Fernanda631 31/07/2023
A Última Estrela (Quinta Onda #3)
A Última Estrela (Quinta Onda #3) foi escrito por Rick Yancey.
Nesta obra, temos uma explosão de sentimentos, emoções, angústias e perdas que nos acompanham durante a luta dos humanos contra os alienígenas, no qual o amor é o desfecho final da batalha.
Em A 5ª Onda, o mundo foi tomado por quatro ondas: na primeira um pulso eletromagnético cortou a atmosfera, acabando com a eletricidade. Isso veio acompanhado de uma nave de casca cinza-esverdeada, quase do tamanho de Manhattan, e mísseis teleguiados. A segunda trouxe abalos tectônicos; na terceira, um vírus 97% mortal passou a ser transmitido pelas fezes de pássaros. Na quarta onda, um em cada três humanos é um deles: um infestado.
Cassie Sullivan – a garota que sobreviveu sozinha na floresta, Sam, Especialista e Zumbi – soldados fortemente treinados para combater os Outros, e a misteriosa figura de Evan Walker, irão unir forças para, não apenas sobreviverem, como também salvarem a existência humana dos Outros, alienígenas que pretendem extinguir a raça humana. A quinta onda já foi lançada e, nela, não pode-se confiar em mais ninguém.
Após a conclusão de O Mar Infinito, era mais do que necessário a continuação dessa trilogia, afinal muitas coisas foram jogadas no livro e seriam melhor explicadas nesse volume de conclusão.
Sabemos que a situação dos sobreviventes humanos está cada vez pior e todos estão sendo perseguidos, além do mais há uma falha interna no conceito dos Outros e se chama Evan, que por ter adquirido sentimentos por Cassie, precisa ser "estudado" e corrigido. Especialista é melhorada com o 12º sistema pelo grande vilão Vosch para capturar Evan, mas a garota decide que deve matá-lo.
Em contrapartida a essa "missão" pessoal de Esp, os Outros planejam explodir as grandes cidades e acabar de vez com os sobreviventes. Neste ínterim, os demais personagens tentam se esconder e sobreviver, além de bolarem um plano para destruírem os Outros.
A Última Estrela é um livro cheio de ação, mas me deixou com uma sensação de que poderia ter sido melhor em vários aspectos.
Especialista, após fugir das garras do coronel Vosch, modificada pela tecnologia alienígena, precisa encontrar Evan. O tempo está se esgotando e a extinção de todas as cidades e de qualquer vida humana está cada vez mais próxima. Cassie, Sam e Zumbi precisarão de todas as suas forças para sobreviverem.
Fiquei bastante incomodada com o fato de Cassie estar tão insegura, tão imatura e meio chata nesse livro. Ben também está um pouco insuportável, o irmão de Cassie virou uma máquina e faz eu pensar: será que valeu a pena Cassie passar por tudo o que passou para salvá-lo? Evan está trancado em uma bolha que, não consigo descrever o quanto ele não parece se importar com ninguém mesmo amando Cassie.
Apesar de todos os personagens mudarem ao longo da obra, a meu ver, quem mais evoluiu foi Sam, o irmãozinho de Cassie de apenas seis anos. Sua mudança de uma criança para um soldado é extremamente marcante. Até mesmo perturbadora, afinal, ele sequer lembra de coisas simples como o abecedário, mas sabe perfeitamente técnicas de combate ou como criar uma bomba. Ele torna-se um guerreiro, e sua infância simplesmente se perde. O garoto, apesar da pouca idade, aprende a suportar todas as situações.
Zumbi, apesar de um ótimo soldado, conseguiu manter muito de sua humanidade, fazendo o bem mesmo que ache que está sempre agindo de maneira ruim. Ele não lida nada bem com a dor, e se culpa pela perda da irmãzinha e dos outros recrutas. Porém, ele é um dos personagens que mais se manteve empático durante a trama. Especialista também sofreu muitas mudanças, quebrando um pouco de sua “casca”, a armadura que a impedia de sorrir.
E Cassie, a garota durona, mesmo que às vezes aja de modo sentimental ou impulsivo, continua mantendo-se forte para manter a salvo seu irmão e possuindo uma coragem única. Um ponto que achei legal na trama foi que, em determinado momento, Cassie simplesmente sente vontade de urinar durante a missão. Uma coisa tão simples e humana e muito pouco citada nas histórias de apocalipse. Eu mesma sempre me questiono sobre como os personagens estão fazendo suas necessidades enquanto lutam pela vida e sentir que Cassie é alguém como nós traz uma veracidade maior tanto para a história quanto para a personagem.
Evan Walker, o misterioso Silenciador, surge não apenas como uma mistura de humano e alienígena, mas como um possível defeito da poderosa tecnologia dos Outros.
O cenário, apesar da catástrofe ocorrer em nível global, mantem-se na região da América do Norte, e durante a trama o campo de batalha se tornará as cavernas que abrigam sobreviventes, a base militar onde se encontra Vosch e, até mesmo, os corações humanos.
Os personagens irão enfrentar o que for preciso para salvarem a humanidade e a si mesmos. Zumbi não irá desistir de encontrar Especialista, ao passo em que Cassie partirá em uma missão praticamente suicida para resgatar Evan.
O livro aborda questões muito profundas sobre a humanidade e o amor. A humanidade é justamente o elo mais forte dos humanos: o traço mais difícil de apagar, mas também o mais fatal: tirando nossa humanidade, não resta nada.
O amor estará presente tanto entre os personagens como o amor pelos seres humanos no geral. Eles lutam pela sobrevivência humana mesmo que isso custe suas vidas, aliás, eles sacrificam-se por essa sobrevivência. O amor surge como a resposta para combater a invasão alienígena: tecnologia alguma pode compreender ou combater tal sentimento. O amor é a resposta de muitas perguntas.
A trama também nos faz refletir sobre o modo em que, apesar dos seres humanos possuírem capacidade de amar e ter empatia com os outros, destruíram outros organismos vivos essenciais para a própria sobrevivência, refletindo sobre o próprio motivo dos alienígenas.
As narrativas são intercaladas por Cassie, Especialista, Zumbi, Evan Walker e até mesmo Sam. Passamos pela pele de cada um, compreendendo as dores e as motivações de todos, o que torna a leitura dinâmica e envolvente.