais-nin.html
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van der woodsen 12/03/2012

Até que ponto se pode ir
É um livro muito interessante no modo como foi escrito, Anaïs Nin é uma escritora que ao escrever exprime todo os seus sentimentos, colocando-os nas paginas com toda certeza do que fala.
Sabina é uma mulher extremamente bonita, mas vive em controversas com o amor. Ela é atriz e usa esse titulo para mentir para o homem que verdadeiramente ama, sobre os dias que fica fora de casa com outros homens.
Na sua incansável busca pelo sentido do amor, ela vive curtas histórias de amor com vários amantes. Mas quando a noite acabava ela percebia que tudo aquilo não passava de uma ilusão, tudo era tão falso. O desejo de voltar para casa, para perto do homem que ama de verdade era tão grande. Ela se apaixonava tão rapidamente quanto se esquecia do homem que estava na cama no quarto de hotel.
Sabina não era uma vagabunda que fazia sexo com muitos homens. Ela realmente se apaixonava por eles, mas tudo era tão rápido no amor com ela. Tão rápido como um espião que invade um prédio empresarial para obter alguma informação e sai rapidamente. Por isso o titulo do livro, “Uma Espiã Na Casa Do Amor”.
Na trama ela é perseguida por um homem que intitulou de “O Detector de Mentiras”. Isso se deve ao fato de ela saber que nunca poderá mentir para esse homem.
Ela é extremamente dividida entre as suas realizações artísticas e as fantasias sexuais. Ela experimenta até que ponto é possível liberta-se sem ter que enfrentar sérias conseqüências.
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